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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Preview 2010-11 / Charlotte Bobcats

O da esquerda foi pro Knicks, o da direita iria pra 
putaqueopariu se o Larry Brown pudesse escolher


Objetivo máximo: Playoffs
Não seria estranho: Ficar em 9º ou 10º no Leste
Desastre: Passar muito longe dos 8 primeiros da Conferência

Forças: Técnico e elenco especializados em defesa
Fraqueza: Ataque fraco. Perdeu jogadores e não conseguiu reposição à altura

Elenco:

Charlotte Bobcats
Titulares
Reservas
Resto
PG
DJ Augustin
Shaun Livingston
SG
Stephen Jackson
Gerald Henderson
Matt Carroll
SF
Gerald Wallace
Derrick Brown
Dominic McGuire
PF
Boris Diaw
Tyrus Thomas
Eduardo Najera
C
Kwame Brown
Nazr Mohammed
DeSagana Diop


Técnico: Larry Brown

Larry Brown é o único técnico da história do basquete americano a ter um título da NCAA e da NBA. No currículo tem façanhas como fazer aquele Pistons sem estrelas (ou que viraram estrelas depois daquela temporada) de 2004 bater o Lakers de Shaq, Kobe, Malone e Payton e fazer o Allen Iverson jogar o melhor basquete da sua vida. No último ano conseguiu ser o primeiro técnico a levar o Bobcats, caçula da NBA, para os playoffs.

Historicamente, e novamente com o Bobcats, Larry Brown faz sua fama por montar boas defesas. O Sixers de 2001 que foi até a final contra o Lakers era uma defesa sólida, com Dikembe Mutombo ainda em seus bons anos e o ataque todo nas mãos de Iverson. O Pistons de 2004 tinha um ataque mais eficiente, bem montado, mas foi o que foi na história da liga por sua defesa. Sob o comando de Larry Brown é que Ben Wallace deixou de ser um desconhecido para se tornar o melhor defensor do mundo por tantos anos. Outra característica básica do treinador é a sua exigência. É bem comum ele afastar jogadores ou falar mal deles publicamente quando acha que não estão se dedicando o bastante em quadra. É uma espécie de Scott Skiles, mas com jogadores que os respeitam mais.

No Bobcats ele parecia estar tentando simular o que fez em Detroit, se preocupando com uma defesa forte e deixando o ataque mais no jogo de meia-quadra, com um ou dois jogadores inteligentes atuando como o Chauncey Billups do time, segurando a bola na mão por bastante tempo e tomando decisões por conta própria. Primeiro era Boris Diaw, que na temporada passada perdeu esse papel para Stephen Jackson. Apesar dos dois estarem jogando bem, não levam o time nas costas. Larry Brown ainda não conseguiu achar um jeito de fazer a melhor defesa da NBA virar um ataque competente. Seu histórico de ataques pouco eficientes e dependente de estrelas, somado ao elenco do Bobcats, dão a entender que Larry Brown vai penar muito nessa temporada para voltar a seus melhores resultados. Mas sem ele o Bobcats estaria fadado às últimas posições da liga.

...

O Raymond Felton nunca chegou a ser aquela grande estrela que tanta gente achou que ele seria. Mas não é nenhuma decepção também. Bom armador, sabe pontuar e por muitas vezes, com suas jogadas individuais, foi a válvula de escape do Bobcats em quartos períodos. Mas agora ele está no New York Knicks. Então quem entra no lugar dele no time? Em teoria seria o DJ Augustin, único outro armador do elenco, mas o caso não é tão simples assim. Durante muitos jogos o Felton estava jogando mal ou simplesmente precisava descansar e o Larry Brown se recusava a colocar o DJ Augustin, seu reserva imediato, em quadra. Ou deixava o Felton por mais tempo em quadra ou improvisava o Stephen Jackson ou até mesmo, no fim da temporada, o Larry Hughes. Perguntado uma vez sobre porque Augustin não estava jogando, ele respondeu algo como “Porque ele não defende e não sabe armar jogadas” ou algo assim.

Eles definitivamente não se dão bem e já tentaram trocar o cara muitas vezes, sempre sem sucesso. Muita gente até está apostando que o armador titular pode acabar sendo o Shaun Livingston, mas eu duvido. Apesar de ser um jogador inteligente, nunca foi o mesmo depois da sua contusão-Lego (só assista se tiver sangue frio) e eu não acho que seja bom o bastante para ser titular atualmente.

