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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Ladrão que rouba ladrão

É claro que o Thunder perde: eles usam Nike


Na temporada passada, escrevi um post sobre a maldição que acometia o Thunder. Tendo roubado a franquia que pertencia a Seattle e levado para Oklahoma City, deixando incontáveis fãs órfãos de sua equipe favorita por quem torceram por décadas a fio, o Thunder acabou adquirindo uma terrível maldição pra ver se aprende a não ser ladrão. Ao invés da famosa maldição do Clippers, que contunde o time inteiro não importa quanto talento eles consigam reunir (e que, nessa temporada, contundiu o novato Blake Griffin, que tinha tudo pra chutar traseiros), a maldição do Thunder faz com que o time perca todos os jogos no final. A quantidade de partidas perdidas em arremessos de último segundo e placares apertados na temporada passada foi algo ridículo e vale uma conferida no post, ainda que velho, só para conferir. Nessa temporada o Thunder decidiu bem menos partidas no final, mas basta dar uma olhada no post do Denis com as estatísticas dos jogos decididos por pouco pra ver que, quando o placar está apertado, o ladrão de franquias desanda.

Com mais vitórias do que derrotas e lutando ativamente pela oitava vaga para os playoffs, deu até pra esquecer que a equipe era amaldiçoada um pouco. Nas duas primeiras semanas de novembro, o Thunder chegou a perder três jogos pelo mesmo placar de 101 a 98, contra Kings, Spurs e Lakers (uma das duas derrotas por apenas 3 pontos para o Lakers na temporada), mas depois disso as coisas ficaram bem tranquilas para eles no âmbito sobrenatural. Agora em janeiro, derrotas seguidas para o Spurs e o Mavs por apenas um ponto cada mostraram que a maldição estava voltando. Foi então que eles enfrentaram outra equipe também ladra de franquias: o Memphis Grizzlies.

O caso de ladroagem do Thunder e do Grizzlies é bem parecido. A equipe, que era de Vancouver, foi comprada por um sujeito que jurou de pé junto que a equipe continuaria no Canadá (afinal, o povo canadense precisa de um pouco de basquete num país que só tem para assistir hockey, ursos e árvores), mas sem que ninguém percebesse alegou que a torcida não era suficiente e correu para Memphis (onde a torcida é menos suficiente ainda). A diferença é que ninguém presta atenção nos times do Canadá (vale ler o post do Denis sobre a desatenção com o Raptors, por exemplo) então ninguém nem se deu conta da mudança. Além disso, a equipe não tinha a enorme tradição do Sonics e é mais fácil ninguém perceber um time que nenhum ser vivo jamais tinha ouvido falar.

No sensacional duelo de ladrões de franquia entre Thunder e Grizzlies o clima era de alegria, tipo primeiro dia na casa de Big Brother. Os dois times finalmente parecem ter saído da merda da temporada passada, têm mais vitórias do que derrotas, lutam para ir para os playoffs e conseguiram montar um núcleo incrível de jogadores jovens e baratos. O Grizzlies está chutando traseiros desde que se livrou de Allen Iverson, e não porque ele fosse uma grande dor de cabeça, mas sim porque a imprensa parou de torrar o saco de todo mundo por lá, a pressão foi embora, e a pirralhada tem espaço para provar que conseguem vencer sem nenhum grande nome em fim de carreira que está jogando por lá só porque não tem nada melhor passando na tevê. No momento em que o elenco percebeu que até o Zach Randolph está jogando bem (aliás, bem é apelido e se alguém soubesse da existência do Grizzlies ele provavelmente conseguiria finalmente ser All-Star), devem ter percebido que milagres acontecem e que eles podem vencer as partidas que quiserem, nada é impossível. O Thunder também está animadinho, as pessoas estão começando a notar que eles são um time de verdade para o futuro (não como o Bobcats, que é "o time do futuro" desde que nasceu e parece que nunca vai dar certo), mas não dá pra esquecer que eles são amaldiçoados. O resultado foi o Rudy Gay acertando um arremesso fodão na carinha de bebê do Kevin Durant no segundo final e vencendo por 2 pontinhos:



Na partida seguinte, o Thunder enfrentou o Cavs. Trechos ao vivo da partida passaram no meio do jogo que eu assistia, porque o jogo estava emocionante, então resolvi mudar de canal e ir acompanhar o time-outrora-conhecido-como-Sonics. Fui recompensado com uma partida incrível, muito disputada, o Shaq jogando como se estivessemos em 1999 e ainda estivesse na moda jogar tazos e falar "massa", e o Daniel Gibson jogando como titular depois de ser tão ignorado na temporada passada. O que me surpreendeu foi o trabalho defensivo do garoto, que supostamente não deveria saber fazer bulhufas além de arremessar de três pontos, e segurou muito bem o Russel Westbrook em jogadas decisivas. Foi então que, perdendo por um pontinho nos segundos finais de jogo, LeBron liderou um contra-ataque e deu uma assistência na medida para o Gibson converter seu arremesso de três e colocar o Cavs dois pontos na frente. Posse de bola final do jogo, bola nas mãos do Kevin Durant porque ninguém é burro, e finalmente LeBron foi marcar o pirralho depois de uma partida inteira em que os dois não se cruzaram muito. Durant cortou para dentro, LeBron não conseguiu manter a dianteira, e parecia haver um caminho simples para uma bandeja - até que LeBron alçou voo e deu o toco com a ponta dos dedos, mandando a bola para os ares e encerrando o jogo ali.



Pra começar, é um dos tocos mais incríveis que eu já vi. "Associação internacional de odiadores do LeBron James que vão dizer que eu fico babando ovo no rapaz", por favor me processem, mas esse é um dos raríssimos tocos em jogadas decisivas que saíram das mãos do jogador que fazia a marcação, e não de alguém que correu para a ajuda. Durant é mais alto, tem braços mais longos, já tinha deixado LeBron para trás com sua passada, e mesmo assim tomou o toco. Aliás, se o LeBron tivesse cortado as unhas a bola teria entrado (vai ver que é por isso que insistem tanto para que ele pare de roer as unhas em rede nacional toda hora). Foi tão bonito, tão emblemático do que é uma boa defesa mano-a-mano, que sequer consegui ficar com dó da pobre equipe amaldiçoada do Thunder. Até porque eles ainda têm bastante tempo para perder, feder, sofrer, e ainda assim a maior parte do elenco usar fraldas descartáveis. A maldição vai indo embora com o tempo, assim como aconteceu com o Grizzlies, que agora é um ladrão de franquias pronto para roubar vitórias - de times grandes, e de times ladrões de franquia também. É tudo uma questão de experiência aprender a lidar com esses jogos apertados, e ainda falta muito para o Thunder chegar lá, embora não falte talento.

