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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Summer Leagues - Os veteranos


Holiday jogou sem Christmas dessa vez


No último post sobre as ligas de verão tratamos dos novatos de 2010. Para saber um pouco mais da história e para que servem esses pequenos torneios realizados no verão americano é só ver a introdução do mesmo post.

Nesse eu vou falar de outros tipos de jogador que atuaram em Orlando em Las Vegas, os veteranos. São os jogadores com experiência de NBA, a maioria novatos do ano passado, que estão lá para ganhar experiência ou apenas para colocar o que estão fazendo em treinos na prática. Como essa lista ficou também muito grande, a outra categoria, a criativa "outros", com os não-draftados e jogadores vindos da gringolândia, fica para o próximo post.

Veteranos
DeMar DeRozan e Sonny Weems (SG e SF - Toronto Raptors) - As vitórias nas Summer Leagues não querem dizer nada, mas as do Raptors animaram uma meia dúzia de torcedores do que estavam chorando a saída de Chris Bosh. Isso porque foram comandadas por dois dos mais jovens jogadores do elenco canadense, DeMar DeRozan e Sonny Weems, que tem tudo para ser a dupla titular em Toronto na próxima temporada. DeRozan briga por vaga com Leandrinho e Weems com Kleiza, mas os dois americanos tem a vantagem do bom entrosamento. Durante os jogos da liga de verão um sempre procurou o outro nos contra-ataques e nas pontes aéreas, formando a dupla mais mortal de Las Vegas.

Em entrevista o DeRozan foi bem humilde e admitiu que não estava totalmente pronto para a NBA no ano passado, mas que desde o fim da temporada passada está treinando sua defesa, suas bolas de três (tentou apenas 18 bolas de 3 em toda temporada apesar de ser um segundo armador) e seu arremesso após o drible, para poder criar mais arremessos para si mesmo.

Curioso que na temporada passada, sabendo dessas falhas em seu jogo, DeRozan era bem passivo durante os jogos, arriscava pouco, o que gerou algumas críticas. Mas foi essa consciência dos seus limites que fizeram com que acabasse a temporada 2009-10 com aproveitamento de 48% dos arremessos e menos de 1 turnover por jogo. Nas ligas de verão conseguiu colocar seus novos talentos em quadra e os números continuaram bons: 21 pontos por jogo, 58% de aproveitamento dos arremessos (espetacular!), 40% de acerto nas bolas de três e só 1 turnover por partida. Esperem grandes coisas dessa dupla para a próxima temporada, especialmente de DeMar DeRozan, que finalmente vai fazer jus à sua força nominal.

Marreese Speights (PF - Philadelphia 76ers) - Está sendo citado aqui porque foi muito bem na Summer League de Orlando, mas não fez nada de novo. Usou sua velocidade pouco comum para um jogador da posição 4 para fazer pontos na transição e foi agressivo nos rebotes, liderando a liga de Orlando com 9.2 rebotes por partida. Mas apesar do bom basquete apresentado não acho que seja um risco para a titularidade de Elton Brand. Se não roubou a sua vaga nem no esquema feito de contra-ataques que o Sixers tinha até o ano passado, não vai ser agora.

Jrue Holiday (PG - Philadelphia 76ers) - Apesar do Sr.Feriado não estar no mesmo time do Dionte Christmas nesse ano (Sr. Natal jogou a Summer League pelo Kings), rendeu bastante. Aliás, mais do que o esperado. Holiday, ao lado de Jonny Flynn, foram duas exceções em uma classe de draft cheia de armadores talentosos. Enquanto a maioria (Evans, Jennings, Curry, Lawson) arrebentava com tudo e todos, os dois pareciam irregulares e despreparados para o basquete profissional. Holiday, porém, animou um pouco a torcida do Sixers ao melhorar nos últimos 2 meses de temporada, e confirmou a evolução nas ligas de verão.

Liderou a Summer League de Orlando com 19.3 pontos e 6 assistências por partida. Mesclou bem momentos de atacar a cesta e distribuir o jogo e foi bem agressivo nos roubos de bola, especialmente cortando linhas de passe. Talvez alguns defeitos em seu jogo apareçam quando enfrentar jogadores de alto nível, afinal ele tem apenas 20 anos, mas é o armador do futuro para o 76ers.

Terrence Williams (PG/SG - New Jersey Nets) - Eu estou pouco me ferrando para o que o T-Will faça em quadra, desde que esteja no próximo campeonato de enterradas. Mas como está longe, podemos falar um pouco de basquete. Ele foi bem, teve boas médias de 18 pontos, 3 rebotes e 5 assistências, mas deixou bem claro pra todo mundo que apesar de ter tamanho de armador, não é um. Forçou muito o jogo individual e foi um dos motivos para que Derrick Favors arremessasse tão pouco nos primeiros jogos. Em compensação soube criar boas jogadas atacando a cesta. Jogando na posição dois, sem a obrigação de criar para os outros, e pegando os minutos que eram de Chris-Douglas Roberts, deve se destacar na próxima temporada.

James Harden (SG - Oklahoma City Thunder) - A barba mais legal da NBA sofre por ter sido escolhido antes do Tyreke Evans no draft. Não é porque um melhor veio depois que ele é ruim, pessoal. Muita gente esperava mais dele, mas o cara faz o que pedem: aparece do banco no Thunder defendendo bem, tem bom aproveitamento nos arremessos e faz um pouco de tudo. Jogou a Summer League de Orlando como um ótimo veterano e só não tem números mais expressivos na NBA porque joga na sombra de Kevin Durant.

