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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A outra troca

Sasha Vujacic e seus carangos: estudar pra quê? Aprenda a arremessar de três


A gente acabou enrolando para comentar a troca entre Rockets, Lakers e Nets e alguns dias depois fomos engolidos pelas trocas bombásticas que o Orlando Magic fez, criando um novo time. Demos a atenção necessária àquelas trocas e só agora vamos falar de como o meu Lakers sobreviverá na era pós-Vujacic.

A troca completa foi assim: o Lakers mandou Sasha "The Machine" Vujacic e uma escolha de primeira rodada de Draft (2011) para o Nets e recebeu Joe Smith. O Rockets mandou uma escolha de primeira rodada (2012) também para o Nets e recebeu em troca o armador Terrence Williams.

O Lakers estava um bocado desesperado para conseguir um jogador de garrafão. Nas últimas semanas o Pau Gasol estava com média de 39 minutos por jogo e frequentemente lidando com jogadores mais pesados do que ele, o que desgasta ainda mais. Embora o espanhol seja um dos melhores jogadores da NBA quando atua de pivô, é bom lembrar que ele é originalmente um ala de força e está mais acostumado a jogar longe da cesta, sem apanhar muito. É assim até que, pelo menos pra mim, ele joga melhor. A causa do improviso e dos minutos exagerados eram as contusões de Andrew Bynum e Theo Ratliff, além do despreparo do novato Derrick Caracter. Não foram poucas as vezes em que o Gasol parecia sem fôlego no segundo tempo dos jogos, errando bolas fáceis e sendo batido na defesa.

As coisas melhoraram quando o Bynum voltou da sua contusão na última semana, mas mesmo assim nada garante que ele estará inteiro amanhã, o cara é feito de porcelana remendada, então a procura por um jogador de garrafão estava ainda na ativa. Ao mesmo tempo, ter o Vujacic no time não fazia mais sentido. Ele foi muito útil no time vice-campeão de 2008 e eu, como torcedor, tinha uma relação de amor e ódio com ele; o cara é um personagem divertido (faz pose de mala, parece um perdedor e é irritante a ponto dos próprios companheiros de time se irritarem com ele regularmente), um excelente arremessador de três e fez os lances livres que concretizaram a vitória no jogo 7 da final contra o Celtics. Mas também é capaz de falhas absurdas na defesa e é um jogador de função única, se as bolas de três dele não caem é o mesmo que jogar comigo lá, eu também posso ser branco, usar uma fitinha no cabelo e errar arremessos. Não posso casar com a Sharapova, mas não me incomodaria em tentar.

Sem contar que o banco do Lakers tem Shannon Brown, Matt Barnes e o promissor novato Devin Ebanks, os três ou jogam ou podem quebrar um galho na posição do Vujacic. O Shannon Brown até melhorou absurdamente o seu arremesso e ajuda a abrir espaços na quadra como o esloveno fazia. Por fim, deixando a troca mais óbvia ainda, esse é o último ano do contrato do Vujacic, um monte de time por aí não se incomodaria de ter um arremessador de três por dois terços de temporada e depois não estar mais preso a ele. O estranho seria se o Machine acabasse a temporada no Lakers, tudo conspirava para ele sair.

A chegada do Joe Smith deve ser bem proveitosa para o Lakers. Ele nunca vai merecer ter sido a primeira escolha no Draft de 1995 (Antonio McDyess, Jerry Stackhouse, Rasheed Wallace e Kevin Garnett também estavam no Top 5 e tiveram carreiras melhores) mas pelo menos ninguém fica lhe destruindo moralmente como fazem com o pobre Kwame Brown. Ao longo da carreira ele tem sido um bom arremessador de meia distância, pega seus rebotes e dificilmente faz bobagem. É o tipo de veterano para entrar no jogo e deixar as estrelas descansarem sem deixar o time na mão. E convenhamos que depois de um começo de temporada avassalador, os reservas do Lakers estão precisando de uma ajudinha ultimamente.

Outra coisa, o Lakers é o time que mais dá lucro na NBA atualmente, mas não vai fazer nenhum mal a economia que essa troca traz. Já contando as multas, o Lakers irá economizar 8 milhões de dólares em salários com a saída do Sasha.

O Rockets eu considero que fez uma antecipação do draft do ano que vem. Eles deram a sua escolha de primeira rodada, que tem tudo para ser alguma entre a posição 12 e 16, e em troca pegaram um jogador muito jovem que é bem possível que fosse escolhido em uma dessas posições se participasse do draft de novo, é talento de metade do Draft. O Rockets, lutando para entrar no grupo dos oito classificados dos playoffs depois de um começo de temporada patético, precisa de ajuda agora, não em junho do ano que vem.

Mas pensando por outro lado, o Rockets precisa de mais gente no elenco deles? Um jornalista americano que agora eu não lembro o nome uma vez comentou que um dos problemas do Houston era o mesmo do Blazers nos últimos anos, excesso de jogadores bons. Parece absurdo, mas é verdade. É como ter muitas namoradas bonitas, parece bom no começo, mas eventualmente vai te dar muita dor de cabeça. O Blazers tinha tanto jogador bom que nunca deu o espaço que o Martell Webster precisava pra desenvolver seu jogo, viu o Travis Outlaw reclamando dos minutos por jogo, o Brandon Roy reclamando de dividir a armação do time com o Andre Miller e o Rudy Fernandez implorando para ser trocado para um time onde pudesse ser titular.

O Rockets tem tantos jogadores bons, principalmente no perímetro, que não dá chance de ninguém jogar por  muito tempo e às vezes parece que o time não engrena por causa disso. Era uma reclamação recorrente na seleção brasileira de basquete, acho que vocês devem lembrar. Quando o time titular começava a jogar bem
entravam os reservas para quebrar o ritmo. Para dar os minutos merecidos por Aaron Brooks, Kyle Lowry, Ish Smith, Courtney Lee e Kevin Martin, todo mundo acaba jogando pouco. E agora eles ainda tem o Terrence Williams para brigar pelos mesmos minutos.

