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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Summer Leagues - Os veteranos


Holiday jogou sem Christmas dessa vez


No último post sobre as ligas de verão tratamos dos novatos de 2010. Para saber um pouco mais da história e para que servem esses pequenos torneios realizados no verão americano é só ver a introdução do mesmo post.

Nesse eu vou falar de outros tipos de jogador que atuaram em Orlando em Las Vegas, os veteranos. São os jogadores com experiência de NBA, a maioria novatos do ano passado, que estão lá para ganhar experiência ou apenas para colocar o que estão fazendo em treinos na prática. Como essa lista ficou também muito grande, a outra categoria, a criativa "outros", com os não-draftados e jogadores vindos da gringolândia, fica para o próximo post.

Veteranos
DeMar DeRozan e Sonny Weems (SG e SF - Toronto Raptors) - As vitórias nas Summer Leagues não querem dizer nada, mas as do Raptors animaram uma meia dúzia de torcedores do que estavam chorando a saída de Chris Bosh. Isso porque foram comandadas por dois dos mais jovens jogadores do elenco canadense, DeMar DeRozan e Sonny Weems, que tem tudo para ser a dupla titular em Toronto na próxima temporada. DeRozan briga por vaga com Leandrinho e Weems com Kleiza, mas os dois americanos tem a vantagem do bom entrosamento. Durante os jogos da liga de verão um sempre procurou o outro nos contra-ataques e nas pontes aéreas, formando a dupla mais mortal de Las Vegas.

Em entrevista o DeRozan foi bem humilde e admitiu que não estava totalmente pronto para a NBA no ano passado, mas que desde o fim da temporada passada está treinando sua defesa, suas bolas de três (tentou apenas 18 bolas de 3 em toda temporada apesar de ser um segundo armador) e seu arremesso após o drible, para poder criar mais arremessos para si mesmo.

Curioso que na temporada passada, sabendo dessas falhas em seu jogo, DeRozan era bem passivo durante os jogos, arriscava pouco, o que gerou algumas críticas. Mas foi essa consciência dos seus limites que fizeram com que acabasse a temporada 2009-10 com aproveitamento de 48% dos arremessos e menos de 1 turnover por jogo. Nas ligas de verão conseguiu colocar seus novos talentos em quadra e os números continuaram bons: 21 pontos por jogo, 58% de aproveitamento dos arremessos (espetacular!), 40% de acerto nas bolas de três e só 1 turnover por partida. Esperem grandes coisas dessa dupla para a próxima temporada, especialmente de DeMar DeRozan, que finalmente vai fazer jus à sua força nominal.

Marreese Speights (PF - Philadelphia 76ers) - Está sendo citado aqui porque foi muito bem na Summer League de Orlando, mas não fez nada de novo. Usou sua velocidade pouco comum para um jogador da posição 4 para fazer pontos na transição e foi agressivo nos rebotes, liderando a liga de Orlando com 9.2 rebotes por partida. Mas apesar do bom basquete apresentado não acho que seja um risco para a titularidade de Elton Brand. Se não roubou a sua vaga nem no esquema feito de contra-ataques que o Sixers tinha até o ano passado, não vai ser agora.

Jrue Holiday (PG - Philadelphia 76ers) - Apesar do Sr.Feriado não estar no mesmo time do Dionte Christmas nesse ano (Sr. Natal jogou a Summer League pelo Kings), rendeu bastante. Aliás, mais do que o esperado. Holiday, ao lado de Jonny Flynn, foram duas exceções em uma classe de draft cheia de armadores talentosos. Enquanto a maioria (Evans, Jennings, Curry, Lawson) arrebentava com tudo e todos, os dois pareciam irregulares e despreparados para o basquete profissional. Holiday, porém, animou um pouco a torcida do Sixers ao melhorar nos últimos 2 meses de temporada, e confirmou a evolução nas ligas de verão.

Liderou a Summer League de Orlando com 19.3 pontos e 6 assistências por partida. Mesclou bem momentos de atacar a cesta e distribuir o jogo e foi bem agressivo nos roubos de bola, especialmente cortando linhas de passe. Talvez alguns defeitos em seu jogo apareçam quando enfrentar jogadores de alto nível, afinal ele tem apenas 20 anos, mas é o armador do futuro para o 76ers.

