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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O campeão dançou


O Tyson Chandler tem uma mão esquerda que flutua sozinha

Assim que o Tyson Chandler foi para o Knicks por um contrato de 14 milhões por ano, coisa de estrela, comparei seu caso com o de Kendrick Perkins no Celtics: o valor pago não é tanto para aquilo que o jogador pode fazer de verdade, mas por aquilo que ele representa, para a importância que pode ter na transformação de uma equipe. A saída de Perkins de Boston simbolizou o fim de uma família, de uma mentalidade, e a equipe perdeu uma âncora defensiva que antes de sua saída nem sequer tínhamos certeza de que existia. A chegada de Perkins no Thunder (e do Tony Allen no Grizzlies) foi como a chegada simbólica de uma nova atitude. Ambos instituíram em suas equipes um regime de reuniões de vestiário, de implicação de responsabilidades, e de ajuda mútua constante. Quando o Knicks suou as pitangas para conseguir Chandler, era isso que julgava estar adquirindo.

O lado do Knicks foi amplamente analisado por aqui. Eu só não imaginava que, assim como o Celtics sentiu a saída do Perkins, o Mavs sentiria a saída do Chandler. Então é hora de analisar o lado dos atuais campeões, até agora incapazes de conseguir uma vitória na temporada sem o seu antigo pivô no elenco.

Antes de mais nada, é importante lembrar que o Mavs não foi uma dessas super-equipes montadas de repente para disputar o título e que se sagrou campeã só porque conseguiu gastar mais grana do que as outras. A grana a ser gasta sempre esteve aí, desde que o bilionário nerd Mark Cuban assumiu a franquia, mas o elenco tem sido montado há uma década com resultados diversos. Às vezes, o excesso de grana até atrapalha um pouco: houveram tempos em que qualquer jogador bom dando sopa recebia um contrato do Mavs, que acabava adicionando peças bastante aleatórias e tinha que se virar para dar minutos para todo mundo. Adições de uma temporada para a outra nunca faltaram, aparecem às dúzias, mas não é sempre que elas aparecem com algum critério, tentando assumidamente arrumar algum buraco da equipe. Antes da temporada passada começar o Mavs tinha a consciência de que precisava de um pivô defensivo para segurar as pontas, e aí - porque o dinheiro não falta - acabou adicionando tanto o Brandon Haywood quanto o Tyson Chandler. O Haywood se mostrou um quebra-galho, mas o Chandler acabou por tornar real algo que a franquia sabia possível mas não sabia como executar: uma defesa matadora.

O DNA do Mavs está ligado ao pai bizarro Don Nelson, então é uma equipe em que o primeiro instinto é de jogar na  velocidade, no contra-ataque e abusar dos arremessos do perímetro. Só com a defesa instituída pelo técnico Avery Johnson, no entanto, o jogo ofensivo de velocidade adquiriu consistência. Times como os do Don Nelson ou do Mike D'Antoni abusam da velocidade em todas as situações, repondo a bola o mais rápido possível, correndo para o ataque e tentando pegar os adversários com a defesa desprevenida ou desorganizada. É comum que, impondo esse ritmo de jogo, eventualmente um armador esteja sendo marcado por um pivô, e com decisões rápidas no ataque é possível se aproveitar desses deslizes. O problema é que trabalhar em tanta velocidade aumenta o número de erros, de desperdícios de bola, de arremessos forçados, e ainda cansa os jogadores fisicamente. É complicado manter esse ritmo no ataque e ainda ter disposição física para defender, e quando forçados a jogar em meia-quadra por equipes que conseguem diminuir a velocidade do jogo, essas equipes não sabem como pontuar e acabam se baseando apenas em jogadas forçadas do perímetro. Os times do Don Nelson sempre foram pragueados por decisões ruins tomadas especialmente nos momentos cruciais das partidas, quando é importante saber diminuir o ritmo e ter uma bola de segurança. Já as equipes do Mike D'Antoni, que tomavam boas decisões porque contavam com o Steve Nash, sempre tiveram problemas contra as equipes como o Spurs, que impõe um ritmo mais lento de jogo e forçam os adversários a ter que trabalhar uma jogada.

O Mavs, então, nunca foi um desses times que rouba a bola na defesa e se aproveita do contra-ataque. A correria independia da defesa, era constante, e no caso do Mavs sempre terminou em bolas rápidas de 3 pontos. Quando Avery Johnson melhorou a defesa da equipe, começou uma tímida cultura de contra-ataques, mas ainda assim sempre houve muita dificuldade em jogar sem ser na velocidade. Em geral, quando forçado a jogar na meia-quadra, o Mavs sempre usou jogadas simples de isolação, quase sempre com o Nowitzki. É por isso que o Jason Kidd teve tanta dificuldade em se encaixar no Mavs: sem uma defesa capaz de gerar contra-ataques constantes, como aqueles em que estava acostumado nos tempos de Nets, grande parte da sua função era apenas passar a bola para o lado até que alguém fosse isolado. Definitivamente não era a melhor maneira de usar suas habilidades.