Outro problema do time hoje em dia é a inutilidade do Boris Diaw. Quando ele chegou no time no meio da temporada retrasada revolucionou o ataque da equipe, finalmente dando qualidade de passe e inteligência. Mas essa função passou a ser realizada pelo Stephen Jackson no último ano, agora Diaw é um cara que defende mal, não sabe arremessar e não tem a bola na mão pra fazer o que faz melhor (e faz como poucos no mundo), passar a bola. Diaw também está acima do peso faz algum tempo e Larry Brown, que nunca perdoa, já deixou clara sua insatisfação com isso.

O ótimo blog NBA Playbooks deu uma boa solução para o Bobcats desviar a atenção dos seus defeitos e passar a ser mais conhecido pelas suas qualidades. O segredo é usar a tática que o Philadelphia 76ers usou nos últimos anos, virar o time do contra-ataque, jogar em velocidade. O Sixers se destacou com isso, principalmente na temporada retrasada, porque tinha bons defensores, ótimos ladrões de bola e um time inteiro que sabia fazer pontos de transição. Não dá pra ganhar títulos só com isso, mas quando estamos falando de time com poucas ambições, é uma saída.

O DJ Augustin não sabe armar o time, ele se destaca pelas suas bolas de três e velocidade. Então pode ser bem útil para simplesmente pegar a bola e sair correndo. Se aprender a dar os passes certos nas horas certas, coisa que eu sinceramente não sei se ele sabe fazer, será um passo importante para se firmar como titular. Se isso não der certo eles podem deixar a bola na mão do Stephen Jackson ou do sempre espetacular Gerald Wallace. Apesar de mais altos e pesados, são velozes e puxam contra-ataques com muita qualidade. Eu não descartaria por completo a idéia do Larry Brown colocar no time titular, ao invés do Augustin, o Gerald Henderson, jogador de 2º ano que teve poucas chances na temporada passada. Ele não é armador nato, mas é veloz e atlético nos contra-ataques e se tiver um relativo sucesso marcando os armadores adversários pode ganhar a vaga. Aí a idéia seria usar a defesa esmagadora para roubar a bola ou conseguir um rebote defensivo e sair em velocidade com o trio Henderson, Wallace e Jackson. Em situações de meia quadra aí a armação teria que ficar mesmo com o Captain Jack. Não é o ideal, mas considerando quanto o Larry Brown odeia o Augustin, há uma chance.

Na última temporada o Bobcats foi um dos times que mais forçou erros dos adversários e um dos que mais forçou erros de arremesso, então as chances de pegar a bola e forçar o jogo de transição estão aí. Para ser o time perfeito para atuar nesse esquema falta apenas um melhor reboteiro. No ano passado eles estavam bem abaixo da média para um time especialista em defesa e para essa temporada ainda perderam Tyson Chandler por nada.

Como se perder Felton por nada não fosse o bastante, ainda conseguiram ser piores com o Chandler. Porque dessa vez ganharam despesas em troca. O pivô foi para o Dallas em troca de Erick Dampier, Eduardo Najera e Matt Carroll. Erick Dampier era a peça chave da troca porque ele tinha um contrato não garantido de 13 milhões de dólares para essa próxima temporada, então um time poderia dispensá-lo antes da temporada começar e economizar 13 milhões. A idéia do Bobcats era usar o Dampier como isca de troca para times que queriam se livrar de jogadores caros. Como o Dallas já tinha provado nos meses anteriores, não deu certo. Ninguém queria o Dampier nem para despachar contratos imensos, ou queria no máximo mandar um Eddy Curry da vida, o que também não interessava o Bobcats. Resultado? O próprio Bobcats foi obrigado a dispensar o Dampier para não ter que pagar 13 milhões (mais as multas por passar do teto salarial) por um jogador tão mais ou menos. Ou seja, o Bobcats trocou Tyson Chandler, seu pivô titular, pelos horríveis contratos de Eduardo Najera e Matt Carroll que, juntos, não devem jogar mais de 8 minutos por jogo. Uma offseason para ser esquecida em Charlotte.

