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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O fundo do poço

Foteeenha de dias mais felizes

Ao fim do primeiro mês de temporada, o Cavs tinha conquistado 7 vitórias e 10 derrotas. Não era nem sombra daquele Cavs que esteve sempre no topo do Leste nos anos anteriores, mas era um número de vitórias respeitável, digno, daqueles que dá pra levar pra jantar e apresentar para os nossos pais sem vergonha. As limitações do elenco eram óbvias, mas o técnico Byron Scott é um gênio e os jogadores pareciam estar se adaptando rápido aos novos papéis. Já tinha gente falando que o JJ Hickson poderia levar o prêmio de jogador que mais evoluiu na temporada, fruto de um aumento de produção digno de quem assumiu a carga de ser a nova cara da franquia. O Cavs era um time ruim, claro, mas com alguns jogadores talentosos, jovens, um técnico competente e vontade de provar para o mundo que eles poderiam sobreviver sem LeBron James.

Enquanto isso, o Heat demorava pra engrenar e enquanto o planeta tacava cocô no LeBron e em sua decisão de ir jogar na praia, o Cavs se alimentava das dificuldades de sua ex-estrela. Quanto pior o Heat jogava, mais ânimo o Cavs tinha para superar suas dificuldades. Até que os dois times se enfrentaram, o Cavs entrou pronto para matar-pilhar-destruir, a torcida vaiou LeBron o quanto conseguiu, e o Heat simplesmente massacrou o adversário. Comentei na época sobre como o ódio ao LeBron em Cleveland havia unido todo o elenco do Heat para defender seu companheiro, e desde então o time parece ter se encontrado, percebeu que o jogo coletivo pode significar fazer turnos ("uma hora vou eu, outra hora vai você") e que o entrosamento maior precisa estar na defesa. Agora o Heat está solidamente lá no topo do Leste e ninguém mais questiona se eles vão ou não dar certo.

Já o Cavs, depois do forte golpe no ego, desmoronou como ex-namorada que viu o amor de sua vida se dando bem na balada - e de quebra lhe cuspindo na testa. O Cavs perdeu seu objetivo, seu ânimo, deixou de  se alimentar das dificuldades alheias, e tornou-se incapaz de superar as próprias. Depois de perder para o Heat, o Cavs perdeu 19 partidas e ganhou apenas uma, contra o Knicks, que só por isso deveria ficar de castigo. Antes o Cavs tinha um recorde bom o bastante pra ir pros playoffs porque o Leste fede, agora eles são o pior time de toda a NBA. Disparado.

No papel, o time não parece tão ruim, mas é preciso lembrar que ele foi inteiramente formado ao redor de LeBron James e, mesmo assim, sem muito critério. Nunca foram jogadores que se encaixavam ou faziam sentido juntos, eram apenas trazidos para mostrar serviço para o LeBron, para tentar aumentar o nível do time como fosse possível. A diretoria nunca poupou esforço ou dinheiro para trazer reforços, mas também nunca teve muito tutano. O conjunto acabou dando certo basicamente porque seus papeis eram limitados e a única parte tática era defensiva. Levou muito tempo até que os assistentes técnicos dessem um padrão ofensivo para o Cavs, e mesmo assim sempre foi gritante a queda de nível toda vez que LeBron passava a bola. Sem ele, mesmo os jogadores mais talentosos agora estão expostos como nunca estiveram, e ao invés do papel secundário precisam assumir jogadas e responsabilidades. Agora enfrentam marcações exclusivas, dupla marcação, precisam criar o próprio arremesso. Mo Williams nunca foi um armador nato, levou seus companheiros do Bucks à loucura até que tiveram que trocá-lo para salvar o clima na equipe, e agora sua afobação no ataque e sua dificuldade para chamar jogadas fica evidente, esfregada na nossa cara. Não tem o LeBron armando o jogo para camuflar.

No par de vezes nas últimas temporadas em que o LeBron não jogou pelo Cavs, contundido, sempre fiquei surpreso em ver como o elenco conseguia se virar bem sem ele, mas era um tipo de jogo completamente diferente. Todos os carregadores de piano, secundários até o osso, davam o sangue uns pelos outros. O que sempre impressionou no Cavs é que ele era um time incrivelmente unido, em que todo mundo sabia seu lugar, sua importância e seu papel. Foi esse tipo de compreensão e união que segurou o Cavs no começo dessa temporada, mas quando a moral foi derrubada, a fraqueza do elenco foi escancarada.

É injusto dizer que esse time fede demais e que portanto o LeBron jogava sozinho nas últimas temporadas, que fez tudo por si só. A maioria desses jogadores do Cavs funciona bem como especialista que vem do banco, como defensor, como arremessador parado, essas coisas essenciais para qualquer time ser campeão. Era um time bom porque tinha gente disposta jogar em volta de uma única estrela e sabia fazer isso muito bem. Mas, sem a estrela, estão todos fora de seu ambiente natural e precisam fazer coisas que não podem fazer. Eles não fedem tanto assim com uma estrela, são limitados mas eficientes no esquema tático certo, mas sem uma estrela eles são um elenco para apanhar um bocado. Um bocado, mas não tanto.