Nowitzki é o jogador perfeito para um basquete lento, cadenciado, mas incapaz de defender de maneira sólida; Jason Kidd  é perfeito para um basquete de velocidade, focado nos contra-ataques, e que depende de uma defesa feroz que cause erros do adversário. O Mavs nunca foi um time que se encaixa muito bem, como podemos ver, as peças sempre chegaram aleatoriamente e o Kidd não foi exceção, mas jogadores talentosos sempre dão um jeito de funcionar juntos.

Tyson Chandler foi mais uma peça aleatória, mas sua capacidade atlética no garrafão e sua mentalidade defensiva permitiu que o Mavs se concentrasse na defesa do perímetro, afunilando os adversários para o miolo do garrafão, onde o Chandler cuidava do resto. De repente o Mavs tinha um plano defensivo eficiente contra todas as equipes, os jogadores adversários passaram a ter medo de infiltrar no garrafão, e até o Kobe fez xixi nas calças e passou uma série inteira dos playoffs arremessando do meio da quadra pra não ter que se aproximar do aro. O Mavs se tornou um time orgulhoso defensivamente, solícito, forte, e que viu seu ataque em velocidade ser finalmente eficiente de verdade. Com mais rebotes, mais tocos, mais erros forçados, o Mavs conseguia impor mais correria, encaixar mais bolas de 3 pontos e não ter que depender tanto das jogadas de isolação. Aquilo que a equipe procurou desde o primeiro segundo em que o Don Nelson foi mandado embora só se consolidou com a chegada do Chandler, e aí o time foi campeão. Grana pra burro, dá pra contratar todo mundo do planeta, mas a coisa só funciona de verdade quando um plano de quase uma década ganha de repente as peças certas, e quando aquela semente do Don Nelson pode ser usada em toda sua potência com uma defesa que a permitiu florescer.

É uma história linda, pode virar filme com o Selton Mello ou novela do SBT, mas pelo jeito o Mark Cuban não entendeu muito bem a situação. Parece ter considerado que suas adições aleatórias à equipe podem continuar, que quem for embora pode ser substituído por outros jogadores aleatórios que estiverem disponíveis. Não percebe como a caminhada do Mavs ao título não foi por causa da grana, mas sim um longo processo até que os jogadores certos tornassem possível o plano tático certo. Deixando Tyson Chandler sair e trazendo outros caras nada a ver, como o Vince Carter, todo aquele longo processo foi para o saco.

Eu nem tenho nada contra o Vince Carter, pelo contrário. Acho o Carter um exemplo de jogador que foi capaz de se reinventar quando tantos outros, supostamente mais talentosos, não conseguiram. Todo mundo deve se lembrar daquela anedota do Carter nos tempos de Raptors, enfrentando o Celtics. Puto da vida querendo ser trocado, insatisfeito com seu time, Carter perdia o jogo por apenas um ponto com um par de segundos sobrando no cronômetro e pediu um tempo técnico para que sua equipe montasse uma jogada. Ao voltar do tempo técnico, o Carter passou na frente do banco do Celtics e falou algumas palavras. Diz a lenda que aquelas palavras eram exatamente qual jogada o Raptors iria fazer naquele arremesso final, o Celtics então defendeu aquela jogada como se soubesse o que iria acontecer e o Raptors perdeu o jogo. A anedota queimou o Carter feio, ficou conhecido como jogador vendido, marrento, estrelinha e causador da fome na África. Quando foi para o Nets jogar com Jason Kidd, deu uma caralhada de arremessos imbecis no final dos jogos, querendo ganhar tudo sozinho. Mas os poucos foi se acalmando, entendendo seu papel na equipe, e quando o Nets resolveu mandar todo mundo embora para se reconstruir, o Carter acabou sobrando por lá. Nem por um segundo reclamou de nada, não pediu para ser liberado ou trocado, não reclamou de passar longos períodos no banco de reservas para que os novatos da equipe jogassem, e o mais importante: não dedou mais nenhuma jogada nos segundos finais. Pelo contrário, todas as notícias vindas de New Jersey dizem que Carter tornou-se um líder no vestiário, ajudava os novatos, passou a obedecer o polêmico esquema tático (que era medonho, admito) e liderava pelo exemplo. Vince Carter ainda está na NBA, mesmo velho e muito longe do potencial que um dia teve, quando era uma das grandes estrelas da liga. Enquanto isso, companheiros da sua época como Marbury, Steve Francis e Allen Iverson, todos tão bons ou melhores do que ele, viraram farofa porque foram incapazes de mudar suas imagens perante a liga. O Carter é bom moço, maduro, focado e tem um emprego. Como isso aconteceu eu não sei, mas é mérito total dele numa época que expurgou como câncer todos os jogadores que ousavam querer brilhar mais do que os outros.