Para coroar o novo sistema ofensivo sugerido, poderia também haver uma troca no time titular de Boris Diaw por Tyrus Thomas. O QI do time cairia de um prêmio Nobel para um rato velho, mas ganharia muito em velocidade, defesa e teriam mais um cara para acompanhar os contra-ataques. O grande defeito do Tyrus Thomas é ser inútil no jogo de meia quadra, já que não sabe jogar de costas pra cesta, mas até aí o Diaw não é grande coisa. Mesma coisa no arremesso de média distância, Tyrus Thomas, embora tenha melhorado muito, ainda é irregular, assim como é Diaw hoje em dia. Com essa mudança o Diaw poderia até ser mais útil, voltando a ter a função de organizador do ataque quando o Stephen Jackson fosse descansar.

Embora tenha divagado tanto sobre as possibilidades ofensivas do time, a verdade é que o que define mesmo o time é a sua defesa. Apesar dos pesares, enquanto forem a melhor defesa da NBA vão incomodar muita gente. Vão ser uma espécie de Pacers do meio da última década que era o famoso time construído para vencer por 51 a 49. Deem uma olhada nesse vídeo do último ano em um jogo contra o Heat, foi um massacre defensivo:

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Summer Leagues - Os veteranos


Holiday jogou sem Christmas dessa vez


No último post sobre as ligas de verão tratamos dos novatos de 2010. Para saber um pouco mais da história e para que servem esses pequenos torneios realizados no verão americano é só ver a introdução do mesmo post.

Nesse eu vou falar de outros tipos de jogador que atuaram em Orlando em Las Vegas, os veteranos. São os jogadores com experiência de NBA, a maioria novatos do ano passado, que estão lá para ganhar experiência ou apenas para colocar o que estão fazendo em treinos na prática. Como essa lista ficou também muito grande, a outra categoria, a criativa "outros", com os não-draftados e jogadores vindos da gringolândia, fica para o próximo post.

Veteranos
DeMar DeRozan e Sonny Weems (SG e SF - Toronto Raptors) - As vitórias nas Summer Leagues não querem dizer nada, mas as do Raptors animaram uma meia dúzia de torcedores do que estavam chorando a saída de Chris Bosh. Isso porque foram comandadas por dois dos mais jovens jogadores do elenco canadense, DeMar DeRozan e Sonny Weems, que tem tudo para ser a dupla titular em Toronto na próxima temporada. DeRozan briga por vaga com Leandrinho e Weems com Kleiza, mas os dois americanos tem a vantagem do bom entrosamento. Durante os jogos da liga de verão um sempre procurou o outro nos contra-ataques e nas pontes aéreas, formando a dupla mais mortal de Las Vegas.

Em entrevista o DeRozan foi bem humilde e admitiu que não estava totalmente pronto para a NBA no ano passado, mas que desde o fim da temporada passada está treinando sua defesa, suas bolas de três (tentou apenas 18 bolas de 3 em toda temporada apesar de ser um segundo armador) e seu arremesso após o drible, para poder criar mais arremessos para si mesmo.

Curioso que na temporada passada, sabendo dessas falhas em seu jogo, DeRozan era bem passivo durante os jogos, arriscava pouco, o que gerou algumas críticas. Mas foi essa consciência dos seus limites que fizeram com que acabasse a temporada 2009-10 com aproveitamento de 48% dos arremessos e menos de 1 turnover por jogo. Nas ligas de verão conseguiu colocar seus novos talentos em quadra e os números continuaram bons: 21 pontos por jogo, 58% de aproveitamento dos arremessos (espetacular!), 40% de acerto nas bolas de três e só 1 turnover por partida. Esperem grandes coisas dessa dupla para a próxima temporada, especialmente de DeMar DeRozan, que finalmente vai fazer jus à sua força nominal.

Marreese Speights (PF - Philadelphia 76ers) - Está sendo citado aqui porque foi muito bem na Summer League de Orlando, mas não fez nada de novo. Usou sua velocidade pouco comum para um jogador da posição 4 para fazer pontos na transição e foi agressivo nos rebotes, liderando a liga de Orlando com 9.2 rebotes por partida. Mas apesar do bom basquete apresentado não acho que seja um risco para a titularidade de Elton Brand. Se não roubou a sua vaga nem no esquema feito de contra-ataques que o Sixers tinha até o ano passado, não vai ser agora.