O golpe na moral ao perder para o Heat em casa e ver LeBron sair sorrindo feliz da vida e começar a ganhar um jogo atrás do outro foi muito forte, mas o golpe na saúde dos jogadores foi ainda maior. Toda equipe sofre com lesões, mas no caso do Cavs isso é ainda pior. O LeBron saiu do Cavs quando restavam poucos jogadores sem contrato na NBA, então não havia ninguém para contratar. Fora que a grana em Cleveland é muito curta, em parte pela dificuldade econômica da cidade, mas também porque os dirigentes toparam um monte de contratos gigantes e idiotas (como o do Varejão e o do Jamison, por exemplo) simplesmente para manter ao lado do LeBron a estrutura necessária para vencer. Mas sem uma estrela, não adianta pagar 7 milhões no Varejão e não ter grana para reconstruir o time. E, mesmo com grana, os jogadores da NBA preferem escapar de Cleveland agora, já que não há mais chances de título, a economia lá é ruim e a cidade é uma droga. Com isso, o Cavs teve que usar seus antigos reservas como atuais titulares, e qualquer lesão significa que os jogadores mais zé-ninguém do mundo terão que entrar em quadra. E as lesões vieram a rodo.

O Varejão está fora da temporada com uma lesão no tornozelo adquirida nos treinamentos, e ele vinha sendo o melhor jogador da equipe - o que já mostra como o time é uma porcaria. Não que o Varejão seja horrível, sua defesa tem sido impressionante (o que ele fez com o Dwight Howard nessa temporada não foi bolinho não) e sua energia é essencial para a moral dessa equipe, mas ele é o típico jogador secundário que você encaixa num time pra fazer o trabalho que ninguém quer fazer. Fora ele, o Cavs também está sem o Daniel Gibson (típico arremessador especialista pra vir do banco, mas que no Cavs atual teve que ser titular), sem Joey Graham (que fede mas também já foi titular porque não tinha ninguém pra colocar no lugar do LeBron), sem Leon Powe (que tem "reserva do Celtics" tatuado na testa) e sem Anthony Parker, único desses que se for titular não vai fazer o Universo chorar, pelo menos.

Isso quer dizer que, para enfrentar o Lakers, esse Cavs que já fede, que já não tem moral ou vontade nenhuma, e que perdeu 21 de seus últimos 22 jogos, ainda estava completamente desfalcado e teve que usar uma série de jogadores muito ilustres: Manny Harris foi titular (novato que foi de mal ser usado para jogar mais de 40 minutos por jogo), Samardo Samuels tentou 12 arremessos e só acertou um (vai ver que tentou tanto por causa de sua grande força nominal) e Alonzo Gee foi o cestinha do time com 12 pontos (famoso Alonzo Gee, que está em seu terceiro time em apenas duas temporadas). Esses jogadores fazem caras como Ryan Hollins parecerem famosos como estrelas do rock. Perto desses jogadores, ex-BBB é uma baita celebridade. Se alguém souber qual é a cara de qualquer um deles sem colar no Google, ganha um prêmio.

Samardo Samuels, meu deus, Samardo Samuels. Parece nome de jogador inventado de videogame. Parece nome falso de traficante procurado pela polícia. Não me surpreenderia se ele fosse apenas um torcedor do Cavs sorteado para participar do jogo porque não tinha mais ninguém pra entrar em quadra. Se o Samardo Samuels pode, eu também posso. Vamos fazer uma campanha para que os leitores do Bola Presa possam substituir o Samardo Samuels no elenco do Cavs, cada dia vai um leitor e entra em quadra, e vamos revezando pra todo mundo ficar feliz. E o Cavs sai ganhando, certeza de que se eu ficar arremessando de três do meio da quadra eu acerto uma bola em 12 tentativas!

Não é estranho, portanto, que esse elenco tenha marcado apenas 57 pontos contra o Lakers - e tomado 112. É o maior cacete que eu vi nos últimos anos, a coisa mais humilhante depois do capote no Globocop, e o recorde do Lakers em limitar o número de pontos do oponente. Antes do LeBron ser draftado, a torcida do Cavs levava placas de "percam por LeBron" para o ginásio, mas o time pelo menos fingia que estava jogando basquete. Não colocavam o Samardo Samuels na quadra! É claro que o Cavs já está pensando na primeira escolha do draft pra temporada que vem, mas colocar o Samardo Samuels é o equivalente a jogar a toalha no boxe, é desistir sem tentar, é entregar o jogo. Se um jogador mediano entrar em quadra sozinho e arremessar todas as bolas só ele durante o jogo todo, faz mais de 57 pontos fácil.

O Cavs, vergonhosamente, fica para nós como um exemplo do que acontece quando um time constrói ao redor de uma única estrela - e perde essa estrela sem trocá-la. Mesmo o Mavs sem Nowitzki e sem Caron Butler consegue segurar melhor as pontas. O Cavs foi mal montado, aos trancos e barrancos, e jamais teve um "plano B". Quando o Celtics montou várias defesas especiais para parar LeBron nos playoffs (que eu analisei na época aqui), não havia nada pensado, programado, planejado ou ensaiado para manter o time funcionando. Nenhuma contratação visava tapar um buraco específico. Apenas foram agrupando, agrupando, agrupando. Montaram um circo incapaz de se encaixar e que não tem mais cabeça para superar essas cagadas.

Quanto o Nets flertava na temporada passada com a pior campanha da história da NBA, comentei aqui que o elenco não era tão ruim, que eles tinham algumas grandes partidas, que não era motivo para bater um recorde histórico de ruindade. Mas é que depois das primeiras derrotas o time praticamente desistiu, começou a ficar frustrado, via as lesões acontecendo e tinha ainda menos vontade de entrar em quadra. Perder entra na cabeça dos jogadores e come seus cérebros, você se acostuma, entra em quadra como um zumbi, esquece que era possível vencer. Esse Cavs entrou nesse buraco, e sequer quer sair dele. Vai feder, tomar surras históricas, colocar o Samardo Samuels em quadra, marcar 57 pontos, e esperar começar tudo de novo no draft. Mas o processo de reconstrução vai ser longo, tem que se livrar do Jamison, do Mo Williams (que já está enlouquecendo os companheiros de novo), decidir se vale a pena manter o Varejão num time em que ele é inútil ou conseguir umas escolhas de draft em troca. Só esperemos que esse processo de reconstrução não culmine em mais um time construído apenas em volta de uma futura escolha do draft. Porque já vimos que isso não dá certo, e uma hora você acaba tendo nas mãos apenas Samardo Samuels. Samardo Samuels. Samardo Samuels.