Mas esse Carter, por mais bacana que tenha se tornado, não traz nada de que o Mavs precise. No máximo o Mark Cuban deveria sair com o Carter para tomar um suco e comer um sanduíche, não precisa contratar o sujeito. Muitos dizem que o Carter é tão amaldiçoado quanto o Clippers, e que nenhum time em que ele pise jamais conseguirá ser campeão. Mesmo se não for o caso e o Carter não tiver sido amaldiçoado pelo Valdemort, ainda assim não é uma aquisição que supra os buracos que o Mavs enfrenta. Falta à equipe um pivô à altura do Chandler, capaz de intimidar a infiltração dos adversários, e falta também um jogador capaz de segurar a bola e costurar a defesa agora que JJ Barea escafedeu-se. O JJ Barea não é nenhum gênio, aliás sempre desconfiei que ele jogava melhor justamente nas vezes em que esquecia o cérebro na geladeira de casa, então é fácil substituí-lo - o próprio Roddy Beaubois, que volta de lesão, tem tudo para cumprir bem esse papel descerebrado. Mas sabe quem não tem condições de ficar costurando defesas e atacando a cesta? Vince Carter e seus joelhos de farinha. No máximo será um arremessador de luxo na equipe, algo que o Mavs já tem aos montes.

Mesmo a aquisição do Lamar Odom, que foi praticamente de graça depois que a troca do Lakers com o Hornets foi anulada, simplesmente não funciona - e por vários motivos. Primeiro, o Lamar Odom tem sérias dificuldades em se focar em quadra. Quando está concentrado e motivado, ele é um dos jogadores mais completos da NBA e um perigo constante no ataque porque seu tamanho e sua velocidade não casam com nenhum marcador adversário - ou os jogadores são muito menores do que ele, ou são lentos demais para acompanhar suas infiltrações rumo à cesta. O problema é que os torcedores do Lakers sabem muito bem quão difícil é o Odom estar com a cabeça no jogo, ele facilmente parece desinteressado, toma decisões estúpidas e se torna quase invisível em quadra. Trocado da equipe em que passou os últimos anos, sentindo-se indesejado, mandado para a equipe rival, e além de tudo para longe da cidade em que vive sua nova esposa, a Khloe Kardashian. Como diabos alguém esperava comprometimento do Odom frente a tudo isso? Não é de se espantar que ele tenha chegado tão fora de forma que foi obrigado pelo Mavs a treinar por duas horas, sozinho, no único dia que o time teve de descanso desde que a temporada começou. E não foi só isso: também foi obrigado a chegar algumas horas antes de seus companheiros no jogo contra o Thunder para continuar seus treinamentos físicos. O Odom está uma bolinha desmotivada, não serve pra nada.

O segundo motivo pro Odom não dar certo nesse Mavs é que não existe posição em que ele possa jogar. Em sua posição natural joga o Nowitzki, que deve sentar o mínimo possível. Como reserva do Nowitzki, o Odom teria como função ser isolado e arremessar, justamente o ponto fraco do seu jogo. Caso jogue como ala de força e o Nowitzki seja rebaixado para pivô, o Mavs passa a ser uma equipe ainda mais medonha em parar e intimidar infiltrações adversárias, comprometendo na defesa. Se jogar apenas como ala, Odom terá que defender grande parte das estrelas da NBA, algo que não conseguiria fazer e que atualmente é função de Shawn Marion. Vindo do banco, o papel de pontuador e de armador vai para o Jason Terry, e o Odom seria apenas um reserva secundário. Cabe a ele, então, uma função ainda menor do que tinha no Lakers ou então uma função enorme que vai comprometer o garrafão e o funcionamento da equipe que foi campeã da temporada passada.

O Lamar Odom veio de graça e é um belo jogador, Playboy dada não se olha os dentes, mas às vezes você dá de frente com a Playboy da Mara Maravilha e percebe que é melhor ter cautela se não quiser ter sua infância traumatizada por toda a vida (experiência própria). Odom só terá espaço nesse Mavs se houver um chato trabalho de reconstrução do funcionamento tático, algo que não aconteceu sequer quando o Jason Kidd chegou. Será que Odom é talentoso e focado o bastante para se adequar à equipe, ao que precisam que ele faça, e conquistar seus minutos? A resposta veio rápido: em seu primeiro jogo com o Mavs, completamente fora de forma, Odom reclamou do juíz e foi expulso rapidinho. No segundo jogo, errou as 5 bolas de três pontos que tentou (acertando só um de dez arremessos de quadra). No terceiro jogo, errou as 4 bolas de três que tentou (acertando 2 dos seus 11 arremessos de quadra). Temos então um Odom fora de forma que só arremessa uns tijolos do perímetro sem parar.

Mas também não é como se o resto da equipe estivesse fazendo muito diferente. Com uma defesa que não força erros, não tapa o aro e não consegue rebotes, o Mavs acaba dependendo de novo de jogadas de isolação e de arremessos de três pontos forçados. Contra o Heat, o Mavs tomou 44 pontos no garrafão, pegou 20 rebotes a menos do que o adversário, e tentou 28 bolas de três pontos (acertando 9). No segundo jogo, pequena melhora: foram "apenas" 40 pontos tomados no garrafão contra o Nuggets, acertando 8 das 27 bolas de três pontos que tentou.

O terceiro jogo, comentado pelo Denis no resumo da rodada de ontem, foi mais promissor: o Mavs conseguiu apertar mais a defesa e forçou muitos erros do Thunder. O problema é que o Thunder já mostrou que basta forçar o Westbrook a jogar em velocidade para que ele cometa 8 bilhões de erros por jogo, colocando tudo a perder, então há pouco mérito do Mavs. No resto, tudo igual: levou 36 pontos no garrafão e acertou 9 das 26 bolas de três pontos que tentou.