O primeiro a rodar nessa deve ser o Ish Smith, novato que fez bons jogos quando o Brooks estava machucado, o pobre novato deve ser o último da rotação e ter seu desenvolvimento travado. A chance de ver Brooks e Lowry jogando juntos, uma das minhas combinações favoritas, também é mínima pela quantidade de shooting guards no elenco. O Terrence Williams é rápido, ótimo em contra-ataques e na defesa, mas o Courtney Lee não tem as mesmas qualidades? Concordo com a idéia do Rockets trocar sua escolha de draft para buscar ajuda imediata, mas não vejo com o que o T-Will vai contribuir de diferente além de algum dinheiro extra em descontos no salário por atraso nos treinos e talvez uma participação no campeonato de enterradas. Sou fã do General Manager do time, o Daryl Morey, mas essa eu não entendi.

Nos Estados Unidos eles tem o costume de tentar achar quem foi o vencedor da troca. Talvez seja fruto da cultura competitiva deles, é um conceito estranho já que os times tem realidades e objetivos diferentes e o conceito de vitória não me parece tão óbvio. Mas entendo o que eles querem dizer quando falam que Nets foi  vencedor dessa troca.

Eles perderam dois jogadores que não farão falta. O Joe Smith é um veterano em um time que busca jovens talentos, o Terrence Williams era um jovem talento que estava dando mais dor de cabeça do que resultados. Os constantes problemas de disciplina já tinham tirado toda a confiança do técnico Avery Johnson nele. Então perder esses dois caras mal utilizados por duas escolhas de Draft e mais um contrato expirante foi uma jogada de mestre.

Escolhas de draft parecem ser peças decisivas nos negócios entre Nets e Nuggets nas eternas discussões por Carmelo Anthony. O Denver parece estar pedindo Derrick Favors, contratos que estejam acabando (Troy Murphy, provavelmente) e o máximo de escolhas de draft possíveis. Então quanto mais escolhas, mais chances de ter Carmelo. E até mesmo se a troca não rolar, as escolhas podem ser usadas para trocar por outros jogadores ou até mesmo, óbvio, para draftar bons jogadores. O Nets tem, nos próximos anos, além das suas próprias escolhas, as do Lakers, Rockets e a valiosa escolha de primeira rodada do Warriors de 2011. Se o Nets continuar mal e o Warriors continuar do jeito que está, o time pode ter duas escolhas de Top 10 no ano que vem.

O Nets não tem esperanças para essa temporada, o projeto é a longo prazo, talvez para quando já estiverem realocados em Nova York, e até lá precisam achar novos jogadores, seja por troca ou draft, e essa movimentação foi um passo importante. Sem contar que talvez o Sasha Vujacic acabe até sendo bom nessa temporada e reassine por pouca grana no ano que vem. Em dois jogos pelo time ele fez duas boas partidas, especialmente o de ontem contra o Grizzlies. Com Brook Lopez no garrafão e Devin Harris infiltrando, o Nets é um time que cria bons espaços para arremessadores, nos dias em que ele estiver calibrado vai ser uma boa. É mais um chutador irregular para um time que já tem o Travis Outlaw e Anthony Morrow. 

Uma notícia de hoje diz que o Dallas Mavericks está tentando com todas as forças levar o Carmelo Anthony em uma troca e nem cobraria do Melo a garantia de extensão de contrato, seria um aluguel por meia temporada. O Rockets também já se mostrou interessado em ou pegar Anthony ou participar da troca como um terceiro time, para facilitar o ajuste de salários e conseguir levar alguma coisa no caminho. O Nets todo mundo já sabe que está babando pelo Melo. São dois dos três times citados nesse post envolvidos. Gastamos tantos parágrafos e provavelmente foi só o começo.

...
Como bônus um vídeo enviado pelo Twitter pelo @Vitoow. É do programa Sport Science, que tem o interessante objetivo de analisar o esporte sob uma perspectiva científica mas que na prática é só um bando de experimentos idiotas e sem embasamento algum. Por que posto esse vídeo? Porque quem participa do vídeo é, nas palavras do narrador, o "NBA superstar Sasha Vujacic". E é sua única chance de ver o The Machine arremessando lances livres vendado, usando salto plataforma e luvas de borracha. Sério.



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- Atualizamos a nossa planilha de elencos com as últimas trocas e alterações nos times titulares. É 99% de chance que esquecemos de alguma coisa, então é só avisar nos comentários.
- Não esqueça de participar da nossa promoção de Natal com a Adidas para concorrer a uma camiseta do Dwight Howard!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Summer Leagues - Os veteranos


Holiday jogou sem Christmas dessa vez


No último post sobre as ligas de verão tratamos dos novatos de 2010. Para saber um pouco mais da história e para que servem esses pequenos torneios realizados no verão americano é só ver a introdução do mesmo post.

Nesse eu vou falar de outros tipos de jogador que atuaram em Orlando em Las Vegas, os veteranos. São os jogadores com experiência de NBA, a maioria novatos do ano passado, que estão lá para ganhar experiência ou apenas para colocar o que estão fazendo em treinos na prática. Como essa lista ficou também muito grande, a outra categoria, a criativa "outros", com os não-draftados e jogadores vindos da gringolândia, fica para o próximo post.