A lição serve para o Nuggets também. Eles tentaram uma série de trocas para colocar o talento necessário ao redor de Carmelo Anthony para levá-lo a um título, e não foi um erro, o Nuggets teve altos e baixos mas é um time de respeito. Mas se perderem Carmelo por nada, como aconteceu com o Cavs e LeBron, terão apenas um time de jogadores secundários e especialistas, ninguém para manter um padrão de jogo, e o Billups será um jogador bom mas incapaz de levar qualquer coisa nas costas sozinho, velho demais para participar de uma reconstrução, e caro demais para permitir novas contratações. Mesmo melhor montado do que o Cavs, o Nuggets despencaria para um buraco muito rápido. Melhor do que ficar torcendo para o Carmelo reassinar é admitir a derrota, fazer uma troca por pivetes e escolhas de draft, se livrar do Billups, do Kenyon Martin, e começar de novo sem maiores dificuldades. Sem Samardo Samuels.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Preview 2010-11 / Cleveland Cavaliers

Nenhum jogador do Cavs merecia ter uma foto aqui, então resolvemos
 usar melhor o espaço com nossa musa na série "As Cariocas"


Objetivo máximo: Chegar aos playoffs para começar bem o projeto de ganhar um título antes do Heat
Não seria estranho: Ficar em último lugar do Leste
Desastre: Perder LeBron James... opa, acho que já era.

Forças: Um técnico inteligente e jogadores coadjuvantes dispostos a dar umas cabeçadas
Fraquezas: Um elenco em que todos os jogadores, sem exceção, seriam reservas em qualquer outra equipe

Elenco:








.....
Técnico: Byron Scott

Sem dúvida nenhuma, Byron Scott é o melhor técnico a assumir o Cavs nos últimos 10 anos, o que é bem irônico porque também é um dos piores elencos do Cavs nos últimos 10 anos. Scott é famoso não apenas por ser um excelente motivador e fazer seus times darem o máximo, mas também por implementar a famosa "Princeton Offense", um complexo sistema de movimentações ofensivas que costuma ser o pesadelo de qualquer defesa da NBA. O sistema basicamente coloca quatro jogadores próximos ao perímetro e não permite isolações, garantindo que todas as jogadas sejam feitas em grupos de 2 ou 3 jogadores enquanto os outros continuam a se mover ocupando os espaços vazios da quadra. Isso costuma garantir que os pivôs sejam abandonados pela defesa que tenta conter as movimentações e que sobre muito espaço próximo à linha de fundo, nas costas da defesa, onde jogadores podem cortar despercebidos em direção à cesta. No vídeo abaixo dá pra acompanhar o técnico Eddie Jordan ensinando o básico do básico da "Princeton Offense":



Se você é um daqueles que viu o vídeo e ficou com a mesma cara do coitado do estagiário que não fazia ideia de pra onde se mover no vídeo acima, dá pra entender logo de cara os problemas que o Byron Scott enfrenta ao adotar a "Princeton Offense". Além de demorar para que uma equipe se acostume a fazer a série de movimentações com naturalidade, também é preciso ter um punhado de jogadores inteligentes e dispostos a se mover o tempo inteiro para que o ataque funcione com um mínimo de eficácia. Quando Byron Scott assumiu o Nets em 2000, o time foi um fracasso, ninguém entendia bulhufas do que estava acontecendo. Mas na temporada seguinte, um time mais acostumado com a "Princeton Offense" se livrou do Marbury em troca do gênio-da-física-quântica Jason Kidd, e aí eles foram simplesmente os campeões do Leste. Quase a mesma coisa aconteceu quando o Scott assumiu o Hornets em 2005, com duas temporadas fracassadas seguidas por um segundo lugar no Oeste na temporada regular e uma derrota na semi-final apenas no Jogo 7 com o então campeão San Antonio Spurs. Mesmo com um elenco muito, muito, muito limitado, a "Princeton Offense" e a motivação sensacional de Byron Scott permitiram que a armação de Chris Paul brilhasse e todos pudessem render em quadra mesmo sem muito talento.

Depois de flertar com o convite de alguns times, Byron Scott resolveu topar ser treinador do Cavs porque pela primeira vez pegaria um elenco já formado. A "Princeton Offense" permitiria que LeBron sempre tivesse opções de passe ao invés de ter que jogar sozinho enquanto o resto do time tomava chá e assistia. Mas LeBron foi brincar com seus amiguinhos em Miami e, de novo, Scott tem uma bomba nas mãos, um elenco fraco que vai levar um tempo para entender o esquema ofensivo e aí, quem sabe, chegar longe nos playoffs como o Nets e o Hornets fizeram em suas mãos. Mas pra quem esperava LeBron, acho que ter esse elenco não é lá muito animador, como dá pra ver no vídeo abaixo durante um jogo de Summer League do Cavs:



...

