Mostrando postagens com marcador charlie bell. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador charlie bell. Mostrar todas as postagens

domingo, 4 de julho de 2010

Por uns trocados

O jogador com as melhores fotos do mundo vai agora para o Wizards


A moda agora é, além de namorar pelado - como diria o poeta -, fazer trocas imbecis para liberar espaço salarial e contratar alguma mega estrela ultra-poderosa que mudará o equilíbrio do mundo e descobrirá a cura para o câncer. Enquanto nos dedicávamos a analisar a grande Final, a vitória do Lakers, o draft e cada uma das escolhas, e explicar como funcionam as regras de teto salarial na NBA pra todo mundo poder acompanhar as novas contratações, um monte de pequenas trocas aconteceram. A imensa maioria apenas para isso, diminuir a folha de pagamento pra então bancar uma, duas, até três estrelas juntas e tornar o time uma espécie de Liga da Justiça, mas sem os pentelhos dos Supergêmeos e aquele macaquinho desnecessário, por favor. Algumas poucas foram trocas sem motivações financeiras, e por isso são as menos imbecis, sem um time mandando cocô e conseguindo uma Alinne Moraes. Vamos dar uma olhada em todas essas trocas:

...


Heat manda Eric Bladsoe (escolha 18 do draft) e Daequan Cook pro Thunder em troca de Dexter Pittman (escolha 32 do draft)

Na minha opinião, uma das trocas mais engraçadas que eu já vi e perfeita para exemplificar o desespero das equipes por espaço salarial, na ânsia por contratar uma renca de estrelas. Resumindo, o que o Heat fez foi pegar sua escolha de primeira rodada de um draft bastante profundo e interessante, juntar com o melhor arremessador de três da equipe (poderíamos até mesmo dizer que era o único) e que nem ganhava tanto dinheiro assim, e mandá-lo em troca de um jogador obscuro da segunda rodada com problemas de peso e que muito provavelmente nem vai jogar pela equipe. Ou seja, o tipo de troca que você só faz se está afim de ser demitido.

O que o Heat quer é apenas economizar: o contrato do Eric Bladsoe, armador escolhido na primeira rodada, é garantido - basta draftar para você ser obrigado a lhe pagar salário todo ano. Dexter Pittman, escolhido na segunda rodada, não tem salário garantido e pode ser mandado embora, sem multas, caso o Heat prefira. Daequan Cook era bom nos arremessos mas um tanto limitado, foi trocado para o Heat não ter que arcar com suas despesas. E o resultado foi que a equipe de Miami ficou com apenas 3 jogadores com contrato para a temporada que vem: Michael Beasley, o ala que começou sua carreira na NBA fumando maconha após a palestra de "bem-vindos novatos" e até agora não mostrou serviço; Mario Chalmers, o armador com nome de encanador que tem "reserva" escrito na testa mas foi obrigado a ser titular porque não tem ninguém melhor; e James Jones, arremessador de três atlético que não joga nada mas sempre ganha uma chance em algum lugar por parecer ter bastante potencial (e força nominal). Parece um absurdo ter apenas três jogadores garantidos para a temporada seguinte, e o Heat concorda, porque depois dessa troca, a primeira coisa que fizeram foi mandar o James Jones embora, pagar as multas e não ter mais que lidar com isso. Agora são, oficialmente, apenas DOIS jogadores na equipe. Todo o resto da grana pode ir para as estrelas disponíveis, montando um time do zero. Sorte do Thunder que, espertinho, usou o espaço salarial limitado que tinha guardado para contratar um pivô e preferiu usar para fazer trocas com times desesperados pela febre "oh meu deus, preciso contratar o LeBron James". Tanto Bladsoe quando Cook tornarão o banco do Thunder, que era bem meia-boca, algo digno de nota.

...


Nets manda Yi Jianlian e verdinhas para o Wizards em troca de Quinton Ross

Não tenho como mentir, sou um fã do Yi Jianlian. Pode ser o fetiche por chineses com mais de 2,10m de altura, pode ser o fetiche por asiáticos com cara de bobo, não sei exatamente, mas sou fascinado pelo Yi a ponto de nem perceber que ele é uma farsa. Basta vê-lo treinar para ficar encantado: o chinês é veloz, atlético, tem bom trabalho de pernas, uma mecânica de arremesso maravilhosa que dá inveja até no Nowitzki, arremessa de três com precisão, joga de costas para a cesta, distribui tocos, corre com a bola. Mas basta vê-lo num jogo de verdade para ficar horrorizado: toma decisões idiotas na quadra, defende como se seu corpo fosse feito de gelatina, tem fobia de entrar no garrafão, comete faltas bobas e vive machucado (todos os asiáticos da NBA devem ser contrabandeados de Taiwan). É uma excelente ideia ter o Yi Jianlian no seu time, ele é um bom jogador, com muito potencial, alto para a sua posição, excelente arremessador. Só que é uma péssima ideia colocá-lo em quadra, porque ele não rende nada. Além disso, ganhará mais de 4 milhões na próxima temporada. O Nets cansou do chinês, está com medo do produto quebrar de vez na sua mão, e trocou por um defensor experiente que ganha apenas 1 milhão. Na prática, isso significa mais espaço para assinar com uma estrela (eles ainda sonham com LeBron) e a vaga de titular garantida para o novato Derrick Favors. Seria mesmo bem idiota deixar qualquer um deles no banco de reservas, porque tanto Yi quanto o pirralho precisam de minutos para evoluir.