Veteranos
DeMar DeRozan e Sonny Weems (SG e SF - Toronto Raptors) - As vitórias nas Summer Leagues não querem dizer nada, mas as do Raptors animaram uma meia dúzia de torcedores do que estavam chorando a saída de Chris Bosh. Isso porque foram comandadas por dois dos mais jovens jogadores do elenco canadense, DeMar DeRozan e Sonny Weems, que tem tudo para ser a dupla titular em Toronto na próxima temporada. DeRozan briga por vaga com Leandrinho e Weems com Kleiza, mas os dois americanos tem a vantagem do bom entrosamento. Durante os jogos da liga de verão um sempre procurou o outro nos contra-ataques e nas pontes aéreas, formando a dupla mais mortal de Las Vegas.

Em entrevista o DeRozan foi bem humilde e admitiu que não estava totalmente pronto para a NBA no ano passado, mas que desde o fim da temporada passada está treinando sua defesa, suas bolas de três (tentou apenas 18 bolas de 3 em toda temporada apesar de ser um segundo armador) e seu arremesso após o drible, para poder criar mais arremessos para si mesmo.

Curioso que na temporada passada, sabendo dessas falhas em seu jogo, DeRozan era bem passivo durante os jogos, arriscava pouco, o que gerou algumas críticas. Mas foi essa consciência dos seus limites que fizeram com que acabasse a temporada 2009-10 com aproveitamento de 48% dos arremessos e menos de 1 turnover por jogo. Nas ligas de verão conseguiu colocar seus novos talentos em quadra e os números continuaram bons: 21 pontos por jogo, 58% de aproveitamento dos arremessos (espetacular!), 40% de acerto nas bolas de três e só 1 turnover por partida. Esperem grandes coisas dessa dupla para a próxima temporada, especialmente de DeMar DeRozan, que finalmente vai fazer jus à sua força nominal.

Marreese Speights (PF - Philadelphia 76ers) - Está sendo citado aqui porque foi muito bem na Summer League de Orlando, mas não fez nada de novo. Usou sua velocidade pouco comum para um jogador da posição 4 para fazer pontos na transição e foi agressivo nos rebotes, liderando a liga de Orlando com 9.2 rebotes por partida. Mas apesar do bom basquete apresentado não acho que seja um risco para a titularidade de Elton Brand. Se não roubou a sua vaga nem no esquema feito de contra-ataques que o Sixers tinha até o ano passado, não vai ser agora.

Jrue Holiday (PG - Philadelphia 76ers) - Apesar do Sr.Feriado não estar no mesmo time do Dionte Christmas nesse ano (Sr. Natal jogou a Summer League pelo Kings), rendeu bastante. Aliás, mais do que o esperado. Holiday, ao lado de Jonny Flynn, foram duas exceções em uma classe de draft cheia de armadores talentosos. Enquanto a maioria (Evans, Jennings, Curry, Lawson) arrebentava com tudo e todos, os dois pareciam irregulares e despreparados para o basquete profissional. Holiday, porém, animou um pouco a torcida do Sixers ao melhorar nos últimos 2 meses de temporada, e confirmou a evolução nas ligas de verão.

Liderou a Summer League de Orlando com 19.3 pontos e 6 assistências por partida. Mesclou bem momentos de atacar a cesta e distribuir o jogo e foi bem agressivo nos roubos de bola, especialmente cortando linhas de passe. Talvez alguns defeitos em seu jogo apareçam quando enfrentar jogadores de alto nível, afinal ele tem apenas 20 anos, mas é o armador do futuro para o 76ers.

Terrence Williams (PG/SG - New Jersey Nets) - Eu estou pouco me ferrando para o que o T-Will faça em quadra, desde que esteja no próximo campeonato de enterradas. Mas como está longe, podemos falar um pouco de basquete. Ele foi bem, teve boas médias de 18 pontos, 3 rebotes e 5 assistências, mas deixou bem claro pra todo mundo que apesar de ter tamanho de armador, não é um. Forçou muito o jogo individual e foi um dos motivos para que Derrick Favors arremessasse tão pouco nos primeiros jogos. Em compensação soube criar boas jogadas atacando a cesta. Jogando na posição dois, sem a obrigação de criar para os outros, e pegando os minutos que eram de Chris-Douglas Roberts, deve se destacar na próxima temporada.

James Harden (SG - Oklahoma City Thunder) - A barba mais legal da NBA sofre por ter sido escolhido antes do Tyreke Evans no draft. Não é porque um melhor veio depois que ele é ruim, pessoal. Muita gente esperava mais dele, mas o cara faz o que pedem: aparece do banco no Thunder defendendo bem, tem bom aproveitamento nos arremessos e faz um pouco de tudo. Jogou a Summer League de Orlando como um ótimo veterano e só não tem números mais expressivos na NBA porque joga na sombra de Kevin Durant.

BJ Mullens (C - Oklahoma City Thunder) - O Thunder tinha um dos melhores elencos dessa Summer League. Além de Harden tinha Eric Maynor, Kyle Weaver, Serge Ibaka, DJ White e BJ Mullens. Não à toa só perdeu um jogo e este por um ponto de diferença! Embora todos tenham jogado bem, meu destaque vai para o Mullens, que foi o que surpreendeu. O resto fez, com os números um pouco mais expressivos, pela qualidade dos adversários, o que já fazia na NBA no ano passado. Menos Mullens, que mal jogou na temporada passada e finalmente apareceu em Las Vegas, com 16 pontos e 6.3 rebotes por partida. Foi interessante ver ele atacar a cesta e conseguir ir para a linha do lance livre nos dias em que seus arremessos não estavam caindo. Pode ser uma ameaça à titularidade do novato Cole Aldrich que parecia tão certa no dia do draft.