O ataque tenta se arrumar como pode, Delonte West entrou bem no time titular e foi capaz de girar mais a bola e criar algum espaço para os arremessos. Nowitzki continua sendo isolado, criando seus pontos, e encontrando companheiros livres no perímetro. Mas não se fala em outra coisa nos vestiários a não ser na defesa do Mavs que foi embora: teve o Nowitzki recentemente dizendo que é difícil jogar em velocidade quando não se consegue rebotes ou erros adversários, teve o técnico Rick Carlisle dizendo que terá que ensinar defesa tudo de novo para sua equipe, melhorar seu próprio trabalho, começar de novo.

Um time campeão capaz de começar a temporada com 3 derrotas seguidas, parecendo perdido em quadra e regredindo quase uma década em seu estilo de jogo? É pra já. Ficamos então com uma lição valiosa: Tyson Chandler não é gênio, não vai descobrir a cura da AIDS, não é o melhor defensor da NBA; mas se você finalmente monta um elenco capaz de colocar em prática um estilo de jogo que foi campeão da NBA, agarre esse elenco com unhas e dentes e dinheiros. Porque acreditar que dinheiro é capaz de trazer outras peças, reposições quaisquer, e que ninguém vai sentir falta dos jogadores que forem embora, isso é furada. Vimos com o Clippers que dá pra formar um bom time mesmo sem depender da grana. Agora vimos com o Mavs como dá pra jogar um time no lixo apesar de ter grana saindo pelas orelhas. Se não houver um reforço nesse garrafão, se o Mavs não encontrar um modo de retomar a defesa que lhe levou ao título, essa será uma temporada perdida para Nowitzki e seus amigos.

sábado, 1 de maio de 2010

Destino

Tim Duncan está tentando sorrir: sabe que pegará o Suns na próxima rodada


Teremos apenas um Jogo 7 na primeira rodada dos playoffs, a imperdível partida entre Bucks e Hawks que acontece no domingo. Mas antes de falarmos sobre o "Tema a Rena" ou sobre as séries da segunda rodada (que começam hoje com Cavs e Celtics, às 21h), vamos falar um pouco sobre alguns dos fracassados que voltaram pra casa mais cedo.

Antes de mais nada, vou dar uma de velho e choramingar sobre o Mavs dos meus tempos, naquela época em que a gente podia brincar de pião na rua e a Sandy ainda era virgem. Eu era completamente fã daquele Dallas que tinha o biruta do Don Nelson como técnico, que jogava com velocidade, passes rápidos, toneladas de bolas de três pontos, muita técnica e nenhuma força bruta. Naquela época o Nowitzki ainda era chamado de amarelão, não gostava de contato físico, não sabia infiltrar no garrafão, e o Mavs não defendia nem a mãe apanhando na rua. Não dava certo, foram eliminados dos playoffs algumas vezes, mas era uma delícia de ver jogar. Quando o Don Nelson foi demitido, quem assumiu as rédeas de equipe foi seu assistente Avery Johnson, que misteriosamente ensinou o time de Dallas a defender de um dia para o outro (dava até a impressão de que a equipe já era uma potência na defesa mas que o Don Nelson proibia todo mundo de sequer levantar os braços no garrafão defensivo). Aquele Mavs que jogava rápido e defendia bem era maravilhoso e sempre vai ter um lugar no meu coração emo. Deu azar de pegar uma máquina bizarra criada pela Rita Repulsa apenas para derrotar o time de Dallas: o famigerado Warriors de 2007.

Desde então, ver o Mavs jogar tem sido pra mim uma experiência similar a ter diarreia: você até fica lá sentado, mas não quer dizer nem por um segundo que está sendo agradável. O time é bom, o Nowitzki é espetacular e melhora mais a cada ano, o elenco é profundo, mas o estilo de jogo parece sempre idiota e os jogadores são mal aproveitados. É surreal dizer isso de um time que se classificou em segundo lugar de uma Conferência Oeste absurdamente forte e disputada. Mas é que o time poderia ser muito, muito melhor do que é. Com as trocas de Caron Butler e Brandon Haywood, o Mavs deveria ser um dos grandes favoritos ao título, mas eu nem por um segundo conseguia acreditar na equipe - e repeti isso por aqui inúmeras vezes, sempre com uma pitada de vergonha e medo dos torcedores do Mavs ficarem chateados. Porque eu sei que o time é maravilhoso, fico até constrangido de achar que não vai dar certo. Mas é que ver essa equipe jogar é como assistir a Monica Mattos interpretando Shakespeare num monólogo no Teatro de Manaus: pode até ficar legal, não duvido das capacidades interpretativas da moça, mas a gente sempre vai ficar tentando entender porque diabos ela não está pelada.

