quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
O prêmio de consolação que deu certo
A gente tem o poder de elogiar um time e vê-lo perder na rodada seguinte. Ou falar mal de um jogador e ele meter 30 pontos no mesmo dia. Não costumamos estar tão errados assim, às vezes é só naquele dia mesmo, pra tirar uma com a nossa cara. Foi o que aconteceu com o Mavs que perdeu do Bucks bem quando o Danilo fez um post explicando a espetacular sequência de 12 vitórias seguidas do time de Dallas. Mas não se preocupem torcedores do Mavs, nossa zica dura pouco e perder do Bucks não é tão ruim quanto parece. Os veadinhos tem a quinta melhor defesa da NBA! Seu recorde negativo de 10 vitórias e 13 derrotas só existe porque são o segundo pior ataque. Quando conseguem colocar a bola dentro daquele anel laranja que fica pendurado num quadrado de vidro, eles são um ótimo time. Dá pra reclamar que jogaram uma vantagem de 18 pontos no lixo (em casa!), que sofreram com o Hack-a-Haywood e que fizeram uma cesta contra, mas nem tudo é perfeito, né?
Tem time muito mais satisfeito e com números piores na tabela, como o NY Knicks, e é deles que vamos falar e zicar hoje. A satisfação da torcida do Knicks, eufórica ultimamente mesmo sendo uma das mais pentelhas dos Estados Unidos, é explicado pelo enorme fracasso da franquia nos últimos 10 anos. Em 1999 eles se classificaram em sétimo para os playoffs mas mesmo assim venceram o Leste e foram até a final, em que tomaram de 4 a 1 para o Spurs. Nos anos seguintes, de 2000 até hoje, possuem o pior aproveitamento da NBA (perderam 62% dos seus jogos) ao mesmo tempo em que foram o time que mais gastou dinheiro com salários e técnicos. É como pagar mais que todo mundo por um videogame e levar pra casa um 3DO.
Com um desastre atrás do outro eles resolveram se focar em LeBron James. Passaram as últimas temporadas só acumulando contratos expirantes para chegar em 2010 com chance de levar o jogador mais humilde da NBA para a cidade mais humilde dos EUA. Não deu certo. Perderam para Miami não só LeBron como Wade, mas levaram um prêmio de consolação que muito time venderia a mãe para ter: Amar'e Stoudemire. E no desespero por um armador pagaram mais do que qualquer um pagaria pelo Raymond Felton. Essa offseason era pra ser a virada do Knicks, mas acabou sendo um "Fizemos o nosso melhor e ainda estamos em obras".
Mas a verdade é que o resultado tem saído maior do que muita gente (eu estou nessa!) esperava. Explico todas as razões.
Em uma matéria da faculdade, ainda no Brasil, fiz um projeto de como seria uma revista Bola Presa de basquete. Ficou bem legal e a matéria principal, que fiz só para o meu professor que não sabe nada de basquete ler, era sobre o Amar'e Stoudemire. Questionava se valeria a pena um time investir nele e colocava em questão os argumentos daqueles que acham que ele é um dos melhores jogadores da NBA e os que acham que ele é mais um produto da Steve Nash Ltda. Eu, desinteressante como sou, me colocava no meio termo. Ninguém tem mais de 25 pontos por jogo em uma temporada (como ele já teve duas vezes) só porque tem um armador bom. E era só ver os jogos dele (a segunda metade da temporada passada tem vários exemplos bons) pra ver como nem tudo o que ele fazia era produto de jogada do Nash. A maioria era, claro, mas quando se joga com o Nash é assim!
Mas eu ficava ainda em cima do muro porque achava que ele não era muito eficiente quando segurava muito a bola ou tentava comandar o jogo sozinho. É o tipo de jogador que tem que fazer cortas e brigar por um bom posicionamento para então receber a bola e fazer o que ele sabe fazer, pontos. Portanto, não era que Amar'e precisava do Nash, mas sim de um bom armador, qualquer um, não necessariamente um gênio.
No começo da temporada os meus medos se mostraram verdade, o Amar'e estava fazendo sua tonelada usual de pontos mas do pior jeito possível. Recebia a bola longe da cesta e demorava um tempão até conseguir infiltrar ou arremessar. Era um ataque sem padrão tático e sem a velocidade que o técnico Mike D'Antoni gosta de ver em seus times. O resultado numérico foi um Knicks que não assustava ninguém e que tinha melhores números quando Amar'e estava fora de quadra. Mesmo quando ele marcava 30 pontos acabava com -5 ou -10 nos "net points" ou "plus/minus", o número que conta o placar do jogo só quando certo jogador está em quadra. Era um típico caso de buraco-negro que lembrava os tempos de Zach Randolph no Blazers e no mesmo Knicks.
Mas com o tempo a coisa foi mudando, bem aos poucos, jogo a jogo. No começo os números do "plus/minus" ainda não favoreciam muito o Amar'e, mas ele já estava fazendo a diferença no quarto período dos jogos e o Knicks começou a vencer e não parou mais. São hoje oito vitórias seguidas e 13 nos últimos 14 jogos, e nesses oito jogos seguidos o STAT marcou mais de 30 em todos as partidas, um recorde da franquia e o primeiro jogador da NBA a conseguir pelo menos 8 jogos seguidos com mais de 30 desde que Kobe Bryant conseguiu 9 vezes seguidas na temporada 2005-06.