Por anos e anos o Cavs adicionou peças aleatórias ao elenco apenas para provar ao LeBron que estavam fazendo o possível para melhorar o time. Várias aquisições foram polêmicas, e mesmo as que não foram - como a troca por Antawn Jamison, numa última e desesperada tentativa de manter LeBron em Cleveland - acabaram se mostrando impensadas, feitas às pressas, e nunca se encaixaram dentro de um time que não tinha muita identidade além de defender e passar para o LeBron. Sem sua grande estrela, o Cavs se viu repentinamente com um elenco que não faz um puto de um sentido, punição divina (nórdica) por falta de planejamento.

Mo Williams foi a aquisição mais criticada por mim, contratado pelo Cavs para dividir com LeBron o fardo de ter que pontuar. Ele é um armador fominha que levou seus parceiros de Bucks à loucura por tentar decidir todos os jogos sozinho e não obedecer nem à tática ofensiva nem à defensiva. O pior é que ele deu muito certo no Cavs porque não tinha que carregar a bola, já que LeBron cumpria essa função, e podia se focar em arremessar como um maluco sempre que LeBron estivesse no banco ou o resto do time, que basicamente só tem defensores e jogadores "carregadores de piano", não quisesse ver a cor da bola. Agora, Mo Williams é o mais próximo de uma estrela que restou nesse Cavs, e vai caber a ele o papel de armar as jogadas. Seu cérebro de azeitona vai demorar para sacar a "Princeton Offense" e forçar arremessos é todo o necessário para destruir completamente com as movimentações ofensivas do ténico Byron Scott. A não ser que o tempo com LeBron tenha tornado o Mo Williams um jogador focado e maduro, prevejo um desastre similar à candidatura da Gretchen no Rio de Janeiro.

Por outro lado, a "Princeton Offense" deve fazer Antawn Jamison voltar aos seus tempos áureos. Foi com ela que Jamison fez estrago no Wizards, podendo jogar mais longe da cesta e se aproveitando dos espaços no fundo da quadra para as infiltrações. Seu tempo até agora no Cavs foi vergonhoso, com defesa fajuta e problemas de confiança que ferraram até mesmo com seus lances livres, mas agora o time não tem mais nenhuma pretensão, o plano não é mais passar a bola para o LeBron, e pelo que parece ele vai até começar os jogos no banco, enfrentando os reservas adversários. JJ Hickson também está se aproveitando da "Princeton Offense" e já está pronto para comandar ofensivamente o garrafão do Cavs, sendo provavelmente a primeira opção do time no ataque, o pilar para a movimentação constante. Varejão também deve melhorar muito ofensivamente porque é inteligente pra burro e vai estar nos lugares certos nas horas certas, se aproveitando dos espaços vazios criados, mas o problema é que a habilidade nem sempre segue o cérebro, então não dá pra esperar que ele comece a pontuar como um doido. Deve ser uma melhora moderada.

Jamison, Varejão e JJ Hickson são, juntamente com o tão-cru-quanto-sushi pivô Ryan Hollins e o eternamente lesionado Leon Powe, os únicos jogadores de garrafão relevantes do elenco. Ou seja, não tem nenhum pivô de verdade, todo mundo vai ter que jogar no improviso embaixo da cesta. É um time baixo e rápido sem muitos arremessadores de três nem jogo debaixo do aro, então vai demorar para que a defesa forte e o jogo de contra-ataque consigam se encaixar com a movimentação lenta e metódica da "Princeton Offense". Talvez a melhor chance de que isso dê certo seja Ramon Sessions, que é um armador inteligente que ainda não teve chances de mostrar que pode ser titular, mas sua falta de arremesso limita muito um time que sofre pela falta de finalizadores. Pelas próximas temporadas, devem feder muito até que alguns desses jogadores floresçam na movimentação ofensiva de Byron Scott, se empolguem com seus discursos motivacionais que devem bater bastante na tecla do "vamos provar que podemos vencer sem LeBron", mas uma hora pode dar certo o bastante para formar um time sólido e com identidade que aguardará com calma o próximo grande novato chegar à equipe. Mas dessa vez o novato já chegará num elenco que sabe seu papel e com um técnico fodão, ao invés de ter que começar tudo de novo ao seu redor.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Summer Leagues - Os veteranos


Holiday jogou sem Christmas dessa vez


No último post sobre as ligas de verão tratamos dos novatos de 2010. Para saber um pouco mais da história e para que servem esses pequenos torneios realizados no verão americano é só ver a introdução do mesmo post.

Nesse eu vou falar de outros tipos de jogador que atuaram em Orlando em Las Vegas, os veteranos. São os jogadores com experiência de NBA, a maioria novatos do ano passado, que estão lá para ganhar experiência ou apenas para colocar o que estão fazendo em treinos na prática. Como essa lista ficou também muito grande, a outra categoria, a criativa "outros", com os não-draftados e jogadores vindos da gringolândia, fica para o próximo post.

Veteranos
DeMar DeRozan e Sonny Weems (SG e SF - Toronto Raptors) - As vitórias nas Summer Leagues não querem dizer nada, mas as do Raptors animaram uma meia dúzia de torcedores do que estavam chorando a saída de Chris Bosh. Isso porque foram comandadas por dois dos mais jovens jogadores do elenco canadense, DeMar DeRozan e Sonny Weems, que tem tudo para ser a dupla titular em Toronto na próxima temporada. DeRozan briga por vaga com Leandrinho e Weems com Kleiza, mas os dois americanos tem a vantagem do bom entrosamento. Durante os jogos da liga de verão um sempre procurou o outro nos contra-ataques e nas pontes aéreas, formando a dupla mais mortal de Las Vegas.

Em entrevista o DeRozan foi bem humilde e admitiu que não estava totalmente pronto para a NBA no ano passado, mas que desde o fim da temporada passada está treinando sua defesa, suas bolas de três (tentou apenas 18 bolas de 3 em toda temporada apesar de ser um segundo armador) e seu arremesso após o drible, para poder criar mais arremessos para si mesmo.