Nessa temporada, o técnico Rick Carlisle fez um trabalho melhor em envolver Jason Kidd no esquema tático. No entanto, descobri recentemente que grande mérito disso é do próprio Kidd, que passou todas as suas férias treinando arremessos de três pontos para ver se conseguia se encaixar no papel determinado para ele. Acabou passando mais tempo arremessando nessa temporada do que encontrando companheiros livres para o passe, até porque as jogadas do Mavs costumam ser mais focadas em isolações ou em rotação de bola para encontrar arremessadores livres. Definitivamente ele participou mais, passou mais tempo com a bola nas mãos, mas nem de longe foi o suficiente para conseguir usar plenamente as vantagens que ter um jogador como o Kidd trazem para um time.

Nos playoffs, esse ponto ficou mais explícito. Na busca por "bolas de segurança", aquelas bolas que você só arremessa se tiver certeza de que vão cair (afinal playoff é coisa séria, diabos!), o Nowitzki fica sobrecarregado e o Jason Kidd é ignorado. Os arremessos do Kidd não são confiáveis, então ele torna-se inútil nesse esquema tático que fica caçando gente para arremessar do perímetro. Ter o Kidd em quadra nessas circunstâncias não é prejudicial, ele é talentoso e volta e meia consegue tirar alguma coisa da cartola, mas usá-lo tão mal (e tão pouco) é burrice. O time ficou praticamente sem armação, apenas arremessando de fora e sem nenhum jogo no garrafão. Ganhou duas partidas, tornou as outras disputadas, tudo porque os jogadores são muito talentosos e o Nowitzki é um monstro. Isso apenas já é suficiente para vencer grande parte das equipes do Oeste. Mas o Mavs deu o azar de pegar um Spurs que começava a recuperar sua identidade, criar ritmo, e que encontrou seu novo Bruce Bowen na figura de George Hill.

No Jogo 6, que o Mavs precisava vencer fora de casa para continuar vivo, o George Hill acabou com a partida marcando 21 pontos e metendo duas bolas da zona morta. O técnico Popovich chegou até mesmo a dar liberdade para o garoto nos momentos decisivos, mandando ele esquecer o resto do time e o plano de jogo e simplesmente ser agressivo. Essa reação do Popovich causou algum terremoto e uma chuva de sapos ao redor do mundo, mas mostra sua clara percepção de como o Hill é fundamental para o sucesso do Spurs. Duncan, Ginóbili e Parker tiveram boa partida, como é de se esperar de um time que sabe exatamente o que fazer nos momentos decisivos de uma série, mas o armador francês tem cada vez mais um papel secundário. Duvido muito que seja culpa dele estar retornando de lesão, George Hill é simplesmente mais importante para os planos de Popovich. Parker levou anos para conquistar alguma liberdade nesse time, e ela sequer é, hoje em dia, tão grande quanto aquela que Hill conquistou em seu segundo ano de NBA.

Pelo lado do Mavs, ficou claro que eles sentiram falta do Devin Harris. Sem armação e sem jogo no garrafão, com a defesa do Spurs focada no perímetro, eles precisavam desesperadamente de alguém para infiltrar nessa partida. O JJ Barea teve algum sucesso nessa empreitada durante a série, mas é bem óbvio que ele é apaixonado pelo próprio arremesso. Após errar duas bolas no primeiro quarto, foi sentar e mal voltou pra quadra. Rick Carlisle preferiu usar o novato Roddy Beaubois, que é ótimo em atacar a cesta. Sempre tem torcedor do Mavs reclamando no Bola Presa de que o Beaubois não é usado o bastante nesse time, e aí está mais um sinal de cagada do técnico. O francês é um dos poucos jogadores desse elenco que se nega a ter fobia de garrafão, e foi ele quem fez o Jogo 6 ficar competitivo novamente. Caron Butler também fez algum estrago, mas o tempo que ele passou atrás da linha de três pontos errando tudo começou a me dar dor de estômago. O mundo que me desculpe, mas ver o Spurs jogar não faz tão mal pra minha saúde estomacal quanto esse Mavs burro que não sabe usar os jogadores que tem.

Vamos brincar de somar todos os arremessos tentados por jogadores de garrafão do Mavs nessa partida? Haywood deu 2, Dampier deu 1, Najera deu 1. São 4 arremessos ao todo, sendo que apenas um deles entrou, uma bola do Haywood. Isso é patético, time que joga tão longe do garrafão não consegue ganhar um jogo decisivo desses. Quando você precisa de uma bola importante, para diminuir uma diferença pequena no placar no quarto período de um jogo que pode te eliminar, vai ficar arremessando de longe, onde a porcentagem de aproveitamento é menor? Parece coisa de time brasileiro! Para se ter uma ideia, apenas três jogadores do Mavs cobraram lances livres durante a partida: Nowitzki, que é fortemente marcado; Caron Butler, que ataca a cesta quando não está preso pelo esquema tático; e o Beaubois, que entrou no jogo para ser cover do Devin Harris. Não preciso nem dizer que o Spurs cobrou o dobro dos lances livres que o Mavs, né?

O Spurs tem suas dificuldades, nunca estiveram tão distantes de seu plano original de jogo e sem ritmo em quadra durante a última década como estão agora, mas o ataque flui mais fácil até mesmo quando os arremessos são forçados. Para o Mavs, parece que todo ataque é um parto de um bebê cabeçudo tão cabeçudo quanto o Zach Randolph, cada ponto é dolorido e sofrido. Se não fosse a facilidade do Nowitzki em colocar a bola dentro da cesta, eu poderia processar o Mavs por fazer meus olhos sangrarem.

