Mostrando postagens com marcador Memphis. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Memphis. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Zach Randolph versão 2004

Jeitinho sexy sexy sexê

Era o jogo 4 da série de primeira rodada do playoff de 2003 entre Dallas Maverick e Portland Trail Blazers. O Dallas vencia a série por 3 a 0, placar que nenhum time jamais foi capaz de virar, e era anunciado ao público de Portland que no time titular, ao invés do experiente pivô Dale Davis, entraria como ala de força titular um gordinho em apenas seu segundo ano na liga, começando apenas seu 12º jogo na carreira. Zach Randolph.

Perdendo por 3 a 0 do Dallas Maverick, o técnico Maurice Cheeks resolveu que era hora de arriscar. Alguém no elenco do Blazers tinha que ser capaz de parar Dirk Nowitzki, que havia feito mais de 40 pontos em duas das primeiras três partidas da série.

A escolha surpreendeu porque Randolph não tinha se destacado muito na série. Havia feito 4 pontos em 20 minutos no jogo 1, 3 pontos em 11 minutos no jogo 2 e 8 pontos em 22 minutos no jogo 3, mas impressionou nesse último quando pegou 10 rebotes, 5 deles ofensivos. Antes disso, na temporada regular, tinha acabado com médias de 8 pontos e 4 rebotes em 16 minutos de ação por noite, um mero coadjuvante.

O jogo 4 finalmente começou e embora Dirk ainda tenha sido efetivo, com 26 pontos e 11 rebotes, encontrou um adversário à altura. Randolph marcou 25 pontos e pegou 15 rebotes, levando o Blazers à sua primeira vitória na série. O jogo 5 era em Dallas, para o Mavs fechar a série. Mais uma vez Dirk foi bem, mas o Blazers se superou e venceu, com Zach Randolph como cestinha daquela equipe que tinha Arvydas Sabonis, Rasheed Wallace, Derek Anderson, Damon Stoudamire e Bonzi Wells.

O jogo 6 foi a glória. A torcida de Portland acreditava no empate, o ginásio estava bombando e Dirk foi marcado bem, sentiu a pressão e pela primeira vez na série marcou menos de 20 pontos, aliás, bem menos, acabou com 4. Zach Randolph fez seu terceiro 20-10 seguido como titular e levou o Blazers a um improvável empate na série. Mas, como nós sabemos, nenhum time conseguiu virar um 0-3 na história dos playoffs. O Blazers não aguentou o jogo 7 em Dallas e, com 31 pontos de Nowitzki, o Mavs levou a série. Randolph encerrou os playoffs com mais um double-double e a certeza de que era o homem do futuro no Trail Blazers.

O ano seguinte era o último de seu contrato e ele jogou demais. Foi titular nos 80 jogos que disputou, teve média de 21 pontos, 10 rebotes e até deu 41 tocos em toda a temporada. Ruim para um ala de força mas excepcional pra um cara que tem como segunda melhor marca 17 tocos numa temporada inteira. Coroando a temporada foi eleito o jogador que mais evoluiu e assinou um contrato de seis anos no valor de 84 milhões de dólares. E aí começou a desgraça.

Quando um cara no seu terceiro ano de carreira, de quem não se esperava muita coisa, faz 20 pontos e 10 rebotes, é festa. Quando ele é contratado para ser a pedra fundamental do seu time, além dos 20 pontos e dos 10 rebotes espera-se liderança, dedicação e, principalmente, vitórias. Mas não, depois que virou titular o Blazers nunca mais foi para os playoffs até trocá-lo, aliás o Randolph nunca mais jogou um jogo de playoff desde aquele jogo 7 em Dallas.

Nesse tempo ele foi de herói a piada. Era o cara que não corria, o que não defendia, o que aparecia cada dia mais gordo e o que nunca passava a bola não importava o que acontecesse. Ele era o famoso buraco negro do ataque, se a bola chegasse na mão dele, não voltava nunca mais. Não à toa, virou motivo de piadas diárias aqui no Bola Presa. Zoar com o gordinho sempre foi mais fácil.

