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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Vale-Tudo

Ontem, falamos sobre a aposentadoria do Bruce Bowen e seu uso de qualquer método em quadra para alcançar seus objetivos. Hoje, vamos dar uma olhada em vídeos que mostram exatamente quais eram esses métodos usados por Bowen. Preparem-se para o espetáculo ou, dependendo de para qual time você torce, preparem-se para o show de horrores. Coloquem as crianças na sala, porque molecada curte uma sangria.

Para começar, vamos dar uma olhada numa tática muito comum no jogo de Bowen, deixando o pé embaixo de um jogador que pulou para o arremesso, fazendo com que torça o tornozelo.



No vídeo acima, Bowen usa sua técnica ninja contra o Steve Francis. Mas o pior de tudo é que nem é o Francis dos tempos de Houston, é o Francis na sua fase no Knicks, ou seja, é tipo chutar cachorro morto! Em outra oportunidade, Bowen repete exatamente a mesma tática contra o Jamal Crawford, também no Knicks (vai ver ele tem algum tipo de ódio especial pela equipe).



Como o Francis tinha passado um tempão fora das quadras com a contusão causada pelo Bowen e o Knicks estava fedendo pra burro, o então técnico Isiah Thomas ficou puto da vida com a tentativa de contundir o Crawford, mesmo ele não tendo se machucado. Mas o Isiah tem razão, o time já era uma droga, o técnico uma porcaria, a coisa tava feia, e o Bowen ainda tenta dar cabo do único cara que sabia potuar na equipe? Será que ele não tem piedade?

Os vídeos que veremos a seguir até têm cara de acidente, mas como o que acontece é justamente o pé do Bowen acabar embaixo de alguém que pulou para o arremesso, gerando uma contusão, somos levados a pensar que foi proposital depois de ver os vídeos anteriores. No primeiro, quem se lasca é o Anthony Parker:



O Parker tem que brincar de saci até sair da quadra, mas como ele joga no Raptors ninguém nem percebeu que ele se contundiu e o Bowen sempre se safa (quem sabe agora no Cavs alguém perceba quando o Anthony Parker for assassinado). Outro vídeo nos mesmos moldes é o do Iverson "pedindo pra sair":



Pra quem ainda acha que foi sem querer e não está vendo um padrão surgindo aqui, vamos passar então para as coisas mais explícitas do que a Monica Mattos dando para um cavalo. Que tal a legendária voadora de videogame na cara do Szczerbiak?



O Bowen foi suspenso por esse nocaute, ganhou uma faixa preta, cinturão dos médio-ligeiros e ficou tudo bem. Se fosse nosso querido Ron Artest, teria sido deportado pra Malásia. Outro vídeo famoso com chute tem como vítima o Amar'e Stoudemire:



Na rua, isso é chamado de "chutinho de cuzão" e em geral acaba em pancadaria. Mas não foi a única agressão em cima do Amar'e, tem também uma cotovelada no peito que quase deu briga. Reparem, no replay, como o Bowen percebe segundos antes que vai receber um corta-luz e prepara o cotovelo para o impacto:



O Amar'e apanhou bastante, mas a verdade é que o Suns inteiro sofreu nas mãos do Bowen. Se o estilo "run and gun" não ganhou um campeonato é apenas porque o Spurs comanda e o Bowen infernizou a vida de todo mundo no Suns, principalmente do Nash. Vamos conferir o canadense tomando bordoada:



A jogada é legal, a finalização do Amar'e é bacanuda, mas reparem em como após o passe o Bowen dá uma pernada no Nash, tirando seu equlíbrio. Só dá pra ver no Youtube mesmo, bater sem ninguém ver é uma arte, meus amigos. Tem também o Nash sofrendo o tradicional pé embaixo na hora do arremesso, marca registrada do Bowen (não seria legal se desse pra usar isso nas simulações de videogame como se fosse uma habilidade especial dele?)



Mas o que não pode, nem em videogame, é joelhada no saco!