Para o Mavs, então, sobra pensar em nova abordagem tática na temporada que vem. O ideal seria outro técnico, mais espaço para a pirralhada, mais contra-ataques que terminem dentro do garrafão com enterradas e bandejas, não em bolas de três pontos. Mas como o Nowitzki tem muitos motivos para dar o fora e tentar alguma equipe mais inteligente, talvez o processo em Dallas tenha que ser mesmo de reconstrução. É bizarro pensar em reconstruir um time que acabou em segundo lugar do Oeste, mas alguém realmente acha que, jogando assim, essa equipe poderia ser campeã? Precisamos ser realistas, e o Mark Cuban não está muito interessado em gastar seu dinheiro nerd num time que não vai ganhar nada nunca. De que adianta manter o Nowitzki se ele acaba de entrar para a história como o primeiro jogador a perder tanto para um oitavo quanto para um sétimo colocado em séries de playoffs? Culpa, sempre, de azar e má utilização do elenco.

O Spurs, ao contrário, pode respirar aliviado. Renovaram o contrato com o Ginóbili, o que é polêmico porque ele está ficando velho e baleado, mas pelo menos podem ter a certeza de que a base do time estará lá enquanto a pirralhada cresce para tomar o lugar. Experiência para eles não vai faltar, até porque a criançada do Spurs está prestes a fazer parte de uma tradição antiga da equipe: enfrentar o Suns nos playoffs.

Se eu lesse horóscopo e acreditasse em destino, teria feito os palpites para as séries simplesmente baseado no fato de que Spurs e Suns iriam passar da primeira rodada para se enfrentarem, afinal é para isso que eles nasceram, para isso que eles foram feitos. O mundo foi criado apenas como uma desculpa para esse confronto, o sentido do mundo é ser palco para Spurs e Suns, e nossa função na Terra é sermos espectadores. Tendo dito isso, quem deixar de assistir a qualquer partida dessa série, eu vou descobrir o endereço e ir pessoalmente em casa dar uma surra.

O estranho é que o Blazers até deu uma cansadinha no Suns, e eu nem entendo bem o porquê. Em geral as partidas que o Suns ganhou foram fáceis, controladas e com placares elásticos, então as vitórias do Blazers foram realmente sustos inesperados. As bolas de três pontos do Blazers mantiveram o Jogo 6 disputado, mas o Suns fez uma mesma jogada com sucesso três vezes (Amar'e na cabeça do garrafão passando para o Jason Richardson infiltrando), a defesa do Blazers ficou com cara de pamonha, e a partir daí o jogo virou poeira. Quando o Jason Richardson começa acertando seus arremessos, pode ter certeza de que ele terá um jogo incrível - pena que quando ele começa errando, parece desistir da partida bem rápido. Vai ser bem legal ver como ele vai lidar com a defesa do Spurs nesse sentido, e quem vão usar para marcá-lo. Além disso, vai ser incrível ver como o Grant Hill vai se sentir agora que ele passou da primeira rodada dos playoffs pela primeira vez (Síndrome de Tracy McGrady), e como o Nash vai lidar sendo marcado pelo novo Bruce Bowen, chamado George Hill. O Hill é forte pra burro e, pior, joga na mesma posição do Nash, o que significa que isso sequer irá gerar uma falha de marcação em outro lugar da quadra. O Nash vai sofrer um bocado e a nossa compreensão de mundo diz que o Spurs vai acabar vencendo (assim como a água molha, as coisas que jogamos para cima depois caem no chão, colocar dedo na tomada dá choque, etc), mas será uma série espetacular. Arrisco apenas dizer que o Suns parece mais descansado, as partidas contra o Blazers foram mais na maciota do que as batalhas com o Mavs, ainda que os times tenham jogado o mesmo número de partidas. E o Nash, pela primeira vez na história, não enfrentará o Spurs morto de cansaço pelos playoffs e pela temporada regular, principalmente porque ele tem um reserva de nível no Goran Dragic que permite que o canadense não fique com remorso de ter que sair de quadra de vez em quando.

O Blazers tem mais é que ficar feliz de ter dificultado a vida do Suns e ir assistir à maravilhosa série da próxima rodada em casa. Tudo que eles fizeram nessa temporada já é lucro se você pensar na quantidade de contusões surreal que eles enfrentaram. Esse time com Brandon Roy, Camby e Greg Oden ainda vai fazer muito estrago, mas não dava pra fazer isso com a maldição de Clippers que eles enfrentaram esse ano. Para a temporada que vem, o plano é simples: conseguir contratar todo o departamento médico do Suns, que recupera qualquer jogador, e tentar de novo. O elenco está lá, só precisam conseguir andar e fazer xixi sem usar sonda.