O Kevin Durant está simplesmente tendo uma temporada absurda. Apenas ele, LeBron e Carmelo estão com médias de 29 pontos por jogo ou mais, o que coloca o pirralho dentro de um grupo muitíssimo restrito. Em seus primeiros anos de NBA, Durant recebeu carta branca para fazer o que quisesse, entrar em quadra pelado, arremessar de costas, até fazer piada com armas de fogo eu tenho certeza de que ele poderia. Embora essa falta de pressão, cobrança e responsabilidade tenha tornado o rapaz um tanto esfomeado, forçando demais o jogo mesmo quando não é necessário e segurando demais a bola no ataque, permitiu que ele refinasse aos poucos seu arsenal ofensivo. Se antes ele passava tempo demais no perímetro se aproveitando de sua altura, agora foi colocado para jogar mais perto da cesta, tem um excelente jogo de pés quando de costas para o garrafão, e tende a bater para dentro - e sofrer faltas - com muito mais frequência. Foi assim que ele aprendeu a ajudar seu time, foi assim que seu jogo foi amadurecendo. Às vezes, feder muito e deixar seus jogadores fazerem merda em quadra permite que eles aprendam e evoluam, desde que seus jogadores não tenham pânico de passar vergonha e desmoronem, como aconteceu com o Kwame Brown no Lakers, onde a filosofia do técnico Phil Jackson é deixar em quadra jogadores se ferrando pra ver se eles aprendem.

Agora, Durant está tentando se tornar um jogador defensivo mais completo, dando exemplo para um Thunder que aprendeu a jogar na correria temporada passada e que agora tenta aprender, na marra, a segurar os times adversários na defesa. As coisas vão devagar nesse sentido para Durant e sua equipe, mas ofensivamente parece que o time inteiro encontrou sua voz, sua identidade. Até mesmo por terem estilos opostos, é fácil ver Cavs e Thunder tendo duelos épicos nos próximos anos, com LeBron e Durant lutando cabeça a cabeça pelo posto de cestinha da NBA. O Durant é uma estrela indiscutível e não vai demorar muito para que ele receba a admiração que merece. Mas até lá, o Thunder vai continuar perdendo, se lascando e escorregando em jogos disputados, sem que ninguém fale da equipe nem perceba que Durant é um monstro. Eles são amaldiçoados, e a hora é de outras equipes. Enquanto o Thunder apodrece no anonimato, pagando o crime de ter roubado a franquia de Seattle, o Memphis Grizzlies vê sua maldição dissipando e a atenção da mídia se aproximando: é a hora deles de brilhar, com direito a vitória em cima do Magic ontem, a décima primeira seguida deles em casa. Quando chegar a hora do Thunder, vamos lembrar desses dias amaldiçoados e sorrir, porque vimos Durant começar. Talvez ele até ganhe algum tipo de pelo facial, pra não parecer que tem 4 anos de idade. Talvez.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Último suspiro?

Mo Williams estava com o cu na mão, mas LeBron o salvou

O LeBron Ororo Monroe fez chover de novo.

O quarto período começou com o Cavs perdendo por um e acabou com eles vencendo por 10. No meio do caminho ninguém tocava na bola além de LeBron James: todos os últimos 32 pontos do Cavs na noite de ontem vieram do LeBron, seja em pontos próprios ou em assistências. A palavra domínio tinha que vir com uma foto do Crab James do lado.

Estão comparando a atuação de ontem com a do próprio LeBron nos playoffs de 2007 contra o Pistons, onde ele marcou 29 dos últimos 30 pontos do time. Ontem foi espetacular, mas nem chega aos pés daquela de dois anos atrás. Naquela ocasião LeBron tinha um time pior à sua volta, enfrentou o Pistons que tinha uma defesa muito superior a essa do Orlando e, finalmente, o jogo era fora de casa.

Que fique claro que a atuação de ontem foi uma das melhores dos playoffs desse ano e tem seu lugarzinho no armário mofado da história da NBA para todo o sempre, não quero parecer aqueles caras chatos que sempre acham mais legal o que é mais velho e que se ofendem pessoalmente se alguém for comparado ao Jordan ou ao Bill Russell.

Para os torcedores do Cavs era a vitória necessária pra jogar toda a pressão do mundo nas costas do Orlando Magic. Porque imagina como ficará a cabeça dos jogadores do Magic se eles falham no jogo 6 e se vêem em um jogo 7 fora de casa depois de perder duas seguidas? Para o Magic, o jogo de amanhã é o jogo 7.

Mas como eu já disse em outro post, o Magic está ganhando essa série com a cabeça e por isso acho que o desespero não será problema na partida 6. No jogo de ontem ficou claro mais uma vez que nessa série quem tem mais time é o Orlando Magic. No decorrer da temporada o Cavs foi muito, mas muito melhor, nos últimos 5 jogos, porém, o Cavs pareceu o time limitado carregado por uma estrela e o Magic pareceu um time experiente e pronto para a final da NBA.

A terceira vantagem de 20 pontos desperdiçada em três jogos em casa pelo Cavs foi mais uma prova disso. Fica parecendo coisa ensaiada até, se não soasse tão imbecil eu diria que faz parte da estratégia do Orlando começar o segundo período perdendo por 20.

Para o Orlando conseguir fechar a série em casa, além da calma que tem sido características nos primeiros jogos, precisa apenas fazer duas coisas: defender com menos faltas e ter menos apagões no ataque.

O Magic não está defendendo mal, mas as faltas atrapalharam bastante ontem alguns matchups essenciais pra eles. O Dwight Howard não pode sair do jogo o tempo todo com faltas porque nessa série ele tem sido essencial no ataque. Também o Mickael Pietrus, o melhor marcador do LeBron James que eu já vi na minha vida, tem que conseguir ficar o máximo de tempo possível em quadra. As suas 3 faltas em poucos minutos ontem atrapalharam bastante.

Também é importante saber em quem gastar as faltas. Se é pro D12 fazer falta, que seja para tirar o LeBron das bandejas, não ficar gastando só porque chegou atrasado em uma bandeja do Varejão.