Terrence Williams (PG/SG - New Jersey Nets) - Eu estou pouco me ferrando para o que o T-Will faça em quadra, desde que esteja no próximo campeonato de enterradas. Mas como está longe, podemos falar um pouco de basquete. Ele foi bem, teve boas médias de 18 pontos, 3 rebotes e 5 assistências, mas deixou bem claro pra todo mundo que apesar de ter tamanho de armador, não é um. Forçou muito o jogo individual e foi um dos motivos para que Derrick Favors arremessasse tão pouco nos primeiros jogos. Em compensação soube criar boas jogadas atacando a cesta. Jogando na posição dois, sem a obrigação de criar para os outros, e pegando os minutos que eram de Chris-Douglas Roberts, deve se destacar na próxima temporada.

James Harden (SG - Oklahoma City Thunder) - A barba mais legal da NBA sofre por ter sido escolhido antes do Tyreke Evans no draft. Não é porque um melhor veio depois que ele é ruim, pessoal. Muita gente esperava mais dele, mas o cara faz o que pedem: aparece do banco no Thunder defendendo bem, tem bom aproveitamento nos arremessos e faz um pouco de tudo. Jogou a Summer League de Orlando como um ótimo veterano e só não tem números mais expressivos na NBA porque joga na sombra de Kevin Durant.

BJ Mullens (C - Oklahoma City Thunder) - O Thunder tinha um dos melhores elencos dessa Summer League. Além de Harden tinha Eric Maynor, Kyle Weaver, Serge Ibaka, DJ White e BJ Mullens. Não à toa só perdeu um jogo e este por um ponto de diferença! Embora todos tenham jogado bem, meu destaque vai para o Mullens, que foi o que surpreendeu. O resto fez, com os números um pouco mais expressivos, pela qualidade dos adversários, o que já fazia na NBA no ano passado. Menos Mullens, que mal jogou na temporada passada e finalmente apareceu em Las Vegas, com 16 pontos e 6.3 rebotes por partida. Foi interessante ver ele atacar a cesta e conseguir ir para a linha do lance livre nos dias em que seus arremessos não estavam caindo. Pode ser uma ameaça à titularidade do novato Cole Aldrich que parecia tão certa no dia do draft.

Kosta Koufos (C - Minnesota Timberwolves) - O pivô que foi envolvido na troca de Al Jefferson para o Jazz foi parar no Wolves e terá concorrência de Darko Milicic, queridinho do GM David Kahn, e do recém-chegado Nikola Pekovic. Não será fácil ganhar uns minutos, mas ele começou bem com sólidas atuações nas ligas de verão. Depois de estrear mal com apenas 4 pontos, embalou três jogos com 13, 19 e 14 pontos. Destaque para o jogo contra o Magic em que teve, além dos 13 pontos, 11 rebotes e 4 tocos. Ainda é pouco, mas começa a lembrar um pouco o pivô que brilhou em Ohio State e foi MVP do campeonato europeu sub-18 de 2008 (quando jogou pela Grécia, apesar de ter nascido em território americano).

Gerald Henderson e Derrick Brown (SG - Charlotte Bobcats) - Com a perda de Raymond Felton para o New York Knicks, o Bobcats precisava mesmo é de um armador novo, já que o Larry Brown nunca confiou muito no DJ Augustin (lembram do "Ele não está jogando porque não defende e não arma jogadas, só isso"?), mas se esse problema ainda não foi resolvido, pelo menos Henderson e Brown podem suprir outra necessidade do Bobcats, o banco de reservas.

Nenhum vai chegar perto de ameaçar a vaga de titular do Stephen Jackson, mas será um bom desafogo ter caras que sabem marcar pontos no banco. Ambos até atuaram bem juntos em alguns jogos e a dupla deve também substituir Gerald Wallace durante os jogos. Brown terminou seus 5 jogos com média de 15 pontos e 7 rebotes, Henderson passou dos 20 pontos nas duas primeiras partidas e a partir daí atuou menos minutos, acabando com média de 14 pontos por jogo.