As duas últimas partidas foram simbólicas também para o Amar'e, ele não só fez jogadas decisivas no fim dos jogos como os números começaram a contribuir também. Na difícil vitória contra o Nuggets, o time esteve +16 com Amar'e em quadra e -12 com ele fora, antes, contra o Wizards, +13 com e -7 sem ele. Mas não vamos ficar presos nos números, o time agora consegue procurar ele em quadra mas sem se prender a isso. Eles fazem suas jogadas e não jogam em função do seu pivô. Ao invés de assistir ao Amar'e, jogam o basquete veloz que devem jogar e o acionam quando é a melhor opção. Eu outras palavras, estão entrosados.
E já que estão entrosados temos que falar dos outros jogadores que fizeram possível a gente falar bem do Knicks pela primeira vez em tanto tempo. Tudo começa com Raymond Felton, o armador que, nas sábias palavras de um analista do site FanHouse, "parece melhor jogador em 20 jogos pelo Knicks do que em 5 anos pelo Bobcats". Isso define o que é o Felton nessa temporada. Esqueça tudo o que já comentamos sobre ele nos últimos anos, é um novo jogador, mais agressivo (+4 arremessos tentados em relação ao ano passado), melhor arremessador (melhor marca na carreira em arremessos de quadra e segunda melhor em três pontos) e melhor em pontos, 18 por partida, 4 a mais que no ano passado. Também tem os melhores números em assistências, 8,7, contra 5,6 na temporada anterior, e em roubos, 2 por jogo, 8º melhor em toda a NBA. O aumento no número de assistências e de arremessos tentados mostra como ele tem uma função muito mais importante e que fica mais com a bola na mão no Knicks. No Bobcats ele distribuía a responsabilidade de armar as jogadas com Stephen Jackson e Boris Diaw, que são bons passadores, mas em New York ele tem a chance de comandar o show por conta própria e ainda pode jogar em velocidade. Ele não é nenhum Ty Lawson correndo mas se sente mais confortável no jogo de transição do que no basquete burocrático de meia quadra que o técnico Larry Brown usava em Charlotte.
Outra coisa que o Felton tem no Knicks que não tinha em Charlotte? Sorte:
Algumas pessoas tem criticado o Danilo Gallinari nessa temporada, mas acho que o jogo dele só tem muito problema pra quem tinha a expectativa de que ele seria um jogador completo e espetacular. Ele não é isso e acho que nunca vai ser, mas é um ótimo arremessador e até melhorou levemente o seu aproveitamento em arremessos perto do aro. É um role player que faz bem o seu papel e que não compromete porque quando está em um mal dia pode ser rapidamente substituído pelo Wilson Chandler, que faz a melhor temporada da sua carreira. Chandler é um dos vários bons candidatos ao prêmio de 6º homem da temporada com média de 17,5 pontos, 6 rebotes e 37% de aproveitamento nos três pontos, quase 10% melhor que na temporada passada! Ele dobrou o número de tentativas de três por jogo em relação ao ano passado, deixou de atacar o aro como antes e tem se estabelecido no time como um arremessador, usando o espaço que ter um pivô dominante como o Amar'e Stoudemire abre.
Por fim merece muito destaque o Landry Fields. Ele foi escolhido no segundo round do Draft e até dissemos aqui que ele deveria mofar na D-League. Não é à toa, os dois maiores sites que analisam universitários que vão para a NBA, o NBADraft.net e o DraftExpress, não colocavam o Fields nem entre os 60 draftados. O NBADraft.net dizia que ele era o 93º melhor jogador inscrito! 6 meses depois ele está recebendo o prêmio de novato do mês na frente de Evan Turner e John Wall. Pode-se questionar o prêmio, mas só de estar na discussão é uma surpresa, ele estar na NBA é uma surpresa, oras!
Ele tinha todas as características de jogadores que fracassam na NBA: Com 2,01m ele tem altura para jogar em diversas posições, na universidade jogava nas posições 2, 3 e 4, mas assustou alguns scouts da NBA ao se destacar mais na 4, como ala-pivô. Sem chance dele entrar num garrafão da NBA com esse tamanho. Também tinha o problema dele ter tido três anos discretos antes de brilhar no basquete universitário como Senior e, por fim, era bom em tudo mas não era especialista em nada. No segundo round do Draft os times costumam buscar especialistas (defensor, arremessador, reboteiro) ou algum cara de 19 anos que possa ser preparado para o futuro. Fields não era ruim em nada mas não era espetacular em nada e já tinha 22 anos. Ele tinha tudo pra dar errado.
Porém, observar talentos juvenis não é uma ciência exata e surpreendentemente ele está conseguindo repetir as atuações "all-around" em nível profissional. 10 pontos por jogo, 7,6 rebotes (excelente número para alguém de sua posição) e um roubo por jogo, sem contar os 52% de aproveitamento. Ele não força arremessos, é muito bom nos rebotes, erra pouco, defende muito bem e faz o trabalho sujo que o David Lee fazia até o ano passado como corta-luz, rebotes ofensivos, acompanhar o contra-ataque para aproveitar uma bola que sobre na sua mão, recuperação de bolas perdidas, etc.