Kosta Koufos (C - Minnesota Timberwolves) - O pivô que foi envolvido na troca de Al Jefferson para o Jazz foi parar no Wolves e terá concorrência de Darko Milicic, queridinho do GM David Kahn, e do recém-chegado Nikola Pekovic. Não será fácil ganhar uns minutos, mas ele começou bem com sólidas atuações nas ligas de verão. Depois de estrear mal com apenas 4 pontos, embalou três jogos com 13, 19 e 14 pontos. Destaque para o jogo contra o Magic em que teve, além dos 13 pontos, 11 rebotes e 4 tocos. Ainda é pouco, mas começa a lembrar um pouco o pivô que brilhou em Ohio State e foi MVP do campeonato europeu sub-18 de 2008 (quando jogou pela Grécia, apesar de ter nascido em território americano).

Gerald Henderson e Derrick Brown (SG - Charlotte Bobcats) - Com a perda de Raymond Felton para o New York Knicks, o Bobcats precisava mesmo é de um armador novo, já que o Larry Brown nunca confiou muito no DJ Augustin (lembram do "Ele não está jogando porque não defende e não arma jogadas, só isso"?), mas se esse problema ainda não foi resolvido, pelo menos Henderson e Brown podem suprir outra necessidade do Bobcats, o banco de reservas.

Nenhum vai chegar perto de ameaçar a vaga de titular do Stephen Jackson, mas será um bom desafogo ter caras que sabem marcar pontos no banco. Ambos até atuaram bem juntos em alguns jogos e a dupla deve também substituir Gerald Wallace durante os jogos. Brown terminou seus 5 jogos com média de 15 pontos e 7 rebotes, Henderson passou dos 20 pontos nas duas primeiras partidas e a partir daí atuou menos minutos, acabando com média de 14 pontos por jogo.

Reggie Williams (SG/SF - Golden State Warriors) - Em um post recente eu comentei que volta e meia o Don Nelson, técnico do Warriors, acha uns jogadores que ninguém nunca ouviu falar por aí e eles começam a jogar bem. Reggie Williams é um exemplo. Apareceu do nada na temporada passada para cobrir o lugar de algum contundido, jogou 24 partidas e saiu com média de 15 pontos por jogo, excelente para um novato. Foi para as ligas de verão e só não fez mais pontos que John Wall, com 22.6 por partida. Apesar de dividir espaço com outros achados de Don Nelson, além de Monta Ellis e Steph Curry, deve continuar fazendo seus pontos na orgia ofensiva do Warriors.

Omri Casspi (SF - Sacramento Kings) - Não sei porque ele estava lá. Provou mais de uma vez na temporada passada que já é um jogador formado e tem espaço garantido na NBA. Vai ver que jogar ligas de verão no basquete profissional americano é mais uma tradição milenar judaica que a gente nunca vai entender, nunca se sabe. Garantiu seus 14 pontos de média em apenas 24 minutos por partida.

JJ Hickson (PF - Cleveland Cavaliers) - A hora é de urgência em Cleveland, qualquer ser humano capaz de fazer pontos, pegar rebotes, dar assistências e/ou dar enterradas lindas o bastante para vender ingressos são bem vindos. Hickson teve bons momentos na temporada passada, mas eles eram sempre ao lado de LeBron, que cansava de dar assistências para o negão ir lá dar suas enterradas avassaladoras. Como seria sem 'Bron do lado?

Na Summer League de Las Vegas ele foi muito bem! Acabou com 19 pontos de média em 58% de aproveitamento e as duas médias foram prejudicadas por um jogo péssimo contra o Miami Heat (trauma da saída do LeBron, provavelmente). Até essa última partida ridícula, em que fez 4 pontos, estava com média de 24,3 pontos por jogo, o que bastaria para ele ser o cestinha do torneio. Ainda falta técnica, mas ele ataca a cesta como poucos, em um ritmo de ataque veloz ele pode se destacar.

Earl Clark (SF/PF - Phoenix Suns) - Earl Clark não se destacou tanto assim para merecer ser citado aqui, é verdade. Podem argumentar que o Jermaine Taylor do Rockets, por exemplo, jogou mais. Mas é que os 14 pontos e 5 rebotes do Clark são significativos pelo seu histórico.

O Clark foi a 14ª escolha do último draft e muitos apostavam que ele iria fazer chover no Suns. Afinal era um jogador alto, veloz e com visão de jogo que poderia ser um Boris Diaw melhorado. Alguns críticos gringos chegaram ao ponto de dizer que ele era completo o bastante para futuramente estar na briga de MVP da NBA! Exageros a parte, o mínimo que ele deveria ter conseguido era entrar na rotação do Phoenix Suns, mas o Jarron Collins entrava antes dele ver um minuto de jogo.

Como é até normal ter um pivete que só pega no tranco depois do segundo ano, fiquei atento ao Clark em Las Vegas e deu para ver uma evolução. Ainda está longe de brilhar, mas já chamou mais o jogo e pareceu mais à vontade em quadra. Sempre tenho dó desses caras que sofrem com as expectativas e espero que com mais tempo de quadra ele comece a se soltar. Quem já viu ele jogar bem torce por isso também.

OJ Mayo (SG (ou PG) Memphis Grizzlies) - Se o Casspi jogar já não fazia sentido, o que dizer de OJ Mayo? Mas calma, a explicação é boa. Um dos planos para a próxima temporada é usar Mayo como armador principal. Ele pegaria alguns dos minutos do pouco confiável Mike Conley na armação e abriria espaço para o recém-contratado Tony Allen e o novato Xavier Henry jogarem na posição 2. Ele estava em Las Vegas apenas para brincar de cosplay de Jason Kidd.

Só jogou duas partidas e deu três assistências em cada uma, não foi lá grande coisa, mas serviu pelo menos para tirar a poeira. Nas palavras do próprio OJ, "Hoje devo ser horrível nessa posição porque não jogo com a bola na mão o tempo todo há 3 anos, mas com treino e repetição eu posso ser bom". Vamos descobrir só na temporada regular, mas não colocaria meu dinheiro nessa aposta.