Depois de 3 anos de Z-Bo como jogador principal da franquia, o Blazers viu que aquilo não tinha futuro e acharam um doido para aceitar seu contrato: Isiah Thomas, claro. Foi para o Knicks em troca de Steve Francis. A torcida do Knicks achou o máximo no primeiro dia, alguns jogos depois viu o quanto aquele "20 pontos, 10 rebotes" na caixa de estatísticas podem ser mentirosos.

Randolph é o que o genial blog Basketbawful chama de "um jogador 20-10-50". É um cara que toda temporada vai te garantir 20 pontos, 10 rebotes e 50 derrotas. E caçando a história da NBA você vê que existem jogadores assim e que o Randolph tem recordes nesse grupo.

Nos anos 80 apenas dois jogadores conseguiram um 20-10-5o: Terry Cummings em 82-83 e Otis Thorpe em 87-88. Nos anos 90, aconteceu apenas três vezes, com Roy Tarpley, Pervis Ellison e Derrick Coleman. Nos anos 2000, foram oito: uma vez com Shareef Abdur-Rahim, uma com Kevin Garnett e duas com Al Jefferson, Elton Brand e, claro, Zach Randolph.

Mas Randolph é um caso extremo. Conseguiu a proeza na temporada 06-07 com o Blazers e na temporada passada conseguiu de maneira dupla, já que os dois times pelo qual jogou, Knicks e Clippers, acabaram com 50 derrotas! E nas temporadas 04-05 e 05-06 ele só não conseguiu a marca porque, por pouco, não chegou na média de 20 pontos.

Nessa temporada era a chance dele conseguir a tríplice coroa, uma terceira temporada seguida com três times difrentes e a mesma marca patética de 20-10-50, mas não é que o puto resolveu jogar basquete?

Não sei se é o técnico, se são os companheiros de time, se é o esquema tático, se ele conheceu uma mulher que o colocou na linha, se entrou na Bola de Neve Church, sei lá e não importa, o que vale é que nesse mês e meio de NBA estamos vendo aquele Zach Randolph dos 4 jogos como titular contra o Mavs.

Sempre gosto de deixar isso claro e deixarei de novo: não pegamos no pé dele nesse blog porque achamos o Randolph ruim, pegamos no pé porque ele consegue a proeza de, mesmo sendo muito bom, estragar os times em que joga só porque não tem vontade e disposição nem para ficar em forma. Não vamos pegar no pé do Mark Madsen ou do Kwame Brown, eles são só ruins, fazemos uma piadinha e pronto.

Lembro que em 2004 era muito difícil acompanhar os jogos, não era como hoje que tem League Pass e o caralho. Tinha que torcer para a ESPN passar alguma coisa ou passar dias baixando jogos ou melhores momentos pra ver no computador. Acho que vi mesmo apenas um jogo daquela série de 2004 (a ESPN estava ocupada demais mostrando o Spurs chutar a bunda de outro 20-10-50, Stephon Marbury) e o Randolph foi uma puta surpresa. Na temporada seguinte, finalmente a TV ia passar um jogo do Blazers e eu e o Danilo fomos ver só pelo Z-Bo, foi naquele mesmo dia que o termo "buraco negro" foi cunhado.

Hoje, tantos anos e piadas depois, fico até feliz de ver o Randolph jogando bem. De tanto tirar sarro ele virou foco da minha atenção, sempre corro pra ver como ele está jogando. E não só ele como todo o time do Memphis Grizzlies está bem nessa temporada. Eles não tem banco de reservas além de alguns minutos de inspiração do Jamal Tinsley e do Sam Young, mas estão se virando muito bem. Hoje, com 12 vitórias e 15 derrotas, estão em antepenúltimo do Oeste, mas apenas 2,5 vitórias da zona de playoff e se estivessem no Leste estariam se classificando para a pós-temporada em 6º lugar!

Um dos motivos para o time estar bem assim é o jogo nada egoísta dos armadores Mike Conley e OJ Mayo, esse último aliás diziam que era um fominha antes de entrar na NBA. Depois porque Rudy Gay está fazendo pontos como se fosse um Carmelo Jr, de todos os cantos da quadra, e também porque o Marc Gasol está fazendo a troca do seu irmão para o Lakers parecer bem menos idiota. Tudo isso ajuda, mas não dá pra ignorar a importância do Randolph nesse time.