Reggie Williams (SG/SF - Golden State Warriors) - Em um post recente eu comentei que volta e meia o Don Nelson, técnico do Warriors, acha uns jogadores que ninguém nunca ouviu falar por aí e eles começam a jogar bem. Reggie Williams é um exemplo. Apareceu do nada na temporada passada para cobrir o lugar de algum contundido, jogou 24 partidas e saiu com média de 15 pontos por jogo, excelente para um novato. Foi para as ligas de verão e só não fez mais pontos que John Wall, com 22.6 por partida. Apesar de dividir espaço com outros achados de Don Nelson, além de Monta Ellis e Steph Curry, deve continuar fazendo seus pontos na orgia ofensiva do Warriors.

Omri Casspi (SF - Sacramento Kings) - Não sei porque ele estava lá. Provou mais de uma vez na temporada passada que já é um jogador formado e tem espaço garantido na NBA. Vai ver que jogar ligas de verão no basquete profissional americano é mais uma tradição milenar judaica que a gente nunca vai entender, nunca se sabe. Garantiu seus 14 pontos de média em apenas 24 minutos por partida.

JJ Hickson (PF - Cleveland Cavaliers) - A hora é de urgência em Cleveland, qualquer ser humano capaz de fazer pontos, pegar rebotes, dar assistências e/ou dar enterradas lindas o bastante para vender ingressos são bem vindos. Hickson teve bons momentos na temporada passada, mas eles eram sempre ao lado de LeBron, que cansava de dar assistências para o negão ir lá dar suas enterradas avassaladoras. Como seria sem 'Bron do lado?

Na Summer League de Las Vegas ele foi muito bem! Acabou com 19 pontos de média em 58% de aproveitamento e as duas médias foram prejudicadas por um jogo péssimo contra o Miami Heat (trauma da saída do LeBron, provavelmente). Até essa última partida ridícula, em que fez 4 pontos, estava com média de 24,3 pontos por jogo, o que bastaria para ele ser o cestinha do torneio. Ainda falta técnica, mas ele ataca a cesta como poucos, em um ritmo de ataque veloz ele pode se destacar.

Earl Clark (SF/PF - Phoenix Suns) - Earl Clark não se destacou tanto assim para merecer ser citado aqui, é verdade. Podem argumentar que o Jermaine Taylor do Rockets, por exemplo, jogou mais. Mas é que os 14 pontos e 5 rebotes do Clark são significativos pelo seu histórico.

O Clark foi a 14ª escolha do último draft e muitos apostavam que ele iria fazer chover no Suns. Afinal era um jogador alto, veloz e com visão de jogo que poderia ser um Boris Diaw melhorado. Alguns críticos gringos chegaram ao ponto de dizer que ele era completo o bastante para futuramente estar na briga de MVP da NBA! Exageros a parte, o mínimo que ele deveria ter conseguido era entrar na rotação do Phoenix Suns, mas o Jarron Collins entrava antes dele ver um minuto de jogo.

Como é até normal ter um pivete que só pega no tranco depois do segundo ano, fiquei atento ao Clark em Las Vegas e deu para ver uma evolução. Ainda está longe de brilhar, mas já chamou mais o jogo e pareceu mais à vontade em quadra. Sempre tenho dó desses caras que sofrem com as expectativas e espero que com mais tempo de quadra ele comece a se soltar. Quem já viu ele jogar bem torce por isso também.

OJ Mayo (SG (ou PG) Memphis Grizzlies) - Se o Casspi jogar já não fazia sentido, o que dizer de OJ Mayo? Mas calma, a explicação é boa. Um dos planos para a próxima temporada é usar Mayo como armador principal. Ele pegaria alguns dos minutos do pouco confiável Mike Conley na armação e abriria espaço para o recém-contratado Tony Allen e o novato Xavier Henry jogarem na posição 2. Ele estava em Las Vegas apenas para brincar de cosplay de Jason Kidd.

