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segunda-feira, 4 de maio de 2009

Defesa, defesa!

Como marcar um alemão, capítulo 1: chute sua canela


Existe uma dúvida que persegue os homens desde os velhos tempos de Shakespeare: "dobrar ou não dobrar, eis a questão", já dizia o escritor inglês (ou algo do tipo, não me recordo muito bem). Em nosso tempo, em que a NBA permite praticamente qualquer tipo de defesa e não tem mais aquelas frescuras de proibir marcação por zona, por exemplo, as marcações duplas são cada vez mais agressivas e eficientes. Ainda assim, há sempre um certo receio em colocá-las em prática.


A partir da temporada 2001-02, a tal da "Defesa Ilegal" virou farofa. O termo se referia a um intricado conjunto de regras que delimitava a marcação por zona e o posicionamento de um marcador que estivesse no "lado fraco", ou seja, no lado oposto da bola, impedindo a efetividade da marcação dupla e deixando o garrafão mais livre. Ainda tem muita gente por aí achando que essas regras ainda existem, defendendo que o basquete internacional marca por zona e na NBA isso não é permitido, ou alegando que as defesas na Europa são mais fortes porque podem dobrar em quaisquer condições. Pois bem, na NBA é a mesma merda faz quase 10 anos, com a única diferença de que um jogador que não esteja marcando ninguém não pode ficar mais de 3 segundos dentro do garrafão defensivo.

Bem, quando o Yao Ming tem dois sujeitos expremendo o coitado no garrafão, um empurrando suas costas enquanto o outro se mantém à frente do chinês, essa defesa é perfeitamente legal. Mas se o Yao abandonar o seu homem na defesa para ficar embaixo do garrafão dando toco em todo mundo, isso não vale. É simples e impede justamente esses postes gigantes de ficarem "guardando caixão", já diria quem brincou de esconde-esconde alguma vez na vida. O garrafão continua mais aberto, permitindo mais infiltrações e garantindo que, fora o Warriors, a NBA não seja um grande e gordo campeonato de bolas de três pontos (como é o caso do nosso campeonato brasuca e até mesmo dos campeonatos europeus, conforme mostrado nos artigos do Rodrigo Alves, lá no Rebote).

Se pode marcar por zona, se pode dobrar a marcação quando todo mundo bem entender, então por que as práticas não são utilizadas à exaustão? Bem, perguntem para o Phoenix Suns. Em todas as séries de playoffs dos últimos anos, em que o Suns foi freguês do chato do Spurs, Tim Duncan provou que a dobra não é uma decisão fácil. Toda vez que dois marcadores apertavam o homem, seus músculos não se moviam mas um passe perfeito se dirigia para fora do garrafão, onde a bola então rodava para um homem livre encaixar uma bola de três pontos. O time inteiro do Spurs acertava as bolas, entrava no jogo, pegava ritmo e acabava carregando o piano sozinho. Sem a marcação dupla, no entanto, o Duncan parecia estar tirando um cochilo enquanto o placar acusava que ele acabara de fazer 40 pontos. A dúvida, então, sempre foi deixar o resto do Spurs livre e torcer para que errassem os arremessos, ou então se contentar com o Duncan fazendo chover e se concentrar em marcar o resto do elenco.

Nesses playoffs, o Dallas optou por não fazer a dobra da marcação no Duncan e simplesmente aceitar que ele e Tony Parker (que não pode ser marcado, porque atingiu o Sétimo Sentido e se movimenta na velocidade da luz) fizessem 500 pontos por jogo. Se o resto do elenco não conseguisse pontuar de jeito nenhum, o Spurs não seria capaz de sair com a vitória e, como bem sabemos, foi justamente o que aconteceu.