Os apagões no ataque do Orlando acontecem quando todo mundo fica parado até alguém resolver dar um drible pro lado e arremessar de 3. Nem meu time da escola tinha jogadas tão vazias (meu time da escola, aliás, usava jogadas tiradas do livro de jogadas do Phil Jackson, babem, crianças). O Magic é eficiente quando troca bolas, dribla pouco e explora os matchups do Dwight com qualquer um no garrafão e do Rashard Lewis com o Varejão.

Conseguindo fazer isso, o time deve conseguir fechar a série. A não ser que aconteça algo fora do comum, algo como as LeBronzetes aparecerem pra jogar. Ontem, confesso, o Mo Williams fez um jogo bom. Não foi espetacular, não foi o Mo Williams da temporada regular que carregava a bola, deixava o LeBron com menos responsabilidade de armar jogadas e que acelerava o ritmo do time, esse não aparece faz tempo. O Mo de ontem foi uma emulação muito bem feita e com a cabeça mais arredondada do Boobie Gibson, que também fez seu papel de acertar arremessos.

Para o Cavs ganhar, o time inteiro tem que jogar bem e jogar bem é muito mais do que ficar parado no canto da quadra pra acertar bolinhas de 3. Eles tem que se movimentar e criar jogadas para o LeBron, ao invés do contrário.

Falando no LeBron, ele deu uma declaração curiosa depois do jogo. Disse que sentiu mais pressão na final olímpica do que na partida de ontem. Durante muito tempo os jogadores da NBA pareciam valorizar muito mais o título da NBA, muito mais difícil, do que o das Olimpíadas. Mas ele disse que jogar em nome de um país e não de uma cidade acabou sendo uma pressão maior. Queria saber se mais jogadores pensam assim também.

Para fechar, os vídeos das duas atuações monstro do LeBron. Primeiro a de 2007 contra o Pistons (ainda não acredito naquelas enterradas) e depois o do jogo de ontem contra o Magic. E não deixem de ver no nosso Tumblr todos os vídeos dos comerciais da Nike com LeBron James e Kobe Braynt dividindo o mesmo quarto.



quinta-feira, 15 de maio de 2008

Cópias

LeBron marca Garnett enquanto uma cópia sua prepara o jantar


O negócio é o seguinte: existem dois LeBron James e dois Kobe Bryant. Irmão gêmeo maligno, clone alienígena, projeto do governo americano, você escolhe a explicação que preferir. Mas é impossível negar os fatos, seria tipo negar que as gêmeas Olsen existem. E se você é um homem heterossexual, sabe que isso é impossível.

Existe um LeBron que joga todas as partidas da temporada, normalmente, e com o qual estamos bem acostumados. Mas existe outro LeBron que passa a temporada inteira escondido, treinando, se aperfoiçando, descansando, e só surge diante dos nossos olhos nos Jogos 5 dos playoffs, quando então eles trocam de lugar. Esse outro LeBron que só aparece em jogo 5 é mais físico, mais esperto, bate para dentro do garrafão ao invés de ficar dando arremessos inconsistentes e faz cestas em bandejas acrobáticas inacreditáveis, cavando milhões de faltas no processo. Esse LeBron é destruidor e experiente, pois foi ele, justamente ele, que acabou tornando possível eliminar o Pistons na temporada passada graças a 48 pontos, sendo o único jogador do Cavs a fazer uma cesta nos últimos 18 minutos daquele jogo 5, incluindo duas prorrogações. É impossível parar o LeBron dos Jogos 5, mas pudera, ela passa a temporada inteira escondido na Suíça apenas aguardando esse momento.

Na noite de ontem, essa versão do LeBron marcou 23 pontos apenas no primeiro quarto, dominando a partida de um modo assustador. Mas então veio o intervalo e alguma coisa aconteceu, dor de barriga, dengue, problemas com travestis, novamente você escolhe sua explicação preferida. Mas o que importa é que o LeBron versão Jogo 5 não conseguiu voltar para a quadra e, sem outra escolha, o LeBron normal teve que tomar seu lugar. O resultado foi um punhado de arremessos de longe, queda de produção, piora na defesa, e o Celtics acabou tomando a liderança e ganhando a partida. Agora, a dúvida que aflige os fãs do Cavs não é o Daniel Gibson, que estará fora das próximas partidas graças a uma contusão no ombro, mas sim se o LeBron versão Jogo 5 poderá jogar o segundo tempo do Jogo 6 para compensar o tempo que perdeu na noite de ontem.

E se você ainda tem suas dúvidas sobre a multiplicidade lebrônica, basta citar a entrevista dada logo após o jogo. Perguntado se o Cavs estava agora desesperado, LeBron respondeu: "Um time com LeBron James nunca fica desesperado." Quem diabos se dirige a si mesmo na terceira pessoa sem ter uma cópia de si? Ou você acha que o Pelé jogou tudo aquilo sendo apenas um?

Kobe Bryant também tem sua cópia, mas não é o mesmo caso do LeBron, uma não fica treinando apenas para os playoffs enquanto a outra sofre toda a temporada regular. A diferença entre os dois Kobes é apenas de índole: enquanto um quer fazer o máximo de pontos que puder e já marcou 81 num jogo, o outro está mais interessado em arremessar pouco e envolver seus companheiros de equipe. Após um Jogo 4 em que o Kobe arremessou de todos os lugares da quadra e não acertou nem cotonete no ouvido, foi conversar com sua cópia e deixou que ela jogasse o Jogo 5 em seu lugar. Com apenas 10 arremessos (a outra versão de Kobe havia chutado 33 bolas no jogo anterior) e acertando 6 deles, o Kobe bonzinho foi super eficiente, inteligente e permitiu que Gasol e Odom tivessem partidas monstruosas. Esse Kobe bonzinho aparece de vez em quando mas ele também costuma aparecer mais nos playoffs, com resultados diversos. Na temporada passada, jogou algumas partidas e fez seus companheiros de equipe participarem mais, mas como o elenco fedia, as derrotas eram comuns. Agora, esse Kobe versão São Francisco de Assis pode ficar de lado vendo Odom e Gasol chutar traseiros, e olha que o Bynum nem conseguiu sair do aparelho Dragon Ball que muda a gravidade do seu joelho ainda. Com o tempo (e com a velhisse), o Kobe agressivo deve ir perdendo espaço para essa versão caridoda e ter o mesmo sucesso, ou até mais, o que me faz imaginar o Kobe quebrando os recordes do Mutombo e jogando aos 60 anos de idade. Até mesmo porque ter cópias de si evita lesões e o cansaço natural de disputar tantas partidas numa só temporada.