Com a ascensão de todos esses jogadores, o Knicks saiu do nível de mediocridade que lhe era característico na última década e hoje parece um legítimo time de playoff no Leste. Mas depois disso aparecem duas perguntas:
1. Essa sequência de vitórias foi algo real ou um golpe de sorte?
2. O time precisa ainda de uma mudança drástica para realmente ir longe?
1. Eu não acredito que tenha sido um golpe de sorte, eles jogaram realmente um bom basquete, mas também abusaram de um calendário que os ajudou. Durante as 13 vitórias em 14 jogos, enfrentaram times em má fase como Clippers, Kings, Nets, Wolves, Raptors, Wizards e Bobcats. Além de pegar os bons Warriors e Hornets em seus piores momentos na temporada. Vitória impressionante mesmo foi a última sobre o Nuggets! Não é culpa do Knicks pegar esses adversários um atrás do outro e isso não desvaloriza o feito deles, a primeira sequência de 8 vitórias da franquia desde 1995, mas se nos próximos 14 jogos eles ficarem com 7-7 não vejam como uma aberração também.
2. O Donnie Walsh, presidente do Knicks, disse essa semana: "Se você acha que o time é bom o bastante você não faz nenhuma troca bombástica, se achar que não é o bastante você faz. Eu ainda não decidi o que eu acho sobre o nosso time".
Ele provavelmente vai se decidir até o fim do mês. Hoje o Knicks pega o Celtics e até o fim do mês enfrenta o Miami Heat, Orlando Magic e o Chicago Bulls, todos os times do Leste que estão hoje à frente do Knicks. Se o time tiver sucesso contra todos esses, talvez eles não façam nenhuma loucura atrás de Carmelo Anthony, mas se tomar um sarrafo atrás do outro é possível que alguma coisa mude, eles não parecem estar satisfeitos em voltar a ser um time de playoff, o plano do Knicks é mais ambicioso.
Um plano poderia ser esperar até a temporada terminar e simplesmente assinar com o Carmelo Anthony, que já deixou bem claro pra todo mundo que gostaria de jogar no Knicks. Parece o cenário perfeito porque assim eles não perdem nada fazendo uma troca, só ganham o Melo por nada. Mas a coisa não é tão fácil quanto parece. Primeiro porque o Nets está se equipando para continuar atrás de Melo, hoje já conseguiu mais duas escolhas de 1º round (de Lakers e Rockets, em uma troca que vamos analisar mais pra frente e enviou Joe Smith para o Lakers, Terrence Williams para o Rockets e Sasha Sharapova para o Nets) para mandar para o Denver junto com Derrick Favors em troca do ala. Depois porque o Carmelo quer assinar a sua extensão de contrato antes da temporada acabar, para não correr o risco de ganhar menos do que podia com o novo acordo financeiro entre a liga e os jogadores. O jogador prefere o Knicks sobre o Nets, mas entre ganhar muito mais dinheiro no Nets e menos no Knicks ele pode mudar de idéia.
Tem também uma terceira questão importante: O time pode precisar de mais peças para brigar com os times do topo do Leste, mas esse cara é o Carmelo Anthony? Afinal, o que ele traria para o Knicks são pontos e um poder de decisão no quarto período. Mas o Knicks é o quarto melhor ataque da NBA em pontos a cada 100 posses de bola, o segundo em total de pontos e Felton e Amar'e estão se virando mais do que bem nos quarto períodos fazendo o bom e velho pick and roll. Eles tem vários pontuadores, já falamos aqui de Gallinari e Chandler, não seria melhor buscar outro tipo de jogador?
O Knicks ainda é uma defesa fraca, é apenas o 24º melhor time da liga em pontos sofridos a cada 100 posses de bola e é o terceiro time que mais sofre pontos no garrafão, atrás apenas dos patéticos Raptors e Suns, que nem deveriam contar na lista porque eles não tem idéia do que é defender um garrafão. Entre Melo e um bom ala de força ou pivô para jogar ao lado de Amar'e, o que o Knicks precisa mais? É uma questão pra pensar durante o jogo de hoje contra o Celtics. Sim, eu sei que somar nossa zica de falar de um time e ele perder logo no dia que esse time enfrenta o melhor time do Leste é apelação. Mal aê, Knicks.
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Denis
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quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Preview 2010-11 / New York Knicks
Objetivo máximo: Vão dizer que é ir para os playoffs, eu finjo que acredito
.....
Técnico: Mike D'Antoni
Pra variar, relembremos nossa tradicional "Semana dos Técnicos":
O bigodinho mais famoso da NBA tornou-se praticamente uma lenda com a filosofia de "7 segundos ou menos", ou seja, a idéia de que as melhores oportunidades para pontuar acontecem nos primeiros 7 segundos de posse de bola. Na prática, isso significa correr como um maluco e arremessar o mais depressa possível. Parece estranho mas é uma tática funcional e responsável por formar um dos times mais velozes e divertidos de se assistir nos últimos anos.