BJ Mullens (C - Oklahoma City Thunder) - O Thunder tinha um dos melhores elencos dessa Summer League. Além de Harden tinha Eric Maynor, Kyle Weaver, Serge Ibaka, DJ White e BJ Mullens. Não à toa só perdeu um jogo e este por um ponto de diferença! Embora todos tenham jogado bem, meu destaque vai para o Mullens, que foi o que surpreendeu. O resto fez, com os números um pouco mais expressivos, pela qualidade dos adversários, o que já fazia na NBA no ano passado. Menos Mullens, que mal jogou na temporada passada e finalmente apareceu em Las Vegas, com 16 pontos e 6.3 rebotes por partida. Foi interessante ver ele atacar a cesta e conseguir ir para a linha do lance livre nos dias em que seus arremessos não estavam caindo. Pode ser uma ameaça à titularidade do novato Cole Aldrich que parecia tão certa no dia do draft.

Kosta Koufos (C - Minnesota Timberwolves) - O pivô que foi envolvido na troca de Al Jefferson para o Jazz foi parar no Wolves e terá concorrência de Darko Milicic, queridinho do GM David Kahn, e do recém-chegado Nikola Pekovic. Não será fácil ganhar uns minutos, mas ele começou bem com sólidas atuações nas ligas de verão. Depois de estrear mal com apenas 4 pontos, embalou três jogos com 13, 19 e 14 pontos. Destaque para o jogo contra o Magic em que teve, além dos 13 pontos, 11 rebotes e 4 tocos. Ainda é pouco, mas começa a lembrar um pouco o pivô que brilhou em Ohio State e foi MVP do campeonato europeu sub-18 de 2008 (quando jogou pela Grécia, apesar de ter nascido em território americano).

Gerald Henderson e Derrick Brown (SG - Charlotte Bobcats) - Com a perda de Raymond Felton para o New York Knicks, o Bobcats precisava mesmo é de um armador novo, já que o Larry Brown nunca confiou muito no DJ Augustin (lembram do "Ele não está jogando porque não defende e não arma jogadas, só isso"?), mas se esse problema ainda não foi resolvido, pelo menos Henderson e Brown podem suprir outra necessidade do Bobcats, o banco de reservas.

Nenhum vai chegar perto de ameaçar a vaga de titular do Stephen Jackson, mas será um bom desafogo ter caras que sabem marcar pontos no banco. Ambos até atuaram bem juntos em alguns jogos e a dupla deve também substituir Gerald Wallace durante os jogos. Brown terminou seus 5 jogos com média de 15 pontos e 7 rebotes, Henderson passou dos 20 pontos nas duas primeiras partidas e a partir daí atuou menos minutos, acabando com média de 14 pontos por jogo.

Reggie Williams (SG/SF - Golden State Warriors) - Em um post recente eu comentei que volta e meia o Don Nelson, técnico do Warriors, acha uns jogadores que ninguém nunca ouviu falar por aí e eles começam a jogar bem. Reggie Williams é um exemplo. Apareceu do nada na temporada passada para cobrir o lugar de algum contundido, jogou 24 partidas e saiu com média de 15 pontos por jogo, excelente para um novato. Foi para as ligas de verão e só não fez mais pontos que John Wall, com 22.6 por partida. Apesar de dividir espaço com outros achados de Don Nelson, além de Monta Ellis e Steph Curry, deve continuar fazendo seus pontos na orgia ofensiva do Warriors.

Omri Casspi (SF - Sacramento Kings) - Não sei porque ele estava lá. Provou mais de uma vez na temporada passada que já é um jogador formado e tem espaço garantido na NBA. Vai ver que jogar ligas de verão no basquete profissional americano é mais uma tradição milenar judaica que a gente nunca vai entender, nunca se sabe. Garantiu seus 14 pontos de média em apenas 24 minutos por partida.

JJ Hickson (PF - Cleveland Cavaliers) - A hora é de urgência em Cleveland, qualquer ser humano capaz de fazer pontos, pegar rebotes, dar assistências e/ou dar enterradas lindas o bastante para vender ingressos são bem vindos. Hickson teve bons momentos na temporada passada, mas eles eram sempre ao lado de LeBron, que cansava de dar assistências para o negão ir lá dar suas enterradas avassaladoras. Como seria sem 'Bron do lado?

Na Summer League de Las Vegas ele foi muito bem! Acabou com 19 pontos de média em 58% de aproveitamento e as duas médias foram prejudicadas por um jogo péssimo contra o Miami Heat (trauma da saída do LeBron, provavelmente). Até essa última partida ridícula, em que fez 4 pontos, estava com média de 24,3 pontos por jogo, o que bastaria para ele ser o cestinha do torneio. Ainda falta técnica, mas ele ataca a cesta como poucos, em um ritmo de ataque veloz ele pode se destacar.

Earl Clark (SF/PF - Phoenix Suns) - Earl Clark não se destacou tanto assim para merecer ser citado aqui, é verdade. Podem argumentar que o Jermaine Taylor do Rockets, por exemplo, jogou mais. Mas é que os 14 pontos e 5 rebotes do Clark são significativos pelo seu histórico.

O Clark foi a 14ª escolha do último draft e muitos apostavam que ele iria fazer chover no Suns. Afinal era um jogador alto, veloz e com visão de jogo que poderia ser um Boris Diaw melhorado. Alguns críticos gringos chegaram ao ponto de dizer que ele era completo o bastante para futuramente estar na briga de MVP da NBA! Exageros a parte, o mínimo que ele deveria ter conseguido era entrar na rotação do Phoenix Suns, mas o Jarron Collins entrava antes dele ver um minuto de jogo.