Se o Tracy McGrady tivesse umas 5 cópias e o Yao Ming umas 10, de modo a sempre haver uma cópia substituta quando eles se machucassem, meu Houston ainda estaria nos playoffs. Espero que o governo chinês desenvolva logo essa tecnologia conhecida apenas na terra do Tio Sam.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Trocas de último segundo

LeBron comemora a vinda de Ben Wallace ou a ida de Larry Hughes?


Como tornar um post desatualizado em apenas uma lição básica: finalize-o uma hora antes do horário limite para trocas na NBA. Foi ali, na horinha final, que a maior troca da temporada até agora aconteceu. Não maior em importância, veja bem. Maior em quantidade de jogadores: tem mais gente envolvida do que o Pelé tem de filhos.

Pra não tacar os 11 nomes de uma vez e dar a todos nós um tempo pra respirar, vamos comentar a troca por partes, falando de um time de cada vez. A começar, porque eu quero que seja assim, com o Chicago.

O Bulls tem um problema crônico antigo que incomodou um pouco na temporada passada e simplesmente aniquilou o time nessa temporada. Falta à equipe uma força ofensiva no garrafão e todo mundo que veste um uniforme dos tourinhos fica bem longe do aro chutando de 3 pontos o dia inteiro. Ben Wallace é um jogador espetacular, mas só vai ser efetivo na parte ofensiva no dia em que air ball valer 1 ponto no placar (que tal sugerir essa regra para o David Stern?). A aquisição de Joe Smith foi até motivo de piada na época, porque se ele era a solução dos problemas do time, eu seria a solução para o Grizzlies. Mas a verdade é que o Joe Smith se saiu muito melhor do que se esperava e foi, por longos períodos de tempo, o melhor jogador do Bulls. Não que isso queira dizer alguma coisa, claro. Joe Smith faz pontos mas sua praia não é ficar de costas pra cesta.

Com Tyrus Thomas e Joaquim Noah, caras grandes e de mentalidade defensiva, Ben Wallace e seu contrato tão gordo quanto a pança do Eddy Curry eram dispensáveis - desde que em troca do jogador certo. No caso, talento para o garrafão. Então alguém me explica porque o Bulls mandou o Big Ben junto com um dos poucos pontos positivos dessa temporada, Joe Smith, em troca de Larry Hughes, Drew Gooden, Shannon Brown e Cedric Simmons.

Vamos aos poucos. Shannon Brown mostrou que pertence à NBA quando LeBron saiu machucado, mas seu talento é moderado e ele deve morar no banco de reservas. Cedric Simmons é um cara grande que não causa impacto algum, é só um corpo a mais para abrir o pote de picles, alcançar a panela em cima do armário e fazer faltas no Dwight Howard na hora dos playoffs. Larry Hughes até está em alta, mas é que simplesmente conseguir quicar uma bola de basquete já é alta para ele. Se o sujeito não consegue acertar um arremesso sequer no Cavs há anos, como é que vai acertar arremessos num time que está justamente com a menor porcentagem de aproveitamento nos arremessos em toda a Liga?

E então chegamos ao Drew Gooden. Eu gosto do cara, sabe, desde os tempos de Orlando Magic. Mas jura pra mim que o Bulls acha que o Gooden é o que faltava no garrafão? Um cara que fica dando arremessos de meia distância e que não é tão diferente assim do Joe Smith? Bem, assim é a vida. Uns levam Pau Gasol, outros levam Drew Gooden. Uns tem a Preta Gil, outros a Alinne Moraes. O ruim é se contentar com o Gooden e fingir que, agora, está tudo bem.

Para o Cavs, é tudo um paraíso. Se livrar do Hughes é tipo ganhar na loteria e, fora o Gooden, o Cavs mandou apenas peças de segunda linha de quem ninguém vai se lembrar em alguns meses. Com Gooden indo para o Cavs e Donyell Marshall indo para o Sonics, o Cavs fica com duas duplas interessantes no garrafão: Ben Wallace com Ilgauskas e Varejão com Joe Smith. Ou seja, duplas em que sempre um defende e o outro ataca. Acho muito difícil que Varejão e Big Ben estejam juntos em quadra (seriam recordistas em air ball de lances livres!), mas as quatro peças formam boas combinações, bem equilibradas.

Como se não bastasse, o Cavs ainda recebe o Wally Szcscjlshderbiak e o Delonte West. Vai por mim, o West vai ser titular ainda antes da Sabrina Sato tirar a pinta da testa. O Gibson que me perdoe, mas ele tem "reserva" tatuado na testa em Times New Roman tamanho 20. E o Pavlovic, que desde aquela polêmica com a renovação do contrato vem fedendo pra burro, deve perder mais e mais minutos para o Wally. Apesar de ter uns 70 anos, o veterano acerta arremessos de três pontos até dormindo e vai ser útil pacas no Cavs, além de ser legal ter uma camiseta com um sobrenome ilegível e impronunciável. Agora, LeBron, me escuta: o Kidd não veio mas teu elenco agora é mais completo e profundo do que jamais foi. Hora de ganhar um título!

Assim como naqueles grupos de cinco sujeitos coloridos de roupa colada japoneses, tipo os Power Rangers, em toda a troca tem que ter um participante babaca. Nessa troca, o babaca da vez é o Sonics. Receberam do Cavs o Ira Newble e o Marshall, e do Bulls o Adrian Griffin. O Griffin pode contar para os novatos boas histórias sobre os tempos em que os continentes da Terra ainda eram apenas um, porque o sujeito tem uns 60.000 anos. O Ira Newble fede, e do Marshall eu gosto bastante, mas ele precisa de esquemas favoráveis para seu jogo e de uns 5 anos a menos, coisas que só acontecem em filmes ruins da Sessão da Tarde. Essa troca para o Sonics significa apenas uma coisa: estamos nos livrando de quem não quer ficar, de quem é veterano, vamos perder o máximo possível e pegar uns bons novatos na temporada que vem. Bem, é um plano melhor do que trocar pelo Randolph, convenhamos.