Curioso que na temporada passada, sabendo dessas falhas em seu jogo, DeRozan era bem passivo durante os jogos, arriscava pouco, o que gerou algumas críticas. Mas foi essa consciência dos seus limites que fizeram com que acabasse a temporada 2009-10 com aproveitamento de 48% dos arremessos e menos de 1 turnover por jogo. Nas ligas de verão conseguiu colocar seus novos talentos em quadra e os números continuaram bons: 21 pontos por jogo, 58% de aproveitamento dos arremessos (espetacular!), 40% de acerto nas bolas de três e só 1 turnover por partida. Esperem grandes coisas dessa dupla para a próxima temporada, especialmente de DeMar DeRozan, que finalmente vai fazer jus à sua força nominal.

Marreese Speights (PF - Philadelphia 76ers) - Está sendo citado aqui porque foi muito bem na Summer League de Orlando, mas não fez nada de novo. Usou sua velocidade pouco comum para um jogador da posição 4 para fazer pontos na transição e foi agressivo nos rebotes, liderando a liga de Orlando com 9.2 rebotes por partida. Mas apesar do bom basquete apresentado não acho que seja um risco para a titularidade de Elton Brand. Se não roubou a sua vaga nem no esquema feito de contra-ataques que o Sixers tinha até o ano passado, não vai ser agora.

Jrue Holiday (PG - Philadelphia 76ers) - Apesar do Sr.Feriado não estar no mesmo time do Dionte Christmas nesse ano (Sr. Natal jogou a Summer League pelo Kings), rendeu bastante. Aliás, mais do que o esperado. Holiday, ao lado de Jonny Flynn, foram duas exceções em uma classe de draft cheia de armadores talentosos. Enquanto a maioria (Evans, Jennings, Curry, Lawson) arrebentava com tudo e todos, os dois pareciam irregulares e despreparados para o basquete profissional. Holiday, porém, animou um pouco a torcida do Sixers ao melhorar nos últimos 2 meses de temporada, e confirmou a evolução nas ligas de verão.

Liderou a Summer League de Orlando com 19.3 pontos e 6 assistências por partida. Mesclou bem momentos de atacar a cesta e distribuir o jogo e foi bem agressivo nos roubos de bola, especialmente cortando linhas de passe. Talvez alguns defeitos em seu jogo apareçam quando enfrentar jogadores de alto nível, afinal ele tem apenas 20 anos, mas é o armador do futuro para o 76ers.

Terrence Williams (PG/SG - New Jersey Nets) - Eu estou pouco me ferrando para o que o T-Will faça em quadra, desde que esteja no próximo campeonato de enterradas. Mas como está longe, podemos falar um pouco de basquete. Ele foi bem, teve boas médias de 18 pontos, 3 rebotes e 5 assistências, mas deixou bem claro pra todo mundo que apesar de ter tamanho de armador, não é um. Forçou muito o jogo individual e foi um dos motivos para que Derrick Favors arremessasse tão pouco nos primeiros jogos. Em compensação soube criar boas jogadas atacando a cesta. Jogando na posição dois, sem a obrigação de criar para os outros, e pegando os minutos que eram de Chris-Douglas Roberts, deve se destacar na próxima temporada.

James Harden (SG - Oklahoma City Thunder) - A barba mais legal da NBA sofre por ter sido escolhido antes do Tyreke Evans no draft. Não é porque um melhor veio depois que ele é ruim, pessoal. Muita gente esperava mais dele, mas o cara faz o que pedem: aparece do banco no Thunder defendendo bem, tem bom aproveitamento nos arremessos e faz um pouco de tudo. Jogou a Summer League de Orlando como um ótimo veterano e só não tem números mais expressivos na NBA porque joga na sombra de Kevin Durant.

BJ Mullens (C - Oklahoma City Thunder) - O Thunder tinha um dos melhores elencos dessa Summer League. Além de Harden tinha Eric Maynor, Kyle Weaver, Serge Ibaka, DJ White e BJ Mullens. Não à toa só perdeu um jogo e este por um ponto de diferença! Embora todos tenham jogado bem, meu destaque vai para o Mullens, que foi o que surpreendeu. O resto fez, com os números um pouco mais expressivos, pela qualidade dos adversários, o que já fazia na NBA no ano passado. Menos Mullens, que mal jogou na temporada passada e finalmente apareceu em Las Vegas, com 16 pontos e 6.3 rebotes por partida. Foi interessante ver ele atacar a cesta e conseguir ir para a linha do lance livre nos dias em que seus arremessos não estavam caindo. Pode ser uma ameaça à titularidade do novato Cole Aldrich que parecia tão certa no dia do draft.

Kosta Koufos (C - Minnesota Timberwolves) - O pivô que foi envolvido na troca de Al Jefferson para o Jazz foi parar no Wolves e terá concorrência de Darko Milicic, queridinho do GM David Kahn, e do recém-chegado Nikola Pekovic. Não será fácil ganhar uns minutos, mas ele começou bem com sólidas atuações nas ligas de verão. Depois de estrear mal com apenas 4 pontos, embalou três jogos com 13, 19 e 14 pontos. Destaque para o jogo contra o Magic em que teve, além dos 13 pontos, 11 rebotes e 4 tocos. Ainda é pouco, mas começa a lembrar um pouco o pivô que brilhou em Ohio State e foi MVP do campeonato europeu sub-18 de 2008 (quando jogou pela Grécia, apesar de ter nascido em território americano).