A tática de D'Antoni é especialmente efetiva contra times mais fracos, sem identidade, que acabam sendo pegos na correria e tentam devolver na mesma moeda. Marcando trocentos pontos num ataque balanceado, evita-se que times com menos talento consigam manter o mesmo ritmo, mesmo que não exista esforço na defesa. Com isso, o Suns de D'Antoni chutou centenas de traseiros na NBA, aniquilando com facilidade os adversários mais frágeis mas suando contra adversários de peso. Ao enfrentar equipes equilibradas que joguem de maneira lenta e cadenciada, protegendo a posse de bola, a técnica de correr e arremessar (run 'n gun) de D'Antoni encontra graves problemas para funcionar. A encarnação na Terra da entidade cósmica do basquete lento e cadenciado é o Spurs de Gregg Popovich, que aniquilou ano após ano os "7 segundos ou menos", até que o Suns resolveu seguir em outro caminho.
Sempre insisti que o ataque do D'Antoni não é uma farsa, um sonho de criança, por ignorar a defesa e tentar vencer só no ataque. Na verdade, o plano dos "7 segundos ao menos" camufla uma série de limitações defensivas de suas equipes, pois obriga os adversários a jogarem rapidamente e tomarem decisões piores no ataque. Quando seu time não tem nenhum grande defensor nem consegue colocar em prática uma defesa coletiva, o melhor modo de lidar com isso é atacando em velocidade e forçando o adversário a fazer o mesmo. As defesas de Suns e do Knicks seriam ainda piores se um técnico defensivo assumisse e estipulasse um ataque lento, como vimos no Suns de Terry Porter. No entanto, precisei concordar um pouco com os odiadores do D'Antoni quando o Amar'e disse que, no Suns, nunca havia feito um único treino defensivo com seu técnico. Nenhum! Dá pra acreditar num troço desses? Uma coisa é deixar a defesa em segundo plano se o ataque for melhor negócio, outra completamente diferente é ignorar a defesa por completo, jogar na privada e dar descarga. Às vezes, quando vejo o Knicks jogando, dá pra imaginar que realmente eles nunca nem brincaram de defender nos treinos, mas prefiro acreditar que isso é apenas exagero do Amar'e e ruindade dos jogadores.
A tática ofensiva do D'Antoni, no entanto, é bem menos efetiva no Knicks do que chegou a ser no Suns. O problema principal que o técnico enfrenta é a incapacidade que o time tem de tomar boas decisões em quadra. Ao contrário do que se imagina, atacar o mais rápido possível não significa dar qualquer arremesso de costas no meio da quadra como seu colega débil mental que não sabe fazer bandeja fica tentando na aula de Educação Física. É preciso saber onde colocar a bola para que surja a oportunidade de arremesso mais simples e rápida, e ter paciência quando ela não aparecer. O Knicks às vezes parece entender bem a ideia da coisa, mas em outros momentos apenas se afoba e tropeça nas próprias pernas, em parte pela falta de um armador que possa ser a voz de D'Antoni em quadra. Essas dificuldades sempre colocam em questão a viabilidade do esquema tático do D'Antoni em qualquer equipe, e sua capacidade de tentar outra coisa e se adaptar. Na temporada passada, o D'Antoni já foi mais maleável com a correria e o Knicks já se focou menos nos contra-ataques e mais em jogadas individuais de meia quadra, com foco no pick-and-roll, mas é óbvio que o técnico usa isso como útimo recurso apenas porque o time não consegue manter em alto nível o projeto inicial. Mas a chegada de Amar'e, que sempre floresceu nesse esquema tático do D'Antoni, pode lhe dar uma boa sobrevida e é capaz que o técnico experimente voltar um pouco à correria.
...
Quando analisou a chegada de Raymond Felton e de Amar'e ao Knicks, o Denis escreveu um post detalhado e gigaaaaante sobre o time que deixo aqui para ser lido na íntegra e mesmo assim colo quase inteiro aqui embaixo para todos aqueles que tem preguiça de dar um mísero clique com o mouse:
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Danilo
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segunda-feira, 10 de maio de 2010
Vitória sem vingança
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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
As trocas menores
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Denis
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segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Fantasiando a correria
Nós sempre comentamos dos times que correm muito por aqui, até tentei parar por um tempo para não ser repetitivo mas a verdade é que esses times encantam. Um time que joga rápido e joga bem sempre parece invencível, parece que não dá chances para os seus adversários. E ainda fazem isso usando as coisas que mais botam fogo em uma torcida de basquete: contra-ataque, bola de 3 e enterrada.
Mas para todo fã comum e uma parte ainda viva do fã hardcore, os times que jogam em velocidade trazem aquilo que lhes faz gostar do jogo. Você não começou a ver basquete porque o Olajuwon sabia fazer ganchos com as duas mãos, mas porque o Jordan corria e voava nos contra-ataques.
Nessa década o Dallas foi o primeiro grande time da correria, mas o que ficará para a história mesmo é o Suns, provavelmente o mais organizado time que já jogou sem defender na história do basquete. O time encantou, rendeu dois MVPs ao Steve Nash e sucumbiu na mão do outro extremo da velocidade e espontaneidade, o Spurs.