Como é até normal ter um pivete que só pega no tranco depois do segundo ano, fiquei atento ao Clark em Las Vegas e deu para ver uma evolução. Ainda está longe de brilhar, mas já chamou mais o jogo e pareceu mais à vontade em quadra. Sempre tenho dó desses caras que sofrem com as expectativas e espero que com mais tempo de quadra ele comece a se soltar. Quem já viu ele jogar bem torce por isso também.

OJ Mayo (SG (ou PG) Memphis Grizzlies) - Se o Casspi jogar já não fazia sentido, o que dizer de OJ Mayo? Mas calma, a explicação é boa. Um dos planos para a próxima temporada é usar Mayo como armador principal. Ele pegaria alguns dos minutos do pouco confiável Mike Conley na armação e abriria espaço para o recém-contratado Tony Allen e o novato Xavier Henry jogarem na posição 2. Ele estava em Las Vegas apenas para brincar de cosplay de Jason Kidd.

Só jogou duas partidas e deu três assistências em cada uma, não foi lá grande coisa, mas serviu pelo menos para tirar a poeira. Nas palavras do próprio OJ, "Hoje devo ser horrível nessa posição porque não jogo com a bola na mão o tempo todo há 3 anos, mas com treino e repetição eu posso ser bom". Vamos descobrir só na temporada regular, mas não colocaria meu dinheiro nessa aposta.

JR Smith (SG - Denver Nuggets) - E o JR Smith, o que estava fazendo lá? Quer virar armador? Tradição judaica? Não, "Estou aqui por amor ao basquete. Melhor vir aqui do que jogar em uma quadra qualquer". Boa, campeão.

...
Veteranos que não jogaram na Summer League
Joe Alexander (Chicago Bulls) - Sabia que todo novato tem um contrato garantido de apenas dois anos? A partir do terceiro é uma opção do time de manter o pivete ou não. Pouca gente sabe disso porque 99% dos novatos tem a opção do seu terceiro ano aprovada assim que possível. Apenas 7 (sete!) jogadores na história da NBA não tiveram essa opção aceita, são eles: Patrick O'Bryant, Yaroslav Korolev, Julius Hodge, o campeão Shannon Brown, JR Giddens, Morris Almond (que estava em Las Vegas) e, finalmente, Joe Alexander.

Ele começou a jogar basquete tarde, só no fim da adolescência e passou boa parte do seu colegial jogando basquete na China onde se mudou com o pai, que foi transferido para a filial chinesa da Nestlé. Voltou para os EUA para jogar basquete na universidade de West Virginia, onde ficou três anos. Apesar de parecer sem muitos fundamentos, era espetacular fisicamente (apesar de ser branco!) e baseado basicamente nisso, acabou virando a 8ª escolha do Draft de 2008 pelo Bucks, em que nunca fez absolutamente nada. No ano passado foi para o Bulls na troca do John Salmons e lá não fez nada também.

Estava inscrito na Summer League pelo Bulls mas não entrou em um jogo sequer, não achei uma notícia explicando a situação. Nada disso é sequer um pouco relevante para o blog, mas que carreira, hein?

Jonny Flynn (Minnesota Timberwolves) - Stephen Curry, Tyreke Evans e Brandon Jennings não jogaram as ligas de verão porque não precisam mais convencer ninguém, Flynn não jogou por uma contusão no quadril. De todos os armadores escolhidos no Top 10 do ano passado foi o que menos convenceu. Ainda acho o rapaz muito bom, a sensação de decepção vai mais do sucesso dos companheiros de draft do que pelas atuações dele em quadra. Ser irregular durante o ano de novato é comum, as exceções são os outros.

DeJuan Blair (San Antonio Spurs) - Geralmente um jogador toma como um elogio quando o seu time pede para ele não jogar uma Summer League. Ainda mais quando você foi um novato na temporada passsada. O gostinho é ainda mais especial quando se foi uma escolha de 2ª rodada como foi com Blair. Mas mesmo com o Spurs implorando para ele descansar e evitar o risco de uma contusão, ele insistiu e disse que queria jogar de qualquer jeito. Até foi inscrito, mas de última hora aceitou o pedido do time e não entrou em quadra. Greg Popovich agradece a vontade de jogar, mas fica mais feliz com a obediência.

...
Eu sei que tinha prometido os "outros" para esse post também, mas ficou grande demais, fica para o próximo. Nele irei falar de alguns jogadores que faltaram, inclusive o tão comentado e badalado Jeremy Lin, estrelinha da Summer League de Las Vegas que está bem próximo de acertar um contrato com o Golden State Warriors. Até lá!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Férias curtas

Este blog estourou a cota permitida de fotos do Iverson
para o ano, então trocamos por um pudim


Estamos de volta com nosso já tradicional post semanal sobre o Allen Iverson, o máximo de atenção já dado a um jogador que não entra em quadra desde que o Arenas abriu um blog para falar bobagem (e que o Eddy Curry foi acusado de assédio sexual pelo seu motorista particular). Não faz muito tempo, acompanhamos o Iverson sendo assinado pelo Grizzlies, reclamando do seu papel na equipe depois do seu primeiro jogo, e depois anunciando sua aposentadoria mequetrefe após ter pedido dispensa do time por razões familiares. O Denis sabia que esse lance de se aposentar era marmelada e imaginou que seria apenas um "ano sabático", uma folga para voltar às quadras na temporada que vem. Mas não tinha como imaginar que seria, na verdade, uma "semana sabática", não deu tempo do Iverson nem ir fazer as compras do mês pra encher a geladeira e ele já assinou um contrato com o Sixers.