O Gasol é muito bom mas não dá conta do ataque sozinho, quem tira pressão dos jogadores de perímetro é o Randolph, fazendo seus pontos e passando muito mais a bola. Ainda comete muitos turnovers e de vez em quando quer ser herói e forçar arremessos, principalmente quando os jogos estão perto do final, mas vamos dar um desconto, isso não é desenho da Disney e ele não vai ficar perfeito da noite pro dia. O negócio é que ele está muito mais maduro, jogando mais em equipe e, mais impressionante, jogando com vontade!

A vontade já foi mostrada no meu post de sábado que tem ele dando dois tocos seguidos no Tyler Hansbrough. Quando você imaginava ver o Randolph vencendo o Psycho-T na vontade? Porque não foi na impulsão que ele ganhou aqueles bloqueios. Corinthiano que sou, eu não peço talento dos meus jogadores, peço vontade. Eu sei que o Randolph nunca vai dar 250 tocos numa temporada como faz o Josh Smith, mas dar 15 num ano todo é pura preguiça, os 41 que conseguiu quando foi o jogador que mais evoluiu na temporada é uma boa marca a ser buscada nesse ano e iremos monitorar no nosso contador de tocos na barra lateral.

Tem outro dado que mostra como nosso gordinho mais formoso está jogando com vontade. Z-Bo, com 4,6, é o líder de TODA A NBA em rebotes ofensivos. Ontem, no melhor jogo da carreira do Randolph, contra o Nuggets, foram 9! Contra aquele garrafão assustador do Nuggets de Nenê, Chris Andersen e Kenyon Martin o porpeta fez 32 pontos, pegou 24 (!!!) rebotes e ainda meteu a bola de 3 decisiva no último minuto!

Depois de anos enchendo o saco podemos dizer com orgulho de professor formando o aluno capeta que o Zach Randolph é hoje um jogador de basquete. Com inúmeros defeitos, mas um jogador de basquete. E vamos continuar de olho pra ver se nosso elogio não sobe à sua cabeça, sabe que ele lê o Bola Presa todo dia...

quarta-feira, 12 de março de 2008

Weak weak East

Quando a briga para os playoffs é entre Sixers e Hawks, o melhor é ir ver o filme do Pelé


Comecei esse post inúmeras vezes, mas sempre era interrompido. Seja pra trabalhar, pra sair, pra resolver alguma coisa e até porque a internet foi pro espaço. Mas não desisti, estou aqui numa lan house só para dizer o quanto o Leste é ruim!

No começo do ano eu me diverti com o Pistons sendo o Pistons de sempre, com o Boston jogando bem demais e com o surgimento do Orlando como força, juntamente com o Raptors. Também conhecemos e gostamos de ver a força do LeBron, digo, do Cavs.
Mas, tirando esses cinco times, o que estamos vendo é um monte de merda, um punhado de times disformes lutando pra ver quem consegue ficar de fora dos playoffs.

Começamos com o Wizards, que é um time bom desde seus tempos de Larry Hughes, mas sem Arenas quase a temporada toda e uns 20 jogos sem Caron Butler, está se arrastando mas mesmo assim é o sexto colocado na briga do Leste, com 30 vitórias e 32 derrotas. Isso mesmo, o sexto colocado tem mais derrotas que vitórias! Não quero meter o pau no Wizards, eles merecem parabéns por chegar tão longe com tantas dificuldades, mas temos que ver também que essa vaga nos playoffs, além de mérito deles, tem muito da falta de mérito de seus concorrentes.

Como por exemplo o sétimo colocado, o time quente do momento, o Philadelphia 76ers. Eles perderam o último jogo para o Boston mas antes disso tinham cinco vitórias seguidas e venceram sete dos últimos dez jogos. No Leste é assim, são cinco vitórias seguidas e você já é um fenômeno e ultrapassa todo mundo na sua frente, basta ver o Bobcats, que estavam praticamente fora da briga por vaga e foi só vencer cinco jogos seguidos (pela primeira vez na história da franquia) e eles já estão há apenas duas vitórias do oitavo colocado.