Antes de falarmos mais sobre a série entre Spurs e Suns, com o devido preview da rodada, não perca o preview de Cavs e Celtics que sai ainda hoje, antes da partida das 21h. Amanhã, o Denis falará mais sobre a vitória do seu Lakers que eliminou o Thunder, e do Nuggets-sem-vontade sendo eliminado pelo Jazz. Boatos dizem até que alguns torcedores do Jazz, quem diria, foram capazes de esboçar um sorriso! Fiquem de olho então, maratona de posts do Bola Presa nesse fim de semana!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Filtro Bola Presa - Um resumo fenomenal

Benny The Bull conseguiu um terno digno de Craig Sager para entrevistar Craig Sager


E aí pessoal, tudo certo? Semana passada não tive tempo de fazer o Filtro Bola Presa, um apanhado de todas as notícias e estatísticas relevantes que não viraram posts, o que quer dizer que tenho muita coisa para postar no Filtro de hoje. Então vamos lá, sem enrolar muito nessa introdução, nem vou perder linhas e linhas comentando do desfecho do Jorge na novela. Vocês acreditam que ele deve acabar com a Ariane e não com a Mirna ou a Paixão? Um absurdo! Ele devia ficar com a Mirna e casar com ela no último capítulo junto com o casório da Luciana com o Miguel, só pra mãe deles assistir um filho casando com uma puta e o outro com a aleijada.


- A EA Sports vai lançar um novo NBA Jam! É, aquele jogo onde duplas de jogadores da NBA se enfrentam, pulam até o teto para enterrar, a bola pega fogo, todo mundo tem a cabeça maior que a do Shelden Williams e o narrador grita BOOM SHAKALAKA! Tirando o saudosismo de quem jogou isso com 10 anos de idade no seu Mega Drive, por que alguém jogaria esse jogo?


- Veja essa notícia sobre o Stephon Marbury e sua aventura no basquete profissional chinês. Não é um triste resumo de toda sua carreira?
"Marbury foi eleito o MVP do All-Star Game da Liga Chinesa de Basquete com uma partida de 30 pontos e 10 assistências. Em 15 jogos com o Shanxi Zhongyu Kyllins ele também atingiu o recorde de assistência do campeoanto com média de 9.6 por jogo. Contudo o seu time não conseguiu uma vaga para os playoffs".

No nosso Tumblr eu já tinha postado na semana passada um trecho do All-Star Game Amarelo onde o Marbury acerta 3 bolas de 3 seguidas de muito longe!


- No último sábado o novato Rodrigue Beaubois do Mavs destruiu o Warriors com 40 pontos. Ele acertou 9 bolas de 3 na partida, foi apenas o terceiro jogador a temporada a acertar tantas bolas de 3 num jogo. Os outros dois foram do Nuggets, JR Smith acertou 10 contra o Hawks e o Chauncey Billups fez 9 em uma partida contra o Lakers.

Foi a segunda maior pontuação de um novato na temporada. O líder ainda é Brandon Jennings, que fez 55 pontos também contra a fortíssima defesa do Warriors.

- Os 55 pontos do Jennings ainda são a maior marca de toda a temporada para todos jogadores, e apenas um dos três que passou de 50 nesse ano. Os outros são Andre Miller, que marcou 52 contra o Mavs e Carmelo Anthony, que fez 50 contra o Knicks.

Essa marca de apenas 3 partidas com um jogador marcando 50 pontos é muito baixa para os padrões da NBA. Em 08-09 foram 11 jogos com mais de 50 pontos, em 07-08 tivemos 5 e na temporada 06-07 foram simplesmente 18 partidas com alguém fazendo pelo menos 50 pontos.

- O Atlanta Hawks conseguiu na última semana não ser varrido pelo Orlando Magic na temporada. E fez isso com uma enterrada no último segundo do Josh Smith! O jogo também marcou a classificação matemática do Hawks para os playoffs, o que significa a primeira aparição do Jamal Crawford na pós-temporada em toda a sua carreira. Coincidência macabra que essa classificação aconteceu no jogo número 666 da carreira do Crawford! Não precisamos de mais provas para concluir que ele vendeu a alma para o diabo para ter o talento que tem.

Mas o melhor momento do Hawks nas últimas semanas foi esse momento Serginho entre Josh Smith e Mike Bibby. Alguém consegue explicar esse vídeo?


- Já perguntaram uma centena de vezes no nosso Both Teams Played Hard se houve um fim de carreira tão melancólico como o do Allen Iverson. Para quem quer saber, o site streetlevel fez uma lista com as aposentadorias mais decepcionantes da história da NBA.

- Acho que o Gilbert Arenas concorda comigo que "O homem da pistola de ouro" é um dos melhores filmes do 007 apesar do nome parecer mais uma produção do Brasileirinhas. Olha só a arma que ele tinha no vestiário!



- O Phoenix Suns é líder da NBA em produção de vídeos. Já tivemos Avatar, o Leandrinho cantando Lionel Richie e até um vídeo mostrando que o Jared Dudley tem "as mãos mais atléticas da história". O mais novo trabalho deles é sobre estatística, eles contaram quantos "high-fives", como eles chamam o nosso "toca aí", ele dá durante um jogo.

Pra quem não pode ver o vídeo porque está no trabalho chato, eu conto: Ele deu 239 'tocaís' numa partida! O Leandrinho chega a dizer no vídeo que machucou o pulso por culpa de tantos cumprimentos durante o jogo, genial.