A mesma decisão foi tomada na partida de ontem, mas dessa vez pelos adversários do Dallas. O Denver Nuggets optou por não dobrar no Nowitzki, nunca, e simplesmente manter uma marcação simples, individual e muito, muito física. Como todos nós aprendemos quando o Warriors eliminou o Dallas, então primeiro colocado do Oeste, na primeira rodada dos playoffs uns anos atrás, o alemão não sabe jogar quando alguém mais baixo e mais forte gruda em seu cangote e joga fisicamente contra ele. Desacostumado a bater para dentro do garrafão, já que é um dos melhores arremessadores da NBA (talvez um dos melhor grandalhões a arremessar em toda a história?), foi duramente criticado por manter-se longe do aro na série contra o Warriors, nunca jogar de costas para a cesta, não cobrar lances livres e não conseguir jogar com Stephen Jackson apertando, empurrando e contestando. Foi um fracasso, uma vergonha, o Boris Casoy até ficou indignado em seu telejornal.

Grandes jogadores aprendem com seus erros, e foi exatamente o que o Dirk fez. Com aquela coordenação de pernas de um nerd bailarino, o alemão começou a atacar mais a cesta e não fugir do contato físico. As críticas da série contra o Warriors quase acabaram com sua carreira, quase não se fala mais dele por aí, mas a verdade é que ele tornou-se um jogador melhor, mais completo. Contra o Spurs, recebeu marcações duplas incessantes mas, alto e esperto que é, encontrou sempre seus companheiros livres com passes rápidos. O Dallas venceu a série no perímetro, na infinidade de arremessos de três pontos convertidos, o que era algo de se esperar de um time que é um dos líderes em pontos de contra-ataque mas que tem fobia de garrafão. Dobrando em Dirk, o Spurs cavou sua cova.

O Nuggets escolheu a abordagem Warriors, ou seja, marcar individualmente e com toda agressividade possível. O bizarro é que, se eu tivesse que escolher o que seria mais provável de acontecer entre o Nuggets defender agressivamente e a Britney Spears ficar gostosa de novo, teria escolhido o primeiro. Incrível como o mundo nos engana e a Britney fica cocotinha de maquiagem, enquanto o Nuggets tem uma defesa esforçada e intimidante. Na partida de ontem, a torcida berrava a plenos pulmões o mantra "Defesa, defesa" sem cair na risada, o que teria acontecido apenas uma temporada atrás. Debaixo de gritos, Chris Andersen desviou trocentos arremessos (foram 6 tocos), todos os passes eram contestados e até o porcaria do Anthony Carter desviava assistências como se fosse o King Kong dando petelecos nos aviõezinhos. Jogadores do Mavs foram duramente atirados no chão ainda no primeiro quarto, com o Dirk recebendo uns bons "chega-pra-lás". Mas o Nowitzki ainda assim tentou atacar a cesta, bateu para dentro, enterrou, tomou e deu um par de ombradas. Acabou esfriando no jogo, depois de um começo espetacular, cobrou apenas 5 lances livres e foi meio inútil apesar dos 28 pontos. O resto do time não ficou livre para os arremessos de três como estavam acostumados.

Quando o Dirk começou o jogo acertando vários arremessos, a tentação era dobrar a marcação nele imediatamente, usar uma marcação por zona ou qualquer outra coisa. Mas o técnico George Karl manteve o plano, sabia que cedo ou tarde o alemão iria odiar a marcação física e individual que estava recebendo e seu rendimento iria cair horrores. Foi uma decisão ousada, criticada nos primeiros minutos mas louvada ao fim do jogo. Cada um tem sua resposta para a pergunta ancestral de dobrar ou não dobrar, mas George Karl agora parece um gênio defensivo, inteligente, meticuloso e focado, depois de parecer um burro completo nas temporadas anteriores. O que diabos aconteceu? Teria sido tudo isso obra de Billups, será que Iverson fede tanto assim na defesa, ou seria Marcus Camby e seus quinhentos tocos por jogo os responsáveis por uma equipe sem padrão defensivo ou vontade de defender? O garrafão agora é melhor sem ele, mais forte e atlético, e conta com as assustadoras recuperações de Kenyon Martin (sempre contundido), Nenê (depois de ter até câncer no testículo) e Chris Andersen (depois de ouvir o "pó pará com o pó"), mas isso não pode ser o real motivo para um time tão empolgado e defensivo.