Jrue Holiday (PG - Philadelphia 76ers) - Apesar do Sr.Feriado não estar no mesmo time do Dionte Christmas nesse ano (Sr. Natal jogou a Summer League pelo Kings), rendeu bastante. Aliás, mais do que o esperado. Holiday, ao lado de Jonny Flynn, foram duas exceções em uma classe de draft cheia de armadores talentosos. Enquanto a maioria (Evans, Jennings, Curry, Lawson) arrebentava com tudo e todos, os dois pareciam irregulares e despreparados para o basquete profissional. Holiday, porém, animou um pouco a torcida do Sixers ao melhorar nos últimos 2 meses de temporada, e confirmou a evolução nas ligas de verão.

Liderou a Summer League de Orlando com 19.3 pontos e 6 assistências por partida. Mesclou bem momentos de atacar a cesta e distribuir o jogo e foi bem agressivo nos roubos de bola, especialmente cortando linhas de passe. Talvez alguns defeitos em seu jogo apareçam quando enfrentar jogadores de alto nível, afinal ele tem apenas 20 anos, mas é o armador do futuro para o 76ers.

Terrence Williams (PG/SG - New Jersey Nets) - Eu estou pouco me ferrando para o que o T-Will faça em quadra, desde que esteja no próximo campeonato de enterradas. Mas como está longe, podemos falar um pouco de basquete. Ele foi bem, teve boas médias de 18 pontos, 3 rebotes e 5 assistências, mas deixou bem claro pra todo mundo que apesar de ter tamanho de armador, não é um. Forçou muito o jogo individual e foi um dos motivos para que Derrick Favors arremessasse tão pouco nos primeiros jogos. Em compensação soube criar boas jogadas atacando a cesta. Jogando na posição dois, sem a obrigação de criar para os outros, e pegando os minutos que eram de Chris-Douglas Roberts, deve se destacar na próxima temporada.

James Harden (SG - Oklahoma City Thunder) - A barba mais legal da NBA sofre por ter sido escolhido antes do Tyreke Evans no draft. Não é porque um melhor veio depois que ele é ruim, pessoal. Muita gente esperava mais dele, mas o cara faz o que pedem: aparece do banco no Thunder defendendo bem, tem bom aproveitamento nos arremessos e faz um pouco de tudo. Jogou a Summer League de Orlando como um ótimo veterano e só não tem números mais expressivos na NBA porque joga na sombra de Kevin Durant.

BJ Mullens (C - Oklahoma City Thunder) - O Thunder tinha um dos melhores elencos dessa Summer League. Além de Harden tinha Eric Maynor, Kyle Weaver, Serge Ibaka, DJ White e BJ Mullens. Não à toa só perdeu um jogo e este por um ponto de diferença! Embora todos tenham jogado bem, meu destaque vai para o Mullens, que foi o que surpreendeu. O resto fez, com os números um pouco mais expressivos, pela qualidade dos adversários, o que já fazia na NBA no ano passado. Menos Mullens, que mal jogou na temporada passada e finalmente apareceu em Las Vegas, com 16 pontos e 6.3 rebotes por partida. Foi interessante ver ele atacar a cesta e conseguir ir para a linha do lance livre nos dias em que seus arremessos não estavam caindo. Pode ser uma ameaça à titularidade do novato Cole Aldrich que parecia tão certa no dia do draft.

Kosta Koufos (C - Minnesota Timberwolves) - O pivô que foi envolvido na troca de Al Jefferson para o Jazz foi parar no Wolves e terá concorrência de Darko Milicic, queridinho do GM David Kahn, e do recém-chegado Nikola Pekovic. Não será fácil ganhar uns minutos, mas ele começou bem com sólidas atuações nas ligas de verão. Depois de estrear mal com apenas 4 pontos, embalou três jogos com 13, 19 e 14 pontos. Destaque para o jogo contra o Magic em que teve, além dos 13 pontos, 11 rebotes e 4 tocos. Ainda é pouco, mas começa a lembrar um pouco o pivô que brilhou em Ohio State e foi MVP do campeonato europeu sub-18 de 2008 (quando jogou pela Grécia, apesar de ter nascido em território americano).