- Mas não vamos ser ridículos, o melhor vídeo da semana que o Phoenix Suns produziu foi essa enterrada do Amar'e Stoudemire no Anthony Tolliver.


- Na ótima música "Empire State of Mind" o Jay-Z canta um verso que chamou a atenção de muita gente que gosta da NBA. Ela diz "If Jeezy is paying LeBron, I'm paying Dwyane Wade", em português "Se Jeezy está pagando LeBron, eu estou pagando Dwyane Wade".

No nosso Both Teams Played Hard um cara comentou que isso tinha a ver com o preço que os caras pagam por cocaína, mas fui mais longe pra saber mais. Acontece que usam lá nos EUA o número das camisetas dos jogadores da NBA para dizer quanto pagam pelo quilo de cocaína no mercado. Quilo esse que, segundo o último World Drug Report da ONU, tem o preço médio de 28 mil dólares.

O rapper Jeezy, em sua horrível música 24-23, diz que "antes pagava Kobe (24) e agora pago LeBron (23)". Usando a gíria para dizer que antes pagava 24 mil mas comoé malandro agora paga 23 mil pelo quilo. Como resposta o Jay-Z, fodão como sempre, diz que paga só um Dwyane Wade, um mísero número 3. Achei até um gráfico muito engraçado que comenta a situação:



8 ou 80 - O cantinho das estatísticas desnecessárias
Hoje estou com uma coleção gigantesca de números imbecis, vamos lá!

- Em uma coluna "8 ou 80" que postei um tempão atrás ainda no BasketBrasil, mostrei as estatísticas que colocavam o Carmelo Anthony como um dos melhores, senão O melhor, arremessador em bolas decisivas. Na época ele tinha 13 bolas vencedoras nos segundos finais! Mas o curioso é que nenhuma das bolas era um buzzer-beater (aquela bola que entra com o cronômetro já encerrado, leia mais sobre esse e outros termos em inglês aqui)!

Mas nessa semana o Melo conseguiu seu primeiro buzzer da carreira, vencendo o Toronto Raptors no estouro do cronômetro depois de um rebote ofensivo heróico do Nenê. Veja o vídeo aqui.

- Na última quarta-feira o Rajon Rondo empatou com o Nate Archibald pelo recorde de mais jogos com pelo menos 15 assistências em uma temporada na história do Celtics. No jogo seguinte ele igualou o máximo de sua carreira com 18 assistências e agora detém o recorde sozinho. E olha que pra ter recordes no Celtics não é fácil, já passou muita gente boa por lá!

- Na derrota para o Lakers na semana passada o Tim Duncan acertou apenas 2 de 11 arremessos que tentou. Foi a terceira vez nos últimos 20 jogos que o Duncan acertou menos de 20% de seus arremessos, coisa que ele só tinha feito 6 vezes em 947 jogos na sua carreira. Alguém imaginou que ele ia ficar velho tão rápido?

- Essa derrota para o Lakers foi a 40ª partida entre Tim Duncan e Kobe Bryant em temporadas regulares. É o maior número de confronto entre dois jogadores pelos mesmos times. Em seguida aparecem os confrontos Duncan-Nowitzki, com 39 jogos e Kobe-Nowitzkicom 38. Nesses 40 jogos o Spurs venceu 21 e o Lakers 19.

- Semana passada o Gerald Wallace fez um jogo de 17 pontos e 19 rebotes, foi a 7ª vez na temporada que ele conseguiu pelo menos 15 pontos e 15 rebotes numa partida. Nenhum outro jogador com a sua altura, 2,01m, ou menor conseguiu sequer um jogo com esses números nessa temporada.

- Na segunda-feira passada o Spurs venceu o Thunder, mas no caminho tomou 45 pontos do Kevin Durant. Foi a primeira vez que um jogador marcou pelo menos 45 pontos contra o Spurs desde 1999, quando Allen Iverson marcou 46. Foi a sequência mais longa da história da NBA sem deixar um jogador marcar 45 ou mais pontos.

Agora o Pistons, com 617 jogos, tem a maior sequência em atividade. A última vez que eles tomaram pelo menos 45 pontos foi quando T-Mac marcou 46 no natal de 2002.

- Essa é pra quem tem saudade da gente zoando os gordinhos do Bola Presa! O Brook Lopez conseguiu a proeza de marcar 26 pontos e pegar apenas um mísero rebote na derrota do Nets para o Heat na semana passada. A última vez que um pivô tinha marcado mais de 20 pontos e pego só um rebote em um jogo tinha sido em 2007 com, claro, o saudoso Eddy Curry! Ah, ele era um especialista em não pegar rebotes!

- Na derrota de ontem do Kings para o Cavs o Beno Udrih se tornou o segundo jogador a conseguir um triple-double ao enfrentar LeBron James. Curiosamente o primeiro havia sido também um armador do Kings, Mike Bibby, em 2005.

- O novato Darren Collison se tornou ontem o segundo jogador na temporada a conseguir um jogo tentando pelo menos 10 arremessos e não errando nenhum. Ele chutou 10 bolas na derrota para o Blazers e acertou todas, o primeiro tinha sido Dwight Howard com aproveitamento de 11-11 contra o Rockets. A pergunta que não quer calar é porque não tentaram mais arremessos...