Para quem não sabe, não, não vai ser campeão. Talvez a maior beleza desse time do Suns é que provavelmente eles sabem disso. Sabem que estão abrindo mão do basquete que ganha e sempre ganhou títulos na NBA para jogar o único basquete que eles sabem, o mais bonito. É abdicar o fim pelo meio. Arte pela arte.
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Denis
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segunda-feira, 6 de abril de 2009
Quase tudo definido
Ontem a NBA teve dois jogos decisivos na briga pelas últimas vagas nos playoffs. O Dallas enfrentou o Suns e o Pistons enfrentou o Bobcats, o destruidor de Lakers. E o resultado dos jogos confirmou que a briga por vaga nos playoffs nem foi tão legal assim nesse ano. Ainda faltam mais ou menos 5 jogos pra cada time e os 16 classificados estão praticamente resolvidos.
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Denis
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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
As quebradeiras - parte 2
Depois de um fim de semana em que tentei fazer aquilo que os seres humanos chamam de "vida social", cá estou para terminar o prometido texto sobre as contusões que estão assombrando os grandes times da NBA. Para minha sorte, nenhuma contusão muito séria me fez mudar muito o texto, só o Scalabrine que se machucou mas isso acho que dá pra deixar passar.

Ter um pivô defensivamente forte é justamente o que separa o Portland de ser um time "que faz barulho" de um time que luta por títulos. E se outro dia a gente reclamava que o Oden não pegava experiência por causa de seus problemas com falta, imagina não jogando um minuto sequer? Alguém dê leite cheio de cálcio pro menino ficar bom logo, o Portland precisa dele mais do que parece.

Com a contusão do Terry deu pra ver com mais clareza quais são esses momentos do jogo: os mais importantes. Por mais piadas que faça sobre o assunto, não sou daqueles que acham o Dirk Nowitzki amarelão, muito pelo contrário, confiaria arremessos decisivos a ele o tempo todo se fosse técnico, com raras exceções, como, por exemplo, ter o Jason Terry no time.
Quem é torcedor do Dallas sabe a quantidade de arremessos gigantescos que o Terry acerta em todo jogo. Seja quando o Dallas precisa de pontos fáceis, seja quando está para abrir grandes diferenças, e principalmente em quartos períodos. Segundo dados do 82games.com, o melhor site de estatísticas de NBA, o Terry é o sétimo melhor pontuador em quartos períodos em toda liga com 6,4 pontos por quarto período. Na frente dele apenas LeBron, Kobe, Granger, Wade, Roy e Devin Harris. E acho que todo mundo que já viu ou jogou um jogo de basquete na vida sabe quantos e quantos jogos não são decididos apenas no quarto período, em que a cesta parece menor e muitos jogadores desaparecem do jogo.
Só para constar, o Josh Howard tem média de 2,5 pontos por quarto período, o Dirk 4,6.

Perder o Amar'e para o resto da temporada inteira para Suns é uma perda imensa, tanto que alguns jornais de Phoenix afirmam que gente lá do Phoenix disse que se soubesse da contusão antes da data limite para trocas teriam abandonado a temporada e trocado o Shaq.
Jogar sem o Amar'e obriga o Suns a jogar com uma formação mais baixa, geralmente usando o Grant Hill ou o Matt Barnes na posição 4, o que é legal durante uns minutos, mas o Shaq não é mais nenhum menino pra jogar 45 minutos por jogo, então quando ele descansa o Suns usa o Louis Amundson ou o Robin Lopez de pivô e ao lado dele um jogador baixo como ala de força, o que significa um garrafão mais fraco que o de muito time da NBB.
Em um Oeste cheio de contusões, com o Shaq motivado do jeito que está e com um time feliz em correr de novo, o Suns tem até bastante chance de ir para os playoffs, mas imaginar eles jogando dois minutos de um jogo de playoff com o Shaq no banco já é de dar medo. Podem contar mais um fracasso de primeira rodada para o Suns.

Mas falando sério, a contusão do Garnett não parece séria o bastante para tirar ele de ação por muitas e muitas semanas ou meses, mas serve para mostrar uma certa fragilidade do Celtics. Nenhum dos três grandes jogadores do time é novinho e basta um deles cair que o Boston vira um time mais fraco, ainda forte, claro, mas mais humano.
E principalmente se quem machucar for o Garnett, principal peça do sistema defensivo do time, que é a marca registrada deles. Perder o Ray Allen pode ser mais aceitável se o Paul Pierce jogar mais minutos e em alto nível e se o Eddie House estiver inspirado, perder o Pierce pode ser aceitável se o Ray Allen jogar como nos seus tempos de Sonics, mas perder o Garnett exige que o Glen Davis jogue com um talento que ele não tem nem mesmo se você procurar em cada banha daquele corpo.