Oitavo colocado que é o glorioso Atlanta Hawks! Eles tem um bom time, bons jogadores, mas não querem jogar fora a fama de perdedores. Perderam 7 das últimas dez partidas, chegaram a perder jogos e mais jogos em sequência nas últimas semanas, mas a coisa no Leste é difícil, todo mundo quer porque quer ficar de fora. O Nets, nono colocado, está numa sequência de 6 derrotas, incluindo uma para o Memphis Grizzlies (que não ganhava um jogo há 9 jogos) só para ficar de fora dos playoffs. Será vontade de participar do sorteio do draft ou só medo de pegar o Boston?

Mas vamos parar de zoar os times, na verdade não é culpa deles, a culpa é da conferência que é fraca. Todos esses times, aliás, estão muito certos em perceber que suas equipes estão longe de serem as ideais e por isso estão em processo de reconstrução. O Sixers ainda está vendo o que seus pivetes, como Thaddeus Young, Rodney Carney e Jason Smith, podem fazer, ao mesmo tempo em que tentam descobrir o que fazer com Andre Miller e planejam reassinar o Andre Iguodala na próxima temporada. É claramente um time ainda em busca de uma identidade. O Hawks finalmente fez o que todo mundo sabia que eles tinham que fazer, trocaram um de seus mil alas novos (Shelden Williams, no caso) por um cara experiente, Mike Bibby, mas mesmo assim o time ainda se adapta. O Nets claramente mostrou que busca outro rumo ao trocar Jason Kidd pelo jovem Devin Harris, assim como o Charlotte que, de escolha de draft em escolha de draft, ainda está montando seu elenco. A exceção do grupo é o Wizards, que já tem grupo montado, só não consegue ficar longe do hospital.

O que leva esse monte de time em construção para os playoffs é a falta de concorrência. Com apenas cinco times bons na conferência inteira, algumas equipes que não estão em nível de playoff vão acabar indo pra lá de qualquer jeito. O engraçado é ver isso acontecer logo no mesmo ano em que o Oeste é o mais forte em muito tempo, um dos mais disputados de toda a história. O que nos leva a uma discussão que já acontece há alguns anos: o sistema de classificação da NBA é o melhor? É o mais justo?

Muita gente sugere que deveriam acabar as divisões e as conferências e simplesmente classificar os 16 melhores times. Eu até concordo com isso, mas desde que outras coisas mudem também.

Eu ficaria um pouco triste com o fim das conferências, estamos acostumados com elas, elas são legais, têm suas rivalidades históricas e já estão assimiladas pelos torcedores, seria uma perda difícil mas que também poderia ser facilmente superada caso os playoffs ficassem mais emocionantes. Acabando com as conferências acabaríamos também com as divisões, e isso acho que não faria falta mesmo. As divisões servem só para confundir todo mundo na hora em que vêem o Jazz em quarto mesmo com pior recorde que o quinto colocado porque é o campeão da divisão noroeste. Servem também para dirigentes contarem vantagem no fim da temporada: "Meu time ganhou a divisão do Atlântico!"e depois perder na primeira rodada dos playoffs.

Mas uma coisa que se esquece é que as divisões e conferências servem também para definir quantas vezes os times se enfrentam durante a temporada. Então o Lakers pega o Spurs quatro vezes e o Celtics só duas, enquanto o Celitcs pega o Spurs duas vezes e o Bobcats quatro. Também tem os times de mesma conferência que se pegam só três vezes. É confuso, mas em geral um time pega duas vezes um time da conferência oposta e quatro da mesma. Em um sistema geral, em que se classificariam os 16 melhores, os times do atual Leste se dariam melhor, já que cada um deles pegaria as mamatas dos times em reconstrução 4 vezes e os timaços do Oeste somente duas. Com o passar dos anos, a força poderia mudar de conferência e aí seriam outros beneficiados, ou seja, ia ser sempre uma merda.

A solução para isso é usar o exemplo do futebol. Turno e returno, todos jogam contra todos uma vez em casa e uma vez fora. Simples assim. Ao invés dos 82 jogos que temos hoje, teríamos 58. Alguém vê algum problema? Eu acho uma maravilha. Agora, por exemplo, já estou cansado da temporada regular, já conhecemos todos os times e a única coisa que eu quero mesmo é ver o circo pegar fogo, o bicho pegar, quero ver os playoffs! Mas ao invés disso precisamos esperar 82 longos jogos só pra ver caras como o Yao Ming terem uma fratura por stress no pé. A fratura dele não foi por pancada, foi por desgaste, foi por jogar umas três vezes por semana uns 40 minutos. Além dele, a lista de machucados é imensa, afinal são 82 jogos, muitas vezes quatro em uma semana, dois em dias seguidos, 48 minutos de jogo, jogo corrido, jogo físico. E pra quê? Pra ter mando de quadra nos playoffs, só? Pra ganhar a divisão? Não, é claro, é só pra ganhar mais dinheiro com direitos de TV e ingressos.