JR Smith (SG - Denver Nuggets) - E o JR Smith, o que estava fazendo lá? Quer virar armador? Tradição judaica? Não, "Estou aqui por amor ao basquete. Melhor vir aqui do que jogar em uma quadra qualquer". Boa, campeão.

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Veteranos que não jogaram na Summer League
Joe Alexander (Chicago Bulls) - Sabia que todo novato tem um contrato garantido de apenas dois anos? A partir do terceiro é uma opção do time de manter o pivete ou não. Pouca gente sabe disso porque 99% dos novatos tem a opção do seu terceiro ano aprovada assim que possível. Apenas 7 (sete!) jogadores na história da NBA não tiveram essa opção aceita, são eles: Patrick O'Bryant, Yaroslav Korolev, Julius Hodge, o campeão Shannon Brown, JR Giddens, Morris Almond (que estava em Las Vegas) e, finalmente, Joe Alexander.

Ele começou a jogar basquete tarde, só no fim da adolescência e passou boa parte do seu colegial jogando basquete na China onde se mudou com o pai, que foi transferido para a filial chinesa da Nestlé. Voltou para os EUA para jogar basquete na universidade de West Virginia, onde ficou três anos. Apesar de parecer sem muitos fundamentos, era espetacular fisicamente (apesar de ser branco!) e baseado basicamente nisso, acabou virando a 8ª escolha do Draft de 2008 pelo Bucks, em que nunca fez absolutamente nada. No ano passado foi para o Bulls na troca do John Salmons e lá não fez nada também.

Estava inscrito na Summer League pelo Bulls mas não entrou em um jogo sequer, não achei uma notícia explicando a situação. Nada disso é sequer um pouco relevante para o blog, mas que carreira, hein?

Jonny Flynn (Minnesota Timberwolves) - Stephen Curry, Tyreke Evans e Brandon Jennings não jogaram as ligas de verão porque não precisam mais convencer ninguém, Flynn não jogou por uma contusão no quadril. De todos os armadores escolhidos no Top 10 do ano passado foi o que menos convenceu. Ainda acho o rapaz muito bom, a sensação de decepção vai mais do sucesso dos companheiros de draft do que pelas atuações dele em quadra. Ser irregular durante o ano de novato é comum, as exceções são os outros.

DeJuan Blair (San Antonio Spurs) - Geralmente um jogador toma como um elogio quando o seu time pede para ele não jogar uma Summer League. Ainda mais quando você foi um novato na temporada passsada. O gostinho é ainda mais especial quando se foi uma escolha de 2ª rodada como foi com Blair. Mas mesmo com o Spurs implorando para ele descansar e evitar o risco de uma contusão, ele insistiu e disse que queria jogar de qualquer jeito. Até foi inscrito, mas de última hora aceitou o pedido do time e não entrou em quadra. Greg Popovich agradece a vontade de jogar, mas fica mais feliz com a obediência.

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Eu sei que tinha prometido os "outros" para esse post também, mas ficou grande demais, fica para o próximo. Nele irei falar de alguns jogadores que faltaram, inclusive o tão comentado e badalado Jeremy Lin, estrelinha da Summer League de Las Vegas que está bem próximo de acertar um contrato com o Golden State Warriors. Até lá!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Análise do Draft - Parte 2

Estamos de volta, pessoal. Pra quem perdeu a parte 1, é só clicar nesse link. Infelizmente nos comentários houve mais discussão sobre chamar o Michael Jackson de pedófilo do que sobre o draft, então está proibido falar de defunto nesses comentários, beleza?

Peço desculpas para quem se ofendeu com a piada, não quis acusar ninguém de nada. Não sei e nem quero saber se ele foi mesmo pedófilo ou se era só brother camarada dos pivetes. Aperto de mão virtual em quem ficou bravo e partimos pra próxima.
Então vamos falar de gente viva? Vamos lembrar dos selos de qualidade Bola Presa desse ano? Vamos parar de falar em forma de perguntas?

Nesse ano, como o dia do draft será sempre conhecido como "O dia em que o Michael Jackson morreu", os selos desse ano levam a marca do cantor-dançarino-performer-xxxxx mais querido do mundo. Vamos aos selos de avaliação desse ano:


Thriller: Sucesso absoluto, ótima escolha! O time com selo Thriller pode sair tranquilo e feliz do draft.




Black or White: O jogador draftado pode causar alguma dúvida por causa de sua posição, histórico ou situação do time, mas tem tudo pra dar certo.


Jackson 5: O jogador escolhido não deve passar de um role player, um jogador de equipe. Dependendo da posição onde foi escolhido isso pode ser bom ou ruim.


Moonwalk: Pareceu legal na hora mas olhando bem ele só está andando pra trás. Esse jogador não vai levar o time a lugar nenhum.


Plásticas no nariz branco: Ninguém vai reconhecer esse jogador daqui um tempo. Promessa falida, escolha horrível.



Da outra vez paramos na oitava escolha do Knicks, então continuamos com a nona escolha, o Raptors.


Toronto Raptors
DeMar DeRozan


O Toronto pegou uma das maiores potências nominais do draft. Como já disse o Sbub no nosso Mock Draft - Força Nominal, fica na cabeça o nome dele: DeMaaaaar DeRozaaaan! O nome dele é um imã de talento, impossível alguém com esse nome não ser alguém na vida.

Mas falando um pouquinho mais sério, o DeRozan chegar no draft desse ano na nona colocação é um pouco decepcionante para quem acompanhou sua carreira no colegial e imaginava que ele poderia ser pelo menos um Top 3. Mas sua carreira universitária de um ano mostrou que ele não estava tão pronto assim para ser uma estrela da NBA.