Para o Wizards, que conseguiu uma grana enorme para gastar com jogadores graças à decisão de se livrar de todo mundo no meio da temporada passada, o Yi Jianlian é mais do que um jogador com potencial que pode dar certo um dia: ele garante audiência. Se o Wizards quer se livrar da fama da "Era Arenas", começar de novo e dar uma nova cara à equipe, nada melhor do que ter o novato John Wall para atrair os fãs ocidentais, e o Yi Jianlian para atrair os fãs que jogam Pokémon. A China é tão apaixonada por seus jogadores que chegaram a criar um canal apenas para transmitir os jogos do Bucks (do Bucks, meu deus, do Bucks, aquele time que nem os moradores de Milwaukee assistem!), então o que não vai faltar para o Wizards serão camisetas vendidas e jogos televisionados tanto nos Estados Unidos quanto no resto do planeta.

...


Nets manda Chris Douglas-Roberts para o Bucks por uma escolha de segunda rodada em 2012

Olha o Nets se livrando de mais gente a troco de nada! O Chris Douglas-Roberts era um daqueles casos estranhos de jogador que chuta traseiros no universitário mas que todo mundo desconfia de que não dará certo na NBA. Nunca entendi muito bem o motivo, mas a verdade é que ninguém nunca entendeu também, nem mesmo os próprios times que preferiram não draftá-lo. O rapaz demorou um pouco para pegar o jeito no Nets, porque a posição era de Vince Carter, mas quando o processo de reconstrução saiu do armário (a gente sabe que eles estão se refazendo faz uns 10 anos, mas só agora decidiram assumir para a mamãe e pro papai), Douglas-Roberts teve mais oportunidades e mostrou todo o potencial que tem como pontuador nato. O problema é que ele teve incidentes com o técnico, chegando a acusar o Lawrence Frank de amador (oras, ele apenas foi sincero), reclamou demais da situação calamitosa do Nets, e pra piorar ele ainda ganha um salário - ainda que de menos de 1 milhão - num time que quer se livrar de todo mundo pra poder contratar as estrelas badaladas. Perfeito para o Bucks, que aproveitou a chance de conseguir um excelente pontuador para a posição mais deficiente da equipe (já que Michael Redd está sempre de cadeira de rodas e  John Salmons provavelmente deixaria o time). Como trocaram também por Maggette e John Salmons deve renovar o contrato, o Bucks foi de não ter nenhum desgraçado para pontuar na posição para ter três carinhas que só sabem fazer isso da vida. Nada mal, aproveitaram muito bem a "febre LeBron James".

...

Wolves manda Luke Babbitt (escolha 16 do draft) e Ryan Gomes para o Blazers em troca de Martell Webster

O Blazers precisava de Martell Webster para arremessar de três, pegar rebotes e ser o titular da equipe, mas é como dizem: foi se contundir, perdeu o lugar. Quando voltou, o coitado do Webster encontrou uma infinidade de armadores e alas que faziam a mesma coisa que ele, mas a maioria tinha dois joelhos. A troca foi óbvia, porque ele era descartável para a equipe e o Wolves é um time burro de dar pena que está, aparentemente e sem que saibamos o porquê, colecionando jogadores da mesma posição com as mesmas características. Funhé.

A única cagada dessa troca, por parte do Blazers, foi mandar o Ryan Gomes embora. O ala é um dos meus jogadores favoritos, joga muito bem nas duas posições de ala, improvisa como pivô se necessário, e faz absolutamente um pouco de tudo. Em algumas escalações comicamente horríveis, de dar vontade de ir no banheiro, já vi o Ryan Gomes armando o jogo, passando bem a bola, tendo que pegar todos os rebotes, se tacando no chão, arremessando de três, jogando de costas para a cesta, jogando só na defesa, jogando só no ataque, e cozinhando um molho de abóbora. Ele é um dos típicos jogadores "carregadores de piano", mas sem ser brutamontes. Ao invés de engolir ônibus escolares no café da manhã como Carl Landry, Jason Maxiell ou Paul Millsap, o Ryan Gomes é fino e educado, inteligente e cheio de finesse. Um lorde. O Blazers se livrou dele apenas porque, se demitido antes da próxima temporada, não teria que pagar multas, e a tentação de economizar dinheiro foi grande demais para um time que já é profundo. Mas o Ryan Gomes brilharia justamente num time profundo que seja vencedor e queira ser campeão. Fica minha torcida para que ele arrume um emprego entre os candidatos a título.

...