Só jogou duas partidas e deu três assistências em cada uma, não foi lá grande coisa, mas serviu pelo menos para tirar a poeira. Nas palavras do próprio OJ, "Hoje devo ser horrível nessa posição porque não jogo com a bola na mão o tempo todo há 3 anos, mas com treino e repetição eu posso ser bom". Vamos descobrir só na temporada regular, mas não colocaria meu dinheiro nessa aposta.

JR Smith (SG - Denver Nuggets) - E o JR Smith, o que estava fazendo lá? Quer virar armador? Tradição judaica? Não, "Estou aqui por amor ao basquete. Melhor vir aqui do que jogar em uma quadra qualquer". Boa, campeão.

...
Veteranos que não jogaram na Summer League
Joe Alexander (Chicago Bulls) - Sabia que todo novato tem um contrato garantido de apenas dois anos? A partir do terceiro é uma opção do time de manter o pivete ou não. Pouca gente sabe disso porque 99% dos novatos tem a opção do seu terceiro ano aprovada assim que possível. Apenas 7 (sete!) jogadores na história da NBA não tiveram essa opção aceita, são eles: Patrick O'Bryant, Yaroslav Korolev, Julius Hodge, o campeão Shannon Brown, JR Giddens, Morris Almond (que estava em Las Vegas) e, finalmente, Joe Alexander.

Ele começou a jogar basquete tarde, só no fim da adolescência e passou boa parte do seu colegial jogando basquete na China onde se mudou com o pai, que foi transferido para a filial chinesa da Nestlé. Voltou para os EUA para jogar basquete na universidade de West Virginia, onde ficou três anos. Apesar de parecer sem muitos fundamentos, era espetacular fisicamente (apesar de ser branco!) e baseado basicamente nisso, acabou virando a 8ª escolha do Draft de 2008 pelo Bucks, em que nunca fez absolutamente nada. No ano passado foi para o Bulls na troca do John Salmons e lá não fez nada também.

Estava inscrito na Summer League pelo Bulls mas não entrou em um jogo sequer, não achei uma notícia explicando a situação. Nada disso é sequer um pouco relevante para o blog, mas que carreira, hein?

Jonny Flynn (Minnesota Timberwolves) - Stephen Curry, Tyreke Evans e Brandon Jennings não jogaram as ligas de verão porque não precisam mais convencer ninguém, Flynn não jogou por uma contusão no quadril. De todos os armadores escolhidos no Top 10 do ano passado foi o que menos convenceu. Ainda acho o rapaz muito bom, a sensação de decepção vai mais do sucesso dos companheiros de draft do que pelas atuações dele em quadra. Ser irregular durante o ano de novato é comum, as exceções são os outros.

DeJuan Blair (San Antonio Spurs) - Geralmente um jogador toma como um elogio quando o seu time pede para ele não jogar uma Summer League. Ainda mais quando você foi um novato na temporada passsada. O gostinho é ainda mais especial quando se foi uma escolha de 2ª rodada como foi com Blair. Mas mesmo com o Spurs implorando para ele descansar e evitar o risco de uma contusão, ele insistiu e disse que queria jogar de qualquer jeito. Até foi inscrito, mas de última hora aceitou o pedido do time e não entrou em quadra. Greg Popovich agradece a vontade de jogar, mas fica mais feliz com a obediência.

...
Eu sei que tinha prometido os "outros" para esse post também, mas ficou grande demais, fica para o próximo. Nele irei falar de alguns jogadores que faltaram, inclusive o tão comentado e badalado Jeremy Lin, estrelinha da Summer League de Las Vegas que está bem próximo de acertar um contrato com o Golden State Warriors. Até lá!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Minhas férias

Kyrylo Fesenko, prestes a chamar a mamãe porque
algum cara grande e mau quer roubar sua bola



Aqui nos bastidores do Bola Presa, existe uma tradição. Quando um de nós vai viajar e fica distante da NBA por alguns dias, o outro faz um tipo de relatório das coisas mais importantes que aconteceram no período e envia por e-mail. Bem, o Denis tirou umas férias do mundo civilizado nessa semana e eu não fui exatamente um primor em regularidade no que se trata de posts para o Bola Presa, então ler o blog não será suficiente para cobrir tudo o que aconteceu nos últimos tempos. Resolvi então fazer um pequeno relatório para o Denis aqui, separando em tópicos curtos. Se você também tirou férias em algum buraco sem internet, TV a cabo e passou todos esses dias vendo novela da Globo, mais antenado com o flagrante na Flora do que com o que se passa na NBA, esse post pode lhe ser útil também. Então, vamos lá!


