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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Phoenix Suns + 1

Jamais vamos conseguir acompanhar o ritmo alucinante de contratações dessa offseason relâmpago. Todos os dias são contratações grandes e pequenas, trocas, dispensas. Uma loucura. Estamos mantendo uma planilha com as principais contratações e aqui vamos tentando analisar a maior parte delas. Vamos postando o que der nos intervalos que temos durante o dia, dessa vez deu tempo de analisar as 3 principais contratações do Suns e uma do glorioso Wolves.


Sebastian Telfair
Phoenix Suns - 1.5 milhão por 1 ano

Todo ano vemos listas de jogadores que apareceram bem fisicamente na pré-temporada. "Melhor forma da sua carreira" é uma frase comum para essa época. Nesse ano em especial alguns jogadores citados foram Andrew Bynum, Zach Randolph (o Mike Conley disse que ele até enterrou nos treinos! Eu só acredito vendo ao vivo) e o Steve Nash. Mas não podemos nos enganar com isso, mesmo em forma o Nash não vai dar conta de correr tanto nessa temporada apertada que terá sequências de 5 jogos em 6 noites. O Suns precisava de um armador reserva e não poderia contar com Aaron Brooks, que foi se meter a jogar na China e agora está com contrato lá até o fim da temporada.

Sebastian Telfair foi uma boa escolha para ajudar o Nash nessa tarefa. O mercado de armadores não está muito bom porque a maioria dos bons jogadores da posição está sob contrato e o Suns não tem muitas peças para trocas. Mas o Telfair busca seu espaço na NBA de novo, não tem moral para ficar reclamando de alguns jogos com poucos minutos e o contrato é barato e curto. O primo de Stephon Marbury foi bem quando teve espaço no Wolves de 2007 a 2009, com média de praticamente 10 pontos e 6 assistências, quebra um galhão. Também acho que seu estilo de jogo com bastante improviso pode ser ajudado pela velocidade com que o Suns tenta jogar.




Shannon Brown
Phoenix Suns - 3.5 milhões por 1 ano

Falando em se beneficiar pelo jeito do Suns jogar, o Shannon Brown tem tudo para brilhar por lá. Seus melhores momentos no Lakers eram quando o time conseguia jogar com um pouco mais de velocidade e ele é um especialista em contra-ataques. O aproveitamento de 35% nas bolas de 3 pontos no ano passado não é fora de série, mas é igual ao número do Vince Carter, que saiu do time para abrir lugar a Brown. Mas sabe o que é estranho mesmo? O Shannon Brown é um baita defensor. Com ele, Mickael Pietrus, Jared Dudley, Grant Hill e Robin Lopez o Suns pode criar várias escalações de especialistas defensivos. Aos poucos, e talvez sem muita ambição e chances, o Suns tem formado o seu elenco mais equilibrado nos últimos anos.

Grant Hill
Phoenix Suns - 6.5 milhões por 1 ano

Não é à toa que todos os contratos do Suns são de apenas uma temporada. Só falta mais um ano de contrato para o Steve Nash e estão montando um time para jogar com ele nessa última tentativa, no ano que vem sabe-se lá o que vai acontecer. Talvez o canadense queira dar o fora e aí é bom não estar preso a muitos contratos longos.

Creio que o Grant Hill também pensou nisso e preferiu não ficar muito mais tempo preso à franquia. Mas ele até se mostrou bem leal ao companheiro de time a à franquia que apostou nele quando todos acreditavam que seu tornozelo era bom como o joelho do Brandon Roy. Foi no Suns que ele voltou a ser relevante na NBA, onde conseguiu disputar temporadas inteiras em alto nível e é bacana da parte dele não ir embora na possível última chance deles de irem para os playoffs. Dizem que Hill tinha proposta do San Antonio Spurs para ser titular por lá e buscar um título ao lado de Tim Duncan, convenhamos que não deve ser algo fácil de recusar.


JJ Barea
Minnesota Timberwolves - 19 milhões por 4 anos

O Barea foi decisivo para um time campeão, chegou a ser titular nas Finais da NBA. E no time que ganhou, que fique claro. É o tipo de coisa que mesmo depois que a gente vê na nossa frente, acha que foi pegadinha e nunca vai acontecer de novo. Creio que muita gente pensa assim, porque a busca por ele não foi tão intensa assim. Quem apareceu estava interessado em contratos curtos, apenas o Wolves ofereceu algo a longo prazo e Barea topou.

O estranho é que o General Manager do Wolves, o antológico David Kahn, sempre foi piada pela sua paixão por armadores. Lembra quando ele escolheu Ricky Rubio, Ty Lawson e Jonny Flynn no mesmo Draft? Pois é, agora que ele finalmente trocou o Flynn, tratou de contratar o Barea ao mesmo tempo que o Rubio voltou da Espanha e que eles tem Luke Ridnour em contrato por mais 3 anos. Para eles é necessário ter no mínimo 3 armadores com condição de ser titulares ao mesmo tempo senão o manager não dorme à noite.

Pelo menos dessa vez o novo técnico do time é o Rick Adelman, que sempre gostou de usar dois armadores ao mesmo tempo (Lowry e Brooks no Rockets, Bibby e Bobby Jackson no Kings, Danny Young e Terry Porter no Blazers), talvez até sobre minutos para todo mundo e o Barea ajude o Wolves a chegar a seu objetivo: ser o penúltimo no Oeste.

terça-feira, 29 de março de 2011

Vencendo sem querer

Leandro e Leonardo


Depois de muito tempo, finalmente o Leste é capaz de nos dar água na boca. Alguns dos melhores times da NBA estão lá, muitas estrelas foram trocadas para equipes do Leste, três equipes da conferência possuem mais de 50 vitórias e é completamente plausível (pra não dizer provável) que uma delas leve o título da NBA esse ano. Os playoffs no Leste serão incríveis, como será que o Celtics se sairá sem Perkins, como o trio do Heat reagirá à pressão, será que o Derrick Rose segura a onda, ainda dá tempo do Magic se acostumar com a mudança do elenco? Mas não podemos esquecer que essa empolgação com o Leste esconde uma verdade terrível: a conferência ainda fede.

Knicks e Indiana, atualmente donos das últimas duas vagas para os playoffs, possuem mais derrotas do que vitórias. O Sixers provavelmente manterá a sexta vaga apenas igualando o número de vitórias e derrotas. O Bobcats, que é um time que simplesmente desistiu da vida e quer se reconstruir (assumidamente nos moldes do Thunder), periga conseguir uma vaga nos playoffs mesmo tendo 10 derrotas a mais do que vitórias, chegou ao ponto deles pensarem em colocar o Stephen Jackson de molho no banco pro resto da temporada porque senão vão se classificar sem querer e ficar em pior situação ainda no draft. Isso significa que a elite do Leste (Bulls, Heat e Celtics) enfrentará um trio de cachorros semi-mortos em lavadas relativamente fáceis. Eu sei que ontem mesmo o Pacers ganhou do Celtics, e que o Sixers venceu o Bulls, e que eu não me arrisco a tentar entender o Sixers porque o time não faz sentido, mas eu duvido que numa série de playoff essas zebras se mantenham. Acho que o único confronto minimamente interessante deverá ser entre Hawks e Magic. Mas mesmo o Hawks, com 10 vitórias a mais do que derrotas,  é um time implodindo diante dos nossos olhos e vai tomar uma surra. Vão dizer: "ah, o Hawks é bom, o elenco é sólido, não venceram mais de 40 jogos a troco de nada". Pois é, foi o que todo mundo me respondeu quando eu avisei que o único jeito do Hawks vencer o Magic nos playoffs passados era o Dwight Howard comer veneno de rato ou tomar banho de banheira ao lado de uma torradeira elétrica. Como esperado, foi uma das maiores surras da história e vamos ter algo mais ou menos parecido outra vez. Então o Leste é legal, pode aparecer uma zebra ou outra por aí, mas a elite está muito acima dos reles mortais que se classificam com mais derrotas do que vitórias. A conferência ficou mais forte, é verdade, mas foi para alguns poucos. No fundo, acabou ficando ainda mais desequilibrada.

Enquanto isso, na conferência Oeste (que é tãaaaaao ano passado, querida!), três equipes podem terminar a temporada com mais vitórias do que derrotas e mesmo assim estarão fora dos playoffs. As três últimas vagas (atualmente de Blazers, Hornets e Grizzlies) serão disputadas por 6 times (com Rockets, Suns e Jazz com chances de classificação). É um absurdo! E prova de que equipes desacreditadas, em reconstrução, mais perdidas do que cego em tiroteio, conseguiram campanhas fenomenais - e históricas, até - enquanto ninguém estava olhando. Com mais ou menos uns 10 jogos sobrando para cada equipe até o fim da temporada, apenas dois jogos separam o sexto colocado Blazers do oitavo colocado Grizzlies, e mais dois jogos separam o Grizzlies do Houston, também separado por dois jogos do Suns. Ou seja, vamos dar uma olhada nas chances de classificação do Houston e do Suns e aproveitar para ver como suas campanhas deram milagrosamente certo num momento em que os dois times já pensavam em desistir e começar de novo.


Houston Rockets

O Houston começou a temporada acreditando que iria contar com Yao Ming, apostando na armação do Aaron Brooks e seu recém-ganho prêmio de Jogador que Mais Evoluiu, e com Shane Battier defendendo o perímetro. Terminou com um pivô de 1,98m chamado Chuck Hayes fazendo triple-double, a armação entregue ao eterno reserva Kyle Lowry (também fazendo triple-double), e a defesa de perímetro nas mãos do segundo-anista e ex-jogador de vôlei Chase Budinger, ou seja, foda-se a defesa de perímetro. O que diabos aconteceu? É tipo ir dormir com a Mari BBB e acordar com a Mari Alexandre: tá tudo bem, ninguém vai reclamar de nada, mas não era exatamente o que estava nos planos.