Gerald Henderson e Derrick Brown (SG - Charlotte Bobcats) - Com a perda de Raymond Felton para o New York Knicks, o Bobcats precisava mesmo é de um armador novo, já que o Larry Brown nunca confiou muito no DJ Augustin (lembram do "Ele não está jogando porque não defende e não arma jogadas, só isso"?), mas se esse problema ainda não foi resolvido, pelo menos Henderson e Brown podem suprir outra necessidade do Bobcats, o banco de reservas.

Nenhum vai chegar perto de ameaçar a vaga de titular do Stephen Jackson, mas será um bom desafogo ter caras que sabem marcar pontos no banco. Ambos até atuaram bem juntos em alguns jogos e a dupla deve também substituir Gerald Wallace durante os jogos. Brown terminou seus 5 jogos com média de 15 pontos e 7 rebotes, Henderson passou dos 20 pontos nas duas primeiras partidas e a partir daí atuou menos minutos, acabando com média de 14 pontos por jogo.

Reggie Williams (SG/SF - Golden State Warriors) - Em um post recente eu comentei que volta e meia o Don Nelson, técnico do Warriors, acha uns jogadores que ninguém nunca ouviu falar por aí e eles começam a jogar bem. Reggie Williams é um exemplo. Apareceu do nada na temporada passada para cobrir o lugar de algum contundido, jogou 24 partidas e saiu com média de 15 pontos por jogo, excelente para um novato. Foi para as ligas de verão e só não fez mais pontos que John Wall, com 22.6 por partida. Apesar de dividir espaço com outros achados de Don Nelson, além de Monta Ellis e Steph Curry, deve continuar fazendo seus pontos na orgia ofensiva do Warriors.

Omri Casspi (SF - Sacramento Kings) - Não sei porque ele estava lá. Provou mais de uma vez na temporada passada que já é um jogador formado e tem espaço garantido na NBA. Vai ver que jogar ligas de verão no basquete profissional americano é mais uma tradição milenar judaica que a gente nunca vai entender, nunca se sabe. Garantiu seus 14 pontos de média em apenas 24 minutos por partida.

JJ Hickson (PF - Cleveland Cavaliers) - A hora é de urgência em Cleveland, qualquer ser humano capaz de fazer pontos, pegar rebotes, dar assistências e/ou dar enterradas lindas o bastante para vender ingressos são bem vindos. Hickson teve bons momentos na temporada passada, mas eles eram sempre ao lado de LeBron, que cansava de dar assistências para o negão ir lá dar suas enterradas avassaladoras. Como seria sem 'Bron do lado?

Na Summer League de Las Vegas ele foi muito bem! Acabou com 19 pontos de média em 58% de aproveitamento e as duas médias foram prejudicadas por um jogo péssimo contra o Miami Heat (trauma da saída do LeBron, provavelmente). Até essa última partida ridícula, em que fez 4 pontos, estava com média de 24,3 pontos por jogo, o que bastaria para ele ser o cestinha do torneio. Ainda falta técnica, mas ele ataca a cesta como poucos, em um ritmo de ataque veloz ele pode se destacar.

Earl Clark (SF/PF - Phoenix Suns) - Earl Clark não se destacou tanto assim para merecer ser citado aqui, é verdade. Podem argumentar que o Jermaine Taylor do Rockets, por exemplo, jogou mais. Mas é que os 14 pontos e 5 rebotes do Clark são significativos pelo seu histórico.

O Clark foi a 14ª escolha do último draft e muitos apostavam que ele iria fazer chover no Suns. Afinal era um jogador alto, veloz e com visão de jogo que poderia ser um Boris Diaw melhorado. Alguns críticos gringos chegaram ao ponto de dizer que ele era completo o bastante para futuramente estar na briga de MVP da NBA! Exageros a parte, o mínimo que ele deveria ter conseguido era entrar na rotação do Phoenix Suns, mas o Jarron Collins entrava antes dele ver um minuto de jogo.

Como é até normal ter um pivete que só pega no tranco depois do segundo ano, fiquei atento ao Clark em Las Vegas e deu para ver uma evolução. Ainda está longe de brilhar, mas já chamou mais o jogo e pareceu mais à vontade em quadra. Sempre tenho dó desses caras que sofrem com as expectativas e espero que com mais tempo de quadra ele comece a se soltar. Quem já viu ele jogar bem torce por isso também.

OJ Mayo (SG (ou PG) Memphis Grizzlies) - Se o Casspi jogar já não fazia sentido, o que dizer de OJ Mayo? Mas calma, a explicação é boa. Um dos planos para a próxima temporada é usar Mayo como armador principal. Ele pegaria alguns dos minutos do pouco confiável Mike Conley na armação e abriria espaço para o recém-contratado Tony Allen e o novato Xavier Henry jogarem na posição 2. Ele estava em Las Vegas apenas para brincar de cosplay de Jason Kidd.

Só jogou duas partidas e deu três assistências em cada uma, não foi lá grande coisa, mas serviu pelo menos para tirar a poeira. Nas palavras do próprio OJ, "Hoje devo ser horrível nessa posição porque não jogo com a bola na mão o tempo todo há 3 anos, mas com treino e repetição eu posso ser bom". Vamos descobrir só na temporada regular, mas não colocaria meu dinheiro nessa aposta.

JR Smith (SG - Denver Nuggets) - E o JR Smith, o que estava fazendo lá? Quer virar armador? Tradição judaica? Não, "Estou aqui por amor ao basquete. Melhor vir aqui do que jogar em uma quadra qualquer". Boa, campeão.