Sixers manda Samuel Dalembert para o Kings em troca de Spencer Hawes e Andres Nocioni

Uma das únicas trocas que não foram exatamente financeiras e em que os dois times saem ganhando. O Sixers passou um tempão achando que iria dar muito certo quando tivesse alguém de garrafão. A equipe era uma droga, ninguém arremessava de três, ninguém pontuava de costas para a cesta, mas por algum motivo eles se saíam bem e davam um trabalhinho nos playoffs. A solução óbvia para arrumar o time e torná-lo um candidato a ser campeão do Leste era assinar o Elton Brand, um dos melhores e mais consistentes jogadores de garrafão que a NBA já viu (é até engraçado dizer isso agora que ele ficou consistentemente ruim). Ninguém sabe explicar muito bem, mas o Elton Brand - um monstro absurdo tanto no ataque quanto na defesa - simplesmente não deu certo na equipe. Todo mundo fica inventando explicações malucas, alegando que ele ocupa um espaço no garrafão que o Iguodala usa para infiltrar, que ele bate cabeça com o Dalembert porque os dois só rendem de verdade debaixo do aro, que ele teve seu talento roubado pelos Monstars do filme "Space Jam", essas coisas. O Sixers decidiu, então, tentar fazer alguma coisa a respeito ao invés de chorar na calçada: como não dá pra trocar o contrato gigantesco do Elton Brand porque agora ele fede e os outros times sabem disso, a ideia foi trocar o Dalembert, que nunca foi grandes merdas mas é excelente em tocos, por um pivô que possa defender e atacar um pouco mais longe do aro. No ataque, o Elton Brand se ateve a arremessos de média-distância porque o Dalembert é incapaz de pontuar um passo longe da cesta. O Spencer Hawes parece perfeito pra arrumar tudo isso: é bom em tocos mas joga melhor afastado do aro, arremessa muito bem deixando espaço para Iguodala infiltrar e o Brand jogar onde gosta, e além de tudo isso ainda é um belo arremessador de três pontos, coisa que ninguém no Sixers parece ser. Prevejo uma melhora imediata na equipe, mas se esse experimento bizarro revitalizar a carreira do Elton Brand, aí terá sido uma troca genial e o Sixers passa a ser levado a sério de novo.

O Kings não fazia muita questão de manter o Spencer Hawes desde que ele se negou a jogar uma Summer League na temporada passada, contrariando a vontade do técnico. Ficou meio de escanteio, foi perdendo espaço na equipe e agora trocaram sem dó. Além disso, o Kings criou uma fama (justificada) de ser um time mole, fraco fisicamente, técnico porém "delicado". Ou seja, aquele nerd inteligente e talentoso que apanha dos coleguinhas e fica preso no armário. O pivô do Kings por muitos anos foi o Brad Miller, excelente arremessador e passador mas que é fraco como uma criança, e o Spencer Hawes parecia ter vindo dessa mesma fábrica de crianças sardentas, altas, fracas e branquelas. Para a nova cara do Kings, nada melhor do que gente que esteja disposta a dar cabeçadas e beber uma taça ou duas de sangue antes do almoço. O Dalembert é o ideal, vai trazer uma defesa física e agressiva ao garrafão do Kings que eles não tem há uma década, e ele curte um sanguinho (seu apelido é "Dalembeast", que se traduzirmos como "Dalembesta" fica até mais verossímel porque o pivô é, além de um montro, bastante burro). Já o caso do Nocioni é um mistério pra mim. O Kings sempre usou o argentino como tapa-buraco. Se alguém está cru e precisa vir do banco, se alguém contundiu, se alguém perdeu o cachorro, se alguém tá com manha e não quer sair da cama e inventou que está levando a mãe no hospital, coloca o Nocioni no lugar. Sempre jogou bem, dava as cabeçadas que ninguém mais na equipe dava, mas o Kings nunca valorizou, sempre manteve como substituto genérico. Fizeram a mesma coisa com o John Salmons, que encheu o saco até sair de lá e deu tão certo com o Bucks na temporada passada, onde valorizaram seu trabalho. Não entendo o motivo do Nocioni ser tão desprezado em Sacramento, mas espero que no Sixers ele seja bem usado graças à sua versatilidade e arremessos de três pontos. 

...


Warriors manda Corey Maggette e Jerome Jordan (escolha 44 do draft) para o Bucks em troca de Charlie Bell e Dan Gadzuric

O Bucks está, além montando o time de uma vez com trocas e contratações-relâmpago, desfazendo cagadas anteriores. O Warriors está tentando desfazer algumas, também, para então poder fazer cagadas novas como sempre. O lance com o Charlie Bell é o mais triste: ele teve uma temporada boa, recebeu uma oferta de contrato do Heat, e aceitou sem pensar duas vezes. Disse estar louco para sair de Milwaukee, que não queria mais jogar lá, e pediu diretamente para os engravatados que não igualassem a proposta (ele era um Free Agent restrito, ou seja, o Bucks poderia tê-lo de volta caso pagasse um contrato igual ao que o Heat ofereceu). Aí o Bucks foi lá, cobriu a oferta, manteve o Charlie Bell muito descontente, e nunca mais colocou o cara em quadra. Seu papel passou a ser limitadíssimo, ninguém mais conseguia lembrar o que o Bell tinha feito de tão especial no ano anterior, e ficou preso no banco para sempre, ganhando seus quase 4 milhões de doletas. Dan Gadzuric também era um jogador com salário enorme mas muito mal aproveitado, ele sempre foi excelente em tocos, mas lhe faltaram os minutos (e a qualidade ofensiva) para poder render mais em quadra.