Num intervalo do jogo, o Geroge Karl gritava com seus jogadores que eles haviam chegado até ali defendendo, que o resto vinha apenas como resultado, e que era para eles manterem o esforço defensivo. Diabos, parece que acordei no Mundo Bizarro, é como se o Don Nelson falasse para o Warriors defender por que foi assim que conseguiram tudo que alcançaram. Tem algo errado nesse Nuggets, uma defesa desse nível não surge do nada, mas o que importa é que ela está aí e uma pessoa definitivamente sofrerá com ela: Dirk Nowitzki. Seu amiguinho Josh Howard já saiu do primeiro jogo mancando, com um pé torcido, e muito mais disso virá. Num momento crucial do jogo, em 13 posses de bola seguidas o Dallas cometeu 7 desperdícios e errou 6 arremessos, ou seja, enfiaram o pé no cocô graças à pressão defensiva adversária.

Vale, claro, lembrar que o Nenê chutou traseiros: marcou seu recorde de pontos em playoffs ainda no primeiro tempo, com 18, e acabou o jogo com 24. Não tem ninguém no Dallas forte o bastante ou alto o bastante para impedir que Nenê e Kenyon Martin batam para dentro como touros. No primeiro tempo, Nenê foi um buraco negro, forçou o jogo e provou que o Dallas tem um monte de meninas de trancinha no garrafão. No segundo tempo, recebendo dobra de marcação, achou companheiros livres que terminaram o serviço. Ou seja, a velha dúvida de novo. Mas o Nuggets parece, definitivamente, saber o que está fazendo.

sábado, 8 de novembro de 2008

O Spurs fede (e outros assuntos menores)

A foto é bonita mas ele errou o arremesso


Aconteceu tanta coisa ontem que é até difícil saber por onde começar, então começo dizendo que aconteceu tanta coisa que é até difícil saber por onde começar. Isso me permite começar o próximo parágrafo já com algum dado, sem precisar de alguma introdução.

Jerry Sloan, técnico do Utah Jazz, conseguiu ontem sua milésima vitória no comando do Jazz. Não são 1.000 vitórias na carreira somando os times que treinou (Bulls e Jazz), são só pelo Jazz, é insano! Eu não tenho mil vitórias nem somando todas as vezes que joguei International Superstar Soccer 64, e olha que eu dediquei toda uma adolescência a esse jogo. Mas para o Sloan foi só mais uma partida, ele ficou com aquela cara emburrada o jogo inteiro, disse que o basquete é um jogo de jogadores e não de técnicos, mandou todo mundo trombar uns nos outros, fazer pick and rolls e foi pra casa depois de mais um dia de trabalho. Ou foi porque ele já tinha feito a festa antes do jogo, afinal foi contra o Thunder, ele já sabia que ia ganhar.

Mais uma vez sem nenhum gancho eu mudo de assunto. Devin Harris estragou a estréia do Allen Iverson no Detroit. O Iverson nas suas primeiras duas jogadas pegou a bola, ficou driblando e finalizou com cesta, sem passar a bola - sem dúvida é uma nova era em Detroit. Ele nem foi tão fominha assim o jogo inteiro, mas achei o time muito esquisito, principalmente nos momentos em que usaram Stuckey, Iverson, Hamilton e Prince juntos. O Pistons usando o "small ball", só com jogadores baixos em quadra, é uma aberração, não tem como isso dar certo. Eu não acho que vai ser um desastre, não é pra tanto, mas essa experiência Allen Iverson não dura mais do que uma temporada em Detroit. Ano que vem ele deve estar em algum outro time.

Ah merda, esqueci do Devin Harris! Ia falar dele e só falei do Pistons. Estou parecendo a transmissão de ontem do jogo, que só falava de Iverson, Iverson e Iverson enquanto o Devin Harris estava arregaçando com a defesa do Pistons e não tinha um Billups lá pra parar o garoto. O Devin Harris fez o que mais sabe, costurou a defesa, bateu pra dentro, fez milhares de bandejas e não passou a bola nunca. Grande garoto, aprendeu muito com o Iverson, sem dúvida.