Ele tem um físico assustador, está evoluindo o seu jogo, mas o que vai definir se ele é o próximo Gerald Green, o próximo Rudy Gay ou o próximo Vince Carter é a sua vontade de evoluir, de treinar para superar seus defeitos, seu jogo ainda cru. E essa comparação com o Vince Carter é a que mais fazem desde os seus tempos de escola, não é uma ironia enorme ele cair no Toronto? O pessoal lá era apaixonado pelo Carter e hoje ele é o pior inimigo dos canadenses.

O Raptors fez certo, pegou um cara que não só é bom como também tem o potencial de ser bem melhor, e pra completar é justamente um cara da posição de que eles precisam: um que possa jogar nas posições 2 ou 3 e fazer o que ninguém faz naquele time, atacar a cesta. Não ganha selo Thriller porque ainda tenho um pouco de dúvida se ele vai dar tão certo na NBA.


Milwaukee Bucks
Brendon Jennings, PG
Jodie Meeks, SG

Acho que esse draft será recheado desse belo selo "Black or White". Muitos diziam que o draft desse ano não era grande coisa, mas o que eu acho é que na verdade é que ninguém tem idéia do que esperar dos novatos desse ano. Alguns dos principais nomes como Hasheem Thabeet, Ricky Rubio, Brandon Jennings, Jrue Holiday e DeMar DeRozan são enormes incógnitas. Os 5 podem ser All-Stars daqui alguns anos e os 5 podem ser reservas.

E acho difícil culpar um time que busca se erguer de apostar em uma dessas dúvidas, mas não dá pra afirmar também que foi um draft perfeito.
Se o Bucks não apostasse no Jennings, que pode ser espetacular, ia pegar quem? O Terrence Williams, um cara destinado a ser apenas um jogador mediano? O Bucks tem que sair do limbo de time médio que fica em oitavo, nono, e pra isso precisa arriscar, assim como tantos outros times. Por isso esse selo que significa "Só o tempo dirá se isso foi uma sacada de mestre ou uma sacada de merda".

Eu pessoalmente adoro o Brandon Jennings. Achei que ele teve três bolas no saco ao abdicar do ano na NCAA pra viver, jogar e ganhar bufunfa na Europa. Morar fora dos EUA deve ter sido uma experiência fora de série que ele não teria chance de viver antes da aposentadoria caso fizesse o caminho NCAA-NBA. E, mais do que isso, gosto dele porque ele parece realmente bom e porque chegou atrasado no próprio draft!

Pra quem não viu ao vivo, ele só foi lá apertar a mão do David Stern quando o comissioner apresentava a décima quarta escolha, o Jennings foi a décima! Isso porque ele estava em um hotel assistindo ao draft com a família, não quis ficar lá vendo ao vivo porque não tinha garantia de sair entre os 14 primeiros. Mas quando saiu resolveu que era hora de dar as caras. Um dos momentos mais legais da história do Draft da NBA.

Por ser agressivo e gostar de driblar, acho que o Jennings também pode ser um ótimo parceiro para o Michael Redd. Tudo o que o Redd precisa é de alguém pra confiar a bola na mão para que ele possa brincar de Ray Allen. Um armador que ataca a cesta também é sempre bom para criar situações de passe e rebote ofensivo para o pivô, então Andrew Bogut deve se dar bem nessa também.

Na segunda rodada o Bucks fez uma escolha segura e burocrática. Ao invés de pegar outra incógnita, pegou o arremessador Jodie Meeks, que parece ser um Kyle Korver da vida. Gosta de se movimentar, pegar corta luz e meter bola da linha dos 3. Nada mal para uma segunda rodada.

New Jersey Nets
Terrence Williams, SF


Um draft parecido com seu vizinho, o Knicks. Pensando em apenas ter um time bom para tentar o LeBron ou outro Free Agent caro em 2010, o Nets não arriscou e pegou um jogador que sabe que vai render. Provavelmente nunca vai ser All-Star ou ter média de 20 pontos por jogo, mas o moleque sabe jogar.

Terrence Williams fez os quatro anos de faculdade então todos os olheiros do Nets e de toda a NBA já enjoaram de ver ele jogar, sabem o que esperar do Williams: ele é um ala atlético, bom defensor e completo, contribuindo sempre em pontos, rebotes, assistências e em roubos de bola. Comparam ele no NBAdraft.net com o Corey Maggette, o que é longe até da descrição que eles mesmos colocam. Talvez fisicamente ele pareça o Maggette, por ser bem forte, mas em característica de jogo ele está mais para um Tayshaun Prince, outro bom defensor que contribui um pouco em todas as áreas do jogo.

Caso o LeBron não apareça por lá em 2010, o Nets pelo menos não fica com um rombo na posição 3, Williams deve dar conta do recado. Por enquanto a única posição carente mesmo no time é a de ala de força, onde já foi dito que o titular pra próxima temporada será o Yi Jianlian. Vai ser uma longa temporada pro Nets.

Charlotte Bobcats
Gerald Henderson, SG Derrick Brown, SF

O Bobcats estava numa situação complicada nesse draft. O time melhorou muito na temporada passada desde que chegaram Raja Bell e Boris Diaw, chegou bem perto de uma vaga nos playoffs mas no fim das contas ficou fora e com um dos piores ataques da NBA. Em número de pontos por jogo, aliás, era O pior.

Em parte essa deficiência ofensiva existe porque o Bobcats não tem jogo de garrafão. O Okafor faz pontos em infiltrações dos armadores e em rebotes ofensivos, só. O Boris Diaw joga bem, faz seus pontos, dá muitas assistências mas faz tudo isso longe da cesta. Por isso o ideal seria que o para o Bobcats seria draftar um ala de força ou pivô que pudesse fazer seus pontos no jogo de garrafão.