Quando uma coisa é proibida até em vale-tudo, no UFC, no octógono, a gente sabe que o Bowen foi longe demais. Parte legal da brincadeira? O Bowen não foi sequer advertido. Mas, pelo menos, não marcaram falta de ataque do Nash, como aconteceu no vídeo a seguir:



Enquanto Chris Paul e Bowen lutam pela bola, a gente até fica pensando "ah, é uma jogada normal, é uma jogada normal, não foi nada demais", até que quando você já desistiu da jogada o Bowen dá um chute na cabeça do Chris Paul. Que, fazer o quê, coitado, tem que levantar e voltar pro jogo. Exatamente como o Sasha Vujacic, que toma a porrada, espana a poeira e volta pra partida:



Essa é uma das minhas pancadas favoritas dessa coleção, consigo imaginar perfeitamente o Bowen tacando o Vujacic contra as cordas de um ringue e depois recepcionando ele na volta com a cotovelada, no melhor estilo Telecatch ou Gigantes do Ringue! Mas o meu vídeo favorito mesmo é o abaixo, do duelo do Bowen contra o Vince Carter.



O vídeo mostra os 43 pontos do Carter no que poderia ter sido a melhor noite de sua carreira. Mas em um de seus arremessos, Bowen usa sua marca registrada, deixando o pé embaixo do Carter no arremesso, e o titio Vince fica furioso. A partir daí, os dois passaram a se empurrar durante toda a partida, até que o Bowen fez de novo. E fez pior, passando uma espécie de rasteira tipo Blanka do Street Fighter quando o Carter dá um jeito de se desvencilhar do pé dele depois de arremessar. Como os juízes não fizeram nada, o Carter foi pra cima do Bowen e foi expulso. Lembro de ver esse jogo ao vivo e ficar com vontade de vomitar. Infelizmente não achei um vídeo que mostrasse os lances do Bowen com mais atenção, mas dá pra ter uma ideia. Também não encontrei o famoso chute do Bruce "Lee" Bowen nas costas do Ray Allen, quando os dois estão caídos, e nem a voadora do Bowen na sua época de Heat que ilustrou o post passado. Quem encontrar os vídeos, por favor me avise que eu edito aqui, com os devidos créditos. Vale mandar vídeos que eu não sei que existem também.

Mas, mesmo sem alguns vídeos essenciais, essa coleção já é o bastante para lembrar quem foi Bruce Bowen: o homem, o mito, o campeão dos médios-ligeiros. Ou algo parecido.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Os novos elencos

Big Ben nem ouve LeBron, apenas pensa num plano para matar Pavlovic e poder jogar de novo com a camisa número 3


Mal deu tempo de decorar todas as trocas que aconteceram, foram trocentas e as mais importantes se concretizaram de repente, no último minuto, sem sequer terem sido cogitadas na mídia antes. Isso torna nossa vida lendo sites de boatos um bocado inútil, mas agora é tarde, o vício já está feito. A brincadeira da moda, agora, além de namorar pelado e lembrar direitinho de todas as trocas, é assistir os times com suas novas caras.

Dei uma olhada no Mavs de Jason Kidd para ver como estão as coisas. Foram 15 assistências contra o Grizzlies e 17 assistências contra o Wolves, resultando numa média de 11 assistências por jogo e incrívels 4 roubos de bola por partida vestindo a camiseta do Dallas. Assisti a partida contra o Wolves e nos minutos iniciais, fiquei me perguntando se aquele careca perdendo a bola e se confundindo inteiro no ataque era mesmo Jason Kidd ou se era seu filho cabeçudo que resolveu ir trabalhar no lugar do papai que estava doente. Mas aí bastaram quatro assistências em quatro posses de bola seguidas, ainda no primeiro quarto, para que a suspeita desaparecesse. Jason Kidd ainda é o mesmo, só demora um pouco para esquentar e às vezes fica um bocado de escanteio. O Dallas está acostumado a não ter um armador principal, chama muitas jogadas em que Kidd sequer participa, mas durante todo o jogo o talento fala mais alto, os passes vão surgindo com naturalidade, ensaiados ou não, e a vida de todo mundo fica mais fácil. Nowitzki e Jason Terry estão fazendo a festa, tendo arremessos livres que antes nem imaginavam, mas curiosamente é o pivô destrambelhado Erick Dampier quem mais se favoreceu com a chegada do armador. Aquela cara de bocó e a falta de talento são famosas na NBA e ele é constantemente deixado sem marcação. Com a presença de Kidd, falhas de marcação viram enterradas fáceis. Eis aí como Kenyon Martin e Mikki Moore pareciam ser grandes merdas no Nets.