Seria muito melhor para os jogadores se fossem só 58 jogos, seriam menos contusões, os jogos seriam mais valorizados (na quarta vez em que o Lakers pega o Suns já não tem taaanta graça assim) e os jogadores mais descansados poderiam até render melhor. É só ver na página pessoal de cada jogador na NBA.com, lá tem as estatísticas de cada atleta nos jogos em dias seguidos, com um, dois, três, ou mais de três dias de descanso entre os jogos. A enorme maioria tem um desempenho muito superior quando tem tempo para descansar o corpo.

E não me venham dizer que o Yao se machucou por causa dos jogos da seleção chinesa! Isso é ridículo! Ele pode até sentir falta das férias, mas jogar 10 jogos em um mês pela seleção não se compara a jogar aqueles jogos em dias seguidos, viajando pelos EUA e jogando muito mais minutos por partida. Isso é desculpa de quem tem medo de mudar as coisas na NBA.

Mas isso tudo é um sonho só, ninguém planeja mudar nada no calendário da NBA. Eles ganham muito dinheiro assim e os times e a liga seriam capazes de cobrar uma diminuição dos salários dos jogadores causada pela diminuição de renda graças ao número menor de jogos. Aí nem os jogadores mais bichados iam aceitar, acreditem, eles são gananciosos mesmo depois de ter 50 milhões de dólares na conta.

Como curiosidade, os playoffs com 16 times seriam, se acabasse a temporada agora, assim:

Boston Celtics(1) x Washington Wizards (16)
Detroit Pistons (2) x Portland Trail Blazers (15)
San Antonio Spurs (3) x Toronto Raptors (14)
Los Angeles Lakers (4) x Cleveland Cavaliers (13)
Houston Rockets (5) x Denver Nuggets (12)
New Orleans Hornets (6) x Golden State Warriors (11)
Phoenix Suns (7) x Dallas Mavericks (10)
Utah Jazz (8) x Orlando Magic (9)

Eu não reclamaria de um playoff que começa com Kobe enfrentando o LeBron e o Mavs pegando o Suns. E vocês, gostariam de ver os playoffs assim?


Notas:

- Vocês viram o cara que entrou na quadra pra falar com o LeBron no jogo do Cavs contra o Knicks no Madison Square Garden? Ele foi preso, acusaram ele de ter ido atacar o LeBron, mas na verdade o cara era só um fã, ele até estava com a camiseta do LeBron!
No dia seguinte ele disse que não se arrependeu, que faria de novo e que na verdade ele foi lá só pra dizer que era fã dele e que sempre quis ser como seu ídolo. Segundo o fã, o LeBron respondeu "Ok, legal! Valeu por ter vindo!"

Aqui tem o vídeo:

quarta-feira, 5 de março de 2008

Asilos de qualidade

Sam Cassell toca a si mesmo pensando em ganhar um título


Tem uma coisa sobre os times bons de que muita gente se esquece: são os times bons que assinam jogadores livres, free agents, com a maior facilidade. Digo isso olhando para o caso do Boston Celtics nessa temporada, por exemplo. Se não bastasse o elenco que já possuiam com, insisto em dizer, três jogadores que farão parte do Hall da Fama no futuro, ainda me assinam o Sam Cassell pra fazer parte da brincadeira. É tão injusto que deveria haver uma regra que só permitisse ao Celtics assinar o Olowokandi ou o Kwame Brown, nada mais. Onde está David Stern quando se precisa dele?

Existe, correndo pela NBA, essa idéia de que, quando o time está fedendo muito, é hora de se livrar de todo mundo com salários caros e começar de novo. Liberando a folha salarial, o time ruim pra burro terá grana para contratar jogadores que terão o passe livre, se tornando, portanto, um time bom. Mas agora vamos ser sinceros: quantas vezes você já viu esse plano mirabolante dar certo?