Os dois vão para o Golden State, saindo de um castigo para ir para outro. Só sabem defender e nunca terão espaço na rotação do Don Nelson. Por outro lado, Corey Maggette deve estar comemorando a fuga do manicômio que é a equipe do Warriors. Por lá, nunca teve regularidade nem nos minutos nem no papel em quadra, já jogou em tudo quanto é posição, foi obrigado a jogar até no garrafão, e nunca teve a permissão de fazer aquilo que faz melhor. O Bucks, por sua vez, é um time que precisa justamente do que o Maggette faz: pontos na marra, na base da força, quando nada mais está funcionando. E nós que acompanhamos o Bucks nos playoffs sabemos, nunca tem nada funcionando no ataque do time. O Maggette sabe pegar a bola e bater para dentro, cavar faltas e dar um jeito de pontuar mesmo contra as defesas mais complicadas. Já foi o jogador que mais cobrava lances livres na NBA e era normalmente chamado de "buraco negro" porque toda vez que recebia a bola, batia para dentro e a bola não voltava mais. No Bucks, vai dar muito certo. O time inteiro defende e não sabe o que fazer no ataque, querem tocar pra alguém que faça milagre. Mesmo quando o Maggette não fizer milagre (ele é fominha e fede um bocado às vezes), ninguém vai ter coragem de reclamar, vão pelo menos respirar aliviados de que ele pelo menos tentou alguma coisa. Diabos, até eu vou respirar aliviado de que tentaram algo, o Bucks parece mais perto de fazer uma cesta-contra do que de pontuar contra os adversários às vezes. O único problema é que o técnico do Bucks, Scott Skiles, é notoriamente o mais chato da NBA, o mais exigente nos treinamentos, e ele não tem medo de se recusar a usar jogadores que não se esforcem pelo time. Já o Don Nelson é um dos treinadores mais tranquilos, nunca fica bravo e sequer dá treinos. Quando o Baron Davis saiu do Warriors e foi para o Clippers, disse que ficou assustado com os treinamentos em Los Angeles, porque no Warriors não tinha nada nunca e a vida era mais fácil e divertida (parece uma merda jogar para um time que só perde, mas espera até você chegar em um com treinamentos duros e diários, no qual você precisa se esforçar, e vamos ver se a opinião não muda). Sair de um lugar tão relaxado pra pegar justo o técnico mais mala da NBA pode acabar rendendo ao Maggette mais castigos no banco do que ele pode imaginar...

...

Cobrimos as principais trocas dos últimos tempos, agora nos próximos dias será hora de falar das contratações. Vários jogadores andaram assinando (ou reassinando) contratos, vamos dar uma olhada em cada um deles e aproveitar para explicar as mudanças contratuais que devem ocorrer e levaram jogadores como Richard Jefferson a abrir mão de seus gigantescos contratos atuais. Até lá!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Filtro Bola Presa - Um resumo semanal

Certas coisas deveriam parar no nosso filtro, mas passam...

Nasce aqui um novo espaço no Bola Presa, o Filtro Bola Presa. Não sei se ele vai ser duradouro ou não porque só com o tempo vou descobrir se ele é divertido de fazer e se vocês vão se divertir lendo, então não prometo nada, é uma experiência. Não venham me cobrar depois!

A idéia é um post semanal (a cada domingo ou segunda-feira, depende do meu tempo) para abordar alguns assuntos da semana que passou e que passaram em branco nos nossos posts enormes, ou seja, o que ficou preso no nosso filtro e agora jogamos no ralo.

Muita coisa acontece na NBA e nem tudo é importante o bastante para render um post inteiro aqui no blog. Aí acabamos comentando só no Twitter ou no tumblr e muita gente que não está por lá acha que a gente ignorou o assunto por completo. Aqui fazemos um apanhado de tudo e comentamos, combinado? Fechado? Estando bom para ambas as partes...
...

- O Hornets teve um mês de janeiro inesquecível. Venceu 11 partidas, 8 delas fora de casa, finalmente alcançou o oitavo lugar no Oeste, venceu o Grizzlies, em Memphis, sem Chris Paul e James Posey depois de estar perdendo por 21 pontos e... o Chris Paul precisa operar o joelho e ficará fora por um mês ou dois. C-c-c-c-combo breaker.

- No último sábado o Milwaukee Bucks enfrentou e venceu o Miami Heat. O Bucks é um time de ataque muito limitado mas que se garante no 9º lugar do Leste porque tem uma defesa bastante forte, resultado de ser treinado pelo chato do Scott Skiles. A defesa do time parou o Heat e até o Dwyane Wade, marcado pelo Charlie Bell.

Depois do jogo, o Brandon Jennings, celebrando a vitória, disse a pérola "Achamos nosso D-Wade Stopper, o Charlie Bell". "Stopper" poderia ser traduzido bem ao pé da letra como "parador", mas como essa palavra não existe, ficamos no "stopper" mesmo. Agora alguém imagina a fúria com que o Wade vai pra cima do Bell na próxima vez que eles se enfrentarem? Pobre do Bell! E o pior é que nem foi ele quem provocou. Da última vez que eu vi o Wade ser provocado foi quando ficou com a boca sangrando contra o Knicks, a resposta foram 46 pontos, 24 no último período.



- Depois de três meses de temporada o Turkoglu finalmente jogou uma partida boa. Tá bom que foi contra o Knicks e não contra o Cavs ou o Celtics, mas é um começo. Marcou 26 pontos, seu máximo na temporada, e foi entrevistado ao fim do jogo.

Repórter: Você ditou o ritmo do jogo desde o começo nessa noite, o que aconteceu de diferente?
Turkoglu: Bola.



É isso, essa foi a resposta. E foi seguida pelos 5 segundos mais constrangedores desde que o Dicésar falou no BBB que adora pegar nas bolas. Por que momentos constrangedores sempre tem que ter a ver com bolas? Mas se você pensar bem, o Turko disse tudo, o que importa na vida? Bola. Qual é a resposta pra tudo, é 42? Não, é bola. Bola. Pense nisso. Pense nas bolas.