O começo capenga e a milionésima lesão do Yao Ming levaram a equipe a uma renovação de elenco, apostando em jogadores jovens e bastante flexibilidade salarial. Novamente, o que acaba brilhando é o esquema tático do Rick Adelman com seus passes constantes, armadores que não seguram a bola e cortam constantemente para a cesta, passes para jogadores desmarcados na linha de fundo e ninguém parado assistindo o jogo acontecer. O técnico já colocou em prática esse esquema com uma equipe sem nenhuma estrela antes, já teve muito mais sucesso do que se esperava, mas não conseguiu levar o time aos playoffs sem uma estrela para segurar as pontas. O elenco de agora não deveria ser uma nova tentativa de bater a cabeça contra a parede, já que todo mundo sabe que o Kevin Martin não vai carregar o time nas costas, era pra ser uma reconstrução sem pretensões imediatas, mas é que alguns jogadores acabaram se saindo bem demais no esquema e o que deveria ser uma renovação acabou se tornando uma equipe com chances de pós-temporada. A defesa do Houston, que desmontou completamente sem Yao Ming (e que tem um pivô anão debaixo do aro!), recebeu o apoio de Kyle Lowry e de Courtney Lee pra ficar menos vergonhosa. O Kyle Lowry aprendeu a arremessar de três pontos, qualidade essencial para os armadores do Adelman, e dominou por completo o esquema tático sem forçar as bolas idiotas que o Aaron Brooks forçava todo jogo. O Chuck Hayes, que é um pivô pintor de rodapés, está dominando as jogadas - que o Adelman tanto adora - em que a bola fica nas mãos dos pivôs na cabeça do garrafão. Então a defesa melhorou, Lowry e Hayes garantem que as jogadas fluam como o técnico deseja, as bolas de três estão caindo e é uma coisa linda de ver esse time funcionando ofensivamente. Até que os reservas entrem em quadra e só façam merda, e que a defesa se mostre uma peneira completa e não dê pra se manter no jogo, claro. As poucas jogadas individuais do Houston aparecem com o Kevin Martin (que às vezes força um bocado e enlouquece todo mundo, mas em geral é comportado) e com o Luis Scola, que sempre dá um jeito de pontuar no garrafão - e sempre dá um jeito de que pontuem em cima dele também Mas o banco de reservas, ao contrário, é cheio de jogadas individuais, não consegue segurar o ritmo ofensivo e manter o esquema sonhado pelo técnico. Normal, o banco só tem fraldinha. O ideal seria dar minutos para a pirralhada, ver quem vai continuar na equipe, encerrar o contrato do Yao temporada que vem e reforçar a equipe. Mas as chances de playoff ferraram tudo. O Hasheem Thabeet, que precisa de minutos urgentemente para não morrer de tédio, sequer entra em quadra pra não comprometer as chances de pós-temporada. Ou seja, o time ficou melhor do que deveria e com isso o Thabeet continua servindo só pra pegar lata no alto do armário.

Ninguém apostava nesse Houston sem Yao, sem T-Mac, com um pivô anão e uma estrelinha como o Kevin Martin, e é por isso que ninguém percebe quão genial é o Rick Adelman. A defesa desmontou, quebrou de vez, três anéis vermelhos da morte pra ela, mas o ataque é tão fantástico que colocou esse time desistente na luta por uma vaga e vai vencer mais de 40 jogos na temporada. Quão absurdo é isso? Vale dar o prêmio de técnico do ano para uma equipe que não venceu mais de 50 jogos? Por isso é que vale assistir aos jogos finais do Houston não para ver quão bom é o Kyle Lowry ou o Chuck Hayes, porque diabos, eles simplesmente não são. Vale é para ver a mão do Adelman tornando tudo simples, bonito e orgânico - e um ou outro reserva batendo cabeça, caindo de bunda e a defesa tomando trilhões de pontos. 

O Houston tem ainda 9 partidas: enfrenta Nets fora, Sixers fora, tem uma sequência em casa em que pega Spurs, Hawks, Kings, Hornets, Clippers e Mavs, e fecha a temporada com Wolves fora.


Phoenix Suns

O Suns já era uma equipe reconstruída quando venceu o Spurs nos playoffs com Nash, Jason Richardson e Amar'e Stoudemire. Mas perder o Amar'e foi duro demais para as chances de playoff da equipe, então resolveram jogar tudo fora e finalmente começar de novo. Quer dizer, mais ou menos. Porque tem alguma coisa lá na água de Phoenix que cura qualquer lesão e renova o sangue de qualquer ancião. É lá que o Shaq se recuperou da lesão que o tirou do Heat, que o Jason Richardson se manteve saudável, que o Grant Hill ficou sólido como rocha depois de uma carreira inteira destruída por lesões constantes. Então enquanto o Suns ia pela privada para começar de novo, o Nash estava lá outra vez com suas 11 assistências e 15 pontos por jogo, acertando quase 50% dos seus arremessos, e o Grant Hill estava lá provando que é um dos melhores - se não for o melhor da atualidade - defensores de perímetro da NBA. Nessa altura, os dois deveriam estar cansados fazendo cruzadinha na lareira de casa e tomando Ovomaltine, e não tornando o Suns um time competitivo. No dia final para trocas nessa temporada, o cu piscou e aí os engravatados de Phoenix não conseguiram trocar nenhum dos dois. Trouxeram mais molecada, conseguiram o Vince Carter para liberar 17 milhões de espaço salarial na temporada que vem, mas não conseguiram se desfazer dos dois vovôs que insistem em jogar muito.

Marcin Gortat e Channing Frye estão jogando bem, o Frye também se renovou no Suns e ganhou uns jogos sozinho com suas bolas de três, mas nenhum deles renderia o que está rendendo sem o Nash por lá. Então o time manteve os moleques junto com o armador canadense para que rendam alguma coisa, faz sentido. Mas e aí? Vão manter o Nash por lá pra sempre, mesmo que não tenham chances de título? Ele vai ficar refém de um projeto de reconstrução que nunca acontece simplesmente porque o Nash é bom demais? O contrato do Grant Hill termina nessa temporada, então o Suns tem que decidir isso também: renova com o Grant Hill e seus quase 40 anos? Porque renovar é aceitar que dá pra vencer agora, já, e que os dois veteranos vão receber ajuda. Mas precisa ser ajuda à altura, nos moldes do Amar'e, não dá pra trazer o Aaron Brooks e achar que vai mudar alguma coisa.

O Suns deveria estar se lascando, tropeçando e conseguindo uma baita escolha legal de draft pra reformar a equipe, mas não conseguiu feder porque o Nash e o Grant Hill são simplesmente bons demais. Conseguir uma oitava vaga seria o maior prêmio do planeta para eles, vovôs que não deveriam mais ter que aguentar essa pirralhada tirando meleca do nariz e o Vince Carter dando migué em quadra como se fosse criança mimada. O Carter vai para o banco pelo resto da temporada, de castigo, com Jared Dudley de titular e com a oitava vaga ainda na mira. É difícil, impensável, deveriam ter desistido muito antes, mas é possível e seria muito legal se acontecesse. 

O Suns ainda tem 10 partidas: enfrenta o Kings fora, o Thunder e o Clippers em casa, e aí passeia pelo país: pega Spurs, Bulls, Wolves, Hornets e Mavs fora de casa. Depois ainda enfrenta de novo Wolves e Spurs, mas em casa.

O engraçado é que o Suns e o Rockets enfrentam vários adversários iguais: Kings, Hornets, Mavs, Wolves, Spurs e Clippers, com o Suns enfrentando Spurs e Wolves duas vezes cada. Os adversários diferentes são Nets, Sixers e Hawks para o Rockets (um saco de pancada e dois classificados no Leste) e Thunder e Bulls para o Suns (duas equipes de elite).

Para comparar, o Grizzlies enfrenta Warriors, Hornets fora, Wolves, Clippers, Kings, Hornets, Blazers fora e Clippers fora. Ou seja, assim como o Rockets e o Suns, o Grizzlies também vai enfrentar Hornets, Kings, Wolves e Clippers. Tirando o Hornets, que também luta por posição, são apenas equipes fracassadas e quem  não conseguir vencê-las vai ficar muito atrás na briga pelas vagas. Novamente, são os times pequenos decidindo o futuro de seus irmãos maiores.

Rockets e Suns saíram melhor do que a encomenda, venceram meio sem querer, no meio de um projeto de reconstrução que não esperava exatamente ir parar nos playoffs. É capaz que as duas equipes nem consigam a oitava vaga, é verdade, mas Rick Adelman, Steve Nash e Grant Hill mereciam esse presente - muito mais do que o Grizzlies sem Rudy Gay, que poderá tentar novamente mais tarde, ou até o Blazers assolado por lesões e seu projeto de reconstrução pela metade. Essa reta final da temporada costuma ser a parte mais chata, a gente nem fica com grande peso na consciência quando temos que deixar o blog de lado um pouquinho para cuidar das nossas coisas, mas vale a pena acompanhar como essas equipes continuam tendo chances quando ninguém mais acreditava. E se forem para os playoffs, aí sim todo mundo verá o absurdo de suas campanhas - e dessa vez com muita cobertura do Bola Presa, que aquece os motores pra te matar de tanta leitura assim que a temporada regular terminar.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Retrô

Quentin Richardson mostra onde foi parar
sua carreira depois que saiu do Suns



Desde que o Suns trocou Shawn Marion por Shaquille O'Neal, criou-se um vortex espaço-temporal que engoliu a carreira de todos os envolvidos. Marion descobriu que não rende tão bem longe do Nash (ou, pra não sermos tão pentelhos, em times que não joguem na correria) e acabou de ir parar no seu terceiro time desde então, Shaq prometeu um título no Suns que não chegou nem perto de ser possível e agora já foi despachado pro Cavs, o Heat fede um bocado e tem sérias chances de não conseguir manter Dwyane Wade temporada que vem, e o Suns parece ter mergulhado de cabeça num processo de reconstrução.