A derrota do Pistons foi notícia ruim para os seus torcedores, mas quem saiu deprimido da rodada ontem foram os torcedores de Hawks e Spurs: Josh Smith e Tony Parker vão perder pelo menos duas semanas de temporada depois de torcer o pé. Sério, tem como as coisas ficarem piores para o Spurs? Ontem eles estavam sendo humilhados, em casa, pelo Heat. Sim, o Heat, o time que tem dois novatos e três alas de força no time titular (o Beasley é as duas coisas ao mesmo tempo). O Popovich estava tão puto com o seu time estar perdendo por 20 no primeiro tempo depois do Tony Parker ter torcido o pé que voltou do intervalo com uma escalação digna da Liga de Desenvolvimento da NBA:

George Hill
Roger Mason
Desmond Farmer
Anthony Tolliver
Tim Duncan

Não precisa gastar seu comentário do dia pra dizer que o Duncan não é de nível de Liga de Desenvolvimento, mas acho que ele não joga do lado de caras tão ruins desde o time de ginásio dele. Dava pra ver nos olhos do Duncan o esforço, cheguei a torcer pelo Spurs durante um período do jogo, mas o time era ruim demais, a única jogada que eles tinham era ficar passando a bola de lado até um deles decidir chutar de 3.

O Miami não é burro e cercou o Duncan de jogadores, implorando pra qualquer outro jogador realizar os arremessos. O resultado foi que o Spurs arremessou 35 bolas de três no jogo! Acho que nunca vi isso em San Antonio, nem nos dias em que eles tinham Stephen Jackson, Ginóbili, Brent Barry ou qualquer outro grande arremessador no elenco.

E coitado do Parker, logo depois de fazer 55 pontos num jogo ele torce o pé? Só não dá pra ter dó dele porque a Eva Longoria é só pixels no papel de parede do meu Windows, enquanto é de carne e osso na cama dele.

O curioso das contusões de ontem é que elas mostram como existem jogadores que correm riscos simplesmente pelo estilo de jogo. O Tony Parker se machucou ao tentar uma bandeja, algo que cedo ou tarde teria que acontecer, é tanto pé naqueles garrafões que uma hora o pezinho delicado do francês ia cair no lugar errado. Já o Josh Smith se machucou depois de uma tentativa de toco. Se eu não me engano, o Gerald Wallace já se machucou uma vez ao pular desesperado para um toco, caindo depois de mal jeito. Por essas e outras é que você nunca vai ver o Jaqcue Vaughn ou o Mark Madsen se machucando. Eles não correm riscos.

Mas pelo menos ontem o Atlanta não sentiu falta do Josh Smith e deu um sacode no Raptors. Sabiam que só tem três times ainda invictos na NBA? São Lakers, Jazz e Hawks! Meu deus, nunca achei que ia dizer isso, mas o Hawks é atualmente o líder do Leste! O nosso leitor Silvano Vianna perguntou se eles são cavalo paraguaio, eu vou responder depois em um post mais detalhado do Hawks, mas, até para minha surpresa, acho que não são não. São um bom time. Ser líder do Leste é temporário, mas espero uma boa campanha deles.

Uma pena que a invencibilidade deve acabar na quarta da semana que vem, quando pegam o Boston. Mas até lá dá pra vencer o Thunder (sempre dá) e o Bulls, fazendo o Atlanta começar sua campanha com um recorde de 6 vitórias e nenhuma derrota.

Quem lê o blog há um tempo sabe que a gente aqui no Bola Presa não é nada patriota. Gosto do Leandrinho porque ele é um grande jogador, não porque ele fala a mesma língua e nasceu dentro da mesma linha imaginária que a gente. É com essa liberdade de falta de patriotismo que digo com todas as letras que o Nenê dispara nessas primeiras semanas como principal candidato ao prêmio de jogador que mais evoluiu na temporda. É patético começar com especulações de prêmios depois de apenas duas semanas de jogos, mas o Nenê está jogando demais mesmo e não parece que seja só uma fase, têm sido atuações convincentes.