- Alguém ainda vai continuar sendo chato ao dizer que o LeBron James não tem arremesso de longa distância? O único arremesso que eu não vejo o LeBron acertar com regularidade é aquele depois de um giro, quando ele começa a jogada de costas pra cesta, de resto ele acerta absolutamente tudo. Ontem foram 5 bolas de três em posses de bolas consecutivas contra o Clippers, algumas de uma distância pra dar inveja ao NBA Jam.



- O Clippers, sempre ele, conseguiu feitos impressionantes na última semana. Além do recorde de 11 bolas de 3 sofridas para o Cavs em apenas um período, e da cesta contra do Rasual Butler que aparece no vídeo acima, conseguiu perder do Nets e do Wolves na mesma semana. Bola, Clippers, bola.

- O Bulls sempre tem uma viagem nessa época do ano, quando um circo se apresenta em seu ginásio em Chicago, é o Circus Road Trip. Alguns times tem equivalentes, como o Spurs que viaja na época dos rodeios em San Antonio e o Lakers que viaja para o STAPLES Center poder abrigar o Grammy (Taylor Swift?)

Essa viagem costuma ser desastrosa para o Bulls, mas nesse ano foi estranha e espetacular. Começou com duas derrotas embaraçosas para Clippers e Warriors, mas depois o time venceu Suns, Spurs, Thunder, Rockets e Hornets. Foi a primeira vez em todos os tempos que um time venceu 5 jogos seguidos fora de casa contra times que tem mais vitórias do que derrotas.



- O Glen Davis ganhou status de grande jogador ao substituir com enorme qualidade o KG nos playoffs do ano passado. De lá pra cá, no entanto, só desgraça. Se machucou numa briga com um amigo, perdeu um tempão na temporada e quando voltou foi multado porque discutiu com um torcedor de Detroit (sempre em Detroit!) que o chamou de "moleque gordo" (não dá pra culpar o torcedor).

Em resposta a essas atitudes a direção do Celtics pediu que ele melhorasse sua atitude. Glen Davis assumiu os erros e disse que para começar iria abandonar o apelido "Big Baby" que ele tem desde os tempos de faculdade. Agora ele quer ser chamado de "Uno Uno", uma referência ao seu número de camiseta (11) e ao Ocho Cinco, jogador da NFL. Aqui no Bola Presa ele sempre será o Ursinho Carinhoso, mas o Turkoglu tenho certeza que o chamaria de "Bola".

8 ou 80 - O cantinho das estatísticas
As estatísticas daqui são coletadas em muitos lugares. Vários blogs e sites diferentes e algumas até buscadas por mim mesmo, mas a maioria é descoberta pelo Elias Sports Bureau. 


- E não é que o Leste melhorou? O Heat passou a temporada inteira em quinto lugar na conferência porque tinha o aproveitamento sempre um pouco maior do que 50%. Hoje o Heat continua com o mesmo aproveitamento (24 vitórias, 23 derrotas) mas caiu para oitavo! Resultado da incrível ascenção de Raptors, Bulls e Bobcats. Primeira vez em pelo menos dois anos que todos os 8 classificados para os playoffs no Leste têm mais vitórias do que derrotas.

- O Bobcats, inclusive, foi um dos destaques da última semana. Na segunda-feira passada era o quarto melhor time da NBA em casa e o quarto pior fora de casa, com apenas 3 derrotas fora de Charlotte. Em uma semana, no entanto, venceu Suns, Warriors e Kings e dobrou o número de vitórias longe de seus domínios.

- A derrota do Kings para o Bobcats foi só mais uma para a coleção do time. Depois de começar a temporada com 13 vitórias e 14 derrotas nos primeiros 27 jogos, o time caiu muito de produção e venceu apenas 3 das últimas 19 partidas.

- O que esperar do Hawks? Na mesma semana em que varreram o Celtics na temporada, com 4 vitórias em 4 jogos, eles perderam para o Orlando Magic e assim perderam pela terceira vez para o Dwight Howard em três jogos nesse ano. A soma das diferenças de pontos nas derrotas dá vergonhosos 67 pontos.

- Hasheem Thabeet, o pivô novato do Grizzlies que foi a segunda escolha do draft do ano passado, não é ruim como alguns acham. Ele foi escolhido antes de muita gente boa e não está pronto na NBA, mas a promessa de que ele será um bom defensor parece que eventualmente será cumprida. Ele tem média de 1,2 toco por jogo em 11 minutos de partida, isso dá 5,2 tocos a cada 48 minutos, mais do que qualquer outro jogador na NBA.

- Vamos fazer um jogo: alguém diz pra você que um armador titular da NBA marcou 52 pontos em um jogo e pede pra você adivinhar quem foi, quem você arriscaria? Chris Paul? Baron Davis? Deron Williams? Bom, faça você mesmo a sua lista. Na minha o Andre Miller só ficou na frente de Derek Fisher, Jason Kidd, Rafer Alson e Earl Watson, mas não é que ele saiu de um jogo contra o Rockets em que fez 2 pontos para fazer 52 contra o Mavs? Seu antigo recorde na carreira era de 37 pontos.