Ao menos, essa era a impressão que tínhamos ao olhar para a equipe de Phoenix. Shaq trocado, Ben Wallace aposentado, dinheiro sendo economizado, boatos do Amar'e indo pro Warriors, declarações de amor para o armador Goran Dragic como futuro da equipe, e apostas em Leandrinho e Robin Lopez, que são fedelhos com potencial. Esse ano o Suns não vendeu suas escolhas de draft como sempre faz, ficou com dois novatos, e assinou o Channing Frye, pirralho que já foi intocável no Knicks mas que foi saindo de moda por não ter uma posição definida em quadra. É um elenco novo, jovem, cheirando a talco, em um time com coragem de não ficar para sempre no mais-ou-menos e disposto a começar do zero e feder por uns tempos.

Mas aí surge a notícia de que o Steve Nash assinou uma extensão contratual de dois anos por mais de 10 milhões por ano. O Nash já ganha 13 milhões de doletas, mas seu contrato acabaria na próxima temporada, permitindo ao Suns brincar de contratar uma das grandes estrelas que estarão disponíveis na maior leva de Free Agents do último milênio. Mas não, optaram por manter o canadense enfiando dinheiro em suas orelhas. Que diabos de processo de reconstrução é esse que mantém os mesmos jogadores com salários similares? Algum engravatado em Phoenix pipocou, amarelou, deu pra trás e todas essas gírias que eram tão comumente usadas com o time do São Paulo. Não teve coragem de desmanchar o time e tentar um troço novo, achou melhor renovar com o Nash mesmo por uma grana preta e sabendo que o armador não está mais no seu auge e nem nas mãos do técnico que fez sua carreira, Mike D'Antoni. O time também renovou com Grant Hill, que já está com 37 anos de idade, provavelmente pra poder ficar conversando sobre a série "Armação Ilimitada" com o Nash, que vai fazer 36. Vai ser a primeira vez que um time em reconstrução vai ter uma noite de bingo e um clube de tricô.

Talvez manter o mesmo núcleo por mais uns anos seja uma tentativa de amenizar o processo de renovação do time, treinando a pirralhada por baixo dos panos sem que ninguém perceba enquanto os veteranos tentam segurar as pontas e garantir uma oitava vaga nos playoffs. Se for o caso, seria uma decisão um tanto medrosa mas compreensível. No entanto, não acho que seja isso A renovação do contrato de Nash vem acompanhada por discursos sobre como o Suns vai voltar a jogar na correria, com relatos alegando que o armador canadense só topou continuar no Suns quando garantiram que a equipe jogaria em velocidade. O Nash é esperto e sabe o que lhe convém, num time lento sua carreira estaria acabada, ele precisa garantir que suas melhores qualidades estejam sendo utilizadas na melhor situação possível para que possa ser relevante na liga. Mas para o Suns, parece apenas a decisão de um saudosista, um arrependimento tolo por ter desfeito aquele time veloz com a troca do Shaq. Oras, aquele time era rápido, divertido, interessante e cheiroso, mas não ia ganhar nem campeonato de gamão. Se arrepender de ter destruído aquele time deve ser medo de morrer e ser julgado pelo Deus do Basquete Bonito, porque fora isso aquele time tinha mais é que tentar coisas novas e recomeçar mesmo. Não tem nada pior do que saudosismo fora de hora, como podemos perceber facilmente com essa moda horrível de retrô anos 80. Pior que isso, só quando estiver na moda o retrô anos 90 (e o Spurs de Duncan aposentado tendo nostalgia de montar uma retranca). Se aquele Suns não funcionou, não adianta insistir na mesma fórmula mas agora com peças estranhas de reposição. Ao invés de chances reais, o que esse Suns está conseguindo é atrasar o processo de reconstrução que dava bons sinais com o sangue novo que chegou ao elenco.

Aliás, outro membro daquele Suns de ouro também está sendo assunto hoje, no que parece mesmo uma moda retrô. Quentin Richardson, conhecido como "o homem que atira primeiro e pergunta depois", acaba de ser trocado pela terceira vez desde que a temporada terminou. Passeando pelo Grizzlies, Clippers e agora o Wolves, o Quentin Richardson está fazendo uma turnê nacional pelos piores times da liga. Boatos indicam que em breve ele deverá ser trocado para o Kings, só pra conhecer todo tipo de fedor.

O que acontece é que, por jogar ao lado de Steve Nash no papel bem específico de arremessador de três pontos, Quentin Richardson pareceu um jogador de verdade e conseguiu um contrato gigantesco oferecido por um babaca que não percebeu a lorota (no caso, quem assinou o cheque foi o Isiah Thomas, profissional gabaritado da arte de pagar contratos gigantes para jogadores que só parecem bons de longe, no escuro, e na neblina). Engraçado é que o Joe Johnson, que tinha a mesma função do Quentin e também conseguiu um contrato monstro com ajuda do Nash, acabou dando realmente muito certo - provavelmente só porque não foi o Isiah quem o contratou.

Agora, depois do conto do vigário, o contrato de quase 10 milhões do Quentin Richardson vai se encerrar e todos os times querem a chance de liberar teto salarial para brincar de tentar contratar LeBron, Wade, Bosh, Nowitzki ou Boozer em 2010. Passando de mão em mão, ele já foi trocado pelo Darko, depois pelo Randolph, e agora foi para o Wolves em troca de Sebastian Telfair, Craig Smith e Mark Madsen. Para o Wolves, isso simplesmente significa que eles realmente acreditam que vão manter seus dois armadores escolhidos no draft, Jonny Flynn e Ricky Rubio, apesar de toda a polêmica de que o Rubio deve permanecer na Europa. Se livrando do Telfair, que fez um trabalho decente em toda sua estadia com a equipe, o Wolves fica sem armador reserva a não ser que os dois novatos realmente topem jogar juntos. Espero sinceramente que alguém no Wolves saiba o que está fazendo (pouco provável, convenhamos) e que isso signifique que o Rubio vai mesmo pra NBA, depois de tantos dirigentes irem até a Espanha para tentar convencê-lo e negociar exaustivamente a recisão contratual. Tanto trabalho assim, crianças, só pra pedir a mão da Alinne Moraes, e olhe lá, que nem ela pode ficar regulando mixaria.

Para o Clippers, a troca volta a deixar o garrafão forte e povoado demais. Como pivôs, Chris Kaman, Marcus Camby e DeAndre Jordan, que arrasou na Summer League que terminou agora. Na ala de força, o novato e primeira escolha do draft Blake Griffin, que também chutou traseiros na Summer League, e agora Craig Smith, que sempre foi o clone que o Wolves tinha do Jason Maxiell, algo de que todo time precisa. Telfair chega para fazer dupla com o ex-novato Mike Taylor na armação reserva, mas como o titular é o Baron Davis - que se machuca até tirando meleca do nariz e ainda por cima está no Clippers, que é amaldiçoado por natureza - o time precisa ter dois reservas sempre dispostos a jogar muitos minutos. Esse circo que o Clippers está montando desde a temporada passada, esse Frankenstein basquetebolístico com partes aleatórias que não se encaixam, parece cada vez mais atraente. Não dá pra botar fé, até porque "fé" e "Clippers" não podem estar juntos na mesma frase, mas com a saída do Randolph o time parece mais sexy, charmoso, e agora tem até um banco de reservas. Vale ficar de olho: pode não ser o melhor elenco do mundo, mas pelo menos eles não estão se enganando e tentando voltar no tempo, como um certo time de Phoenix por aí. É como diz o filósofo, tem horas em que é preciso saber feder para poder sair da merda. Se o Pistons parece não curtir muito a ideia, o Suns parece aceitar ainda menos. Ao menos talvez eles façam uns 140 pontos por jogo e nos entretenham um pouco quando a NBA estiver chata, o Baron Davis e o Camby tiverem se contundido, e o Clippers estiver tendo que usar torcedores sorteados pra tapar buraco no time titular.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Milagre, Arenas voltou!

Arenas machuca a mão ao cumprimentar companheiros


Finalmente o Gilbert Arenas voltou!!! Ufa, demorou mais que o Fenômeno para fazer sua estréia na temporada mas finalmente sábado, contra o Detroit Pistons, o Agent Zero fez seu primeiro jogo oficial desde os playoffs da temporada passada. E pode-se dizer que com sucesso: apesar do arremesso ainda descalibrado, foram 15 pontos e 10 assistências.



Como nos finais de semana eu tento deixar de ser um fracasso completo e ter uma vida social, não consegui ver o jogo inteiro, mas vi o suficiente para ver que ele está de volta. E, mais importante, está diferente.

A primeira mudança importante é que agora o Arenas é um blogueiro aposentado. Ele anunciou semana passada que não atualizará mais o seu blog, o que deixa o Bola Presa oficialmente na condição de blog mais sensacional sobre NBA em toda o universo conhecido.
Mas sério, para o Arenas foi um passo grande abdicar do blog. Foi com ele que ele saiu do status de "apenas" ótimo jogador para o de super estrela e foi com o blog que ele conseguiu milhões de fãs que antes nem assistiam jogos do Washington mas que acabaram se divertindo com os causos e opiniões. Além disso, foi por lá que ele conseguiu não ser esquecido mesmo passando duas temporadas inteiras praticamente sem jogar.

Mas apesar de toda essa importância do blog pra ele, acho que foi importante ele ter desistido. Chegou um ponto na carreira dele que o blog estava mais dando trabalho do que rendendo bons frutos. Cada vez era mais comum ele ter que gastar muito espaço de um post novo só justificando o que ele tinha dito no post anterior e que tinha causado polêmica. Coisas divertidas como as provocações contra o Portland (quando ele jurou fazer 50 pontos), contra o Richard Jefferson (que ele tirou sarro por ir jogar na chata cidade de Milwaukee) ou mesmo seu desabafo quando foi cortado da seleção americana. Tudo o que era o máximo para nós leitores era cada vez mais dor de cabeça para o Arenas. Nas palavras dele mesmo:

"No começo era legal, mas depois virou uma faca de dois gumes. Suas palavras podem ser usadas contra você."