Minha única preocupação com o experimento Kidd, que por enquanto é um sucesso absoluto, é o que diabos o Dallas vai fazer contra os armadores adversários. Kidd foi engolido vivo por Chris Paul em seu primeiro jogo pelo Dallas, mas contra o Wolves também passou bastante vergonha sendo incapaz de parar Sebastian Telfair, o primo menos desmiolado do Marbury. Na hora dos playoffs, Kidd enfrentará Chris Paul, Deron Williams, Tony Parker, Baron Davis. E aí, vão colocar quem para marcar esses caras? Dá para imaginar que tipo de atrocidade Tony Parker e Manu Ginobili fariam sendo defendidos por Kidd e Jason Terry? Fica aí algo no que se pensar. Talvez mandar Trenton Hassel para o Nets não tenha sido uma idéia tão boa assim.

Outro time que estreiou elenco novo foi o Cavs. LeBron está cercado de amiguinhos novos para brincar e eu, pelo menos, gostei muito do resultado. Assisti Cavs e Grizzlies e fiquei muito impressionado com a inteligência e entrosamento imediato do time de Cleveland. Mas pode ter sido só uma ilusão de ótica porque o Grizzlies é tão ruim que até queimou minhas retinas. Ainda assim, Delonte West se saiu bem apesar de não ser um armador tradicional, Wally Szczczczcz(...) fez bem o seu papel apesar de não acertar os malditos arremessos e o Joe Smith mostrou porque era um dos melhores jogadores do Bulls, matando bolas fáceis e sendo consistente. Mas o negócio foi bom mesmo é pro Ben Wallance. Algo a se pensar: o Cavs foi campeão do Leste na temporada passada por ser uma das melhores defesas da NBA, certo? Por ser o time líder em rebotes ofensivos, certo? E o que acontece quando você coloca Big Ben num time voltado para a defesa e para os rebotes ofensivos? Se fosse o Show do Milhão e você respondesse "casamento perfeito", ganharia os parabéns do Seu Sílvio.

Ben Wallace parece que nasceu para esse esquema, jogou sentindo que pertencia, empolgado, feliz de ter sido trocado. Não forçou um arremesso sequer, passou a bola (ele é melhor passador do que se dá crédito, mesmo nos tempos de Chicago Bulls) e até acertou os lances livres. Depois do jogo, soltou:

"A torcida foi ótima! Não me vaiaram. Isso é novo para mim."

Pelo contrário, a torcida vibrou loucamente. Ele e Ilgauskas são um par perfeito e vão ter lindos filhinhos brancos com cara de sono e cabelo black power. Eu considero o Ilgauskas o melhor reboteiro ofensivo de toda a NBA. Ele pode não agarrar os rebotes, mas ele está sempre no lugar certo para dar um tapa, atrapalhar, manter a bola viva. É inteligente, salva bolas dando tapinhas para companheiros e isso não está nas estatísticas. Com Big Ben agarrando os rebotes com sua força costumeira, aí está um time assustador com umas quinhentas posses de bola a mais por jogo. Que tal?