Se o Devin Harris roubou o brilho da estréia do Iverson, em Denver quem roubou o show do Billups foi o Nenê. O jogo de ontem do Denver com o Dallas foi espetacular. Teve atuação muito boa do Jason Kidd, jogadas lindas do Dirk e até o Gerald Green foi muito bem, ao mesmo tempo em que vimos o Denver com uma nova atitude em quadra, mesmo depois de apenas um treino do Billups com o time!

O Denver desistiu em parte da correria, dos arremessos preciptados e jogou um jogo mais de meia quadra. E ninguém saiu perdendo. Com as jogadas de isolação o Carmelo rendeu até mais do que rendia antes, e com algumas jogadas mais bem trabalhadas, sem a ânsia pelo arremesso, o Nenê teve a chance de enfrentar o garrafão do Mavs e se deu bem. Acabou o jogo com 19 pontos, 7 rebotes e 1 (bela) assistência, além de várias bandejas de mão esquerda e enterradas poderosas. Só deu medo quando o Dirk trombou com o brazuca bem no joelho operado do Nenê, que saiu mancando. Fiquei com medo que quarta tinha sido o dia das grandes atuações e sexta o dia dos contundidos, mas o Nenê voltou inteirão.

O Billups não fez grande atuação, errou muitos arremessos e até um lance livre quando o jogo estava para ser decidido, mas só sua chegada já rendeu um estilo de jogo menos suicida e algumas boas jogadas na defesa. Mas o que eu achei mais genial por parte do George Karl, técnico do Nuggets, foi usar o Danthay Jones como titular e não o JR Smith. Isso deixou o time titular ainda mais defensivo e possibilitou ao JR Smith continuar jogando na correria, que é o que ele sabe fazer e fez muito bem com seus companheiros reservas Chris Andersen e Linas Kleiza, eles lembravam mais o antigo Nuggets e o resultado foi muito bom.

É muito melhor você ser correria porra-louca por alguns minutos ao invés do jogo inteiro e deu ao banco de reservas uma função de botar fogo no jogo, desestabilizar a defesa adversária. De repente o Nuggets virou um time que tem opções de estilo de jogo, não é só aquela mesma coisa ridícula de antes.

Mas nem tudo é perfeito. Tomaram 14 rebotes ofensivos só no primeiro tempo, deixaram o Mavs arremessar de 3 quando eles quiseram e o Billups, mesmo com a fama defensiva e com alguns bons roubos de bola, tomou um pau no duelo individual com o Jason Kidd, que ficou a uma assistência de seu 101° triple double na NBA.

Foi uma bela rodada e ainda bem que foi numa sexta-feira, porque em qualquer outro dia eu não aguentaria ficar acordado até às 4h30 da manhã vendo jogo e em algum outro dia menos movimentado vamos analisar com mais calma tudo isso que começou ontem. O Hawks como time bom, os novos estilos de jogo de Detroit e Denver e, com muito gosto e só um pouquinho de dó, o martírio do Spurs.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Análise dos técnicos - Divisão Noroeste

Acabaram as análises e o Isiah não apareceu. Que pena...


Finalmente chegamos ao fim da nossa semana especial de técnicos. É a vez da divisão Noroeste do estreante (e ridículo) Thunder. Aproveitem essa última parte e parem de nos cobrar posts sobre os técnicos!


George Karl, Denver Nuggets

Parece minha sina: O George Karl também treinou o Bucks. Será que é pré-requisito treinar os veadinhos antes de ir para o Oeste? Bom, mas antes do Denver e do Bucks, o Karl já treinava fazia um tempo, desde a temporada 84-85, quando treinou o Cavs, depois o Warriors e o Sonics, onde realmente ganhou mais fama.

O engraçado desse time do Sonics que o George Karl fez era que ele não tem nada a ver com o atual Nuggets. Era um time equilibrado! Tinha o sétimo melhor ataque da NBA e a segunda melhor defesa! É sério, George Karl e melhor defesa juntos.