Com a fama que ele criou logo apareceram os caras odiando ele, claro. Ninguém odeia o Antoine Wright ou o Pops Mensah-Bonsu, as pessoas preferem odiar o Kobe, o LeBron e o Arenas, por algum motivo acham que isso faz sentido. Então a cada derrota do Wizards, a cada jogo ruim do Arenas e a cada mês machucado, já vinham dizendo que era para ele blogar menos e jogar mais. Como se tirar umas horinhas por semana pra escrever fosse o que deixasse o seu joelho pior ou a defesa do Wizards mais furada.

Por isso, por um lado a aposentadoria bloguística do Arenas é uma derrota do bom humor para os críticos esportivos chatos. A pressão de implicarem com tudo o que ele fala certamente deve ter ajudado o Arenas na hora de tomar a decisão de não escrever mais. Invariavelmente os blogs acabam porque as críticas são tão pesadas que tiram a diversão de blogar (que tem que ser divertido, afinal em 99% não é remunerado) ou porque não têm visitas e caem no esquecimento, o que não era o caso do Arenas. Em alguns casos, quando o blog é mais velho, ele também acaba porque o cara cansou de escrever tanto, mas o Arenas sempre disse gostar de postar, então essa não cola.

Mas já por outro lado a aposentadoria bloguística do Arenas foi uma boa jogada para ele. Depois de dois anos parado com uma contusão e em um time que é o pior da NBA, tudo o que ele não precisa é de mais pressão e de holofotes em cima dele. E o blog estava sendo isso, um holofote do tamanho do Glen Davis. No momento ele só precisa de preparo físico, de ritmo de jogo, precisa pegar confiança no joelho, em bater pra dentro e no arremesso, quase nada. Então, mais inteligente é se esconder num canto e usar esse último mês de temporada e a offseason para poder voltar com tudo na temporada que vem.

No começo do texto disse que o Arenas estava um jogador diferente, primeiro porque não é mais um jogador-blogueiro, e a segunda coisa que pareceu diferente no jogo de ontem é que agora ele está parecendo (baseado em um jogo ainda, eu sei) um armador de verdade.

Na partida de ontem ele foi um cara que tomou mais conta do jogo, não forçou tanto a barra em busca de arremessos e procurou os companheiros para o passe, por isso as 10 assistências. O que me lembrou um post do Arenas no blog dele em que ele diz que, se quisesse, poderia dar 10 assistências por jogo, que era algo bem fácil, mas que ele não dava porque não era a característica dele.

Segundo o Arenas, e na época eu concordei, pra quê pedir pro Kobe dar 10 assistências por jogo se o negócio dele é marcar pontos? Ou para quê exigir um arremesso de Ben Wallace se o negócio dele é defender? O negócio do Arenas é marcar pontos e é assim que ele iria jogar.

Como criador da ONG "Pintores pintam, arremessadores arremessam" que defende arremessadores chamados de fominhas mundo afora, como Ben Gordon, Sasha Vujacic e Marcelinho Machado, eu tive que concordar. Cada jogador faz o que sabe e o técnico que seja bom o bastante para encaixar essas peças em um time que funcione.

Acontece que o Arenas fazia o quê? Pontos usando sua velocidade de infiltração e arremessos com o espaço que ele tinha por causa de seu drible. Agora com o joelho zoado, cadê essa velocidade e esse drible? Será que vão voltar?

O Amar'e e o Nenê são bons exemplos de jogadores que voltaram bem depois de contusões sérias, o Grant Hill já é um exemplo da maioria que nunca mais volta a ser a mesma coisa. Considerando que o Arenas dificilmente voltará a ter a mesma explosão física de antes, já que sua sequência de contusões lembra mais o caso do Hill, talvez fosse a hora dele aproveitar que acha fácil dar 10 assistências por jogo e virar o armador-organizador de que o Wizards tanto precisa.

Com a pior campanha na temporada regular, o time da capital americana tem sérias chances de ficar com a primeira escolha do draft e levar o espetacular Blake Griffin pra casa. Com um garrafão com o Griffin de ala de força e Brendan Haywood voltando de contusão como pivô, o Wizards terá um forte garrafão (que ainda terá o promissor JaValle McGee no banco) e poderá usar o Jamison na posição 3, com o Butler na dupla de armação com o Arenas. É, no papel, um time que pode fazer estrago no Leste.

O Arenas foi diferente ontem, foi esse armador puro que eu acho ser aquilo de que o Wizards mais precisa, mas não sei se ele planeja continuar assim. Vamos saber assistindo aos jogos dele, não lendo seu blog.


Seleção Brasileira (do outro esporte)

Vocês viram a meleca que foi o jogo da seleção brasileira contra o Equador ontem? Irgh! Que time asqueroso. Eu não só convocaria melhor que o Dunga como eu já convoquei.

O Blog A Marca da Cal, do nosso leitor Kei, pediu para que eu convocasse minha seleção brasileira de futebol com seus 23 jogadores e eu fiz o difícil serviço. Complicado escolher o reserva de lateral-esquerda, complicado também chamar o Ronaldinho Gaúcho por falta de bons meias mas acho que montei um bom meio-campo com Lucas, Hernanes, Ramires e Kaká. E aí, o que você acha? Veja a minha seleção e me xingue no blog de lá e aqui também.

sábado, 20 de setembro de 2008

Joelho, joelho meu...

...alguém tem o joelho mais zoado do que eu?


Pela milésima vez consecutiva o principal assunto do blog do Gilbert Arenas é o seu joelho. Lá está ele de novo explicando pra todo mundo que merda aconteceu dessa vez. O problema do momento foi mais uma cirurgia no joelho, bem mais simples do que as anteriores, mas que o deixará fora de combate por pelo menos um mês de temporada, mas podem ser até dois.

Para quem estava morando em Marte, em coma ou só começou a acompanhar NBA agora porque os textos do Bola Presa são tudibom, vale lembrar que o Arenas jogou apenas 13 jogos na temporada passada por causa do mesmo joelho e que na temporada anterior tinha perdido o fim da temporada regular e os playoffs por causa do mesmo joelho. Em português claro: ele tá bichado. Um bichado rico, que assinou um contrato de 111 milhões para os próximos 6 anos.

É difícil até fazer um paralelo com o mundo real pra dar uma noção do negócio arriscado e caro que o Wizards fez. Mas é como se os Estados Unidos gastassem 700 bilhões de dólares para acertar as contas da atual crise financeira e não conseguissem resolver nada com isso. O Wizards fez todo o investimento para ter seu líder em quadra para os próximos seis anos e o que tudo indica é que ele sempre será uma contusão em potencial, assistir a jogos do Wizards será a chance de ver o Arenas marcando 50 pontos ou de ver ele saindo em cadeira de rodas à la Paul Pierce, mas sem a parte de voltar pulando para a quadra.

Não tem como falar de jogador estragado e não lembrar do Grant Hill. O atual coadjuvante do Suns foi bi-campeão universitário jogando por Duke, foi a terceira escolha do draft de 94 e a primeira parte da sua carreira foi de tirar o fôlego, ele foi o "novo Jordan" da sua época. Época que o Jordan ainda jogava, o que deixa a impressão de que até o Elgin Baylor já foi chamado décadas antes do MJ começar a jogar.

Para ilustrar o impacto do Grant Hill na NBA, basta ver os números do seu segundo (segundo!) ano na liga: 20,2 pontos, 9,8 rebotes e 7 assistências. Que tal? Se o LeBron impressiona hoje porque dá 6 assistências e 7 rebotes mesmo sendo ala, o Grant Hill jogava na mesma posição e fazia números ainda maiores, fazia menos pontos, mas não porque não tinha a capacidade pra isso, em seu último ano saudável ele teve média de 25 pontos. Nesse ano, inclusive, ele e Stackhouse, então seu parceiro no Detroit Pistons, eram a dupla que mais fazia pontos na NBA, mais do que os pontos combinados da dupla do Lakers Kobe e Shaq, que viriam a ser campeões no fim da temporada.

Acontece que o Pistons, mesmo com essa dupla de sucesso, não conseguia vencer nada, então mandaram o Grant Hill pro Orlando em troca de Chuck Atkins e o então desconhecido Ben Wallace e mandaram o Stackhouse para o Wizards em troca do Rip Hamilton, começando a montar o time que conhecemos hoje. Mas se as trocas foram boas para o Pistons, não foram para o Grant Hill. No seu primeiro ano em Orlando ele jogou apenas 4 partidas, no ano seguinte 14, depois 29, aí não jogou nenhuma partida em 2003-04, animou muita gente jogando 67 das 82 partidas possíveis na temporada seguinte e por fim jogou 21 jogos em seu último ano, antes de sair para o Phoenix Suns. Desastre médico que nem o House resolveria.

A parceria dos sonhos entre Grant Hill e Tracy McGrady foi vista em ação só uma meia dúzia de vezes e a história do "novo Jordan" já tinha virado piada, o Grant Hill era o Jordan sem tornozelos. O Orlando tinha mandado o Ben Wallace e gastado uma fortuna em um jogador que tinha nome, talento mas que nunca jogou. História que deve arrepiar qualquer torcedor do Wizards.

Falando de novo no Orlando, podemos ligar a história do Arenas com a de outra estrela do Magic, Penny Hardaway.

O Penny teve até uma carreira longa, mas perdeu duas temporadas praticamente inteiras por problemas de joelho e depois da primeira contusão, no final de 97, nunca mais foi o mesmo jogador fora de série do início de carreira. Ele não dependia exclusivamente do seu físico para jogar e mesmo quando já não era uma superestrela, em seus tempos de Phoenix Suns, volta e meia flertava com uns triple-doubles e aparecia nas jogadas da semana com algum passe mágico para fazer a gente falar "imagina se não estivesse bichado!"