Gerald Henderson e Derrick Brown (SG - Charlotte Bobcats) - Com a perda de Raymond Felton para o New York Knicks, o Bobcats precisava mesmo é de um armador novo, já que o Larry Brown nunca confiou muito no DJ Augustin (lembram do "Ele não está jogando porque não defende e não arma jogadas, só isso"?), mas se esse problema ainda não foi resolvido, pelo menos Henderson e Brown podem suprir outra necessidade do Bobcats, o banco de reservas.

Nenhum vai chegar perto de ameaçar a vaga de titular do Stephen Jackson, mas será um bom desafogo ter caras que sabem marcar pontos no banco. Ambos até atuaram bem juntos em alguns jogos e a dupla deve também substituir Gerald Wallace durante os jogos. Brown terminou seus 5 jogos com média de 15 pontos e 7 rebotes, Henderson passou dos 20 pontos nas duas primeiras partidas e a partir daí atuou menos minutos, acabando com média de 14 pontos por jogo.

Reggie Williams (SG/SF - Golden State Warriors) - Em um post recente eu comentei que volta e meia o Don Nelson, técnico do Warriors, acha uns jogadores que ninguém nunca ouviu falar por aí e eles começam a jogar bem. Reggie Williams é um exemplo. Apareceu do nada na temporada passada para cobrir o lugar de algum contundido, jogou 24 partidas e saiu com média de 15 pontos por jogo, excelente para um novato. Foi para as ligas de verão e só não fez mais pontos que John Wall, com 22.6 por partida. Apesar de dividir espaço com outros achados de Don Nelson, além de Monta Ellis e Steph Curry, deve continuar fazendo seus pontos na orgia ofensiva do Warriors.

Omri Casspi (SF - Sacramento Kings) - Não sei porque ele estava lá. Provou mais de uma vez na temporada passada que já é um jogador formado e tem espaço garantido na NBA. Vai ver que jogar ligas de verão no basquete profissional americano é mais uma tradição milenar judaica que a gente nunca vai entender, nunca se sabe. Garantiu seus 14 pontos de média em apenas 24 minutos por partida.

JJ Hickson (PF - Cleveland Cavaliers) - A hora é de urgência em Cleveland, qualquer ser humano capaz de fazer pontos, pegar rebotes, dar assistências e/ou dar enterradas lindas o bastante para vender ingressos são bem vindos. Hickson teve bons momentos na temporada passada, mas eles eram sempre ao lado de LeBron, que cansava de dar assistências para o negão ir lá dar suas enterradas avassaladoras. Como seria sem 'Bron do lado?

Na Summer League de Las Vegas ele foi muito bem! Acabou com 19 pontos de média em 58% de aproveitamento e as duas médias foram prejudicadas por um jogo péssimo contra o Miami Heat (trauma da saída do LeBron, provavelmente). Até essa última partida ridícula, em que fez 4 pontos, estava com média de 24,3 pontos por jogo, o que bastaria para ele ser o cestinha do torneio. Ainda falta técnica, mas ele ataca a cesta como poucos, em um ritmo de ataque veloz ele pode se destacar.

Earl Clark (SF/PF - Phoenix Suns) - Earl Clark não se destacou tanto assim para merecer ser citado aqui, é verdade. Podem argumentar que o Jermaine Taylor do Rockets, por exemplo, jogou mais. Mas é que os 14 pontos e 5 rebotes do Clark são significativos pelo seu histórico.

O Clark foi a 14ª escolha do último draft e muitos apostavam que ele iria fazer chover no Suns. Afinal era um jogador alto, veloz e com visão de jogo que poderia ser um Boris Diaw melhorado. Alguns críticos gringos chegaram ao ponto de dizer que ele era completo o bastante para futuramente estar na briga de MVP da NBA! Exageros a parte, o mínimo que ele deveria ter conseguido era entrar na rotação do Phoenix Suns, mas o Jarron Collins entrava antes dele ver um minuto de jogo.

Como é até normal ter um pivete que só pega no tranco depois do segundo ano, fiquei atento ao Clark em Las Vegas e deu para ver uma evolução. Ainda está longe de brilhar, mas já chamou mais o jogo e pareceu mais à vontade em quadra. Sempre tenho dó desses caras que sofrem com as expectativas e espero que com mais tempo de quadra ele comece a se soltar. Quem já viu ele jogar bem torce por isso também.