Com toda essa bagunça acontecendo em Chicago e Cleveland, é bem fácil se esquecer de que o Raptors também fez algo para ficar melhor. Sem nenhum pivô reserva desde que draftaram o Baby (provavelmente foi um castigo divino, ou uma maldição indígena) o time da terra do hockey vem improvisando o Humphrey no garrafão. Ele até faz um bom trabalho, mas o Brezec veio do Pistons (e acabara de vir do Bobcats, coitado, deve ter cansado de se mudar) e é um pivô de verdade, capaz de acertar seus arremessos quando necessário. Em troca, o Raptors mandou para Detroit o armador Juan Dixon, amigo do Steve Blake, que é um bom reserva e estava descontente no Canadá, provavelmente porque lá só tem guarda florestal e urso. Ótimo, agora todo mundo fica feliz, mas na minha opinião é a equipe de Toronto que saiu ganhando nessa e agora é ainda mais profundo.

Como nota de rodapé, interessando apenas a mim e ao nosso leitor Rena McGrady, que comentou no post anterior, o Houston mandou o Kirk Snyder em troca do Gerald Green. O Snyder não é tão ruim, sabe? Digamos que ele fede moderadamente, sabe infiltrar e defender melhor do que uma chinchila, por exemplo. Não havia lugar para ele no Rockets mas ele pode ser um bom décimo-segundo reserva em algum lugar por aí, possivelmente na Europa. Já Gerald Green ia ser o novo Kobe uns anos atrás, ganhou conselhos do Bryant em pessoa, então acho que ter ele no time não vai fazer mal a ninguém, vai que de repente ele marca 81 pontos. Na pior das hipóteses, o Green pode ficar brincando de enterrar nos treinos e deixar os outros jogadores entretidos. Já é alguma coisa.

Em breve, vamos dar uma olhada mais uma vez em como cada time se sai com suas caras novas. E lembrando, claro, que o Houston ganhou sua décima partida seguida. O que tem isso a ver com o resto do post? Nada, mas deixa eu ser feliz, tá bom? Meu time não conseguiu nem o Kidd e nem o Gasol, poxa.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Sabadão com o Gugu

Se o Superman dos quadrinhos fosse assim, eu até leria mais HQ


Já acabou. Campeonato de enterrada de novo só no ano que vem. Eu sei, também estou deprimido e vou ficar assim muito tempo ainda. Por um dia pra ser exato. Até o jogo das estrelas, aí fico bem de novo.

Mas não estou aqui para desabafar sobre minhas tristezas, estou aqui para falar de tudo o que aconteceu ontem na noite de sábado. Então vamos logo, sem enrolar, para uma passada em cada um dos eventos!


Haier Shooting Stars

Esse foi o único evento que não participou do bolão. O motivo é que estávamos com medo de que, como em anos anteriores, os participantes fossem revelados muito em cima da hora. Até que não foi assim mas, quando saíram, a promoção já estava no ar.

Mas de qualquer forma, não importa, ninguém ia acertar mesmo! Quem acreditaria que dois caras com mais de 2,10m de altura iriam vencer uma competição de arremessos? O negócio é que se você junta o Tim Duncan e o David Robinson, algo de bom acontece e eles vencem. Acho que se eles participassem do campeonato de NBA Live, já era pro Tony Parker e era capaz até de algum deles ganhar a Eva Longoria. Estou com a maioria dos que votaram na última enquete e não sou muito fã do Spurs, não gosto do Bowen, do Ginobili cavando faltas e de ver eles ganhando em cima do meu Lakers, mas do Duncan, apesar da cara de sonso, eu gosto. E ver ele e o David Robinson vencendo foi divertido.

E se você quer saber, acho que ontem a maioria das pessoas torceu para o San Antonio. O motivo não é nenhuma das torres gêmeas, mas sim aquela delícia da Becky Hammon! É o que eu sempre digo, por que deus é tão injusto e dá talento e beleza pra mesma pessoa? Ela podia ser só mais uma burra bonita, mas não, é uma puta jogadora de basquete. Quantas baranguinhas por aí não gostariam de ter o talento dela pra, pelo menos, descontar a raiva de ser feia na quadra? Mundo cruel.

Destaque para o time de Chicago que, se tivesse mais pontaria no arremesso do meio da quadra, teria levado o título. Mas pra NBA foi melhor ter Duncan e Robinson ganhando do que o Chris Duhon, que só foi bom uma vez na vida, semanas atrás quando meteu 34 pontos no Warriors. Seu dia de Gilert Arenas, comentaram por aí.

E a decepção do torneio foi o Mr. Big Shot, Chauncey Billups. Errou muitas e muitas bolas seguidas em seu primeiro local de arremesso. Pior que ele só a bola que o Laimbeer jogou na torcida.

Aqui os melhores momentos:




Playstation Skills Challenge

Aqui era o duelo de um veterano já campeão, Jason Kidd; o atual bi-campeão, Wade; e a melhor rivalidade da NBA, Deron Williams e Chris Paul.

Pra começar, o vovô Kidd. Ele mostrou ao Dallas o que pode fazer se for pra lá. Muitos dribles, velocidade, pontaria nos passes e NENHUM arremesso. Foi naquele arremesso da cabeça do garrafão que ele perdeu a chance de ir pra final do desafio. Ele nunca foi conhecido por seus arremessos, mas parece que ele está piorando com a idade. Mas nada contra ele, como dizem alguns (e eu concordo), ele é um dos únicos jogadores da NBA a conseguir dominar um jogo sem arremessar uma bola sequer. Ben Wallace era o outro que era capaz disso nos seus bons tempos.

Tinha grande expectativa para ver D-Wade atuar. Ele tem tido problemas físicos mas ainda é o "Flash" e tem seu orgulho a defender. Até apostei nele como MVP do All-Star Game porque acho que ele vai jogar bem sério para conseguir ter algo de bom nessa temporada. Mas até agora não tem nada de bom.O cara está zicado até o osso.
Primeiro errou um drible que ele nunca deve ter errado na vida, depois não conseguia acertar um arremesso sequer e, pra terminar, errou bandejas que nem aquele seu primo de 10 anos que você chama pra jogar com você quando está entediado erraria. Foi feio.

Na primeira rodada, tanto Chris Paul quanto Deron Williams foram bem, nada espetacular, mas já os garantiu na final. E quando o assunto é CP3 contra Deron, o cara de Utah sempre vence. É assim desde a primeira temporada dos dois. Paul pode até ser melhor no geral, regularmente, mas na hora do duelo de um contra o outro, o Deron Williams SEMPRE vence. Votei no Deron para esse Skills Challenge só porque sei do prazer que ele tem em vencer seu rival.