Votação para o All-Star

Saiu mais uma parcial dos mais votados para serem os titulares do All-Star Game dessa temporada. Pelo Oeste, o time pelo jeito será Kobe, T-Mac, Amaré, Duncan e Yao Ming. Vai ser no mínimo engraçado ver um garrafão com Duncan, Amaré e Yao, sem dúvidas o mais alto de todos os tempos. Mas o Carmelo Anthony ainda tem algumas chances de passar o Amaré, e Chris Paul pode merecidamente ultrapassar o McGrady, que muito provavelmente não estará saudável o bastante para participar da brincadeira.

No Leste, o time deve ser Wade, Iverson, LeBron, Garnett e Dwight Howard. Não deve haver nenhuma mudança, embora o Vince Carter não esteja tão atrás assim do Iverson. Mas o mais importante de tudo é o chinês Yi Jianlian estar atrás de LeBron e de Garnett na briga, ficando como terceiro ala mais votado. Isso já é débil mental o suficiente e pra mim é motivo de vergonha para o povo chinês, não significa que eles "dão valor ao que é deles", e sim que eles não têm bom senso, noção de realidade e definitivamente não sabem brincar. Se o Yi fosse titular, não só todo o All-Star Game estaria maculado, virando uma piada de mal gosto, como o próprio chinês se mijaria de vergonha de entrar em quadra, frente ao absurdo. Nunca é demais lembrar, favor não votar no Leandrinho e no Nenê, a não ser que você realmente ache que eles merecem uma vaga e que será divertido, não porque eles são brasileiros e você também nasceu na terra do samba.

Outra prova de que os chineses não sabem brincar é o Rafer Alston, do Houston, que está na frente do Brandon Roy, por exemplo. O Shane Battier também está na frente do LaMarcus Aldridge, provavelmente porque tem uma propaganda de tênis lá na China, que aliás já derreteu metade do meu cérebro de tanto que eu assisti tentando acompanhar meu Houston nas televisões de lá.

Alguns outros não tem a desculpa de serem garotos-propaganda na China para serem tão votados, no entanto. O Gilbert Arenas é o sexto armador mais votado no Leste e não chegou a pisar em quadra nessa temporada, provavelmente nem pise. Nada como ser blogueiro, engraçado e famoso para garantir umas centenas de milhares de votos, aposto que eu também conseguiria - se eu fosse famoso (ou se eu fosse engraçado?). Mas eu não vou conseguir dormir até descobrir o porquê do Luke Ridnour ser o oitavo armador mais votado do Leste, praticamente empatado com o Derrick Rose e na frente (e com folga) de Joe Johnson e Jose Calderon. Diabos, o Ridnour não consegue nem ser o melhor armador do time dele (cargo que cabe ao Ramon Sessions), como foi parar na frente de uma estrela em talvez o melhor ano de sua carreira, caso de Joe Johnson? O pessoal em Atlanta não deve dar a mínima para NBA mesmo, ou então eles não têm internet.