O Penny Hardaway, junto com o Grant Hill, eram símbolos de uma nova geração na NBA. A era de Jordan, Barkley, Malone e Olajuwon estava em seu auge, começando a decadência, quando os dois apareceram para renovar a liga. E se dizem que exisitiu uma crise de talento depois da aposentadoria do Jordan, pode ter certeza de que o fato de Hill e Penny não jogarem tudo o que podiam tem muito a ver com isso, os dois tinham tudo pra levar pelo menos um troféu de MVP pra casa cada um. O próprio Gilbert Arenas, em uma entrevista, disse que um dos seus modelo no basquete foi o Penny Hardaway.

Não temos falta de talento hoje na NBA, tem muita gente boa, mas não quer dizer que o Arenas não faça falta. Tem gente que até acha que o Arenas não é tão bom assim e que o Wizards joga melhor sem ele ou diz que o Arenas é fominha, porém eu acho que o Wizards joga mais em equipe sem ele, mas não que é um time melhor. Sem o Arenas eles nunca vão passar da primeira rodada dos playoffs, com ele em quadra o time tem pelo menos chance, porque ninguém lá é tão decisivo quanto o Agent Zero.

E ele é fominha sim, isso é verdade, mas um fominha mais estilo Kobe do que estilo Marbury, se formos comparar com alguém, porque ele consegue levar seu time pra vitória, nunca foi um fominha que estragasse os companheiros à sua volta.

Mas a verdade é que essas contusões incomodam, ainda mais porque essas discussões existem e se ele não consegue jogar meia dúzia de partidas seguidas para conseguir provar que alguém está certo e o outro está errado, nunca vamos ter respostas.

A discussão "o quanto o Arenas é bom?" está virando algo do tipo "Kobe ou Jordan?" porque as duas não tem como ser provadas então tem sempre mané perguntando isso e outros manés dispostos a escrever sobre o asssunto. Então me proponho aqui a não falar mais sobre o jogo do Arenas até que ele volte finalmente a jogar de verdade!

Se existem outros talentos como o Arenas hoje em dia, não existe ninguém mais engraçado e falastrão do que ele. Nunca alguém que vai enfrentar o Celtics vai dizer na internet, pra todo mundo ler, que o trio do time dele é superior. Nem Kobe e nem LeBron, com todo o talento deles, é capaz de prometer que vai fazer 50 pontos em um jogo por vingança. O Arenas foge do lugar comum, é engraçado, provoca, diz o que pensa e isso vai fazer falta se ele só continuar a falar do seu joelho no blog.


Pra quem ainda está de fraldas e não conhece o Grant Hill e o Penny Hardaway, aqui tem um vídeo sobre os dois. É só tirar o som, porque ouvir Cher é pior do que três cirurgias no joelho sem anestesia.



segunda-feira, 21 de abril de 2008

Prêmios Alternativos Bola Presa - 07/08

Ramon Sessions surgiu tarde na temporada mas já leva um "Prêmio Bola Presa" para casa


Nossa cobertura dos playoffs está a toda. Se você já está tão acostumado com um post diário no Bola Presa quanto com um cafezinho pela manhã, é hora de descobrir que pode rolar a barra lateral do seu browser até o fim: estamos postando várias vezes por dia! Por enquanto, comentamos sobre os jogos que já aconteceram entre Rockets e Jazz, Cavs e Wizards, e também entre Lakers e Nuggets e Pistons e Sixers, tudo logo abaixo. Se você está sem tempo para assistir aos jogos e para ler tantos posts aqui no Bola Presa, deveria então também reservar um tempinho para ler as dicas do Denis de como aproveitar os playoffs. Se você tem uma namorada, a leitura é essencial.

Enquanto aguardamos os jogos desta noite, vamos atender um pedido. Nossos leitores Renzo e Vitor sugeriram, já faz um tempo, que fizessemos uma premiação alternativa aqui no Bola Presa ao invés dos prêmios tradicionais, ultra-manjados como o de Melhor Sexto Homem do Ano que o Ginóbili acabou de levar para casa mesmo tendo minutos de titular. Então, enquanto Wizards e Cavs não começa, vamos dar uma olhada nos Prêmios Bola Presa que daremos ao fim de cada temporada. Se você tem mais sugestões de prêmios ou discorda dos nossos ganhadores, basta usar a caixa de comentários.

...

1. Jogada "Bola Presa" do ano:

Vejam como nosso grande ídolo Zach Randolph leva o prêmio, mostrando toda sua habilidade no drible, no controle de bola, na distância de arremesso, na frieza para decidir e no talento para envolver seus colegas de equipe. Randolph, o prêmio de jogada do ano vai para você:




2. Troféu Kareem Rush para melhor atuação de um jogador ruim:

Na final do Oeste de 2004, Kareem Rush acertou seis bolas de 3 e com isso deu o título do Oeste para o Lakers em cima do Wolves. Em sua homenagem, damos um troféu homônimo para a melhor atuação de jogador ruim. Com 35 pontos e 9 assistências contra o Warriors, levando nas costas um Bulls completamente desfalcado naquela partida, Chris Duhon leva o prêmio, deixando para atrás nosso desconhecido do mês passado Matt Bonner (25 pontos e 17 rebotes como titular contra o Warriors, substituindo Tim Duncan, contundido). Pensamos em deixar os 41 pontos e 9 rebotes do Linas Kleiza contra o Jazz concorrerem ao prêmio, mas a verdade é que ele é bom demais para isso, como mostrou no Jogo 1 dos playoffs contra o Lakers.

3. Troféu Lonny Baxter para jogador que só jogou na liga de verão:

O Troféu Lonny Baxter, que leva o nome do legendário jogador que sempre teve atuações geniais nas ligas de verão mas que nunca era chamado para jogar por time nenhum na temporada regular, é dado para aquele jogador que se destaca antes da temporada começar e não tem um minutinho sequer quando as coisas estão realmente valendo. Quem leva o troféu para casa é o italiano Marco Belinelli, que teve médias de 22.8 pontos por jogo nas ligas de verão e menos de 3 pontos por partida na temporada regular, passando a maior parte da temporada comendo macarrão no banco de reservas.

4. Troféu Isiah Thomas de troca do ano:

Em homenagem ao homem que fez trocas genias para obter estrelas como Malik Rose, Mo Taylor, Marbury, Steve Francis, Curry e Zach Randolph, enquanto se livrava de trocentas escolhas de draft, Nazr Mohammed, Kurth Thomas, Trevor Ariza e Channing Frye, damos o prêmio que leva seu nome para a melhor troca do ano. O GM do Memphis Grizzlies, Chris Wallace, leva o troféu por mandar Pau Gasol para o Lakers em troca de Kwame Brown, Javaris Crittenton, duas escolhas de primeiro round e Marc Gasol, irmão de Pau. Na cabeça de Chris Wallace, "essa foi a melhor troca que apareceu", e ele diz ter trocado Gasol por, na prática, quatro escolhas de primeiro round e mais um contrato expirante. Uau. Incrível como ninguém percebeu isso, o Lakers foi realmente roubado nessa!

5. Troféu Grant Hill para o bixado do ano:

Grant Hill jogou 4 partidas em sua primeira temporada pelo Orlando Magic, 14 partidas na segunda temporada, 29 na terceira e nenhuma partida na quarta temporada. O troféu que leva o seu nome vai para o jogador que não fica saudável nem com reza brava. Na disputa, Yao Ming, que jogou apenas 55 jogos nessa temporada (e 48 na passada); Elton Brand, que jogou apenas 8 partidas, todas no final da temporada; e Andrew Bynum, que jogou somente 35 jogos. Por ter 20 anos de idade e ter sido anunciado para voltar em 2 meses, depois com 5 jogos antes de terminar a temporada regular, depois com apenas 2 jogos, depois no primeiro round dos playoffs, e agora só numa futura semi-final de Conferência, o prêmio vai para o jogador do Los Angeles Lakers Andrew Bynum! Parabéns!

6. Troféu Darius Miles para atuação surpresa na última semana:

Em 2005, Darius Miles jogou a última partida da temporada depois de sofrer durante todo o ano com contusões. Saiu de quadra com 47 pontos, 12 rebotes, 4 roubos, 5 tocos, apenas um turnover, tendo acertado 19 de 33 arremessos e 8 de 14 lances livres. Depois disso, praticamente nunca mais fez nada relevante, mal conseguindo voltar para a quadra e sendo finalmente liberado pelo Blazers semana passada, possivelmente na última nota de sua carreira. O prêmio baseado na última atuação de Darius Miles em 2005 vai para o novato Ramon Sessions, que chocou a todos com 20 pontos, 8 rebotes e 24 assistências. Outros concorrentes ao prêmio foram Quincy Douby, do Kings, com 32 pontos (11 de 22 arremessos certos, 3 bolas de três pontos e 7 lances livres certos em 7 tentados) além do novato do Bulls Aaron Gray, com 19 pontos, 22 rebotes e todos os 9 de seus lances livres convertidos na última partida da temporada.

7. Troféu Royal Ivey para jogador titular que jogou menos minutos na temporada:

Na temporada 2005-06, Royal Ivey foi titular em 66 jogos apesar de ter apenas 13 minutos por partida. Nessa temporada, quem leva o troféu para casa é Morris Peterson, o armador mequetrefe do Hornets, que foi titular em 76 jogos com médias de apenas 23 minutos. Outros concorrentes incluem o ala do Cavs, Sasha Pavlovic, com 45 jogos como titular em também 23 minutos por partida, e o armador do Sixers, Willie Green, que começou 74 jogos com apenas 26 minutos por partida.

8. Troféu Shawn Bradley de melhor cravada na cabeça:

Se o Shawn Bradley já foi o melhor pivô para tomar enterradas na cara e viver no YouTube, o atual pivô reserva do Lakers e ex-desconhecido do mês do Bola Presa, DJ Mbenga, quer tomar esse posto para si. Ele leva o prêmio nessa temporada pelo conjunto da obra, tomando cravadas na cabeça toda vez que entra em quadra, e pode até ter seu nome no troféu um dia. Escolhemos, abaixo, a melhor enterrada que ele sofreu para celebrar a entrega do troféu, mas não deixem de ver também as cravadas que tomou de Shaq e Okafor.