E, pelo menos nessa, eu acertei. Deron foi impecável e não deu chances ao garoto da casa. Uma bela e divertida vitória que você pode assistir abaixo.




FootLocker 3 point Shootout

Eu cheguei a pensar duas ou até mais vezes antes de colocar meu voto no bolão. Primeiro pensei que nunca é bom apostar contra o Kobe, depois pensei que o Hamilton sempre vence o Kobe nos duelos Pistons-Lakers e que ele poderia repetir a dose, depois pensei que o Nash nunca erra arremessos livres nos jogos. Mas depois vi esse vídeo e lembrei: ninguém arremessa como Jason Kapono.

E foi assim mesmo, Kapono não foi lá pra brincar e simplesmente destruiu os outros oponentes. Ontem nem Larry Bird era capaz de parar o Novak Djokovic do basquete. Por outro lado, a disputa pelo segundo lugar foi bem emocionante!

Rip Hamilton foi o primeiro a arremessar e, depois que esquentou, foi espetacular, teria feito 17 pontos se não tivesse pisado na linha nos arremessos finais. Depois foi a vez de Daniel Gibson arremessar muito bem, embora, como Hamilton, tenha demorado pra pegar o ritmo. Ele também fez 17, mas sem pisar na linha. Nowitzki, que tem o arremesso que eu vou ensinar para os meus filhos, foi bem parecido com os outros e só pegou o embalo depois de ouvir a torcida ameaçar uma risada depois de uma airball. 17 pro alemão.

A vergonha foi Steve Nash. Além de demorar uns mil anos pra arremessar cada uma das bolas, andou na velocidade de seu novo companheiro Shaq entre uma sequência e outra de bolas. No fim acertou apenas 9! Até o amigo do César, leitor do Bola Presa, que outro dia meteu 12, se sairia melhor. Já Peja não foi ruim, mas também não foi bom o bastante. Foi, como gosto de dizer, bege.

Espero ano que vem ver o Hamilton de volta pra não pisar na linha, o Kobe mostrando o que pode fazer, quero ver o Leandrinho e, claro, quero ver o Kapono ser o primeiro jogador a não errar nenhum arremesso em um campeonato de três pontos!

O resumo da disputa você pode ver aqui:




Sprite Slam Dunk Contest

Primeiro um desabafo: Rudy Gay, por que você pediu ajuda no YouTube se você não usou nenhuma daquelas idéias?! Ou, se usou, foi uma das mais chatas, porque eu vi coisas absurdas por lá e você foi o pior competidor de ontem! Uma vergonha!
Pronto, falei o que queria falar sobre o Rudy Gay e não vou mais tocar no seu nome porque ele não merece. A ponte aérea vinda do Kyle Lowry foi legal mas não convenceu.

Minha segunda revolta é contra os juízes. Eles não foram tão injustos como no ano passado com Dwight Howard mas nesse ano, por um ponto, deixaram o Jamario Moon de fora das finais.

A primeira cravada do jogador do Toronto merecia um 50! O problema da enterrada foi que ela não desceu forte no chão, ela bateu um pouco no aro e isso causou uma impressão pior para a plástica da ação, mas mesmo assim eu daria um dez. Já a segunda enterrada dele foi muito legal, mas quem ferrou ela não foram os juízes, mas ele mesmo. Primeiro por colocar o Kapono pra dar o passe. Com Calderon e TJ Ford no time, ele vai me escolher o Kapono pra dar o passe só porque ele já estava lá? Pagou o preço, o passe saiu bem mais ou menos.
Outro ponto negativo foi que ele passou longe DEMAIS daquela linha que ele mesmo colocou antes da linha do lance-livre. Quero acreditar que se ele colocou aquela linha lá é porque ele consegue pular de tão longe. Gostaria de ver ele de volta à ação no ano que vem, pulando daquele lugar e usando um bom passador para a enterrada.

Falando dos dois finalistas, Gerald Green foi o que mais tentou inventar. Primeiro foi aquele apagar de velas que me fez morrer de rir. Depois usou Rashad McCants segurando a bola na escada que, não foi uma enterrada pra 50, mas mostrou o quanto aquele maluco consegue pular!
Na final ele cometeu um erro que até é comum em concursos de enterradas: ao invés do mais bonito, ele foi para o mais difícil. Enterrar descalço não é fácil, dói, você não pega a mesma impulsão e nem a mesma velocidade. Mas quem é que se importa com isso se o resultado é uma enterrada que já vimos várias vezes antes?
Sua melhor enterrada, porém, veio na final. Foi aquele passe que veio do McCants (depois de mil tentativas) por trás da tabela e que ele pegou, passou por baixo das pernas e enterrou. Aquela foi linda demais!

Sobre a polêmica dele ter jogado o tênis na mesa dos jurados, achei aquilo invenção, não vi nada demais. Ele deu uma de mala só, qual o problema? Faz parte do personagem que está no campeonato de enterradas.

Agora, o que falar de Dwight Howard? Ele abusou da criatividade em todas as suas enterradas. Nos fez rir ao mesmo tempo que nos impressionávamos com suas fortes cravadas. Foi fabuloso.

Ele começou com aquela jogando a bola atrás da tabela, que, merecidamente, recebeu um 50. Depois fez a enterrada que é a imagem que ficará guardada desse campeonato de enterradas: a enterrada do Superman! Por um instante achei que ele ia tentar pular do lance-livre e enterrar com as duas mãos, como o Carter fez em 2000 e que recebeu o nome de "Superman Dunk", mas não, ele só pulou de muito longe e arremessou a bola na cesta! Nem enterrou, ARREMESSOU! Foi o máximo!!! Respondendo à enquete aí do lado, eu deixava a Jessica Alba de lado fácil fácil pra poder ver um campeonato de enterradas!

Na final, D-Ho usou uma enterrada que só não era nova pra quem viu o vídeo dele treinando. Aquele tapinha na tabela antes de enterrar, já no ar, foi algo lindo demais e que nunca tinha sido feito em um campeonato de enterradas! Coisa de doido! E pensar que hoje ele disse que começou a preparar as enterradas há duas semanas apenas. Haja criatividade!
Depois da enterrada da meia do Gerald Green, o Howard só precisava de uma boa enterrada pra garantir o título. E fez até mais do que isso. Fiquei um pouquinho triste com o fato dele não ter colocado a cestinha pequena em um lugar mais alto, como na altura de 2,60m que ele tinha pedido. Mas mesmo assim foi uma bela enterrada para finalizar um belo campeonato. Campeonato este que você pode ver os melhores momentos aqui:



Espero, do fundo do coração, ver Dwight Howard de volta no ano que vem para defender seu título. Por enquanto vamos ver se ele, pelo menos, garante umas boas enterradas hoje no All-Star Game.