Aí eles vão e escolhem um outro armador. Eles já tem o Raja Bell e usam o Felton na posição 2 com o Augustin como armador principal. Pra que o Gerald Henderson? Mas antes de meter o pau, vamos dar uma olhada nos outros alas de força escolhidos em toda a primeira rodada: Tyler Hansbrough, Taj Gibson e DeMarre Carroll.

Os dois últimos não tem talento pra ser uma 12ª escolha, o Hansbrough é bacana, é atlético, é agressivo, é doido, mas não ia ajudar em nada o ataque do Bobcats. Primeiro porque a especialidade dele não é ataque em 1-contra-1 de costas pra cesta, o que o Bobcats mais precisa, outra e mais importante é que ele rende muito mais em ataques velozes do que no famoso esquema meia-quadra-em-câmera-lenta que o Larry Brown usa em Charlotte.

Por isso, devido à falta de opções para as reais necessidades do time, não foi uma má escolha o Henderson. Com a idade batendo nas pernas do Raja Bell, não é nada mal pegar um cara que sabe defender (embora não seja o Bell), tem um bom arremesso de longa distância (embora não seja um especialista) e ainda é capaz de bater para dentro de vez em quando (isso ele sabe fazer mesmo).

Curioso foi o fato de que Henderson jogava em Duke. Rival mortal de North Carolina, faculdade da onde sairam o Larry Brown, técnico do time, Michael Jordan, o outro responsável pela escolha, além dos jogadores Raymond Felton e Sean May.

Indiana Pacers
Tyler Hansbrough, PF AJ Price, PG

O Tyler Hansbrough me lembra, não em jogo, mas por causa da carreira, o JJ Redick. Os dois fizeram um sucesso absurdo na NCAA, os dois venceram o Naismith Award, o mais importante prêmio individual universitário (Redick em 2006, Hansbrough em 2008) e mesmo assim chegaram no draft sem moral. Ambos tem um estilo de jogo que ninguém acredita que dará certo na NBA.

O Hasnbrough foi a 13ª, Redick tinha sido a 14ª, foram quase iguais nisso também. Mas como o Redick é um shooter e o Hansbrough um ala de força, as semelhanças param por aí. O Tyler Hansbrough, que tem o melhor apelido da NBA, Psycho T, é baixo demais para jogar de ala de força na NBA e por isso acham que ele nunca vai se acertar na liga.

Como o Carl Landry, Paul Millsap e Jason Maxiell estão aí pra provar, não é bem assim que funciona. O que o Psycho T precisa fazer é compensar a falta de altura com outras coisas, assim como os alas citados, mas isso não será problema: ele não tem o apelido de Psycho à toa, ele é doido mesmo. Ele tem uma energia acima da média, algo pra deixar o Chris Andersen impressionado. Então não tenho dúvidas de que ele conseguirá superar as dificuldades e ganhar seu espaço na NBA.

Claro que ele não vai ser um jogador fora de série como em North Carolina, mas pode ser o principal reserva do Pacers a partir da próxima temporada e será também um dos jogadores favoritos da torcida. E como já disse antes, quando falava do Bobcats, Hansbrough é feito para ataques velozes e é o que o Jim O'Brien faz no Pacers. Na correria a sua falta de altura para a posição será ainda mais irrelevante. Dois selos pra eles porque a escolha foi muito boa mas Hansbrough não vai deixar de ser um role player.

Na segunda rodada o Pacers escolheu o AJ Price. O pessoal do NBADraft.net é cruel e assim como comparou o DeRozan ao Carter, comparam o Price ao Jamaal Tinsley. É pegadinha pro torcedor do Pacers entrar em desespero, né? De qualquer forma, não é tão parecido assim, afinal o Price sabe arremessar, coisa que o Tinsley nunca se deu ao trabalho de aprender. Mas talvez a semelhança seja porque os dois são mais famosos pelas polêmicas, contusões e histórias fora da quadra do que pelo que fazem dentro dela.

Desconhecido do mês versão pocket: O Price perdeu parte da sua temporada de freshman em UConn por causa de uma hemorragia cerebral que quase o matou. Depois de recuperado foi suspenso do time por ter roubado laptops do campus. Depois de voltar bem para o time, sofreu uma grave contusão no joelho. Finalmente na sua temporada de senior ele jogou muito bem e foi o líder do time que tinha como destaque o Hasheem Thabeet.

Phoenix Suns
Earl Clark, SF/PF Taylor Griffin, PF

O Suns vai começar do zero. O Shaq já foi trocado, o Amar'e quase foi trocado pro Warriors (talvez ainda seja) e já dizem que o Nash é o próximo. Pra começar a reconstruir um time, no entanto, eles vão usar uma fórmula já testada por lá.

Dizem que Earl Clark é um jogador que pode jogar de ala de força mas que tem habilidade de armador, que é ótimo passador e tem uma tremenda visão de jogo. Pra quem não sacou, o Earl Clark é uma versão americana e mais forte do Boris Diaw.

Eu gostei do draft em princípio porque sempre gostei do Boris Diaw e acho que ele vai se dar muito bem no Suns caso eles continuem jogando na correria como ameaçaram no final da temporada passada. Jogadores com bom passe e visão de jogo são mais que essenciais pra quem quer jogar na velocidade sem cometer um turnover por posse de bola.

Mas se o Nash é o próximo a ser trocado, por que não pegar o Ty Lawson ou o Jrue Holiday? Mesmo se o Nash ficar, não seria bom pegar um armador em um raro draft lotado de armadores e deixá-los um ano aprendendo com o mestre?

O Clark não irá conseguir se destacar nesse ano se o time estiver em desmanche. Ele, assim como o Diaw, precisa de um time montado e com bons jogadores ao seu lado para que seu principal talento, envolver outros atletas, apareça. Uma boa escolha mas que não resolve em nada a situação do Suns.