OJ Mayo (SG (ou PG) Memphis Grizzlies) - Se o Casspi jogar já não fazia sentido, o que dizer de OJ Mayo? Mas calma, a explicação é boa. Um dos planos para a próxima temporada é usar Mayo como armador principal. Ele pegaria alguns dos minutos do pouco confiável Mike Conley na armação e abriria espaço para o recém-contratado Tony Allen e o novato Xavier Henry jogarem na posição 2. Ele estava em Las Vegas apenas para brincar de cosplay de Jason Kidd.

Só jogou duas partidas e deu três assistências em cada uma, não foi lá grande coisa, mas serviu pelo menos para tirar a poeira. Nas palavras do próprio OJ, "Hoje devo ser horrível nessa posição porque não jogo com a bola na mão o tempo todo há 3 anos, mas com treino e repetição eu posso ser bom". Vamos descobrir só na temporada regular, mas não colocaria meu dinheiro nessa aposta.

JR Smith (SG - Denver Nuggets) - E o JR Smith, o que estava fazendo lá? Quer virar armador? Tradição judaica? Não, "Estou aqui por amor ao basquete. Melhor vir aqui do que jogar em uma quadra qualquer". Boa, campeão.

...
Veteranos que não jogaram na Summer League
Joe Alexander (Chicago Bulls) - Sabia que todo novato tem um contrato garantido de apenas dois anos? A partir do terceiro é uma opção do time de manter o pivete ou não. Pouca gente sabe disso porque 99% dos novatos tem a opção do seu terceiro ano aprovada assim que possível. Apenas 7 (sete!) jogadores na história da NBA não tiveram essa opção aceita, são eles: Patrick O'Bryant, Yaroslav Korolev, Julius Hodge, o campeão Shannon Brown, JR Giddens, Morris Almond (que estava em Las Vegas) e, finalmente, Joe Alexander.

Ele começou a jogar basquete tarde, só no fim da adolescência e passou boa parte do seu colegial jogando basquete na China onde se mudou com o pai, que foi transferido para a filial chinesa da Nestlé. Voltou para os EUA para jogar basquete na universidade de West Virginia, onde ficou três anos. Apesar de parecer sem muitos fundamentos, era espetacular fisicamente (apesar de ser branco!) e baseado basicamente nisso, acabou virando a 8ª escolha do Draft de 2008 pelo Bucks, em que nunca fez absolutamente nada. No ano passado foi para o Bulls na troca do John Salmons e lá não fez nada também.

Estava inscrito na Summer League pelo Bulls mas não entrou em um jogo sequer, não achei uma notícia explicando a situação. Nada disso é sequer um pouco relevante para o blog, mas que carreira, hein?

Jonny Flynn (Minnesota Timberwolves) - Stephen Curry, Tyreke Evans e Brandon Jennings não jogaram as ligas de verão porque não precisam mais convencer ninguém, Flynn não jogou por uma contusão no quadril. De todos os armadores escolhidos no Top 10 do ano passado foi o que menos convenceu. Ainda acho o rapaz muito bom, a sensação de decepção vai mais do sucesso dos companheiros de draft do que pelas atuações dele em quadra. Ser irregular durante o ano de novato é comum, as exceções são os outros.

DeJuan Blair (San Antonio Spurs) - Geralmente um jogador toma como um elogio quando o seu time pede para ele não jogar uma Summer League. Ainda mais quando você foi um novato na temporada passsada. O gostinho é ainda mais especial quando se foi uma escolha de 2ª rodada como foi com Blair. Mas mesmo com o Spurs implorando para ele descansar e evitar o risco de uma contusão, ele insistiu e disse que queria jogar de qualquer jeito. Até foi inscrito, mas de última hora aceitou o pedido do time e não entrou em quadra. Greg Popovich agradece a vontade de jogar, mas fica mais feliz com a obediência.

...
Eu sei que tinha prometido os "outros" para esse post também, mas ficou grande demais, fica para o próximo. Nele irei falar de alguns jogadores que faltaram, inclusive o tão comentado e badalado Jeremy Lin, estrelinha da Summer League de Las Vegas que está bem próximo de acertar um contrato com o Golden State Warriors. Até lá!