Ah, e o Bibby foi para o Hawks em troca de uma escolha de segundo round, Shelden Williams, Tyronn Lue, Anthony Johnson e Lorenzen Wright. Mas falamos disso a fundo quando o All-Star Weekend acabar.

Bom All-Star game para todos e boa sorte na nossa promoção!

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Os novatos nunca vencem

Daniel Gibson dando uma de Jordan


Eles venceram duas vezes, é verdade, uma na primeira vez que, ao invés de serem dois times de novatos, colocaram os jogadores de segundo ano na parada. Foi no ano 2000 em um jogo que foi até para a prorrogação e teve Elton Brand como MVP. A outra vitória dos novatos foi em 2002, com Jason Richardson como MVP. Essa classe de novatos de 2002, aliás, é a única a ganhar o jogo tanto no ano de novato como no seu segundo ano, e olha que em 2003 eles pegaram pela frente LeBron, Melo, Wade e companhia pela frente!

Mas o jogo de ontem era uma vitória certa dos sophomores, era só olhar o elenco e ver que os novatos não tinham chance. No time dos jogadores de segundo ano você tem um all-star em Brandon Roy e pelo menos mais 5 jogadores que serão votados no prêmio de jogador que mais evoluiu. São eles Rudy Gay, LaMarcus Aldridge, Jordan Farmar, Ronnie Brewer e Rajon Rondo.
Na nossa promoção acho que apenas uma ou no máximo duas pessoas votaram nos novatos, foi um risco que poderia lhes render o prêmio, mas a lógica prevaleceu. O jogo começou estranho, com os times tocando bastante a bola, marcando, jogando forte na defesa e até esperando faltar 5 segundos no relágio de posse de bola pra arremessar, mas depois o pessoal acalmou e o jogo solto imperou.

Que tal o MVP do jogo? Acho que só duas pessoas esperavam que o que aconteceu aconteceria mesmo: o LeBron James e nosso leitor Artur. Só ele colocou Daniel Gibson como MVP do jogo dos novatos e acertou em cheio. Saiu na frente na disputa e talvez isso sirva pra compensar o fato de que ele colocou Kobe Bryant como MVP do jogo de domingo, a notícia é que Kobe pode ficar de fora do jogo pelo motivo que o tirou da disputa dos 3 pontos, o dedinho da mão machucado.

A atuação de Daniel Gibson foi sem dúvida a que mais chamou a atenção. Meter 11 bolas de 3 em um jogo não é fácil nem em jogo de bricadeira! Tenta meter 11 de três no seu clube, parque ou escola na próxima vez em que você for jogar, não vai ser fácil. Ontem até ouvi algumas pessoas criticando a atuação dele, dizendo que ela não teria tanto valor assim devido às 20 tentativas de arremesso de 3 e devido também à fraca marcação. Mas o fato é que dessas 20 bolas, duas foram do meio da quadra no estouro do cronômetro de cada tempo e pelo menos outras duas foram de muito mais longe do que a linha de 3. Além disso, ele acertou sim alguns arremessos bem difíceis, como um no primeiro tempo em que pulou bem desequilibrado, e outro no segundo tempo com Jamario Moon pulando em cima dele pra tentar o toco. O prêmio de MVP foi merecido e foi muito divertido ver o LeBron todo empolgado com o seu companheiro de time!

Outras atuações além da de Gibson merecem destaque:

Rookies:

Kevin Durant - Foi um típico jogo de Seattle Sonics pra ele. Foi fominha, arremessou sempre que teve vontade, foi o cestinha do seu time, teve um aproveitamento baixo nas bolas de longe mas compensou sendo agressivo e mandando umas boas enterradas.

Al Horford - Também um jogo típico dele. Foi o reboteiro e usou sua força para conseguir seus pontos no garrafão. De longe é o melhor reboteiro entre todos que estavam na quadra, melhor até que Paul Millsap. Mas o ruim de Horford é que seu jogo é "só" eficiente, não tem a parte do show que a gente tanto gosta de ver nesses jogos.

Jamario Moon - Mandou umas enterradas que, apesar de não serem dignas de campeonatos de enterradas, já deram pra mostrar que o cara pula demais da conta! Também protagonizou um belo duelo com Daniel Gibson, tentando marcar ele e até arriscando bolas de três na cara do armador do Cleveland.

Sean Williams - Deu pra perceber que era o novato mais afim de jogo. Estava se divertindo e arriscando coisas que não pode fazer em jogos normais: puxou contra-ataque, driblou, deu crossover e pra terminar fez a melhor jogada do jogo, quando jogou a bola na tabela para ele mesmo e enterrou, no maior estilo T-Mac! Sobre a enterrada, depois do jogo ele disse "Eu nem lembro dessa jogada! Verdade, não lembro! Mas agora não vejo a hora de ver o replay!". Será que ele parou com as drogas, mesmo?


Sophomores

Brandon Roy - Ele pegou leve. Não monopolizou o jogo na sua mão como poderia ter feito para se consagrar MVP. Arremessou pouco e mesmo assim fez 17 pontos e deu 7 assistências, incluindo um belo passe para uma ponte aérea com Rudy Gay.

Rudy Gay - Acertou 9 de 11 arremessos. Acertou as duas bolas de 3 que tentou e deu uma renca de enterradas. O que mais poderíamos pedir? Teria sido o MVP se Gibson estivesse numa noite mais fria.

LaMarcus Aldridge - Teve um jogo ótimo com 18 pontos e 9 rebotes, mas apareceu pouco porque seu estilo de jogo não é o de dar show. Pelo menos completou alguns bons passes com enterradas, que é o que esperamos de caras com o tamanho dele.

Jordan Farmar - É o que eu sempre digo, esses jogos de festa, em que queremos ver show vindo de jogadores que nunca jogaram juntos, dependem de um ótimo armador. E Farmar era o melhor armador em quadra ontem. Ele é melhor que Rondo, Gibson e Conley e não é só porque eu torço pro Lakers. Ontem ele mudou o jogo quando entrou, tudo fluiu mais facilmente e o show começou a sair. Suas 12 assistências traduzem bem o que eu quero dizer.