Na segunda rodada o Suns escolheu o Taylor Griffin, irmão mais velho do Blake Griffin. O Griffin nem era cotado pra ser draftado mas deu sorte e acabou no Suns. De qualquer forma é capaz que o Suns perca a oportunidade de ter o jogador no elenco caso ele tope o convite do Harlem Globetrotters, que o escolheu na primeira posição de seu próprio draft. Por aqui dá pra saber porque ele foi escolhido.

Detroit Pistons
Austin Daye, SF
DaJuan Summers, SF
Jonas Jerebko, SF

A escolha de Austin Daye na 15ª posição foi uma das grandes surpresas da noite do draft. Era praticamente certo que o Pistons iria escolher o pivô BJ Mullens. Diversas fontes de sites gringos garantiam que o Joe Dumars tinha prometido para o pivô a vaga no Detroit. No fim das contas o pivozão acabou indo cair na escolha 24, um desastre financeiro pra ele.

No lugar dele o Pistons pegou o ala Austin Daye. Ele é bem alto (2,10m) para ser um ala da posição 3, o chamado SMALL Forward, mas é que seu estilo de jogo combina mais com essa posição. Ele tem um bom arremesso de longa distância e boa mobilidade. Em uma época em que o Rashard Lewis faz sucesso como ala de força, o Pistons pode ter draftado o Daye pensando em usá-lo da mesma forma.

Ele é alto o bastante para encarar alguns alas de força pela liga e até tem um jogo de costas para a cesta, embora seja um jogo de pivô falso, meio Rasheed Wallace, que consiste apenas em poucos ganchos e muitos arremessos sobre o marcador. Nada que vai fazer do Pistons um time vencedor, mas o garoto parece ser competente.

Com as outras duas escolhas de segundo round o Pistons pegou outros dois small forwards, DaJuan Summers e Jonas Jerebko. Os dois eram cotados para entrarem no final do primeiro round mas acabaram escapando. Dos dois, apostaria que Jerebko fica mais um tempo no estrangeiro e o Summers ganha espaço na rotação do Pistons como um bom reserva do Prince caso o Daye jogue mesmo de ala de força.

Chicago Bulls
James Johnson, SF
Taj Gibson, PF

Posso estar completamente errado, não tenho notícias para basear isso, mas acho que a escolha do James Johnson pelo Bulls foi uma forma de tentar ter alguém para substituir o Luol Deng. Conseguir trocar o Deng vai ser um desafio maior que trocar o Kwame Brown pelo Gasol, devido ao seu contrato milionário e a atuação abaixo do esperado na temporada passada. Mas pode acreditar que eles vão tentar um bocado.

E caso consigam essa façanha, vão conseguir fazer o que querem, que é manter o Ben Gordon, usar o John Salmons na posição 3 e aí usar o draftado James Johnson como seu imediato reserva. Mas mesmo que não aconteça tudo isso, o novo JJ foi uma boa escolha.

Primeiro porque será difícil manter o Ben Gordon, o que pode empurrar o John Salmons para a posição de segundo armador e o James Johnson volta a ser o reserva imediato, dessa vez do Luol Deng. O JJ é um ala alto mas que sabe driblar e tem um bom jogo de meia distância, mais ou menos como o próprio Deng, mas parece ser um pouco mais versátil, já que no basquete universitário atacava mais a cesta. Um Luol Deng barato era tudo o que o Bulls queria nesse draft, nada mal!

Já enjoamos de falar como falta gente que marque pontos na posição de ala de força ou pivô no Bulls. Isso melhorou no ano passado com a evolução do jogo do Noah, do Tyrus Thomas e a aquisição do Brad Miller, mas não custava nada ter mais uma opção para o banco e é isso que vai ser o Taj Gibson. Ele vai ser secundário no Bulls mas pode ser bem útil pra marcar uns pontinhos quando entrar.

Philadelphia 76ers
Jrue Holiday, PG


No dia do draft, o site RealGM colocava o Jrue Holiday como a quarta escolha do draft para o Sacramento Kings. No mesmo dia ele era listado como a escolha 19 para o Atlanta Hawks. E isso reflete o nível de certeza que se tem sobre como o nome mais esquisito do draft se sairá na NBA.

Na UCLA, onde jogou apenas um ano, se consagrou por ser um combo guard (aquele armador que joga nas posições 1 e 2) que infernizava a vida dos defensores com seus dribles e infiltrações. Mas apesar do bom desempenho, esperava-se bem mais depois de todo o nome que ele trazia de sua carreira colegial. Muitos dizem que porque ele jogava fora de posição em UCLA, mas é mais convincente a explicação de que ele tem um arremesso péssimo e os marcadores o desafiavam a arremessar ao invés de cair nos seus dribles.

Será que o Sixers precisa de mais um armador que não sabe arremessar de longe? Eles já não tem um time especialista nisso?

Com o risco de perder o Andre Miller, acho que o Sixers deveria ter escolhido o Ty Lawson, que é mais experiente, tem mais visão de jogo e tem velocidade o bastante pra manter o Sixers no seu jogo de contra-ataques. Seria uma escolha mais segura e com menos chances de dar errado.

Se o Andre Miller ficar no time o Holiday pode se destacar jogando na posição dois, aparecendo com qualidade nos contra-ataques, mas nessa situação o Holiday não deixará de ser apenas mais do mesmo, não traz nada do que o time precisa para evoluir.

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Foi bem divertida, embora ruim tecnicamente, a final da NBB ontem. Parabéns ao Flamengo e ao mais que odiado Marcelinho, o melhor jogador do campeonato. Para ler sobre a final você pode ir ao Rebote, BasketBrasil ou ao DraftBrasil.