A coisa lá na Philadelphia anda um tanto feia. O time está entre os últimos do Leste, na frente apenas do Knicks, que fede, e do Nets, que ainda não ganhou partida alguma na temporada e tenta hoje, contra o Dallas, não bater o recorde de pior início de todos os tempos. Na temporada passada o Sixers já não era grandes merdas, o Elton Brand não encontrou seu lugar na equipe e passou muito tempo contundido, mas o Andre Miller segurava as pontas na armação o bastante para o time não desmoronar. Para salvar a pátria, pelo menos dois novos talentos mostraram que dariam bem certo na NBA: Thaddeus Young e o magrelo do Marreese Speights. Mas com o Andre Miller escolhendo virar reserva no Blazers para jogar com um time de futuro desesperado por alguém que tenha idade pra fazer a barba, o Sixers virou farofa. O Louis Williams teve que assumir a armação, mas ele tem reserva escrito na testa, não passa de uma estrela de Ligas de Verão e pensa que armar o jogo significa atacar a cesta. É claro que, sem o Andre Miller, o Elton Brand não vê mais a cor da bola, tem as piores médias de sua carreira em qualquer quesito estatístico, e teve seu talento engolido pelos Monstars. Volta e meia ele ainda quebra um galho, mas a verdade é que o pirralho do Speights está jogando muito melhor do que ele em todos os sentidos - quer dizer, até quebrar o joelho e ficar os próximos 2 meses fora. Mas o Speights corre mais, se encaixa melhor nos contra-ataques da equipe, e mantém o foco nos rebotes que o Elton Brand deveria trazer para a equipe. No fundo, é um casamento muito melhor com o Dalembert, do ponto de vista atlético e técnico, do que o Brand poderia ser.

Além disso, até a mãe do Iguodala sabe que ele é um jogador para completar uma equipe, fazer todo o trabalho sujo, defender, ser a segunda arma ofensiva. Carregando todo o ataque de um time que só sabe correr e não tem jogadas de meia quadra, o negócio fica um pouco feio para o rapaz, que precisa forçar demais o jogo. O Louis Williams ajuda a pontuar, é verdade, mas compromete um bocado o fluxo da equipe. Sua evolução tem sido notável nas últimas temporadas, mas ele ainda não está pronto para carregar um time que tanto se focava na liderança inteligente do Andre Miller. Ou seja, o Louis Williams até tem as manhas, só não é muito inteligente e precisa de tempo para amadurecer seu jogo. O fato de que ele vai passar dois meses fora das quadras com uma mandíbula quebrada, tomando sopa de canudinho, também não ajuda muito.

O Iverson volta ao Sixers não por saudade, carinho, encaixe. Ele era apenas o melhor armador disponível para substituir um jogador mais-ou-menos que vai passar o próximo par de meses fazendo cocô mole. É claro que, para o Iverson, é mais simples voltar para o Sixers, em que ele fez sua carreira e tem ainda torcedores apaixonados, do que começar de novo em outro time qualquer. Mas parece ser o fardo dele, agora, só ter chance nos times mais capengas do planeta. O Sixers está em crise, desmontando, tentando entender o ataque do novo técnico Eddie Jordan em que os armadores têm papeis bem distintos do que estamos acostumados a ver por aí. O Iverson não deve demorar para pegar o jeito, os armadores do Eddie Jordan tem uma tendência a arremessarem muito, e ele deve ser titular desde o primeiro minuto. A torcida vai apoiar, sabendo que se ele fizer merda o contrato dura só esse ano, e todo mundo vai poder reciclar a camiseta velha e empoeirada do Iverson que estava mofando no armário.

No Grizzlies, o Iverson tinha a chance de levantar a franquia, tanto em vitórias quanto em atenção (ingressos, camisetas vendidas, e principalmente posts no Bola Presa, já que somos agora a nona econômia do mundo), mas não teve os minutos e preferiu ir secar gelo. No Sixers, a chance de salvar uma franquia que está caindo pelas beiradas volta mais uma vez, só que com oportunidades reais de jogo. Pelo menos, se der errado dessa vez será por culpa do Iverson e do seu jogo, não de assuntos fora das quadras. Já está na hora de escrevermos menos sobre ele e de vermos o cara jogar um pouquinho mais (vídeos velhos no Youtube não vale). Espero poder, da próxima vez que um post citar o Iverson em algum grau, poder ao menos falar que ele está chutando traseiros ou que ele fede, ao invés de ficar dizendo qual o próximo time que cogita ter o vovôzinho em seu elenco.

Por enquanto, aposto que as coisas vão dar razoavelmente certo. A situação é ideal para o Iverson tentar se superar, o time precisa de um pontuador urgentemente, não dá para ficar muito pior (a não ser que o Sixers vire o Nets), e quando o Louis Williams voltar a comer coisas sólidas, provavelmente vai pro banco de reservas onde é seu lugar. Toda vez que um reserva desses acaba virando titular, o mundo fica um lugar mais triste - temos que convir que as coisas andam bem melhores no planeta desde que o Tyronn Lue parou de ser titular em qualquer time em que ele acaba indo parar.