Outro risco para o Celtics é que essa contusão do Garnett está custando jogos que antes seriam vitórias garantidas, como o do Clippers que eu citei. Isso pode fazer a diferença na hora de definir o mando de quadra em uma possível final com o Lakers ou mesmo antes, em uma série contra o Cavs. Ano passado o Celtics acabou os playoffs como campeão mas com um patético recorde de apenas 2 vitórias (Pistons, Lakers) e 10 derrotas (3 Atlanta, 3 Cavs, 2 Pistons, 2 Lakers) fora de casa.

O porém aparece no banco de reservas. O novato JJ Hickson é bom mas terá muito mais minutos confiados a ele em um momento crucial da temporada em que o Cleveland tenta confirmar a liderança do Leste para ter mando de quadra nos playoffs. De qualquer forma o Cavs é o time com chance de título que menos sofre com as contusões nesse momento da temporada.

Minha aposta até um tempo atrás, mesmo com vitórias sobre todos os favoritos, era que o Magic não venceria o Leste jamais. Sem o Jameer Nelson não vão ganhar mesmo, mesmo que o Alston jogue melhor do que já jogou em toda carreira.
Além do Nelson ser muito mais defensor, ele é melhor preparador de jogadas e é uma ameaça muito maior no ataque, criando inúmeras chances para os outros jogadores marcarem cestas. Além disso, acontece aqui o mesmo caso do Dallas, o Nelson era o maior cestinha do Magic em quartos períodos. Com 4,9 pontos por período decisivo, ele fazia mais pontos que Rashard Lewis, Turkoglu e Dwight Howard. Nelson também conseguia ficar entre os 20 primeiros da liga inteira em assistências no quarto período, com números próximos aos do LeBron James, nada mal.
Se alguém aqui assistiu aos jogos em que o Magic venceu fora de casa o Spurs e o Lakers, irá lembrar dos arremessos decisivos do Nelson nos quartos períodos dos dois jogos. Sem o Nelson o Magic é um time ainda forte mas que volta e meia irá perder para adversários mais fracos. O sonho do título fica para o ano que vem, com o Rafer Alston como reserva.
Respondendo ao comentário do outro post, o título "Quebradeiras" é sim uma homenagem à péssima série da MTV. Eita programinha vagabundo...
Defenestrado por
Denis
por volta das
20:23
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sábado, 21 de fevereiro de 2009
140 ou mais
Eu não acho que um técnico quando é mandado embora de um time fique torcendo para que sua ex-equipe se dê mal só pra perceberem que não era culpa dele. Prefiro enxergar os técnicos como seres superiores, inteligentes e profissionais que sabem que nem sempre as coisas dão certo e que rancor não vai adiantar nada. Mas acho que o Terry Porter deve estar com uma dor no coração de ver o Suns jogando tão bem desde que ele foi embora.
Não digo isso porque o Suns venceu esses três jogos desde que trocou de técnico, afinal ganhariam mesmo se eu fosse o técnico. Foram dois jogos contra o Clippers e um contra o Thunder, sendo dois desses três jogos em casa. As vitórias, porém, vieram da forma mais convincente possível: 140 pontos no primeiro jogo, 141 no segundo e mais 140 ontem. É a primeira equipe desde 1990 a conseguir esse feito. Fato irônico é que o Terry Porter era o armador principal do Blazers que fez isso.
O que deve magoar mais o Porter é ver um minutinho de qualquer uma das partidas e já ter o olho ofuscado pelo sorriso de orelha a orelha na cara de todo mundo. O Nash e o Leandrinho pareciam cachorros que passam o dia inteiro presos e de repente são libertados em um quintal gigante. Está todo mundo tão feliz de não jogar no esquema do Porter que o clima lá é de carnaval e não tem nada a ver com a data no calendário. O Nash jogou melhor do que jogava sob o comando do Porter mas os números não mudaram muito, já o Leandrinho teve uma mudança inacreditável, acho que ele odiava mesmo jogar no esquema de meia-quadra do antigo treinador.
O nosso brazuca favorito fez 24 pontos no primeiro jogo contra o Clippers, 13 no segundo (em apenas 22 minutos) e 41 ontem! Foi a maior pontuação da sua carreira e ainda foi acompanhado de 7 rebotes, 7 assistências e 6 roubos. Depois do jogo ele falou umas coisas interessantes sobre a partida e sobre como é voltar a jogar na correria:
"Eu adoro jogar correndo pra cima e pra baixo. Acho que todo mundo gosta."
"Eu não sabia o que estava acontecendo na quadra no fim do jogo. A gente estava ganhando e o técnico mandava eu continuar indo pra cesta. Só depois do jogo que eu fui ver que estava com 41 pontos. Estou muito feliz mas mais feliz que o time fez isso junto."
O Leandrinho fez sem dúvida o melhor jogo dele na NBA em termos de números e agora terá que repetir a dose algumas vezes, afinal ele é o mais novo titular do Suns depois que o Amar'e Stoudemire teve um problema no olho e está fora da temporada. Alguns falaram que ele poderá voltar para os playoffs, outros dizem que talvez nem isso. Uma pena, afinal ele era outro que se libertou nos jogos sem esquema preso e meteu 42 pontos em 36 minutos no segundo jogo contra o Clippers. Só que para ele jogar nos playoffs o Suns precisa, primeiro, classificar-se para a pós-temporada. Hoje o time está em nono no Oeste, aquela posição medonha que não te põe nos playoffs e nem dá a chance de uma boa escolha de draft.