A verdade é que os grandes jogadores, em geral, não estão nem um pouco interessados em ir passar vergonha no Bobcats ou no Grizzlies. Não importa quem eles mandem embora, quanta bufunfa tenham no bolso para contratar uma grande estrela. É claro que os jogadores da NBA querem enfiar dinheiro até nas orelhas, mas se eles podem fazer isso num time vencedor, com uma base formada, nunca irão para um time completamente capenga. O exemplo imediato que me vem à cabeça é o Atlanta Hawks de uns anos atrás. Se livraram de toda a galera num processo de reconstrução (chamado popularmente na gringolândia de "rebuild"), se encheram de pivetes, draftaram buscando talento e não posições específicas (tinham tantos alas na equipe que parecia escola de samba) e com a grana queriam uma grande estrela. Ótima idéia. Quem é que aceitou as verdinhas para ir jogar lá? Joe Johnson, na época terceira opção do Suns e com "role player" escrito na testa. Maior caso de "na falta de alguém melhor, vai tu mesmo" só quando o Cavs não conseguiu o Michael Redd e chamou o (irgh!) Larry Hughes no lugar.

Esse troço de rebuild é a maior furada. Achar que milagrosamente o Kobe ou o LeBron vão aceitar jogar no Grizzlies só porque lá eles vão receber oito ziribilhões de dólares é ridículo. Times em rebuild dependem de bons drafts, boas trocas e muita, muita sorte. Trocar o Iverson pelo Andre Miller pode até dar resultado. Trocar o Gasol por um peixe dourado, não. A vida é dura para os times ruins.

Para os times bons, a vida é mais fácil do que dar aquele chutinho da Chun-Li com controle turbo. Você tem Shaq e Wade na equipe? Os jogadores com passe livre vão implorar para jogar ao seu lado. Seja aceitando menos grana, abrindo mão de um ou dois iates, ou até mesmo ganhando a mesma grana que ganharia em outro lugar, mas com as chances de ganhar um título falando mais alto. Karl Malone aceitou jogar no Lakers em troca de um prato de feijão mais a grana do busão, só para ter chances de ser, enfim, campeão. Agora, Sam Cassell chorou e esperneou para ser mandado embora do Clippers para poder levar o que sobrou de pilha para o Celtics. Que não se enganem os que olham a data de nascimento, Cassell ainda é um dos jogadores mais inteligentes (e decisivos nas horas finais) de toda a NBA. E na onda dos velhinhos, até o idoso-porém-bom-em-tocos (não confundam com o Mutombo) Theo Ratliff foi para o Pistons. Legal, como se o Celtics ou o Pistons precisassem de alguma ajuda.

Na temporada que vem, vários grandes jogadores terão passe livre: Arenas, Baron Davis, Iverson, Shawn Marion, Elton Brand. Pense bem: você acha que algum deles vai aceitar jogar no Memphis Grizzlies, que acabou de trocar todo mundo por uns enfeites de mesa e pretende torrar os cofres da franquia na temporada que vem? É muito mais provavél que aceitem jogar no Celtics, no Lakers, ser a peça final no Houston ou no Hornets. Time bom atrai jogador bom. Se teu time é ruim e contratou alguma estrela, pense duas vezes, o cara deve ser bem pior do que você pensava. Ou você daria seu time nas mãos do Joe Johnson por uma fortuna multizilionária?

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Nos vemos em junho, Boston!

Gasol: Elvis sai de Memphis e vai para L.A.


Eu estava hoje mesmo preparando um texto sobre os jogadores que podem ser trocados nesse mês, já que o dia limite de trocas é no dia 22 desse mês. No texto ia dizer que o Grizzilies tinha interesse em trocar o Gasol porque o time do jeito que está não está dando certo, e parece que é hora de recomeçar com o time baseado no Rudy Gay, não no Gasol.

Mas o boato da troca do Gasol só existia quando se falava no fracasso do Bulls. A troca do Gasol para o Bulls é uma grande farsa, o boato mais chato e antigo desde a troca do Mike Bibby para o Cavs. A troca evidentemente não ia acontecer neste ano já que o Bulls não tinha conseguido extender o contrato do Gordon e do Deng. Com isso, os salários só conseguiriam ser igualados (o que é necessário já que quase todos os times estão no limite do teto salarial) se a troca envolvesse Ben Wallace ou Kirk Hinrich, com Conley e Lowry na armação Hinrich é desnecessário, e Ben Wallace ganha muito pra produzir pouco hoje em dia. A troca realmente não aconteceu.