A nova estreia do Iverson é na segunda-feira, contra o Nuggets. Em Denver ninguém sente muita falta do coitado, porque o Billups é a prova viva e encarnada de que mais vale um jogador mais-ou-menos que se encaixa no time do que uma estrela fantástica que não sabe o que está fazendo. Com sorte, o Iverson se encaixará melhor nessa equipe do que naquele Nuggets. O Iguodala é um jogador secundário, e a verdade é que o Elton Brand também - todos os seus anos de estrela no Clippers nunca deram em merda nenhuma. Talvez com esse forte elenco de apoio, Iverson possa ser a estrela que ele sabe ser, só que com uns 20 anos a mais em cada perna do que seria o ideal. Se não der certo, aí é tchau e abraço, meu amigo. Ou é sucesso absoluto no Sixers, ou então é década sabática pra você, criança. Já estou com saudades.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Os destaques da liga dos fracassados

Ninguém sabe, mas esse é o Roy Hibbert


Enquanto a maioria dos jogadores está de férias, os ruins e a pivetada estão ralando a bunda nas Summer Leagues. Pra quem não acompanha de perto ou ainda é novato em NBA, a gente explica.

As Summer Leagues tem esse nome porque é verão lá no norte, e se caracterizam por juntar nos times jogadores iniciantes que precisam de mais experiência e jogadores que não tem time e buscam mostrar seu talento para arrancar alguma vaga em qualquer equipe da NBA.

Até um tempo atrás tinham várias dessas Ligas de Verão. Tinha a de Orlando, a de Las Vegas, a de Los Angeles, a de Denver, dentre outras. Mas, dizem que por influência do David Stern, começaram a juntar tudo em uma só e hoje só temos duas principais. A de Las Vegas, que tem a participação de 21 times da NBA e mais um selecionado só com jogadores da D-League (a liga de desenvolvimento da NBA), e a de Orlando, que contou com 7 times.

Essa de Las Vegas é a mais importante. Tem cobertura exaustiva da NBA.com e até transmissões online e ao vivo pelo site. Até o ano passado eram de graça, nesse ano custam 15 dólares, o que é esquisito. E além de estranho é engraçado, até um tempo atrás era difícil achar as estatísticas desses jogos e hoje dá pra ver ao vivo com narrador e comentarista.

Além da NBA ter encontrado um jeito a mais para ganhar dinheiro, continuar na mídia mesmo sem a temporada estar rolando e de valorizar seus atletas mais jovens, os futuros ídolos, não tem nenhuma nova razão pra isso. As Summer Leagues continuam com o mesmo intuito de sempre: preparar a garotada enquanto descobre-se quem presta e quem não presta.

Com o fim da Summer League de Orlando, esse post é para listar os 10 maiores destaques desse torneio. Lembrando sempre que devido a essas características especiais das ligas de verão, todos os resultados são questionáveis. Um cara jogar bem aqui não é garantia certeira de que dará certo na NBA, já que Jerryd Bayless, Donte Greene e o saudoso Lonny Baxter estão aí para comprovar.


Top 10 - Os destaques da Orlando Summer League

10- Kasib Powell (SG, Magic)
O ala de 2,01m jogou a temporada 2007-08 no Miami Heat, onde jogou 11 partidas naquele time recheado de jogadores desconhecidos como Blake Ahearn, Earl Barron e Alexander Johnson. No ano passado não conseguiu entrar em time nenhum mas talvez sobre alguma oportunidade depois dessa Summer League em que jogou pelo Magic.

Ele teve médias de 14,8 pontos, 5,8 rebotes e pareceu muito bom arremessador, acertando mais de 50% da linha dos três. Depois de perder o Courtney Lee e o Turkoglu e de receber em troca apenas o Vince Carter, sobra uma vaguinha no banco de reservas para o Powell, que se duvidar pode render mais que o Redick.


9- AJ Price (PG, Pacers)
De todos os dessa nossa lista ele é o que teve os piores números. Apenas 8,2 pontos e míseras 3,2 assistências, número fraco para um armador que jogou em média 30 minutos por jogo. Mas vendo os jogos do Pacers eu percebi que ele tem um bom potencial.

Sabe bater pra dentro, é rápido e organiza bem o time. Se duvidar é melhor até deixar ele mofando um ano na D-League antes de colocar o moleque pra jogar na NBA, mas o talento está lá escondido. Pode ser um investimento barato e que dará resultados no futuro.

Pra quem não sabe da história maluca do Price, que envolve contusões e roubos de laptops na faculdade, leia nossa análise do Pacers no Draft 2009.


8- Serge Ibaka (PF, Thunder)
O Serge Ibaka é um ala de 2,08m vindo do Congo que foi escolhido no draft do ano passado, mas que continuou jogando na Espanha ao invés de ir para a NBA. Agora, depois de uma promissora liga de verão, acho que vai entrar na NBA.

Seus números não são de cair o queixo, 12,3 pontos, 3,3 rebotes e 1,5 tocos, mas ele é tudo o que o Thunder precisa. Ele é agressivo e bom nos tocos, agressivo nos rebotes de ataque e se posiciona bem para finalizar embaixo da cesta. Ele não é bom o bastante para criar suas situações de cesta, mas com Westbrook, Durant e Harden atacando o aro, ele pode se aproveitar para receber bons passes e garantir seus pontos.

Também parece o tipo de jogador que rende mais em times velozes do que em times que preferem o ataque de meia-quadra, então o Thunder, se mantiver a filosofia do ano passado, é o lugar pra ele.


7- Mareese Speights (PF, Sixers)
Nenhuma surpresa aqui. O Speights já tinha ido bem na sua primeira temporada pelo Sixers, principalmente depois que ganhou mais tempo vindo do banco com a contusão do Elton Brand. Normal ele ter ido bem na liga de verão.

O que eu esperava na verdade eram atuações até melhores. Ele acabou com médias de 14,2 pontos, 6,6 rebotes e 2,2 tocos. Foi o líder do torneio na média de tocos mas depois de um primeiro jogo bem agressivo no ataque eu achei que ele ia dominar o resto do torneio, mas ficou bem mais tranquilo.