Campeonato de enterradas

O bom-humor do Dwight Howard, com capa de Super-Homem e tudo, trouxe de volta para o Campeonato de Enterradas uma atenção mais do que merecida. Nos últimos anos a coisa tem subido cada vez mais de nível, e dessa vez tem tudo para ser inesquecível. Pra começar, o Dwight estará de volta para defender seu título, de preferência com mais algumas piadas e um punhado de coelhos na cartola (idéia a se considerar: enterrar coelhos?). Para desafiá-lo, teremos o ratinho voador Super Mouse, também conhecido como Nate Robinson, que sempre tem boas idéias de enterradas, pula pra burro, mas em geral leva três ciclos lunares para conseguir acertar o que quer. Teremos também Rudy Gay, que com certeza sabe sair do chão embora não costume mostrar muita criatividade, e um quarto competidor, novato, decidido pela internet: o espanhol Rudy Fernandez, o armador ultra-explosivo Russel Westbrook, ou o ala Joe Alexander. Por mais que eu goste do Rudy, e ele pegue pontes-aéreas como ninguém, Alexander tem a fama de ser o jogador mais atlético do último draft, um dos que pula mais alto e, pra completar, é de Taiwan - certamente vai vencer essa votação. A não ser que os chineses que votaram no Yi Jianlian tenham um plano de vingança contra Taiwan e sua vontade de liberdade e por isso votem em massa em qualquer um dos outros competidores. Se são desocupados o bastante para votar na porcaria do ala do Nets a ponto de deixá-lo em terceiro lugar entre os alas do Leste, tudo é possível.


Karma

Lembra quando o Steve Francis foi draftado pelo Grizzlies (que, na época, era de Vancouver) e se negou a ir para lá, exigindo uma troca? Pois bem, muita coisa aconteceu desde então. Francis se tornou um dos armadores mais espetaculares de todos os tempos, pelo menos se o assunto era enterrar na cabeça de todo mundo, e garantiu seu lugar no YouTube com centenas de pontes-aéreas incríveis com o Cutino Mobley. Infelizmente, ele era um ala de força tipo o Amaré, mas preso no corpo de um armador tipo o Calderon, o que parece roteiro de um filme de Sessão da Tarde feito pela Disney. O Houston não venceu com ele, que acabou sendo envolvido na troca pelo T-Mac, se separou de seu melhor amigo (o Mobley), pisou no Knicks amaldiçoado e desde então nunca mais foi relevante. Seus joelhos pediram arrego mas ele continuou tentando, voltou para o Houston, só que desde o princípio eu sempre soube que era mais um ato simbólico para dizer "opa, foi mal por ter te trocado e acabado com sua carreira, mas ainda somos amigos!" do que uma contratação de verdade. Acabou não entrando nunca em quadra e agora foi trocado de novo, para poder se aposentar em paz e finalizar o que deve ter sido o declínio mais rápido de um ser humano em toda história, só perdendo para aquela gordinha que ganhou o "No Limite" da Globo uns anos atrás. Mas dentre todos os times da NBA, para onde o Francis seria mandado como parte de uma troca de escolhas de segundo round do draft? Aqui se faz, aqui se paga. Do pó viemos, ao pó retornaremos. A justiça tarda mas não falha. E outras frases de calendário da Seicho-No-Ie ou biscoito da sorte chinês. Ou seja: Steve Francis, bem-vindo ao Grizzlies.


A muvuca no Warriors

Lakers e Celtics foi épico, mas lá no post sobre o jogo tem um link para quem perdeu (vamos ver até quando vai durar). Depois do jogo, o Celtics perdeu feio para um Warriors que, de repente, mostrou uma defesa poderosa e atacou os rebotes com aquela agressividade que ficou famosa na vitória em cima do Mavs nos playoffs retrasados. O Warriors defendendo, vencendo um dos favoritos ao título mesmo sem Crawford e Maggette? Talvez seja sinal de alguma mudança. Mas o Lakers, que venceu o Celtics, derrotou o Warriors no dia seguinte sem maiores problemas, num jogo em que o Warriors não defendeu, não atacou, não assobiou e não chupou cana (bem, talvez tenha chupado um pouco de cana, sim). Pelo jeito, a vitória em cima do Celtics foi apenas para provar de vez que o Warriors não faz o menor sentido. Stephen Jackson disse que se encontrou com o Baron Davis e pediu desesperado para ele voltar, e o Baron Davis disse que adoraria. O técnico Don Nelson também afirmou que seria bom ter Davis de volta. O time é tão confuso que eles não apenas não têm critério com os jogadores que estão no elenco (Marco Belinelli foi de não ser nunca utilizado em jogo nenhum para agora ter 36 minutos de média por jogo nas últimas 5 partidas, assim como o Morrow foi de nunca jogar para ser titular absoluto para então ser reserva de luxo, de volta a titular e agora mal entrar nos jogos), eles também não têm critério com os jogadores que não jogam para o Warriors. O Baron Davis foi colocado no banco pelo Don Nelson no último jogo da temporada passada, que valia classificação, e depois deu o fora da equipe. Maggette foi contratado como a peça que faltava no ataque. Monta Ellis seria o armador principal e voltaria em breve de contusão. Agora, Baron Davis é chamado de volta, o Maggette é desimportante, o Monta Ellis só deve voltar a jogar no mês que vem e o Don Nelson não sabe como deve utilizá-lo, e é mais fácil acompanhar aquelas brigas por causa de teste de paternidade no Ratinho do que a situação do Warriors. Então, deixa pra lá.