No vídeo abaixo todos os pontos. Interessante que ele fez isso acertando apenas uma bola de três e 7 lances livres, o resto foi só na manha, na habilidade, nos arremessos curtos e até em um gancho. É o cara mais old school de toda a NBA, de longe!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Desconhecido do mês - parte final

Dance, Dance, Dance. Todas as noites, na Band!


Acaba o mês de Royal Ivey. Primeiro parecia que ia ser o desconhecido mais fracassado até agora, ele não estava tendo o sucesso que Antoine Wright teve no seu mês nos Nets e sua vida não tem a história espetacular de DJ Mbenga. Mas não é que o Royale with Cheese acabou se saindo bem?

Meio que na obrigação, o técnico do Bucks foi forçado a colocá-lo na rotação. Aproveitou sua versatilidade pra enfiar o cara em qualquer roubada, jogou em inúmeras posições e está se dando bem. Para terminar o mês, foram três atuações de alto nível.

O primeiro jogo foi espetacular. Em casa contra o Wizards, Butler vinha tendo uma noite muito boa mas o Bucks estava ainda melhor. Faltando pouco menos de um minuto de jogo, o time de Milwaukee vencia por 11 pontos. Mas conseguiram jogar no lixo. Com 22 segundos faltando e quatro pontos na frente, o Bucks deixou Jamison pegar o rebote de um lance livre, diminuir para dois pontos e ainda sofrer a falta. Jamison também perdeu o lance livre e dessa vez foi Caron Butler quem pegou o rebote ofensivo e empatou o jogo. Prorrogação.
Na prorrogação o jogo pegou fogo, a torcida estava delirando e a partida foi decidida por quem conseguiu seu máximo de pontos na carreira. Não Caron Butler que fez 40, mas Royal Ivey que fez a cesta da vitória faltando 6 segundos para o fim do jogo e com isso atingiu o seu máximo na carreira, 17 pontos.

Para qualquer time minimamente regular, uma vitória dessas seria um belo impulso para uma sequência de vitórias, ainda mais quando os próximos dois oponentes são o Nets, vindo de 9 derrotas seguidas, e o Sixers, que não está nenhuma beleza também. Mas para o Bucks isso não quer dizer nada, ainda mais quando se joga fora de casa. A última vitória do Bucks fora de casa foi no dia 8 de janeiro, então em New Jersey o jogo acabou 89-80 para o Nets e como boa lembrança para o Bucks nesse jogo apenas a enterrada de Yi sobre Sean Williams. Mas ei, o Ivey apareceu nos melhores momentos sim, vejam aqui. É o mínimo de amor por um cara que em dois jogos seguidos quebrou seu recorde de pontos em um jogo, foram 19 contra o Nets.

O jogo contra o Sixers pareceu bom para o Ivey, fez 17 pontos mais uma vez, foi o cestinha do time e mais uma vez foi titular e um dos jogadores com mais minutos no time. Mas para o Bucks em geral foi um joguinho bem ruim. Ruim não, humilhante. E com "humilhante" eu quero dizer que é do nível dos 7 a 2 que a Portuguesa meteu no São Paulo em 98. O placar do jogo foi 112-69 pro Sixers, a maior vitória da equipe nos últimos 25 anos! "Essa a gente precisa esquecer", nas palavras de Larry Krystkowiak.

Então vamos esquecer. Mais uma vez é melhor falar do Ivey fora da quadra, porque dentro a coisa tá feia. Janeiro foi marcante como o mês em que ele se firmou como titular e em que garantiu sua vaga na rotação do time, mesmo quando estiverem todos saudáveis.

Fora da quadra a coisa mais legal da vida do Royal Ivey e que deixei por último pra falar é sua principal qualidade. Não é defender, arremessar e nem jogar Samba de Amigo no Dreamcast (essa é a minha principal qualidade na vida!). O talento do Ivey, porém, tem até uma relação: ele é um exímio dançarino. Sim, dançarino. Ele entrou no colégio em que fez o colegial passando em um teste para dança! O cara fez aulas de ballet, hip-hop, sapateado e dança contemporânea. Vocês tem noção de como é difícil saber tudo isso? E imagine ainda como deve ser difícil pra um negão de 1,93m dançar balé. O cara é um vencedor, sem dúvida. Dançar balé deve ser mais difícil que sobreviver a guerras africanas, o Mbenga que me desculpe!

Já na universidade do Texas, perguntado sobre suas habilidades na dança, Ivey disse que ajuda seu jogo defensivo:
"Defesa é puramente coordenação e timing. Dançar ajuda muito a aprender as duas coisas".

Pior que ele tem razão. No dia 23 do mês passado, ele mostrou alguns passos no intervalo do jogo, como diz essa notícia, uma pena que o YouTube não tem essa.

Mas o que o YouTube tem é uma trapalhada do Ivey. Querendo incentivar seu colega Charlie Bell depois dele ter sofrido uma falta, Ivey lhe dá um tapinha na cabeça. Mas acho que ele exagerou na força e, pela cara, o Bell não ficou nada feliz.