9. Troféu Chris Crawford para jogador que desapareceu na temporada:

Alguém se lembra de Chris Crawford, ala do Atlanta Hawks na temporada 2003-04? Com Shareef Abdur-Rahim contundido, Crawford levou o time sozinho depois do intervalo para o All-Star Game, com médias de quase 19 pontos por jogo em 36 minutos por partida (jogava apenas 8 minutos antes do All-Star). Muitos se impressionaram com seu potencial mas na temporada seguinte ele não conseguiu assinar um novo contrato e desapareceu por completo da NBA. Nessa temporada, quem desapareceu foi Tarance Kinsey, do Grizzlies, que perdeu seu contrato e não está mais na NBA depois de ter tido excelentes atuações na segunda metade da temporada passada, incluindo dois jogos em que marcou 28 pontos.

10. Troféu Brad Miller para maior aumento de produção depois de ser escolhido All-Star:

Lembra quando o Brad Miller jogava no Pacers, fedia e todo mundo aloprou o moço quando ele foi escolhido para o All-Star Game? Depois disso ele começou a jogar demais e foi novamente All-Star, só que dessa vez no Oeste com médias absurdas em pontos, rebotes e assistências. O ganhador do troféu nessa temporada é David West, que foi zoado até pela mãe quando foi convocado para o All-Star Game mas desde então subiu todas as suas médias, fazendo quase 23 pontos por jogo com 8.5 rebotes desde que participou da brincadeira em fevereiro.

11. Troféu Ronaldo Fenômeno de volta mais frustrada:

O prêmio, auto-explicativo, vai para o retorno às quadras que deu mais errado na temporada. Os dois concorrentes são Penny Hardaway, que tentou voltar a jogar justo no Miami Heat, e Chris Webber, que tentou correr com a molecadinha do Warriors. Enquanto a do Penny foi mais ridícula porque ele não jogava basquete há anos e foi no maior estilo "não tem mais ninguém então vai você mesmo", ele até que teve umas boas partidas antes de ser mandado para a rua. Já o Chris Webber achou que tinha joelhos para jogar na equipe mais porra-louca da NBA e 15 minutos depois, cuspindo os pulmões para fora, anunciou o fim da sua carreira do modo mais patético possível. O prêmio, então, fica nas mãos do Chris Webber e sua falta de noção de realidade.

12. Troféu Zach Randolph de melhor jogador em time que só perde:

O gordinho favorito de 9 entre cada 10 leitores do Bola Presa tinha quase 24 pontos e 10 rebotes de média por jogo pelo Blazers na temporada passada, enquanto seu time tinha apenas 32 vitórias e exorbitantes 50 derrotas. Nessa temporada, o Blazers terminou com 41 vitórias e 41 derrotas, nada mal. O prêmio do cara-de-Quico desse ano vai para Al Jefferson, com médias de 21 pontos e 11 rebotes, enquanto o Wolves acabou com 22 vitórias e 60 derrotas, seguido por Jason Richardson, com médias de 22 pontos e 5 rebotes no Bobcats, que teve 32 vitórias e 50 derrotas.

...

Chegamos ao fim da premiação para essa temporada! Voltamos com os mesmos prêmios e mais alguns novos na temporada que vem. Agora, de volta com nossa programação normal de playoffs!

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Vida após Marion

Grant Hill não passa tanto tempo saudável desde que saiu do útero materno


O Suns com que todos nós estamos acostumados não consegue ganhar do Hornets. Com Marion na equipe, eram duas derrotas para o time de New Orleans só nessa temporada.

O Suns que conhecemos tem problemas graves para vencer o aprendiz de porra-louca Sonics. Com Marion em quadra, eram duas vitórias: uma por 106 a 99, a outra por 104 a 96.

Como está se saindo, então, o Suns sem Shawn Marion, trocado, e sem o Shaq, ainda sem condições de jogo? Como é o mundo em que o Suns simplesmente tem um jogador fundamental a menos?

A resposta: é a mesma coisa.

Sem ainda ter conseguido vencer o Hornets nessa temporada, o Suns levou, sem Marion, a última partida entre as duas equipes para a segunda prorrogação. Com o Chris Paul acabando com o jogo, com 42 pontos, 9 assistências e 8 roubos (!), a reação natural do Suns seria colocar o Shawn Marion, versátil como é, para marcar e anular o armador adversário. Em seu lugar, mandaram o também versátil Grant Hill, e pronto: sabemos agora que ele pode efetuar muito bem esse papel. Acho que ele nunca passou tempo o bastante saudável para que percebessemos que ele é um grande defensor.

Todo o habitual estava lá, como sempre: os milhões de pontos de contra-ataque, as bolas de 3 chovendo como loucas, um ala multi-uso marcando o armador adversário que estava pegando fogo. E a derrota habitual, claro. Stojakovic acertou um arremesso absurdo que, depois de muito assistir, decidi que ele sequer olhou para a cesta e nem fazia idéia de onde o aro estava. No entanto, saber onde o aro está é para os fracos, e o Peja saiu vitorioso pela segunda vez na temporada na casa do Phoenix Suns.

E que tal contra o Sonics? Depois de vitórias tão apertadas porque o Suns tem problemas esquisitos com a correria do Sonics (aliás, o Suns deveria processar o time de Seattle por plágio!), o placar da partida de ontem (103 a 99) mostra que tudo continua igual no Arizona. Apesar da partida dominante de Amaré Stoudemire, o Suns só saiu com a vitória porque o Sonics levou essa coisa de imitação longe demais. Vocês ainda se lembram do fracassado do Webber pedindo um tempo que seu time não possuia na final do campeonato universitário e, com isso, perdendo o jogo? Pois é, Wally Szczfdghfdzerbiak imitou direitinho e, com seu time perdendo por apenas 1 ponto na noite de ontem, pediu um tempo que não tinha, tomou a falta técnica e perdeu o jogo, envergonhado, dizendo que agora sabia como o Webber se sentiu. Oras, eu sei como o Webber e você se sentiram! Se sentiram BURROS. E nem preciso fazer igual para saber. Vale dar uma assistida:



É claro que o Nach acertou o lance livre da falta técnica e estava tudo encerrado. Aliás, o Suns acertou todos os seus lances livres ontem, todos os TRINTA E DOIS. Talvez haja algum tipo de aura mágica na equipe e o Shaquille O'Neal nunca mais erre um lance livre sequer. Talvez existam duendes. Talvez a Vovó Mafalda fosse mesmo mulher.

Para não dizer que, por enquanto, o Suns é exatamente igual apesar de não ter Shawn Marion, algumas pequenas coisinhas mudaram. O famoso DJ Morango, dos morros cariocas direto para o banco de Phoenix, vem tendo mais minutos nas duas últimas partidas. O garoto aproveitou bem as chances até agora e não tenho muitas dúvidas de que ele será em pouco tempo o legendário reserva do Nash que a torcida sempre aguardou desde os tempos de Moisés. Outro que está jogando mais minutos e faz o trabalho sujo, em especial nos rebotes ofensivos, é o Brian Skinner. Parece que, na marra, o Suns percebeu que as pessoas que ficam sentadas naquele tal de banco de reservas têm permissão para entrar em quadra, numa estranha manobra conhecida como "substituição".

Shaq deve estreiar em breve e veremos como ele se encaixa nessa equipe. Mas se ele passar muito tempo descansando, contundido ou com excesso de faltas, os sinais iniciais mostram que o Suns deverá ser basicamente como era antes. Ou seja, continuarão ganhando dos times chinfrins e perdendo das grandes potências. Numa série de 7 jogos contra o Spurs, todos nós sabemos o que isso significa...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Bola Presa: quem saiu ganhando na troca de Shaq?

Na coluna Bola Presa, cada um puxa prum lado!

Dessa vez é o Suns que ajuda Shaq a se reerguer


Com a chegada de Pau Gasol ao Lakers, os olhos se voltaram a Los Angeles e a possibilidade desse ser o passo decisivo para o time de Kobe ser campeão nos anos que se seguem virou o assunto preferido dos fofoqueiros por aí. O primeiro jogo de Gasol no Lakers foi simplesmente destruidor, embora ninguém por aqui tenha conseguido assistir porque não havia um maldito canal na internet que estivesse passando o diabo do jogo. Até pensei em ficar triste, mas a notícia agora é tãaaao semana passada que não vale mais a pena nem pensar nisso.

A troca da vez agora é outra: o Phoenix Suns levou Shaquille O'Neal em troca de Shawn Marion e Marcus Banks.

Esse é o momento ideal para a coluna Bola Presa! Aqui, opiniões opostas ficam lado a lado e você decide quem tem mais razão metendo a boca nos comentários!


Por que o Heat saiu ganhando?

por Denis

Anos atrás parecia que o GM do Lakers, Mitch Kupchak, era o maior dos pecadores da Terra. Todos os olhavam torto pra ele. Como ele ousava trocar o "jogador mais dominante de todos os tempos"?
Na época parecia estranho mesmo, parecia que o Lakers estava dando o melhor jogador da liga só pra manter o mimado Kobe calminho. Anos depois vemos que a troca foi bem pensada. A situação era insustentável. Ou se ficava com Kobe ou com Shaq. Se ficasse o Shaq, Kobe sairia como Free Agent e o time não receberia nada em troca. Se ficasse Kobe, poderiam trocar o Shaq por alguma coisa e começar do zero.
Decidiram começar do zero e o principal motivo é que todos lá sabiam que Shaq iria durar pouco. E durou, foram mais duas boas temporadas (embora não dominantes como outrora) e aí tudo afundou. Inúmeras contusões, números cada vez mais baixos, muitos problemas de faltas e pra completar, está no pior time da NBA.

O Heat tinha duas opções: a primeira era segurar Shaq, torcer para que ele conseguisse se manter saudável e, de algum jeito, melhorar de repente o elenco do time. A segunda era trocar Shaq com algum time que ainda acredite que ele possa ser a solução para um título imediato.