...
Veteranos que não jogaram na Summer League
Joe Alexander (Chicago Bulls) - Sabia que todo novato tem um contrato garantido de apenas dois anos? A partir do terceiro é uma opção do time de manter o pivete ou não. Pouca gente sabe disso porque 99% dos novatos tem a opção do seu terceiro ano aprovada assim que possível. Apenas 7 (sete!) jogadores na história da NBA não tiveram essa opção aceita, são eles: Patrick O'Bryant, Yaroslav Korolev, Julius Hodge, o campeão Shannon Brown, JR Giddens, Morris Almond (que estava em Las Vegas) e, finalmente, Joe Alexander.

Ele começou a jogar basquete tarde, só no fim da adolescência e passou boa parte do seu colegial jogando basquete na China onde se mudou com o pai, que foi transferido para a filial chinesa da Nestlé. Voltou para os EUA para jogar basquete na universidade de West Virginia, onde ficou três anos. Apesar de parecer sem muitos fundamentos, era espetacular fisicamente (apesar de ser branco!) e baseado basicamente nisso, acabou virando a 8ª escolha do Draft de 2008 pelo Bucks, em que nunca fez absolutamente nada. No ano passado foi para o Bulls na troca do John Salmons e lá não fez nada também.

Estava inscrito na Summer League pelo Bulls mas não entrou em um jogo sequer, não achei uma notícia explicando a situação. Nada disso é sequer um pouco relevante para o blog, mas que carreira, hein?

Jonny Flynn (Minnesota Timberwolves) - Stephen Curry, Tyreke Evans e Brandon Jennings não jogaram as ligas de verão porque não precisam mais convencer ninguém, Flynn não jogou por uma contusão no quadril. De todos os armadores escolhidos no Top 10 do ano passado foi o que menos convenceu. Ainda acho o rapaz muito bom, a sensação de decepção vai mais do sucesso dos companheiros de draft do que pelas atuações dele em quadra. Ser irregular durante o ano de novato é comum, as exceções são os outros.

DeJuan Blair (San Antonio Spurs) - Geralmente um jogador toma como um elogio quando o seu time pede para ele não jogar uma Summer League. Ainda mais quando você foi um novato na temporada passsada. O gostinho é ainda mais especial quando se foi uma escolha de 2ª rodada como foi com Blair. Mas mesmo com o Spurs implorando para ele descansar e evitar o risco de uma contusão, ele insistiu e disse que queria jogar de qualquer jeito. Até foi inscrito, mas de última hora aceitou o pedido do time e não entrou em quadra. Greg Popovich agradece a vontade de jogar, mas fica mais feliz com a obediência.

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Eu sei que tinha prometido os "outros" para esse post também, mas ficou grande demais, fica para o próximo. Nele irei falar de alguns jogadores que faltaram, inclusive o tão comentado e badalado Jeremy Lin, estrelinha da Summer League de Las Vegas que está bem próximo de acertar um contrato com o Golden State Warriors. Até lá!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Filtro Bola Presa - Um resumo semanal

Ninguém sabe que fim levaram as sobrancelhas de Mike Woodson

Pra quem perdeu o Filtro da semana passada, uma breve explicação: o Filtro Bola Presa é uma seção semanal que será postada toda segunda-feira até que a gente canse e comece a adiar para sempre. Ela trata de assuntos pequenos, tudo o que não passou no nosso filtro e, portanto, não virou um post gigante. As sobrancelhas do técnico Mike Woodson, por exemplo, eventualmente serão comentadas nessa seção. Aproveitem nossos restos!
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- O Marbury voltou! Depois de enlouquecer, comer vaselina e passar dias a fio chorando e cantando na frente de uma webcam, ele resolveu voltar a jogar basquete. Como a NBA só aceita loucos que façam seus times vencer jogos, ele teve que se virar na China. Assinou com o penúltimo colocado da liga amarela e estreou com derrota. Foram 15 pontos, 8 assistências e 4 roubos no seu primeiro jogo. O time perdeu na posse de bola final, com chance de arremessar para a vitória o Starbury resolveu que sua época fominha passou e tocou para o Maurice Taylor errar o arremesso final. Lembram do Mo Taylor? Eu tinha que aguentar o Danilo xingando ele todo dia quando o desgraçado jogava no Rockets e só saiu de lá quando o Isiah Thomas o levou para o Knicks em uma daquelas trocas inexplicáveis por jogadores ruins. É os EUA usando a China como depósito de lixo.

- Será que o Marbury está tentando aprender chinês? Ou está obrigando os caras a se arriscar num engrish? Se ele quiser ajudar os chinas a aprenderem a língua do Tio Sam ele pode mostrar pra eles esse vídeo do Marc Gasol. English, Baby! Mostra como se faz, Medvedenko!


- Depois que o Raptors conseguiu a façanha de tomar 130 pontos do lixo do Pacers, todo mundo queria uma explicação. O sábio Jarret Jack parou, pensou, leu um livro do Roberto Justus e disparou: "A razão para termos jogado como jogamos foi... não sei exatamente o que foi". Tem certas coisas que é melhor não tentar explicar mesmo.

- Devia ter esperado um dia a mais para o meu post sobre o Celtics. Se tivesse escrito ele hoje cedo ao invés de ontem à tarde teria tempo de ter falado sobre mais uma derrota, para o Magic de novo, e sobre a frase do Doc Rivers. Falaram que no vestiário um dos jogadores do Celtics disse "Nós somos melhores que o Orlando!" e o técnico respondeu "Não, vocês não são melhores. Eles nos tiraram dos playoffs no ano passado. Orlando é melhor que a gente agora, Atlanta é melhor que a gente agora, LA é melhor que a gente hoje". Agora isso foi para colocar o pé dos jogadores no chão ou só pura e bela sinceridade?