Além disso, acho que vale a pena mencionar o Devin Brown. Ele não veio nesse mar de trocas, está no elenco desde o começo da temporada, mas sempre gostei dele desde que foi campeão com o Spurs. E olha que para eu gostar de alguém do Spurs o negócio tem que ser sério. Mas é que Devin Brown ataca a cesta, defende, acerta arremessos importantes e é tipo o avião invisível da Mulher-Maravilha, parece tão idiota que todo mundo esquece que está lá, mas pode salvar a pele da galera na hora do aperto. Pra mim, deveria se manter como titular do Cavs. Até porque a concorrência é mamata: Damon Jones (o auto-entitulado "melhor arremessador do mundo") está acertando seus arremessos, pode ser mortal às vezes, mas não defende, não arma, não come, não respira - só arremessa.

Como não sou de ferro, resolvi assistir e comentar a nova cara do Houston Rockets. Não porque ele foi transformado por trocas, mas por contusões. Com Yao Ming fora, meu Houston entrou em quadra com Mutombo titular. O resultado? São agora 13 vitórias seguidas, dessa vez em cima do Wizards que, mesmo muito desfalcado, acabara de vencer o Hornets. Tudo isso com plaquinhas na torcida do tipo "Ainda acreditamos" e "13-0, façam pelo Yao!". Tocante.

Muita gente por aí disse que o Houston deveria assinar o Jamaal Magloire para substituir o Yao Ming. Deixa eu dizer uma coisa: ninguém no mundo precisa do Magloire a não ser que seja para trocar uma lâmpada muito alta ou levar um rodízio de carnes à falência. Acreditem ou não, o Rockets tem banco de reservas para ter uma rotação grande, versátil e sólida. Os pontos no garrafão, meu maior medo sem Yao, não viriam com Magloire, de qualquer jeito. Então, para o bem da geladeira do meu time, é melhor deixar ele para lá.

Para continuar a sequência de vitórias, o Houston teve que encontrar espaços que sumiram sem Yao em quadra. O chinês recebe marcação dupla o tempo todo, gerando muitos arremessos livres de trás da linha de três pontos. Sem ele, a movimentação de bola foi fator fundamental e o Houston passou a bola de forma veloz e inteligente. Os piores momentos do time foram justamente quando T-Mac resolveu forçar o jogo e os passes, até então impecáveis, pararam. Mas o Rockets ganhou o jogo foi mesmo na defesa. Sem poder afunilar o garrafão na direção de Yao, cada um apertou mais seu homem no perímetro e Mutombo mostrou para o que veio.

Lembrem bem disso: nunca desconsiderem Dikembe Mutombo Mpolondo Mukamba Jean-Jacques Wamutombo só porque ele tem 4.000 anos de idade. Ele jogou pouco, foi bastante poupado, mas enquanto esteve em quadra (pouco mais de 20 minutos) deu quatro tocos, um para fora da quadra, e por três vezes fez o clássico sinal de "não" com o dedinho, ganhando uma falta técnica numa dessas vezes porque a NBA é um troço chato e o David Stern come meleca de nariz.

Mutombo deu seus tocos, o novato Carl Landry pegou uma chuva de rebotes ofensivos e acertou arremessos de fora do garrafão que deixaram Yao orgulhoso (o chinês não parou de dar conselhos para o novato no banco de reservas), Chuck Hayes defendeu muito bem cavando faltas e Scola acertou todos os seus arremessos. Aí está o garrafão do Houston. Não é um sonho mas não pode ser desconsiderado. Jogando entrosado como está, com velocidade, se mostrando de repente um dos melhores times da Liga em contra-ataques, talvez a ida aos playoffs aconteça de modo mais fácil do que eu imaginava. Para então sermos comidos vivos por Duncan, Boozer, Gasol, esses caras grandinhos por aí que, como o mundo é injusto, não quebraram o pé esses dias.

Mas nesses tempos em que até o Heat conseguiu uma vitória, tudo é possível.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Trocas de último segundo

LeBron comemora a vinda de Ben Wallace ou a ida de Larry Hughes?


Como tornar um post desatualizado em apenas uma lição básica: finalize-o uma hora antes do horário limite para trocas na NBA. Foi ali, na horinha final, que a maior troca da temporada até agora aconteceu. Não maior em importância, veja bem. Maior em quantidade de jogadores: tem mais gente envolvida do que o Pelé tem de filhos.