Ronnie Brewer - Tentou seis arremessos (arremessos? Enterradas!) e acertou todas, incluindo um windmill e algumas pontes aéreas. Basta isso pra ser um destaque nesses jogos.


Como destaques negativos vou colocar um jogador de cada time. Pelos novatos fiquei bem decepcionado com Mike Conley Jr, esperava que nesse jogo ele jogaria bem solto e seria o líder do time dos novatos. Mas ao contrário disso parecia nervoso, errou muitos passes, acabou o jogo com 5 turnovers e não deu o show esperado. Como disse acima, esses jogos precisam de bons armadores e os novatos não tiveram nenhum. Navarro jogou bem no final mas ele é um shooting guard com tamanho de armador principal, só isso.

Pelo lado dos sophomores, minha decepção foi Andrea Bargnani. Ele começou o jogo com uma inflitração terminada em enterrada, achei que ia ser a chance de vermos o italiano mostrar seu arsenal de jogo, poderíamos ver ele arriscar coisas novas que não conhecemos de seu jogo e que o fizeram ser uma primeira escolha. Mas ao contrário disso, depois da enterrada ele só ficou na linha de três arremessando e acertando pouco como já faz em Toronto. Uma decepção.
Também esperava mais velocidade e agressividade do Rajon Rondo, mas ele não foi ruim, foi só mediano, a decepção mesmo fica com Bargnani.

Os jogadores que eu não citei (Scola, Yi, Jeff Green e Millsap) simplesmente não apareceram muito no jogo. Jeff Green meteu umas enterradas legais mas nada de estourar os miolos, os outros simplesmente não têm jogo que se destaque na hora do espetáculo, apesar de serem bons e de merecerem o lugar no jogo. Mas pra quem não conhecia deu pra conhecer o suave, delicado e lindo arremesso de Yi Jianlian, já vi gente por aí dizer que só não é mas bonito que o arremesso do Ray Allen. Não sei não, e o Shawn Marion, onde é que fica?

Pra terminar o Top 10 de jogadas do jogo de ontem eleito pela NBA TV. Eu gostei da lista, só achei que a bola de 3 do Gibson que deveria aparecer é a em cima do Moon, não a que quebrou o recorde de bolas de 3 em um desafio dos novatos, que era de Kyle Korver.



Hoje a noite tem o esperado campeonato de enterradas!!! Não vejo a hora! Boa sorte para todos na promoção!

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Leandrinho All-Star

"Pô, Leandrinho, sei que no Brasil vale tudo, mas será que dá pra tirar a mão daí?"


Quem quer votar no Leandrinho para o All-Star Game sempre inventa uma tonelada de desculpas para esconder o absurdo. "Ele é mais rápido que o Allen Iverson, mais destro do que o Michael Redd, mais brasileiro do que o Baron Davis!" O que não falta é campanha "vamos colocar o brazuca lá na marra" justamente quando ele está cada vez mais perto de merecer ir sozinho. Por enquanto, são 20 pontos, 3 assistências, 3 rebotes e 1,8 roubos de bola por jogo. O mais impressionante, no entanto, não é nada disso. Assustador mesmo é a média de aproveitamento de seus arremessos: 49%, beirando o número mágico cabalístico dos 50.

Quando você estiver sóbrio e ler isso (caso você fique sóbrio, às vezes) vai acabar admitindo que mesmo esses números não são capazes de levar o Leandrinho para o All-Star. Talvez, com muita macumba, um jeitinho brasileiro e uma visitinha do BOPE aos escritórios da NBA, o Leandrinho fosse convocado como reserva. Mas mesmo assim fica difícil não parecer armado quando alguns da lista Iverson, T-Mac, Baron Davis, Nash, Chris Paul, Deron Williams, Tony Parker e Kevin Martin ficarem de fora.

Mas calma, nem tudo está perdido para nós, os comedores de arroz-feijão (assim mesmo, com hífen). Nós, brasileiros, temos grandes chances de ver o Leandrinho no All-Star graças a outro número: o de bolas de 3 pontos convertidas.

São 30 bolas de longa distância em 11 partidas, suficiente para a 3a posição no ranking da NBA, lembrando que os dois primeiros lugares (Rashard Lewis e Peja Stojakovic) têm uma partida a mais que o corinthiano sofredor. E nem sei o que pensar ao ver que o 4o lugar, logo atrás de Leandrinho, é do Daniel Gibson. Pô, o cara tinha o cargo de Assistente de Rodapé de Parede Número 2 e agora é titular do Cavs metendo uma bola de 3 atrás da outra. Vai entender.

Mas isso não vem ao caso. O que estamos falando é que esse número pode dar uma vaga ao Leandrinho no All-Star. Não no domingo, a atração principal, mas sim no sábado. Há uma chance dele participar do Campeonato de 3 pontos. Que tal? Quem é que não gostaria de ver o sorridente brasileiro levar seu esquisitíssimo arremesso para o campeonato e deixar a gente feliz de saber que pelo menos ele não arremessa como o Shawn Marion?

Nos resta torcer para que, com seus números, Leandrinho ganhe o convite. E é muito mais sensato do que ficar votando nele sem parar como se você fosse um chinês com internet entediado em seu regime comunista que passa NBA em uns 5 canais diferentes pra te deixar anestesiado. (Nós, que só podemos ver pela ESPN na TV, somos só moderadamente anestesiados.)

Sempre que alguém no seu trabalho ou no Orkut começar uma corrente de "vamos arrumar uns milhões de votos para o Leandrinho" (ao invés das mais comuns "não deixe o celular em cima do carro quando for abastecer", ou "cuidado, você pode acordar numa banheira de gelo sem um rim", ou ainda "se essa corrente chegar nos 10.000 e-mails, vamos ganhar um abridor de latas"), lembre-se de que quando a criança não sabe usar o brinquedo, o papai tira dela! A NBA deve ter pensado assim: "Os chineses votam aos milhões até se um panda estiver na lista do All-Star? Então tira todo e qualquer chinês safado da lista que não tenha médias de 20 pontos." Ainda bem que nessa meu Yao Ming se safou.

Então, vamos saber brincar: entre aqui, vote, e faça o FAVOR de não votar no Leandrinho. E nem no Baron Davis, ele vai estar machucado até o All-Star e o David Stern é um mongolóide na hora de escolher os substitutos...