- Vai visitar Houston? Não deixe de passar no restaurante chinês do Yao Ming. Se bem que tem sushi bar. Sushi não é coisa de japonês? Ou é dos dois? Sei lá, vamos deixar de fingir que a gente entende a diferença entre eles e só comer o diabo do peixe cru.

- Talvez o Rudy Gay pudesse pedir os óculos do Amar'e emprestado. Ou talvez ter companheiros de time que gritassem o famosos "Calmou, calmou!" quando é pra ele parar e não sair por aí arremessando bolas do seu campo de defesa quando ainda se tem 8 segundos no relógio. Ou poderia fazer suas cagadas quando o Kobe não estivesse no outro time pra fazer ele sonhar com seus erros.


- Mike Dunleavy não é mais técnico do Los Angeles Clippers. Ele já não fazia um trabalho bom há tempos e o time cansou de perder jogos apertados por decisões duvidosas suas nos minutos finais. Talvez a demissão tenha demorado porque o Dunleavy também é o General Manager da equipe! Ele se despediu da função de técnico mas em uma reunião consigo mesmo decidiu continuar como manager, coisas de Clippers.

Porém, com o Clippers tudo pode piorar. O assunto agora nos EUA é que eles estariam atrás do Isiah Thomas para ser o novo técnico da equipe! Sério, é Thomas e Clippers juntos! Só falta assinar o contrato numa sexta-feira 13 em cima de um espelho quebrado.
Mas piora ainda mais: Cogita-se que ele não vá só para treinar a equipe, mas também para roubar toda a vaga do Dunleavy e se tornar o novo manager da franquia!!!! Sério, o cara não fez tanta bobagem assim como técnico do Knicks, perdeu a mão depois de um tempo, mas não foi tão desastroso, sua maior desgraça foi na direção da equipe. E aí aparece o time mais amaldiçoado da liga e quer contratar ele para fazer as duas coisas? Foge, Blake Griffin, foge!

- E quem achou que não tinham Kakázetes na NBA? Outro dia duas mulheres conseguiram driblar a segurança do Rose Garden e entraram na quadra durante um pedido de tempo para abraçar o Rudy Fernandez. Segundo o Rudy elas o pegaram de surpresa e disseram "Amo você, Rudy. Um prazer te conhecer. Bom jogo". E segundo o Jerryd Bayless "Elas estavam claramente bêbadas. Eu até estava perto do Rudy quando elas estavam chegando mas quando eu vi eu pulei fora". Pô, Bayless! Ou você não gosta de mulher ou estava com medinho, sob qualquer interpretação essa história não ficou boa pra você.

Momento Ego
Enterradas na cara e tocos sempre acontecem para machucar ou inflar o ego de alguém. Nessa semana tivemos dois confrontos de ego com resultados diferentes:

Nate Robinson 1 x 1 Shaquille O'Neal
Primeiro Shaq deu um toco seguido de ippon no pequeno Nate, mas logo depois o Diesel sentiu o peso dos seus 37 anos. Pelo menos agora ele e o Yao Ming tem mais alguma coisa em comum para conversar.


JJ Hickson 2 x 0 Dwyane Wade
O Wade teve uma atitude nobre. Enquanto a maioria das estrelas deixam enterradas passar em branco só para não correr o risco de serem humilhados, o Wade vai em todas para tentar dar o toco. Como nem sempre dá certo, ele foi humilhado. No segundo tempo teve a chance de dar o troco justamente sobre quem havia enterrada nele na primeira etapa, JJ Hickson, mas não deu certo. Bora dormir sem assistir o SportsCenter, Dwyane.


8 ou 80 - O cantinho das estatísticas
- "Talvez janeiro não tenha sido o meu mês". A frase foi uma observação muito bem feita pelo Vince Carter. Ele acabou o primeiro mês do ano com média de 8,7 pontos por jogo, 28% de aproveitamento dos arremessos, 22% dos arremessos de três, 2,2 rebotes e 2,7 assistências por jogo. Se o Magic tivesse jogado com o Sasha Vujacic no lugar dele os números não teriam sido muito diferentes. Quando perguntado se tinha uma razão pra ele ter jogado tão mal, Carter disse: "Bola". Mentira, não disse.

- Nos últimos 30 jogos o Pistons conseguiu várias coisas: conseguiu vencer um punhadinho de partidas, conseguiu se salvar por pouco de derrotas seguidas para o Nets, conseguiu ver Rip Hamilton e Tayshaun Prince de volta de contusões, mas não conseguiu uma coisa, marcar 100 pontos em um jogo. A última vez que isso aconteceu foi no dia 12 de dezembro contra o Warriors! E foi contra o Warriors, nem deveria valer.

- Pra completar, o Pistons conseguiu a façanha de ter um aproveitamento de menos de 50% em 25 jogos seguidos! É oficialmente o pior ataque da NBA. Foi-se o tempo em que eles faziam 65 pontos e ganhavam jogos segurando o adversário a 64.

- Não é algo exatamente numérico, de estatísticas. Mas é nerd o bastante para ficar dentro do cantinho das estatísticas. Quer saber como o seu time foi montado, jogador por jogador? Quem veio via troca, via Free Agent, via draft? É só acessar essa pequena maravilha, escolher seu time e ver tudo num formato gráfico, separados por ano.

- E já que o assunto é ser nerd, que tal o Marvin Williams resolvendo um cubo mágico em menos de 2 minutos? Agora sabemos porque o Hawks escolheu ele antes do Chris Paul e do Deron Williams. Um talento como esse não se joga fora.