O novo técnico da equipe, Alvin Gentry, decidiu que o time voltaria a correr e, com a saída do Amar'e, decidiu que o time voltaria a jogar com uma escalação mais baixa, colocando o Leandrinho no lugar do machucado e o Grant Hill na posição 4. Contra o Thunder que é um time bem baixo e improvisa na posição 4 deu certo, mas será que dará certo pra sempre?
Em teoria sim, afinal o time volta a ser o mesmo que fazia sucesso nas temporadas passadas, com a diferença de ter o Shaq como pivô no meio e não o Amar'e. Com as mesmas qualidades voltam também os mesmos defeitos. Nem Nash e nem Leandrinho são grandes defensores e Grant Hill não poderá fazer nada contra alas de força fortes na defesa. Quando o Suns enfrentar equipes de garrafão pesado colocará quem em quadra? O Amundson? O Robin Lopez?
Acho que o problema do Suns foi não conseguir achar o meio termo e talvez eles percam mais uma vez por causa disso. Eles passaram anos tendo o melhor ataque da NBA e perdiam nos playoffs porque não sabiam defender. A solução que eles encontraram foi trazer o Shaq e jogar um jogo mais de meia quadra. Não funcionou. Então trouxeram o Terry Porter, técnico essencialmente defensivo, e também não deu certo. O Suns de repente não atacava mais tão bem e nem aprendeu a defender pra compensar isso. Em resumo, o Porter não conseguiu fazer o que a diretoria pedia e nem agradar os jogadores.
No desespero, a decisão foi a de mandar o Porter embora e voltar para o run and gun que dava certo. Opa, dava certo? Há exatamente um ano atrás o time não estava começando a abandonar o run and gun porque ele não rendia títulos? Agora vão voltar pra ele mesmo assim? O que eu entendo é que eles estão mais com medo de passar a vergonha de não ir para os playoffs do que realmente acreditando que possam vencer títulos.
Depois de três jogos para entupir o time de confiança, agora começam alguns desafios de verdade. No domingo eles pegam o Celtics e na quinta-feira pegam o Lakers. O jogo contra o Celtics não será fácil, claro, mas pelo menos será em casa e o atual campeão não terá o Kevin Garnett, que machucou o joelho e ainda não sabe quanto tempo ficará de fora (os resultados dos exames saem hoje), então até que dará para abusar um pouco da escalação mais baixa. Já contra o Lakers será difícil lidar com a dupla Odom e Gasol, que tem destruido todos os garrafões que enfrentam desde a contusão do Bynum.
O técnico Alvin Gentry já disse que "pode prometer que não vão fazer 140 pontos no domingo", mas se eles forem capazes de vencer esses dois jogos importantes, mesmo marcando 100, 120 ou 80 pontos, serão a prova de que esse Suns voltou pra valer. Se perderem, será mais um time que bate feio nos fracos e que não vence os favoritos ao título. Em outras palavras: o mesmo Suns do Mike D'Antoni.
E sejamos sinceros, se era pra ser o mesmo time das temporadas passadas, que mantivessem D'Antoni e Shawn Marion, que há exatamente um ano atrás estavam em primeiro lugar no Oeste.
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sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
O Suns não é mais aquele
Na semana passada, a ESPN mostrou para o mundo todo o Suns ser humilhado pelo Heat. Mas o Nash não jogou aquela partida, então eles tinham uma desculpa.
Pois eis que ontem lá estava o Suns de novo em rede nacional para passar vergonha de novo. E dessa vez com o Nash em quadra! Mas tudo tem seu lado bom, se eles tinham tomado mais de 40 pontos do Wade e depois do Devin Harris, dessa vez seguraram o Nowitzki a apenas 39! Boa, time!
É impossível não lembrar que há 9 meses atrás, um pouco antes da troca do Shaq, o Suns era o líder do Oeste. Eles tinham Shawn Marion, D'Antoni e lideravam a conferência mais disputada da NBA. Uma troca de Shaq depois e eles caíram para a 6° colocação e perderam na primeira rodada dos playoffs.
Uma troca de técnico depois e eles hoje estariam fora dos playoffs. O que aconteceu nesse tempo todo? O que deu errado com o Suns? O que eles tem que fazer para voltar a ser um time forte?
A troca do Shaq foi igual à do Kidd, foi a do estilo "Ou vai ou racha", ou seja, ou a gente é campeão ou estamos fodidos. Com o Dallas ainda deu certo, porque embora eles tenham perdido um armador que está chegando agora no ápice do seu jogo, pegaram em retorno um que já está no fim carreira mas que pelo menos consegue ainda fazer a diferença em um jogo apesar da idade. O Shaq não tem tido o mesmo resultado.
A troca do Shaq fez o Suns perder toda a química que havia entre seus jogadores e perder a temporada passada. Como solução para esse ano, chamaram o Terry Porter para substituir o D'Antoni como técnico e fazer duas coisas: fazer o time ter um melhor ataque de meia quadra e fazer o time defender.