Uma coisa que talvez tenha atrapalhado é que nessa Summer League o Sixers se juntou com o Nets. Os dois formaram um time só, que os narradores chamavam de Netxers, e que não sei em que esquema jogava. Geralmente os times usam seus assistentes como técnicos e estes aplicam as jogadas que o time principal usa na temporada. O que eles usaram no Netxers? Sem idéia.


6- Chris Douglas-Roberts (SG, Netsxers)
Já falamos bastante do Douglas-Roberts aqui. Pra quem não lembra ele era o Bebeto quando o Derrick Rose era o Romário na Universidade de Memphis. Em alguns jogos ele até parecia melhor que o Rose, pra falar a verdade.

Depois de cair pra segunda rodada no draft do ano passado, ele foi parar no Nets, onde teve poucas chances na sua primeira temporada. Com média de 14 pontos por jogo nessa summer league, incluindo um jogo com 27 pontos, e sem o Vince Carter no Nets, acho que ele terá uma temporada com muitos minutos pra provar de uma vez por todas que tem espaço na NBA, nem que seja só para ser um pontuador vindo do banco.

Sim, o arremesso dele continua esquisito pra cacete.


5- James Harden (SG, Thunder)
Tudo o que prometem do James Harden é o que ele é mesmo. O cara joga em câmera lenta mas sabe exatamente o que está fazendo na quadra. Geralmente a Summer League é cheia de pivetes com físico impressionante tentando aparecer, o que resulta numa correria sem fim cheia de turnovers.

Com o James Harden o jogo fica mais lento e mais inteligente. Ele me lembra um pouco o Brandon Roy ao infiltrar, que também sabe controlar seu corpo e a velocidade para se aproveitar das situações. Ele acabou com média de 15 pontos e 1,8 roubo por jogo.


4- Tyler Hansbrough (PF, Pacers)
Na luta Psycho-T versus críticos, o doido saiu na frente. Mas foi a prova mais fácil.
Os críticos dizem que apesar da carreira espetacular em North Carolina ele não pode render na NBA, e em sua primeira experiência na NBA ele acabou com média de 18,2 pontos, 5,6 rebotes e o título simbólico da liga com 5 vitórias e nenhuma derrota.

Mas tudo ainda não vale muito porque o Hansbrough enfrentou nessa Summer League muitos adversários que não são tão bons técnica ou fisicamente. Muitos dos caras que ele enfrentou cara-a-cara eram de nível parecido com os que ele enfrentava quando pegava bons times da NCAA e contra esses caras sabemos como o Psycho-T é muito bom.

Problema mesmo ele terá contra os grandes nomes da NBA, contra eles é que a altura e a técnica um pouco limitada irão atrapalhar, mas pra falar a verdade quem é que não tem problemas ao enfrentar Amar'e, Duncan, KG e cia? Hansbrough não é All-Star mas tem um enorme futuro na NBA.


3- Roy Hibbert (C, Pacers)
Quem não gosta do Hansbrough também pode argumentar que ele deve o trabalho facilitado a jogar ao lado do Roy Hibbert, de longe o melhor pivô do torneio.

O Hibbert teve médias de 20,2 pontos, 9 rebotes e 1,8 toco por jogo, além das bandejas forçadas que não resultaram em toco mas causaram erro dos adversários. Ele simplesmente dominou os garrafões em Orlando com sua altura (2,18m!) e defesa. O quanto disso ele conseguirá transformar em domínio na NBA é difícil saber, mas que é um bom começo dominar a pivetada das Summers Leagues é inegável.

Vendo ele jogar acho que ele pode muito bem repetir os 9 rebotes e os quase 2 tocos de média na NBA. Precisa tomar cuidado com as faltas e com os turnovers, que o atrapalharam em alguns momentos, mas tem potencial para se destacar defensivamente. Os 20 pontos é que será mais difícil, mas pelo menos ele se mostrou decente para finalizar, inclusive nos lances livres, que acertou 75%. Esse jogo eu não estava vendo, mas as estatísticas mostram até que ele acertou uma bola de 3!

Também legal ver como ele se entrosou com o Hansbrough. Os dois tem características complementares que se encaixaram bem e podem significar um futuro bom para o garrafão do Pacers. Uns críticos os chamaram de Duncan e David Robinson da liga, o que era uma piada exagerada, claro, mas que mostra bem o nível do entrosamento.


2- Ryan Anderson (PF, Magic)
Ele saiu do Nets para o Magic apenas para complementar a troca do Vince Carter, mas depois dessa Summer League jogando em casa, ele tem espaço garantido para atuar em Orlando. Foram 21,4 pontos por jogo, a segunda melhor marca, e 9,4 rebotes, líder do torneio. Sem contar o recorde de pontos num jogo, 33, e o bom aproveitamento nas bolas de 3, 12 de 29 tentadas.

Com isso ele foi eleito em votação dos fãs o MVP do torneio e aqui no nosso ranking ficou em segundo lugar. Ele é basicamente perfeito para o Magic. Jogando na posição 4 ele é bom reboteiro e abre o jogo com excelente arremesso de longa distância. É exatamente o que o Magic procurava e ficou longe de achar quando trocou o Trevor Ariza pelo lixo do Brian Cook.

Com a recente notícia de que o Magic igualou a proposta pelo Gortat, o garrafão deles fica com Dwight, Bass, Anderson e Gortat. Muito bom e muito variado.