Pra não tacar os 11 nomes de uma vez e dar a todos nós um tempo pra respirar, vamos comentar a troca por partes, falando de um time de cada vez. A começar, porque eu quero que seja assim, com o Chicago.

O Bulls tem um problema crônico antigo que incomodou um pouco na temporada passada e simplesmente aniquilou o time nessa temporada. Falta à equipe uma força ofensiva no garrafão e todo mundo que veste um uniforme dos tourinhos fica bem longe do aro chutando de 3 pontos o dia inteiro. Ben Wallace é um jogador espetacular, mas só vai ser efetivo na parte ofensiva no dia em que air ball valer 1 ponto no placar (que tal sugerir essa regra para o David Stern?). A aquisição de Joe Smith foi até motivo de piada na época, porque se ele era a solução dos problemas do time, eu seria a solução para o Grizzlies. Mas a verdade é que o Joe Smith se saiu muito melhor do que se esperava e foi, por longos períodos de tempo, o melhor jogador do Bulls. Não que isso queira dizer alguma coisa, claro. Joe Smith faz pontos mas sua praia não é ficar de costas pra cesta.

Com Tyrus Thomas e Joaquim Noah, caras grandes e de mentalidade defensiva, Ben Wallace e seu contrato tão gordo quanto a pança do Eddy Curry eram dispensáveis - desde que em troca do jogador certo. No caso, talento para o garrafão. Então alguém me explica porque o Bulls mandou o Big Ben junto com um dos poucos pontos positivos dessa temporada, Joe Smith, em troca de Larry Hughes, Drew Gooden, Shannon Brown e Cedric Simmons.

Vamos aos poucos. Shannon Brown mostrou que pertence à NBA quando LeBron saiu machucado, mas seu talento é moderado e ele deve morar no banco de reservas. Cedric Simmons é um cara grande que não causa impacto algum, é só um corpo a mais para abrir o pote de picles, alcançar a panela em cima do armário e fazer faltas no Dwight Howard na hora dos playoffs. Larry Hughes até está em alta, mas é que simplesmente conseguir quicar uma bola de basquete já é alta para ele. Se o sujeito não consegue acertar um arremesso sequer no Cavs há anos, como é que vai acertar arremessos num time que está justamente com a menor porcentagem de aproveitamento nos arremessos em toda a Liga?

E então chegamos ao Drew Gooden. Eu gosto do cara, sabe, desde os tempos de Orlando Magic. Mas jura pra mim que o Bulls acha que o Gooden é o que faltava no garrafão? Um cara que fica dando arremessos de meia distância e que não é tão diferente assim do Joe Smith? Bem, assim é a vida. Uns levam Pau Gasol, outros levam Drew Gooden. Uns tem a Preta Gil, outros a Alinne Moraes. O ruim é se contentar com o Gooden e fingir que, agora, está tudo bem.

Para o Cavs, é tudo um paraíso. Se livrar do Hughes é tipo ganhar na loteria e, fora o Gooden, o Cavs mandou apenas peças de segunda linha de quem ninguém vai se lembrar em alguns meses. Com Gooden indo para o Cavs e Donyell Marshall indo para o Sonics, o Cavs fica com duas duplas interessantes no garrafão: Ben Wallace com Ilgauskas e Varejão com Joe Smith. Ou seja, duplas em que sempre um defende e o outro ataca. Acho muito difícil que Varejão e Big Ben estejam juntos em quadra (seriam recordistas em air ball de lances livres!), mas as quatro peças formam boas combinações, bem equilibradas.