O que aconteceu foi que meu Lakers está mais perto de um anel desde que Shaq saiu da equipe! A troca realizada foi:

O Lakers manda:
Kwame Brown, Javaris Critentton, Aaron McKie, os direitos de Marc Gasol e duas escolhas de primeira rodada de draft (2008 e 2010)
O Memphis manda: Pau Gasol e uma escolha de segundo round de 2008.

Quando eu li isso, comecei a correr pela casa! Na verdade, na casa da minha namorada. Estava lá e li a troca em uma mensagem de celular que o Danilo me mandou, nunca vou esquecer dessa mensagem. O Lakers está, de novo, pronto para lutar por títulos. Gasol libera o Odom da obrigação de fazer pontos e o deixa fazer o que sabe que é passar a bola, rebotear, ajudar os outros. E libera muito espaço para o Kobe arrmessar e até para o Bynum, quando ele voltar. É a peça que faltava para o Lakers entrar em todo jogo pra vencer e entrar nos playoffs pensando em ganhar título.

Para o Grizzlies, à primeira vista a troca parece ridícula, trocar pelo Kwame Brown sempre soa como uma piada de mal gosto, ainda mais por juntar ele com o Darko Milicic. Nunca ter uma primeira e uma segunda escolha de draft juntos foi tão ruim. A última vez que foi tão ruim foi quando o Bulls tinha Curry e Chandler, que só resolveram jogar quando sairam de Chicago.

Mas a troca não foi tão ruim assim não. Primeiro que Javaris Critentton é um puta jogador! Foi ótimo nas Summer Leagues e foi muito bem sempre que entrou nos jogos do Lakers, é até uma pena que ele vá embora porque ele e o Farmar tinham enorme sintonia em quadra, tipo Romário e Bebeto, saca? Ele pode ser um ótimo reserva em Memphis para o Mike Miller e até um bom titular num futuro próximo. Marc Gasol pode ser um bom reserva na NBA também, ele é bem desengonçado mas pelo menos as camisetas escrito "Gasol" nas costas vão poder continuar sendo vendidas na lojinha do ginásio.

Mas o que interessa mesmo são as duas escolhas de draft e o contrato expirante do McKie e do Kwame. Isso significa que no ano que vem o Grizzlies terá espaço de sobra para assinar qualquer Free Agent caro, e isso significa poder correr atrás de Andre Iguodala, Gilbert Arenas (apesar dele jurar que continua no Wizards), Luol Deng, Ben Gordon, Elton Brand e por aí vai. E eles ainda tem o atrativo de ter Rudy Gay e Mike Conley no elenco, quem for pra lá pode saber que não estará sozinho.

E quer saber, se eu fosse o Grizzlies até manteria o Kwame. Se ele topar um salário bem baixo, claro. Ele pode ser um bom reserva e sem a pressão de ser peça importante num time que tem que ganhar (como foi na época dele de Wizards com Jordan e de Lakers com Kobe), ele pode até render mais. Nunca vai render o que uma primeira escolha de draft deveria render, mas pelo menos um reserva bom ele pode ser. Mas posso estar dizendo isso só porque estou muito bem humorado e gostando mais do Kwame agora que ele não está no meu time.

Pensando já no futuro, com Fisher e Farmar dando conta da armação, Kobe como líder, Odom sem precisar ser segunda opção e um garrafão com Gasol e Bynum, não tem desculpas para não lutar para ir bem longe nos playoffs. Quem sabe não vemos uma final Lakers e Celtics como nos bons e velhos tempos?


Notas:

- Faltou só mandar o Navarro junto, que é brother e camarada do Gasol. Eu topava mandar o Vujacic por ele, não sei como o Memphis não topou essa, devem ser doidos.

- No campeonato de enterradas, primeiro o Dwight falou que podem aumentar a cesta pra ele enterrar, ao invés dos 3,05m tradicionais, poderiam deixar em 3,65m (12 feet). Rudy Gay respondeu que por ele pode deixar assim pra vez dele também. E agora foi a vez de Gerald Green responder que por ele pode até aumentar para 3,96m (13 feet). Green, com isso, quebraria o recorde mundial que é de 3,71m, de um cara chamado Wayne Clark.