1- Russell Westbrook (PG, Thunder)
É tradição das Summer Leagues colocar os jogadores que acabaram de terminar o primeiro ano pra jogar. Geralmente isso é bem útil porque a maioria lutou para se adaptar, lutou para ganhar espaço e ainda precisa de muito treino.

Esse não foi o caso com o Russell Westbrook, que arregaçou desde o primeiro segundo que pisou numa quadra da NBA e nem precisava estar aí se misturando com esta gentalha. Mas seguindo a tradição ele se deu ao trabalho, foi lá, viu e venceu. 22,3 pontos de média (líder do torneio), 7,8 assistências (líder também) e só falhou na média de 5 turnovers, o que é aceitável já que a bola ficava na mão dele o tempo inteiro e ele foi bem agressivo.

Ryan Anderson chamou mais a atenção porque era inesperado vê-lo jogar tão bem, mas o melhor foi mesmo o Russell Westbrook.

...
Vale também destacar alguns nomes como o ala Terrence Williams do Nets, o Nick Fazekas do Celtics, o DJ White do Thunder e o Jrue Holiday do Sixers. Todos misturaram momentos ruins com outros momentos muito bons. Na média não valeu vaga no nosso Top 10, mas é pra ficar de olho.

E agora, a parte mais esperada (tambores)

Top 8 - Força Nominal da Summer League de Orlando

8- Richard Hendrix - Purple Haze, Baby! Segundo ano seguido com o Hendrix buscando uma vaga na NBA. Cleveland tem o museu do rock, vai pra lá, Hendrix!
7- Scott Vander Meer - Van der Meer é um nome holandês estiloso e de um físico ganhador do Nobel.
6- Kevin Kruger - Imagine ter um cara que faz pontos até nos sonhos dos adversários. Uma camiseta com "Kruger" escrito atrás venderia mais que qualquer outra.
5- Moses Ehambe - Não dá pra ouvir o nome "Moses" e não lembrar desse vídeo clássico. Assistam.
4- Gary Forbes - Forbes não precisa de agentes e empresários para negociar seus contratos.
3- Leo Lyons - Nas palavras do Sbub no nosso Mock Draft de Força Nominal, "iniciais dobradas, boa pronúncia, nome apelido, sobrenome de thundercat"
2- Jrue Holiday - Primeiro que Jrue não é um nome, é ruído. E Holiday é feriado e música da Madonna, genial!
1- Dionte Christmas - Melhor que ter o sobrenome de "feriado" é ter um feriado em especial. O cara chama Dionte Natal, o que deve render vários apelidos de Papai Noel na roda de amigos. A melhor parte foi que Holiday e Christmas jogaram juntos. Só faltou o John Thanksgiving.

Na foto acima quem aparece é o nosso querido Christimas. Feliz Natal a todos.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

O que acontece em Las Vegas...

Bayless: bom, bonito e até que é limpinho


O ditado diz que o que acontece em Las Vegas fica em Las Vegas. Mas será que vale para a Summer League de Las Vegas também?

Muita gente que está jogando bem demais espera que não, espera que o que está acontecendo lá aconteça por mais pelo menos 82 jogos a partir de novembro, mas tem muita gente que prefere o ditado, prefere que o aconteça lá fique lá e nem é porque eles acabaram casando por engano com um homem em Las Vegas, é pelo fiasco mesmo.

Um time que tá bem na fita e que os torcedores devem estar extasiados é o Philadelphia 76ers. Primeiro porque só sobrou o Grizzlies com espaço no teto salarial então o Iguodala, até por falta de opção, deve ficar no Sixers mesmo. Segundo porque eles contrataram o Elton Brand sem ter que perder nada por isso. Terceiro porque eles tem o trio mais devastador das Summer Leagues: Thaddeus Young, Jason Smith e Marreese Speights. Para se ter uma idéia, os três juntos marcaram 48 pontos na vitória de ontem sobre o Lakers.

O Thaddeus Young todo mundo já sabia que era bom, ele acabou a temporada passada com grandes atuações e fez bom playoff contra o Pistons também. A liga de verão está servindo apenas para comprovar o talento do garoto, mesmo antes da boa atuação de ontem ele já tinha tido jogos de 27 e 22 pontos.

Jason Smith e Speights ainda pecam um pouco pelo excesso de faltas, mas como em Summer League não tem limite de faltas, é pra bater mesmo, fazer o quê? Speights em especial tem sido impressionante, dominando fisicamente os jogos em alguns momentos e tem tudo pra ser um bom reserva para Brand nos próximos anos.

Outro jovem rapaz que está jogando muito bem nesta Summer League é OJ Mayo. Depois que Derrick Rose e Micheal Besley se pegaram na Summer League de Orlando, sobrou para Mayo ser a estrela do torneio de Las Vegas e, embora não tenha sido a maior estrela do torneio, não tem feito feio. Além dessa enterrada demente em cima do Hilton Armstrong, ele tem tido sólidas atuações ofensivas, com média de pouco menos de 20 pontos por jogo e muita agressividade.

Mas será que o Memphis vai se arrepender da sua troca de Kevin Love por OJ Mayo? Porque o Sr. Amor não foi nem um pouco carinhoso nos seus dois primeiros jogos de Summer League, dominou o garrafão como um veterano. Foram 18 pontos nos dois jogos, um complementado por 13 rebotes e o outro com 17 rebotes e 2 tocos. Nada mal para um branco!