Força nominal no garrafão

O Jazz já estava sem o Boozer, mas seu substituto Paul Millsap provou que era um substituto tão à altura que ninguém vai se lembrar de renovar o contrato do Boozer na temporada que vem. Mas aí o Millsap se contundiu também, assim como o Okur. Não restou ninguém no elenco com mais de 30 centímetros, o time de Utah virou Jerry Sloan e os sete anões. No desespero, dois reservas que praticamente não existem ganharam minutos: o pivô novato Kosta Koufos, que teve uma excelente Summer League, e o Kyrylo Fesenko, que tem um bom nível de força nominal mas é um ucraniano zé-ninguém que passou a maior parte da sua vida na Liga de Desenvolvimento da NBA. Pois bem, não é que os dois chutam traseiros? Contra o Dallas, foram 3 tocos de Fesenko e 18 pontos com 8 rebotes para o Koufos, o suficiente para esmagar os bagos do garrafão do Mavs e sair de quadra com a vitória apesar do time titular parecer seleção sub-21. De quebra, o Nowitzki ainda conseguiu ser expulso de quadra por dar um soco no pentelho do Matt Harpring, depois de ser empurrado pra burro na jogada. Talvez o Nowitzki também estivesse puto de ter presenciado um dos flops mais ridículos de todos os tempos, o Kirilenko sequer se deu ao trabalho de sincronizar sua queda com os movimentos do alemão:



Bem, esse mesmo Jazz com Fesenko e Kosta Koufos (a dupla de garrafão com maior força nominal na NBA) conseguiu levar o Houston para duas prorrogações, com os dois jogando bem demais. Artest estava com o pé torcido, mas quando o T-Mac avisou que não estava em condições de jogar, deve ter percebido que uma dupla de garrafão como essas iria humilhar o meu Rockets. Artest resolveu entrar em quadra, jogar mesmo contundido e foi crucial na segunda prorrogação para garantir a vitória. Quem precisa de Okur, Boozer e Millsap, não é mesmo? Viva a força nominal!


Vida dura de novato

Pela primeira vez assisti ao Greg Oden conseguir ficar em quadra por mais de 3 minutos. Em geral ele é tão destrambelhado que com dois bocejos e um espreguiço consegue sair de quadra com 5 faltas. Fico imaginando como ele se daria numa loja de espelhos. Contra o Raptors, ele não teve problemas com faltas, fez 16 pontos e pegou 10 rebotes, nada mals. Mas, diabos, como foi fácil a vida de Bosh e Jermaine O'Neal durante a partida! Sei que é arriscado e precipitado, e eu não tenho mais pés para apostar, mas o Oden não parece ter os traços de um grande defensor, embora distribua uma boa parcela de tocos. Acho que vai demorar mais do que se pensava para que ele seja de fato dominante dos dois lados da quadra. Mas o Blazers pode esperar. O Brandon Roy, recentemente, anda até multiplicando pães. Certeza de que será escolhido pelos técnicos para jogar o All-Star Game.


Fantasy

O time do Denis, o Interlagos Racecars, perdeu os dois jogos que disputou essa semana no nosso Fantasy do Bola Presa. Ter o Darko Milicic no time não ajudou muito, e Jose Juan Barea andou tendo seus minutos podados com a volta de Josh Howard (que, aliás, é do meu time, e demorou demais pra voltar, maldito!). Denis, não é por nada não, desculpa mesmo, mas por enquanto teu time fede!