Alguma sugestão para o desconhecido de fevereiro? Coloque sua idéia nos comentários!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Desconhecido do Mês

Royale with Cheese nos tempos de Hawks


Alguém aqui já assistiu Pulp Fiction? Lembram do "Royale with Cheese"? Se não pegaram a referência, precisam ver esse filme urgentemente, é um dos melhores que eu já vi e vocês simplesmente não podem não ter visto um filme que eu já vi. Estão falando com um cara que não viu ET, Lagoa Azul, Gremlins, Alien e todos esses filmes que todo mundo já assistiu um dia na Globo. Bom, o importante do Pulp Fiction nessa história toda é que "Royale with Cheese" é o apelido (muito criativo) do nosso desconhecido desse mês, Royal Ivey.

Ivey é armador, está no Milwaukee Bucks e é um desconhecido. E ele é um daqueles desconhecidos mesmo, daqueles que ninguém sabe quem é, ninguém se importa e que, ao contrário do Mbenga por exemplo, não chama a atenção nem pela história de vida. Aliás ele é tão secundário que passou a vida inteira jogando com outros grandes jogadores da NBA e nem no high school o cara conseguia ser o fodão do time. Aposto que ele teve que se contentar em sair com aquela moreninha mais ou menos no baile de formatura enquanto o Luol Deng pegava a líder de torcida gostosona.

Pelo menos ele também dividiu escola com o Charlie Villanueva e, diz a lenda, como o Villanueva tem uma doença que o deixou sem pêlos no corpo, ele não pegava ninguém e era aloprado na escola. Então nesse caso o Ivey não era o melhor do time mas pelo menos não era uma aberração da natureza.

Na faculdade, em que não importa ser bonito ou o melhor do time pra pegar mulher (álcool é a explicação), Ivey mais uma vez não era o destaque da equipe. Ele foi para a forte Universidade do Texas (que nos últimos anos revelou Daniel Gibson, LaMarcus Aldridge e Kevin Durant) e lá era companheiro de time e amigo próximo do TJ Ford. Na universidade ele tem alguns recordes, mas, você terá que concordar comigo, são recordes de caras secundários. Ele é recordista em partidas como titular (126) e está empatado em terceiro em jogos (133). É tipo o Rubinho que vai, nesse ano, ser recordista da F1 em corridas disputadas.

No draft de 2004 o Atlanta Hawks pegou o Ivey na 37a colocação. Geralmente as escolhas de segundo round somem por aí, então temos que dar um mérito para nosso amigo Ivey por ter conseguido seu lugar no time, mesmo esse time sendo o Hawks em uma de suas piores fases. Alías, a fase do Hawks era tão ruim que logo no segundo ano de sua carreira Royal Ivey já era titular do time de Atlanta. De todos os 73 jogos que participou, foi titular em 66! Vocês têm noção do que é para um cara no seu segundo ano começar 66 jogos como titular na NBA? Ainda mais para um cara que veio do segundo round. Se vocês forem atrás de caras com números parecidos, só vão achar super estrelas como Boozer, Arenas e caras do tipo. Mas não, não estou doido, não quero dizer que o Ivey é um All-Star.

O que eu quero mostrar com esses números absurdos é que o Ivey na temporada 2005-06 era uma pequena aberração da NBA, não no sentido de aberração do Villanueva, o Ivey é feio mas nem tanto, ele era uma aberração porque era um caso único. Ele era novo, titular e tinha incríveis 13 minutos por jogo. O mais estranho era que a maioria desses minutos era no primeiro quarto, ou seja, ele começava como titular, jogava muito tempo, aí saia e não voltava mais, não importa como estava jogando. Essa situação inusitada fez o site da revista Dime nos EUA criar a expressão "Royal Ivey Award", que era um prêmio dado a todo jogador que vivia situação parecida pelo menos por um dia.

E se você pensar bem, até dá pra lembrar de algumas vezes em que isso aconteceu. Já vimos o Eddie Jones começar pelo Mavs e depois sair e não voltar. O Finley no Spurs costuma voltar pro jogo mesmo depois que o Manu entra, mas também já teve seus dias de Royal Ivey.

Depois de três anos vivendo essa vida estranha no derrotado time do Hawks, Ivey assinou um contrato de um ano com o Bucks. A situação foi meio estranha no momento: primeiro o Charlie Bell disse que queria sair do Bucks, aí o Heat assinou um contrato com o Charlie Bell e enquanto todo mundo discutia se o Bucks iria igualar a oferta do Heat e ficar com Bell, eles assinaram com o Ivey. Pra todo mundo que acompanha NBA, isso foi um sinal claro de que o Bucks tinha aceitado perder Bell e já tinha coberto seu lugar no elenco com o Ivey. Errado. Eles pegaram o Bell de volta e ninguém entendeu merda nenhuma. Aliás, alguém entendeu alguma coisa que o Bucks tem feito com o time? Bobby Simmons? Apostar no Mo Williams ao invés do TJ Ford? Manter Bell e Yi depois deles implorarem pra dar o fora? É um time estranho com um logo de veado.

No começo da temporada, o Ivey não estava vendo a cor da bola. No mês de novembro inteiro não jogou mais de 20 minutos num jogo. Em dezembro foi ganhando um pouco de espaço e fechou o mês com 3 jogos seguidos com mais de 20 minutos, tempo de quadra que veio porque ele estava mostrando serviço. Serviço do estilo Ivey, claro. Nenhum grande número mas um técnico impressionado.