Mas mesmo se o Grizzlies se arrepender, não é como se eles tivessem ficado sem nada na posição de ala de força. Naquela salada de trocas do fim do primeiro round, eles pegaram o Darrell Arthur, que depois de um jogo patético com 3 pontos e 9 faltas se reergueu e marcou 18 pontos contra o Hornets e 23 contra o Spurs. E nunca é ruim ter cara que gosta de bater no Spurs, só pela diversão.

Mas ainda no Grizzlies (incrível como quando a temporada não vale nada, a gente não pára de falar no Clippers e no Grizzlies), tem um cara que quer que o que aconteça em Las Vegas fique só por lá para sempre. Trata-se da quarta escolha do draft do ano passado e maior candidato a fracasso do último draft: Mike Conley.

Não que ele esteja com números patéticos, ele não é ruim, só que parece que nunca vai ser o grande armador que muita gente achou que ele seria. Em três jogos, está com média de 11 pontos e 3 assistências. Na NBA de verdade, esses números já seriam ruins para quem quer liderar um time como titular, e em uma Summer League, contra adversários fracos, são piores ainda. O Greg Oden não deve mais ser amigo dele, certeza.

A gente é bem tolo, algumas pessoas até acham que somos tolos o bastante para achar que no Brasil se fala brasileiro ao invés de portugês, mas não somos tão idiotas para achar que as atuações dos jogadores do Warriors nas Summer Leagues vão fazer alguma diferença na rotação do time. O Don Nelson é maluco, ele odeia novatos e deve estar de férias no Caribe, nem ligando para os campeonatinhos de verão, então de que adianta o CJ Watson estar fazendo campanha digna para garantir uma vaga como armador reserva do time, ou de que vale o Belinelli e sua média de 23 pontos, ou ainda os 14,3 pontos do Brendan Wright? Nada. A única chance deles pisarem em quadra é se o Don Nelson tiver a grande idéia de colocar o Belinelli de pivô ou o Brendan Wright de mascote.

O legal de ver jogo de Summer League é que muitos times usam o mesmo sistema de jogo de seus times principais. Então o Suns corre, puxa contra-ataque, o Sixers enfia bola no garrafão como se o Speights fosse o Brand, o Warriors usa o Anthony Randolph de pivô e não pensam, essas coisas. Mas ninguém deixou isso mais claro do que o Wizards, e ainda fizeram parecer que é brincadeira de criança.

Em entrevista, o Nick Young disse que é bem simples, "Eu sou o Gilbert Arenas, o Andray Blatche é o Jamison e o Dominic McGuire é o Butler.". Isso não lembra você mesmo dizendo "Eu sou o Pégasus, você é o Dragão e ele é a bichinha do Andrômeda"? Muito coisa de pirralho, mas parece que é bom para os garotos se acostumarem com o (ou a falta de) sistema tático do Wizards. Falta só o Nick Young estourar o joelho e o McGuire conseguir fazer mais de 10 pontos em um jogo.

Ainda vamos falar mais da Summer League de Las Vegas, tem muita gente se destacando e nem falei muito dos caras que estão fedendo. Vou dar mais uma chance para vocês, Nicolas Batum, Marquinhos, Corey Brewer... mas vou terminar esse texto falando de quem, pra mim, é a grande estrela desse torneio até agora: Jerryd Bayless.

Eu sei que o Donte Greene do Houston fez 40 pontos, mas foi contra a defesa do Suns que estava imitando a defesa de verdade do Suns, além disso vou dar para o Danilo o prazer de falar do Greene e do Mike Harris, que jogaram muito pelo Houston. Eu vou me dar o prazer de afirmar pela trocentésima milionésima ducentésima vez que o Portland chuta o traseiro fedido de todo mundo ano após ano no draft. Esse rapaz chamado Jerryd Bayless é simplesmente espetacular. Ele tem um drible magnífico e bate pra dentro quando dá na telha e está com média de 27 pontos e de mais de 15 lances livres batidos por jogo. Ninguém consegue parar ele sem bater no garoto. Ainda não parece que ele pode jogar na posição de armador principal, mas ele pode ser facilmente segundo armador com o Brandon Roy armando ao lado dele ou, como eu gostaria mais, ele pode vir do banco para substituir tanto o Steve Blake quanto o Brandon Roy. Ele é aquele típico jogador que vem do banco para infernizar a vida do outro time e virar uns jogos difíceis.

Amanhã o assunto volta a ser a seleção brazuca e depois voltamos com mais Summer League, jogadores mudando de time e essa palhaçada toda que você já está acostumado. Mas até lá, para vocês se distraírem, fiz um Top 10 com os nomes mais legais (não necessariamente Força Nominal) da Summer League que você nunca vai ver numa quadra da NBA.


Top 10 - Nomes mais legais que você nunca vai ver na NBA

10- Jonte Flowers (Pistons) - Nunca que alguém chamado "Flores" vai jogar no Pistons.
9- Michael Peeples (Wizards) - Peeples é apelido carinhoso pra namorada.
8- Vytas Danelius (Wizards) - Danelius é Danilo em Latim?
7- Callistus Eziukwu (76ers) - Latim que cruzou com algum africano que não fala brasileiro.
6- Dontey Draper (Wizards) - Tem nome de super-herói.
5- Pooh Jeter (Woves) - Nome de jogador de baseball.
4- JaJuan Smith (Mavs) - JaJuan? Sério?
3- Hector Romero (Grizzlies) - Esse já pegou a Thalia e tem bigode.
2- Nik Carner-Medley (Lakers) - Que legal seria dizer "O Medley é um jogador completo"...
1- Lorenzo Mata-Real (Lakers) - O Lakers deveria contratar ele hoje mesmo e me dar uma camiseta número 666 escrito "Mata-Real" nas costas.