O Suns acreditou e para conseguí-lo ainda topou mandar um cara que merecia estar no All-Star Game todo ano, o Shawn Marion. Estão mais do que certos em aceitar a proposta!

O contrato do Marion é enorme, 16 milhões, quase tão grande quanto o do Shaq, que é de 20. Mas com a diferença de que o Marion ainda está no auge da forma, forma que ele exibe com médias de 16 pontos e quase 10 rebotes, sem contar a defesa, em que marca desde o armador até o ala de força adversário, e o contra-ataque, arma mortal do Suns que ele executa com perfeição. Para completar, no ano seguinte Marion tem a opção de sair do seu contrato e ser um Free Agent, então o Heat tem meia temporada para ver se quer o Marion na equipe, e aí convencê-lo a ficar, ou pode decidir por começar do zero mesmo e ter muito espaço para ir atrás de novas estrelas. Ano que vem Elton Brand é Free Agent, e lembremos que alguns anos atrás o Heat quase o pegou, só não conseguiu porque o Clippers tinha a opção de igualar a oferta e igualou. O Heat, aliás, não precisa se preocupar em atrair as estrelas pra lá porque só o fato de Dwyane Wade jogar por lá já faz o olho de muita estrela em time ruim brilhar.

Além disso, Marcus Banks, que vem junto com Shaq, pode ser uma boa opção na armação. Nunca vai ser uma estrela mas nunca achei ele ruim também, e na comparação com Chris Quinn, Smush Parker e Jason Williams eternamente machucado, ele não precisa de muito pra se destacar.

Acho então que o Heat venceu essa troca. Abandonam de vez a geração que trouxe o primeiro título para recomeçar, e o podem fazer ou com um jogador fora de série como Marion ou o liberando e usando o espaço do salário para contratar uma outra estrela. Faço até uma suposição otimista pra alegrar os fãs do Heat: e se o Marion topa optar por sair do contrato e ganhar um pouco menos do que ganha para continuar no Heat, aí eles chama o Elton Brand e eles tem no mesmo time Wade, Marion, Brand, Haslem e ainda quem eles pegarem no draft, que pelo recorde atual deles, deve ser alguém do topo do draft?

Claro que essa última parte é fantasia, suposição, mas mostra que essa troca cria possibilidades de um futuro bom para a franquia. Ficar com Shaq era ficar amarrado com o passado.

...

Por que o Suns saiu ganhando?
por Danilo

A troca, por um lado, me deixou triste. É difícil sorrir ao ver esse Suns, um emblema do ataque porra-louca e desenfreado, se desmontar antes de ter ganhado um título. Mas a verdade tão incômoda quanto a Sonia Abrãao é que esse tal título provavelmente não viria sem alguma mudança significativa no elenco. Como o Denis provou em seu post sobre o Oeste, o maior problema do Suns é ganhar dos times grandes consistentemente, coisa essencial para os playoffs. Amaré já mostrou que não sabe marcar Tim Duncan, e o Oeste cada vez mais recheado com garrafões poderosos (Yao, Bynum, Gasol, Duncan, Tyson Chandler, Boozer) parece uma terra não muito promissora para o Phoenix Suns.

Abrir mão de Shawn Marion é doloroso mas necessário. Marion sempre foi reconhecido por ser injustamente um dos jogadores menos reconhecidos da NBA, o que é um paradoxo divertido. Ele tem talento para ser All-Star, faz de tudo em quadra e não exige a bola em suas mãos. Faz o trabalho sujo com perfeição, sempre ali comendo pelas beiradas. Muito se disse sobre o Marion ser essencial para essa equipe de uma forma silenciosa, mas eu acho que ele é sim dispensável. Grant Hill está jogando como um garoto, Leandrinho merece mais espaço, e o Boris Diaw nos últimos meses se lembrou que jogar basquete não se faz com um garfo e uma faca. Ainda há o novato, Alando Tucker, que se saiu bem em poucos minutos. A profundidade do Suns é o bastante para arriscar ficar sem o Marion, desde que pelo preço certo.

Eu sou aquele velho chato que vai estar na cadeira de balanços daqui umas décadas falando que videogame bom mesmo era o Super Nintendo e que o Shaq ainda pode jogar. Porque eu realmente acredito que o Shaq não está nessa decadência absurda em que a crítica o enfiou, e acho que até os 62 anos ele ainda vai ser mais dominante do que dez Eddy Currys juntos. Shaq tem problemas com faltas, as contusões estão avisando que ele não tem mais 18 anos, mas seus maiores problemas são outros: motivação e apoio do time. Quando motivado, Shaq perde peso e domina os jogos só pelo prazer da coisa. Além disso, Shaq depende (hoje e sempre) de ser envolvido no ataque pelos seus companheiros. Quando não recebe a bola e é obrigado a ficar subindo e descendo na quadra com seus 800 quilos sem participar do ataque, Shaq fica desanimado e prefere ir assistir ao filme do Pelé. No Lakers, me lembro perfeitamente bem dele tendo partidas apagadas, desmotivado sem receber a bola, e depois louvando Luke Walton aos quatro cantos porque o branquelo, então novato, conseguia passar a bola para ele como ninguém mais fazia. Bem, se Shaq se empolgou com Luke Walton, o que ele vai dizer sobre Steve Nash? Que tipo de motivação e empolgação em quadra terá Shaquille O'Neal ao jogar, pela primeira vez na vida, com um armador que se preocupa em passar a bola antes de qualquer coisa?

Se o Grant Hill conseguiu ficar saudável e rejuvenescido no Suns, acredito que o mesmo acontecerá com Shaq. Steve Nash tem esse poder sobre as pessoas, tornando suas vidas mais simples. É claro que eu não espero que o Shaq aguente a correria, e infelizmente o Suns deve correr um bocadinho menos. Mas nada que comprometa contra-ataques e o talento de Leandrinho, Nash e Amaré na quadra aberta. Se Yao Ming se encaixou bem num esquema de contra-ataques no Houston, por que Shaq não fará o mesmo? Além disso, o Suns tinha problemas gravíssimos jogando em meia-quadra. Nas séries contra o Spurs nos playoffs, bastava ao time de San Antonio parar uma jogada (o pick and roll) para deixar o Suns sem ter a menor idéia do que fazer quando não podia jogar no contra-ataque. O Shaq, mais do que transformar completamente o estilo do Phoenix Suns, será uma alternativa, uma possibilidade para essas horas. Pode passar muito tempo no banco, jogar pouco, deixar Diaw e Grant Hill em quadra, e entrar apenas quando o time precisa. O time é agora muito mais perigoso, profundo e capaz de amedrontar os grandes garrafões do Oeste. Perder Marion e o Marcus Banks, que aliás nunca sequer entrava em quadra, é um preço pequeno para um dos jogadores mais dominantes de todos os tempos que deve trazer uma opção inédita para o Suns nas horas de necessidade. E alguns títulos de brinde. Basta aguardar a saúde de Shaq se estabilizar e então assistir aos playoffs e ver o que esse time poderá fazer.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

A saúde dos doentes

E pensar que, apesar de dominar o jogo, ele é ainda só uma criança com soninho...



Ontem passei o dia fora e cheguei em casa feliz à noite porque daria tempo de ver meu Lakers jogar. Eram cinco vitórias seguidas, incluindo um sapeca-ia-ia em cima do Hornets, e no domingo era mais uma vitória à espera do LA. Pegar o Grizzlies em casa não era pra ser problema, mas foi.

Pra começar, Mike Miller estava simplesmente pegando fogo. Tudo o que ele arremessava caía e durante o jogo ele acertou pelo menos umas duas bolas de 3 a uns dois bons passos atrás da linha dos 3 pontos. Além disso, Gasol estava inspirado, seus 21 pontos, 18 rebotes, 8 assistências e 4 tocos fizeram uma bela diferença.
Porém, depois de colocar Kobe grudado em Mike Miller o tempo todo, o Lakers melhorou e, com uma sequência de 16 a 0 liderada por Jordan Farmar, o Lakers abriu 13 pontos e ficou tranquilão na liderança, era só aproveitar o show e ir pra casa com a vitória.

Até que o pior que poderia acontecer, aconteceu. Lembra do texto "Pânico de contusão" que o Danilo escreveu? Foi assim que eu me senti quando o Bynum pisou no pé do Odom, torceu o joelho e caiu no chão gritando de dor. O ginásio ficou em silêncio e eu fiquei em silêncio com as mãos na cabeça. Na hora, exagerado como qualquer mãe preocupada, já pensei no joelho do Shaun Livingston, nos tornozelos do Grant Hill, no quadril do Guga, no cérebro do Mike Tyson e em todas essas contusões praticamente irreversíveis que vemos por aí.
Andrew Bynum saiu de quadra carregado por companheiros de time (não deve ser fácil quando o mais pesado do time se machuca, haja pivô reserva pra levar o homem!) e no seu lugar entrou Kwame Brown. É, o pior ainda estava por vir!

Logo a diferença foi baixando, o Grizzlies não estava jogando mal desde o primeiro tempo, mas o aproveitamento do Lakers caiu de 55% para 25% nos arremessos de quadra no terceiro período, e a torcida estava em silêncio abobada com a contusão da grande surpresa do time na temporada.