No ranking de ataque e defesa, usando os números de pontos feitos e sofridos a cada 100 posses de bola, o Suns, que sempre foi um dos melhores ataques da NBA desde que o Nash chegou, é hoje apenas o oitavo. Na defesa estão em 24°. E hoje tem 14 times na liga que têm mais posses de bola por jogo do que eles, ou seja, 14 times que jogam em mais velocidade.
Portanto, o Terry Porter conseguiu fazer o time jogar em ataque de meia-quadra, mas não fez esse ataque funcionar e nem conseguiu melhorar a defesa. O primeiro mês de temporada foi um fracasso. E nesse período já tivemos o Nash, que tem suas piores médias em tudo desde que chegou no Suns, reclamando que nada funciona, além do Amaré reclamando que não recebe a bola o bastante. Jogador reclamando para a imprensa nunca é bom sinal.
O que dá pra entender disso tudo é que está faltando sintonia. A grande diferença entre o run and gun do Suns e os utilizados no Nuggets pré-Billups e no Warriors era que o Suns parecia saber o que estava fazendo. Mesmo em velocidade todos sabiam o que fazer, hoje eles não sabem o que fazer, o que deveriam fazer, o que vão fazer amanhã e nem o que a Flora vai fazer com o Gonçalo na novela das 8.
Isso é culpa do técnico? É. Ainda dá tempo pra arrumar? Dá. Ele vai arrumar? Não apostaria meu pé nisso. Mas é culpa só do técnico? Definitivamente não.
De Bryan Colangelo a Steve Kerr, a direção do Suns tem muita culpa no que está acontecendo com o Phoenix Suns.
Hoje e em todas as temporadas desde que Nash chegou e o Suns virou uma potência da NBA, um dos grandes problemas do Suns foi não ter banco de reservas. Uma contusão e eles estavam ferrados, um time que anulasse uma de suas armas e eles não tinham resposta vinda do banco de reservas. Foi assim quando Amaré Stoudemire se machucou, foi assim no ano passado quando o Grant Hill não jogou nos playoffs, foi assim quando o Joe Johnson se machucou nos playoffs de 2005 e por aí vai.
Hoje o Suns continua com o mesmo problema e tem outro, a idade. Mais do que nunca, Nash, Shaq e Grant Hill precisam de descanso para aguentar a temporada e os playoffs. E o Suns precisa de armas vindas do banco, além do Leandrinho, para mudar a cara do time de vez em quando. E chances para isso não faltaram.
Essa é uma lista com jogadores que o Suns draftou ou trocou nos últimos anos:
Rudy Fernandez e James Jones - Mandados para o Portland em troca de dinheiro no draft de 2007
Sergio Rodriguez - trocado por dinheiro no draft de 2006
Rajon Rondo - Trocado por uma futura escolha de draft do Cavs (que pertencia ao Boston)
Nate Robinson e Quentin Richardson- Trocado por Dijon Thompson e Kurt Thomas
Luol Deng - Trocado por uma futura escolha de draft do Bulls
Claro que não dava pra ter todos, o Deng por exemplo foi o que rendeu a escolha de draft do ano seguinte, a escolha do Nate Robinson, mas o ponto principal é que o Phoenix Suns teve muito cara bom nas mãos em dia de draft e deixou escapar. Assim como deixou escapar dois de seus melhores arremessadores, James Jones e Quentin Richardson, em troca de nada.
Na época o Suns dizia que estava economizando, que não queria gastar com novos contratos de novatos. Mas quer dizer que eles economizam uns 3 milhões com o Luol Deng para pagar 8 para o Boris Diaw? Economizam menos de 2 no Rajon Rondo pra depois reclamar que não têm reserva para o Nash? Eles tiveram Sergio Rodriguez, Rajon Rondo e Nate Robinson nas mãos e hoje estão chorando atrás de um armador para substituir o Nash, é irônico demais.
Vocês conseguem imaginar o estrago que seria um banco de reserva com Luol Deng e a dupla Sergio e Rudy? Seria devastador. E olha que eu nem estou contando com a perda do Joe Johnson, já que o armador do Hawks fez de tudo para sair quando virou Free Agent, não foi o Suns que não quis segurá-lo.
Podemos então culpar o Steve Kerr e o Bryan Colangelo pelas trocas de draft que só prejudicaram o time. Culpar só o Steve Kerr pela troca do Shaq. Podemos culpar o técnico Terry Porter por não arrumar nada que ele se propôs a arrumar e também os jogadores porque são eles que estão lá tomando pau.
Não sei se alguém se sente melhor ao apontar os culpados. Eu não, mas aí estão todos eles. Mais um time que esteve a um passo de um título da NBA que hoje parece tão longe. Mas como não dá pra trazer todo mundo de volta, o que eles devem fazer? Shaq responde:
"Se nós vamos correr, deveríamos parar de só falar sobre isso e realmente correr. Não precisamos da permissão do técnico para pegar um rebote e sair correndo. Eu vou começar o contra-ataque porque eu é que pego a maioria dos rebotes e não importa pra mim. Eu posso jogar em qualquer estilo de jogo."
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Denis
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