- O Moon ainda não disse nada, mas de acordo com esse rebote, acho que ele pula um pouquinho também. Congelar o vídeo no segundo 24 chega a ser engraçado.

- A situação no Rockets tá tão feia que o T-Mac já está colocando a culpa nos aros do ginásio da equipe.

- O Cavs fica tão desesperado quando o LeBron não joga que na partida contra o Sonics o Donyell Marshall até esqueceu de colocar o uniforme!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

"Tá olhando o quê, amigo?" - Uniforme pra quê?

Nem a ridiculeza do uniforme antigo do Rockets conseguiu parar Barkley



Esta é uma coluna (coluna?) nova, fui incumbido de falar sobre tudo que é visual na NBA, desde os desenhos dos logos até a maravilha que é a Eva Longoria. Divirtam-se, critiquem, cuspam ou simplesmente ignorem e nem leiam, já estou acostumado. Agora vamos ao primeiro assunto da coluna "Tá olhando o quê, amigo?"

Um assunto que quase ninguém discute é o visual da NBA. Ok, ok, muitos de vocês repararam, elogiaram e até cagaram em cima dos novos uniformes, principalmente os "retrôs". Mas já discutiram com alguém? Sabem de onde vieram ou por que vieram? É lógico que não, isso não tem relevância nenhuma para o jogo, por isso estou aqui para iluminá-los. Como eu disse, e muitos já perceberam, há mais ou menos 3 anos houve uma explosão, uma modinha de novos uniformes e principalmente uniformes clássicos e retrôs. A principal causa desta mudança e inovação é que, além de dar uma melhorada, ou piorada (aí vai do gosto de cada um), o mercado mundial e nacional da NBA aumentou drasticamente, o que rende lucros. Quanto maior a demanda, maior a oferta, assim times como Nuggets, Mavs, Spurs, Pacers e mais alguns, bobos que são, foram logo desenvolvendo novos uniformes para abocanhar uma fatia maior do bolo. Mas ná é tão simples, mexer com o retrô pode dar merda, muita merda, e poucos se salvaram neste quesito. O Spurs por exemplo cagou e sentou em cima. Não mudou o logo e jogou o prateado. Parece que o Duncan está vestido para o baile do colégio, só faltou porpurina. Em compensação, o uniforme retrô do Nuggets aqui ao lado, filé! Eu compraria se vendesse por aqui.

Porém, a NBA não é só dinheiro, os outros 2% levam o jogo em consideração e no que se vê em quadra, assim, outros
times procuraram reformular seus uniformes, não para venderem mais - aham! como se não fosse por isso também -, mas porque os anteriores eram muito feios ou estavam fora de moda, desatualizados. Fazendo parte deste grupo, está novamente o Denver Nuggets, que
trocou o velho uniforme branco e marrom pelo simpático azul geladeira e amarelinho bebê (lembrando que em anos anteriores já havia trocado o ancestral colorido "viva o movimento gay" com aquela montanha bizarra). Na minha opinião, não havia necessidade, mas aprovado.

Outro time que embarcou neste grupo e, diga-se de
passagem, precisava e muito, foi o Houston Rockets. Convenhamos, aquele uniforme listrado, com o foguete explodindo na camisa, parecia um pijama. Ou foi desenhado pelo chato do sobrinho do dono ou foi uma piada de muito mal gosto. Críticas à parte, o novo é muito bem feito! Gostei do vermelho, do "R" representando uma plataforma de lançamento com um foguete, simples, funcional e bonito. Vende que nem água - graças ao Yao Ming. Há outros que mudaram seus uniformes com a mesma necessidade que o Houston, como o Memphis, Washington, Warriors e o Suns, mas este mudou pouca coisa.

A necessidade, junto com a divina oportunidade de as equipes beliscarem uns dólares a mais, deram esta atualizada no visual da NBA e deixou os jogos de certa forma mais bonitos, o que pra mim está ótimo, já que tem tido uns joguinhos bem feios ultimamente.
Agora lanço o desafio: tem uniforme que fique bem no gordo do Eddie Curry?