Pra começar janeiro, a notícia que me inspirou a colocá-lo como desconhecido desse mês foi que o técnico Larry Krwisjjhoasoidasoitovski decidiu que era hora de fazer algumas mudanças: "É hora de mudar as coisas um pouco. Não é uma ameaça a ninguém, é só o que qualquer um deve fazer quando as coisas não estão dando certo". E a primeira mudança era aproveitar a contusão de Michael Redd e usar Ivey como armador principal e Mo Williams como shooting guard. Deu certo. Ivey jogou 37 minutos, Mo Williams fez o que ele mais gosta de fazer na vida que é arremessar, e eles venceram o jogo.

Na próxima coluna, veremos como ficou a sequência de jogos do Ivey como titular e como ficou a vida dele depois que o Michael Redd voltou de contusão. Até lá, veja se dá um jeito de assistir Pulp Fiction. Se não der, assista Cães de Aluguel, que também é do Tarantino e é um dos filmes favoritos do Ivey.

Para terminar, um vídeo de um momento bizarro na carreira do Ivey. Em um jogo pela Universidade do Texas, ele e TJ Ford vão atrás de uma bola que está saindo de quadra mas no caminho caem em cima de uma mulher grávida! O marido revoltado parte pra cima de TJ Ford, Ivey parte pra separar a briga e logo em seguida uma caralhada de gente de laranja pula em cima do marido doido e de TJ! Pastelão.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Varejão e o caso Charlie Bell

Frente à cabeleira do Varejão, até o Duncan esboça um sorrisinho


Muita gente animada com o Varejão indo para o Bobcats ser titular e inundar Charlotte de perucas. Porque assim ele vai ter mais tempo de quadra pra evoluir, o Bobcats tem futuro, essas coisas.

Eu ia deixar para escrever a respeito quando o destino do Varejão ficasse realmente confirmado mas achei uma boa oportunidade de comentar uns pontos. O que acontece é que nosso caro Cabeleira é um free agent restrito, ou seja, pode receber propostas de outros times mas o Cavs pode igualar a oferta para manter o jogador na equipe. O time de Cleveland tem uma semana para decidir se vale a pena desembolsar tantas verdinhas quanto o Bobcats está querendo desembolsar.

E sabe o engraçado do negócio? Como o valor do contrato não deve ser divulgado, a gente fica aqui só tentando adivinhar a quantia, com a mesma imaginação de quem pensa na Jessica Alba pelada (só de ter escrito "Jessica Alba pelada" nesse post, o Google vai me mandar um monte de adolescente espinhento para o blog, já tô até vendo). O Bobcats não tem tanta grana assim sobrando e o contrato pode ser, para o Varejão que se acha o Jordan cabeludo, uma mixaria. Se for o caso, o Cavs não vai ter dificuldade nenhuma em cobrir a oferta e então nosso mercenário favorito vai ser obrigado a jogar em Cleveland por bem menos do que esperava. É o que acontece quando ninguém te oferece a grana que você acha que vale. Até hoje, por exemplo, nenhum time de basquete me ofereceu nem 10 centavos para jogar embora eu ache que meu valor esteja perto dos 80 bilhões de reais. É, ninguém me paga o que eu mereço.

Então você, ancioso para ver o Varejão titular no Bobcats e iniciar uma tola campanha "Varejão All-Star 2009", deve estar dizendo: "mas o Cavs não cobriria a oferta para ter um jogador que não quer ficar lá, ele já se queimou com a equipe, agora já era." Mas acontece que vários times da NBA gostam de uns jogadores que se fazem de difícil, que dão uns tapas às vezes. Sabe como é, tapa de amor.

Antes do início dessa temporada, Charlie Bell teve problemas de renovação de contrato, ficou ofendido, disse que não era valorizado na equipe como deveria e que nunca mais jogaria pelo Bucks. Soltou vários impropérios, se queimou com a torcida e recebeu uma oferta do Miami Heat. Ficou eufórico, deu entrevistas dizendo que não via a hora de jogar pelo time de Shaq e que estava muito feliz.

O que o Bell não se lembrou é que ele era free agent restrito e o Bucks tem uma tara bizarra por jogadores que não querem jogar lá. O Yi Jianlian quando foi draftado por eles saiu correndo e ficou torcendo para que se esquecessem de que ele havia sido escolhido no draft. Mas o Bucks insistiu, foi atrás, disse que não se importava que o Yi não queria jogar lá, fizeram todo o possível, algumas promessas polêmicas e pronto, lá está o chinês na equipe.

Do mesmo modo, assim que o Charlie Bell ficou feliz de assinar com o Heat, o Bucks foi lá e cobriu a proposta. "Pronto, você não queria jogar aqui mas agora vai ser obrigado. Toma essa." É como uma história, interna porém verídica, de uma professora que colocou um aluno pra fora e ele comemorou. A reação da professora foi imediata: "Ficou feliz, é? Então volta pra classe, senta aí."
Pra quem acha que o Varejão se queimou com o Cavs e deve ficar mesmo com o Bobcats, vale lembrar do Bucks. E o Cleveland não deve estar com nenhuma vontade de perder seu jogador mais brasileiro em troca de nada.

Vamos esperar uma semana ou um pouco menos e ver o que acontece. Enquanto isso, pra quem joga fantasy, vale a pena ir pegando o Varejão. A não ser que você se preocupe com o aproveitamento de lances livres do seu time, claro. Não importa o quanto ele seja disputado pelas equipes da NBA, o Anderson vai continuar dando uma infinidade de air balls. É que deve ser difícil enxergar o aro com sua cabeça enfiada numa moita.