Como se não bastasse, o Cavs ainda recebe o Wally Szcscjlshderbiak e o Delonte West. Vai por mim, o West vai ser titular ainda antes da Sabrina Sato tirar a pinta da testa. O Gibson que me perdoe, mas ele tem "reserva" tatuado na testa em Times New Roman tamanho 20. E o Pavlovic, que desde aquela polêmica com a renovação do contrato vem fedendo pra burro, deve perder mais e mais minutos para o Wally. Apesar de ter uns 70 anos, o veterano acerta arremessos de três pontos até dormindo e vai ser útil pacas no Cavs, além de ser legal ter uma camiseta com um sobrenome ilegível e impronunciável. Agora, LeBron, me escuta: o Kidd não veio mas teu elenco agora é mais completo e profundo do que jamais foi. Hora de ganhar um título!

Assim como naqueles grupos de cinco sujeitos coloridos de roupa colada japoneses, tipo os Power Rangers, em toda a troca tem que ter um participante babaca. Nessa troca, o babaca da vez é o Sonics. Receberam do Cavs o Ira Newble e o Marshall, e do Bulls o Adrian Griffin. O Griffin pode contar para os novatos boas histórias sobre os tempos em que os continentes da Terra ainda eram apenas um, porque o sujeito tem uns 60.000 anos. O Ira Newble fede, e do Marshall eu gosto bastante, mas ele precisa de esquemas favoráveis para seu jogo e de uns 5 anos a menos, coisas que só acontecem em filmes ruins da Sessão da Tarde. Essa troca para o Sonics significa apenas uma coisa: estamos nos livrando de quem não quer ficar, de quem é veterano, vamos perder o máximo possível e pegar uns bons novatos na temporada que vem. Bem, é um plano melhor do que trocar pelo Randolph, convenhamos.

Com toda essa bagunça acontecendo em Chicago e Cleveland, é bem fácil se esquecer de que o Raptors também fez algo para ficar melhor. Sem nenhum pivô reserva desde que draftaram o Baby (provavelmente foi um castigo divino, ou uma maldição indígena) o time da terra do hockey vem improvisando o Humphrey no garrafão. Ele até faz um bom trabalho, mas o Brezec veio do Pistons (e acabara de vir do Bobcats, coitado, deve ter cansado de se mudar) e é um pivô de verdade, capaz de acertar seus arremessos quando necessário. Em troca, o Raptors mandou para Detroit o armador Juan Dixon, amigo do Steve Blake, que é um bom reserva e estava descontente no Canadá, provavelmente porque lá só tem guarda florestal e urso. Ótimo, agora todo mundo fica feliz, mas na minha opinião é a equipe de Toronto que saiu ganhando nessa e agora é ainda mais profundo.

Como nota de rodapé, interessando apenas a mim e ao nosso leitor Rena McGrady, que comentou no post anterior, o Houston mandou o Kirk Snyder em troca do Gerald Green. O Snyder não é tão ruim, sabe? Digamos que ele fede moderadamente, sabe infiltrar e defender melhor do que uma chinchila, por exemplo. Não havia lugar para ele no Rockets mas ele pode ser um bom décimo-segundo reserva em algum lugar por aí, possivelmente na Europa. Já Gerald Green ia ser o novo Kobe uns anos atrás, ganhou conselhos do Bryant em pessoa, então acho que ter ele no time não vai fazer mal a ninguém, vai que de repente ele marca 81 pontos. Na pior das hipóteses, o Green pode ficar brincando de enterrar nos treinos e deixar os outros jogadores entretidos. Já é alguma coisa.

Em breve, vamos dar uma olhada mais uma vez em como cada time se sai com suas caras novas. E lembrando, claro, que o Houston ganhou sua décima partida seguida. O que tem isso a ver com o resto do post? Nada, mas deixa eu ser feliz, tá bom? Meu time não conseguiu nem o Kidd e nem o Gasol, poxa.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Vida após Marion

Grant Hill não passa tanto tempo saudável desde que saiu do útero materno


O Suns com que todos nós estamos acostumados não consegue ganhar do Hornets. Com Marion na equipe, eram duas derrotas para o time de New Orleans só nessa temporada.

O Suns que conhecemos tem problemas graves para vencer o aprendiz de porra-louca Sonics. Com Marion em quadra, eram duas vitórias: uma por 106 a 99, a outra por 104 a 96.