O pupilo de Kareen Abdul-Jabbar está em uma temporada espetacular, fazendo a diferença para o Lakers. Sua média de 13 pontos e 10 rebotes não conta toda a diferença que ele faz em quadra. Nas palavras de Kobe Bryant: "Andrew faz minha vida mais fácil, o outro time tem que começar a pensar duas vezes antes de dobrar a marcação em cima de mim, assim tenho mais espaço para jogar".
Só vendo o jogo mesmo para ver a diferença que Bynum faz. A cada bobeada que o time adversário dá, é uma ponte aérea. Todo o jogo Kobe ou Farmar ou os dois lançam pelo menos uma bola pro grandão enterrar. E em vários jogos nessa temporada, Bynum foi claramente o melhor em quadra, nos dois jogos contra o Suns ele simplesmente anulou Amaré Stoudemire e liderou o Lakers à vitória. Como disse um narrador de um jogo dia desses, o Lakers conseguiu duas grandes contratações nessa temporada, Fisher, que tem sido incrível como armador, e Bynum, no garrafão. Porque esse garoto não estava jogando assim no ano passado. É como ter um pivô novo. E pensar que quase trocaram ele JUNTO com o Odom pelo vovô Jermaine O'Neal. Ah, taí outros dois jogos que Bynum dominou, as duas vitórias sobre o Pacers de Jermaine.

Voltando ao jogo, tudo isso que eu disse estava fora de quadra contundido e no lugar dele um cara tão ruim que nem ser a pior primeira escolha de draft da história ele consegue, já que o prêmio fica com o Olowokandi. Kwame Brown é o segundo.
Na hora eu tentei me animar, "vamô lá Kwame, é o seu jogo, sua hora de mostrar que você também é bom, que não é só motivo de piada!".
Um turnover aqui, um gancho errado ali, outro gancho errado, e eu já estava em desespero de novo. Enquanto isso, o quarto período rolava solto e Navarro e Gasol lideravam a virada dos Grizzles. Kobe Bryant então resolveu acabar com a brincadeira e praticamente sozinho botou o Lakers de volta no jogo com uma liderança de 3 pontos, até que Rudy Gay que, não sei se já comentamos, está tendo uma temporada espetacular, meteu uma bola de 3 e o jogo ficou empatado.

Momentos cruciais do jogo. Torcida de pé. Gritaria. Jogo empatado. Dobram a marcação em Kobe Bryant, a bola roda e alguém está livre, esse alguém é o pivô, o pivô é Kwame, ele sobe e... erra a enterrada! Fiquei com a boca aberta e cara de cu. Como ele tinha feito isso? Ele teve a chance de fazer a cesta da vitória e mostrar que não era apenas com o Bynum que não podiam dobrar no Kobe. Que grande idiota! Mas eis que aí ouviu-se o apito e foi marcada uma falta na hora da enterrada! O replay em câmera lenta prova um tapa na cabeça do Kwame igual àquele na cabeça do Ricky Davis contra o Dallas quando os juízes não marcaram nada.

Kwame, com seus incríveis 41% de aproveitamento, vai para decidir a partida. Ele acerta o primeiro e, aliviado, erra o segundo bem feio. O Grizzlies tem uma última chance para vencer o jogo e a bola fica na mão do bom armador Kyle Lowry. Ele bate pra dentro, sofre uma falta mais clara que a pele do Shawn Bradley cometida pelo Kwame e o juiz não marca nada. Fim de jogo, vitória do Lakers, Kwame (e todos os juízes) herói!

Na hora foi um alívio, era uma vitória necessária. Era preciso provar pra torcida, pra NBA e pro próprio Lakers que o time pode continuar vencendo mesmo se o pior acontecer ao Bynum. E foi isso que Kobe disse na entrevista após o jogo, disse que mesmo se Andrew passasse uns jogos foras eles iam continuar jogando duro e iam continuar vencendo.
Mas convenhamos, isso é conversa pra boi dormir, o Lakers virou um time bom porque finalmente tem um pivô bom para fazer dupla com Kobe, sem Bynum é o mesmo time razoável que fica em sétimo no Oeste e perde na primeira rodada. Vai ser difícil segurar a onda sem ele e o jogo contra o Suns na próxima quinta, se Bynum ainda não estiver de volta, será um ótimo teste.

Como alívio, no dia de hoje sairam os primeiros testes e parece que não é nada de sério com Andrew Bynum. Houve uma leve torção, ele até deve perder uns jogos, imagino, (ainda não saiu nenhuma notícia confirmando nada) mas pelo menos não é nada muito grave. E em outra boa notícia para o Lakers, o time de LA é o novo líder no Power Rankings da NBA.com. Irônicamente, pela primeira vez o Heat é o último da lista. Hoje em dia aquela troca do Shaq não parece tão ruim, não é?


Notas:

- Jamario Moon está praticamente confirmado na disputa de enterradas desse ano. Para concorrer com ele, provavelmente estará de volta o campeão Gerald Green e já dizem que Rudy Gay do Memphis também deve ser chamado. Se os três forem confirmados, independente do quarto concorrente, o torneio deverá ser espetacular!

- Sério, o que foi a derrota do Pistons ontem? Nem ser o quarto jogo em cinco noites explica. O Knicks, mesmo com aquele time, sempre tem momentos marcantes em toda temporada, lembra da vitória sobre o mesmo Pistons em 3 prorrogações na temporada passada? O time é ruim mas tem uns jogos de tirar o fôlego!

- O Cavaliers extendeu o contrato do técnico Mike Brown. Eu só não sei o motivo. Isolar o LeBron na cabeça do garrafão e esperar ele dominar o jogo não é lá tão difícil para um técnico, eu faria o mesmo pela metade do salário dele.

- Quer dizer que quando finalmente o Grant Hill não machuca nenhum tornozelo, joelho, cotovelo ou qualquer coisa assim, ele perde trocentos jogos por causa de apendicite? Quando o cara é bichado ele É bichado até o fim.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

"Both teams played hard"

Rasheed e sua melhor cara de "não fui eu, já estava assim quando eu cheguei"


Mais uma semana, mais uma coluna "Both teams played hard", em que respondemos as perguntas dos leitores que se atrevem a nos mandar as questões que perturbam suas noites de sono. Nessa semana, um diálogo particular com nosso leitor RV, o único desocupado o bastante para perguntar alguma coisa.

Em caso de dúvidas, comentários ou pedidos de receitas culinárias, a caixa de comentários desse post está aberta. As respostas, como sempre, saem na semana seguinte.

RV:
Kra...alguem ai poderia mi dizer por ond anda Earl Boykins???
Ond ele ta jogando???oq aconteceu???
Ele foi sequestrado???Abduzido???
Alguma coisa acontenceu com ele!!!Alguem poderia mi decifrar o paradeiro d um dos meus jogadores preferidos???

Danilo:
O caso do Boykins é complicado e vale a pena, para compreender o ocorrido, dar uma olhada na carreira dele. Com apenas 1,65 m de altura, Boykins chegou a ter média de quase 26 pontos por jogo no basquete universitário e foi o segundo cestinha do país naquele ano. Impressionante, não? Entrou para o draft com a certeza de que seria draftado no 1o round, mas acontece que não foi draftado em round nenhum. Desde então, sua carreira tem sido uma batalha constante para provar que um anão merece um lugar na NBA. Já passou por trocentos times e trocentos contratos que duram apenas 10 dias, só conseguiu certo respeito no Golden State Warriors e então, enfim, arrumou um contrato de verdade no Nuggets, lugar em que finalmente se firmou como um grande jogador e um dos melhores reservas da Liga. Em Denver, chegou a ter médias de 15 pontos e 4 assistências por jogo vindo do banco, e mantém até hoje o recorde de maior número de pontos marcados numa prorrogação, com 15. No entanto, quando o Iverson chegou, Boykins foi trocado para o Bucks, que precisava desesperadamente de alguém para fazer pontos já que o Michael Redd estava machucado.

Depois de tantos anos de luta, sofrimento e humilhação, finalmente um time apostava no talento ofensivo do Boykins. Parecia o final feliz para uma linda história, mas no mundo do basquete sempre tem algum ego pra estragar tudo. Com o fim de seu contrato, o Bucks fez o possível para assinar o Boykins novamente, mas o nanico disse que queria "testar o mercado". Achou que finalmente teria valor na NBA e que poderia escolher o time que quisesse com o salário que bem entendesse. Incrível como ele esqueceu rápido seus tempos de sequer ser draftado, não? O resultado: nenhum time se interessou num jogador de 1,65 m que não pode defender nada maior que um rato grande ou um cachorro pequeno e agora o senhor Earl "Vou testar o mercado" Boykins está desempregado. Olha, eu adoro seu jogo, acho ele lendário, sensacional, mas me permitam um comentário, por favor: tá desempregado? Bem feito!


RV:
Gostaria q vcs falassem um poco do grant hill, o kra ja foi dado como morto mais d mil vezes e agora volta do cemiterio com media d 16 pts, 4 ass e 3 rebs.Num é pra qualquer um nao.

Denis:
O Grant Hill tem sido uma bela surpresa. Eu não esperava grande coisa dele por alguns motivos: primeiro que ele nunca consegue ficar saudável e quanto mais tempo ele fica, mais parece que está se aproximando o fatídico dia em que ele se machucará de novo. Segundo que ele não parecia ser capaz de aguentar o ritmo porra louca do Suns. E por último que o último veterano a ir pro Suns foi o Jalen Rose, que na rotação dos playoffs estava atrás até do Pat Burke (vide jogo 5 contra o Spurs com Amaré e Diaw suspensos).

Mas a verdade é que ele não parece se sentir cansado, não teve nenhuma contusão, acompanha o ritmo do time numa boa e tem sido peça importantíssima para a equipe. Quando o Suns corre ele corre junto e até bolas de 3, que nunca foram sua grande arma, têm caído algumas vezes. Mas a grande contribuição dele, na minha opinião, tem sido quando o Suns é obrigado a diminuir um pouco o ritmo e jogar no ataque de meia-quadra. Grant Hill tem paciência, criatividade, talento e um bom arremesso de meia distância que é ideal para essas situações, e isso ficou bem claro na partida contra o Spurs em que o Suns venceu com grande atuação de Hill nos minutos finais.
Ainda acho que o Suns sente falta de um defensor no garrafão, mas uma coisa que faltava não falta mais: eles tem gente pra comandar um ataque de meia-quadra com o Grant Hill e, melhor ainda, esse cara não compromete a correria do time.

E não podemos esquecer que o Hill vem jogando tão bem que ele esqueceu que é um velho machucado e fez isso aqui!