Como está se saindo, então, o Suns sem Shawn Marion, trocado, e sem o Shaq, ainda sem condições de jogo? Como é o mundo em que o Suns simplesmente tem um jogador fundamental a menos?

A resposta: é a mesma coisa.

Sem ainda ter conseguido vencer o Hornets nessa temporada, o Suns levou, sem Marion, a última partida entre as duas equipes para a segunda prorrogação. Com o Chris Paul acabando com o jogo, com 42 pontos, 9 assistências e 8 roubos (!), a reação natural do Suns seria colocar o Shawn Marion, versátil como é, para marcar e anular o armador adversário. Em seu lugar, mandaram o também versátil Grant Hill, e pronto: sabemos agora que ele pode efetuar muito bem esse papel. Acho que ele nunca passou tempo o bastante saudável para que percebessemos que ele é um grande defensor.

Todo o habitual estava lá, como sempre: os milhões de pontos de contra-ataque, as bolas de 3 chovendo como loucas, um ala multi-uso marcando o armador adversário que estava pegando fogo. E a derrota habitual, claro. Stojakovic acertou um arremesso absurdo que, depois de muito assistir, decidi que ele sequer olhou para a cesta e nem fazia idéia de onde o aro estava. No entanto, saber onde o aro está é para os fracos, e o Peja saiu vitorioso pela segunda vez na temporada na casa do Phoenix Suns.

E que tal contra o Sonics? Depois de vitórias tão apertadas porque o Suns tem problemas esquisitos com a correria do Sonics (aliás, o Suns deveria processar o time de Seattle por plágio!), o placar da partida de ontem (103 a 99) mostra que tudo continua igual no Arizona. Apesar da partida dominante de Amaré Stoudemire, o Suns só saiu com a vitória porque o Sonics levou essa coisa de imitação longe demais. Vocês ainda se lembram do fracassado do Webber pedindo um tempo que seu time não possuia na final do campeonato universitário e, com isso, perdendo o jogo? Pois é, Wally Szczfdghfdzerbiak imitou direitinho e, com seu time perdendo por apenas 1 ponto na noite de ontem, pediu um tempo que não tinha, tomou a falta técnica e perdeu o jogo, envergonhado, dizendo que agora sabia como o Webber se sentiu. Oras, eu sei como o Webber e você se sentiram! Se sentiram BURROS. E nem preciso fazer igual para saber. Vale dar uma assistida:



É claro que o Nach acertou o lance livre da falta técnica e estava tudo encerrado. Aliás, o Suns acertou todos os seus lances livres ontem, todos os TRINTA E DOIS. Talvez haja algum tipo de aura mágica na equipe e o Shaquille O'Neal nunca mais erre um lance livre sequer. Talvez existam duendes. Talvez a Vovó Mafalda fosse mesmo mulher.

Para não dizer que, por enquanto, o Suns é exatamente igual apesar de não ter Shawn Marion, algumas pequenas coisinhas mudaram. O famoso DJ Morango, dos morros cariocas direto para o banco de Phoenix, vem tendo mais minutos nas duas últimas partidas. O garoto aproveitou bem as chances até agora e não tenho muitas dúvidas de que ele será em pouco tempo o legendário reserva do Nash que a torcida sempre aguardou desde os tempos de Moisés. Outro que está jogando mais minutos e faz o trabalho sujo, em especial nos rebotes ofensivos, é o Brian Skinner. Parece que, na marra, o Suns percebeu que as pessoas que ficam sentadas naquele tal de banco de reservas têm permissão para entrar em quadra, numa estranha manobra conhecida como "substituição".

Shaq deve estreiar em breve e veremos como ele se encaixa nessa equipe. Mas se ele passar muito tempo descansando, contundido ou com excesso de faltas, os sinais iniciais mostram que o Suns deverá ser basicamente como era antes. Ou seja, continuarão ganhando dos times chinfrins e perdendo das grandes potências. Numa série de 7 jogos contra o Spurs, todos nós sabemos o que isso significa...