Acho que podemos dar um mérito também para os jogadores naquele Sonics, o Gary Payton era o armador principal e antes de ficar velho (para quem só lembra dele no Lakers e Heat) foi um dos melhores defensores de todos os tempos, merecendo até o apelido de "The Glove", ou "A Luva", tal era a forma que ele marcava seus adversários. Mas se aquele time tinha o Payton, o Nuggets tem o Camby, que foi eleito melhor jogador de defesa por duas vezes e nem assim o Denver chegou a ter uma defesa próxima do razoável.

O lado negativo da passagem do Karl pelo Sonics foi em 1994, quando levou o Sonics a 63 vitórias na temporada regular mas foi o primeiro time cabeça-de-chave número 1 a perder para o número 8, quando perderam para o Denver de Dikembe Mutombo.

O que dizem é que os jogadores do Nuggets não respeitam mais o George Karl e ele mesmo parece já ter desistido. Esses rumores ficaram ainda mais fortes nos playoffs da temporada passada quando o Lakers destruiu e humilhou o Nuggets. Dizem que caras como o Kenyon Martin, o Carmelo, (principalmente o) JR Smith e até o Iverson não davam ouvidos a ele, que com o tempo parou de se importar, o que não me deixa entender porque ele ainda trabalha lá.

Não duvido do talento do George Karl porque ele treinou um timaço no Bucks, aquele com o trio Cassell, Ray Allen e Glenn Robinson, que era um time com uma defesa fraca mas com o melhor ataque da NBA e que mesmo assim ficou a uma vitória da final da NBA. Todos os times de Karl eram bons no ataque, mas só o que era bom na defesa chegou na final. Aposto que ele sabe disso, mas ele precisa enfiar isso na cabeça de seus jogadores, para que comecem a jogar decentemente na defesa e com um pouco menos de improviso no ataque.

E não é que eu tenha algo contra o improviso no jogo, acho lindo, mas quando feito por quem sabe. O Nash sabe improvisar, o Kidd sabe, o JR Smith não sabe, o Carmelo acha que improviso é arremessar de onde ele recebe a bola. O George Karl não tem o menor controle desse time e a melhor coisa pra ele era simplesmente dar o fora!

Ah, ele tem o site DemitaGeorgeKarl.com! Parabéns pra ele!


Randy Wittman, Minnesota Timberwolves

Em seus 4 anos como técnico, Wittman perdeu 2 jogos em cada 3 que disputou na carreira, um lixo. Mas não foi só culpa dele.

Seu primeiro time foi o Cavs do final do século passado, aquele time que tinha Shawn Kemp e Danny Ferry em fim de carreira e Andre Miller em começo (ruim) de carreira. Era um elenco péssimo e a 3° pior defesa de toda a liga. Mesmo assim ele continuou no time no ano seguinte, que tinha o Andre Miller jogando bem mais e já tinha o Zydrunas Ilgauskas no elenco, mas Kemp, o cestinha, tinha ido embora e o recorde do time piorou de 32 para 30 vitórias. Wittman foi mandado embora.

Então ele voltou para o Wolves. Sim, voltou. Wittman foi assistente técnico do Wolves em três ocasiões diferentes, somando 10 temporadas pela equipe. Depois de tanto tempo por lá, até foi natural colocar ele para treinar o time.

Randy Wittman é considerado um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento do Garnett na NBA, ele chegou lá como um adolescente magrelo e com a ajuda de Wittman, entre outros, claro, chegou a ser quem é hoje. Talvez até pensando nesse relacionamento entre os dois é que tenham colocado ele como técnico, mas a relação só durou uma fracassada temporada, depois Garnett foi para o Boston.

Não foi tão ruim para o Celtics, afinal eles receberam outro pivete vindo do colegial em troca, Al Jefferson, e o Wittman tem a experiência necessária pra fazer ele virar uma potência na NBA, só vai faltar mais quatro jogadores e banco de reservas.

Fucei por uns fóruns do Wolves na internet e quase todos os fãs sempre reagem a um pedido de demissão do técnico com a resposta "Mas não é culpa dele, esse time é muito ruim!", ou "Não é culpa dele, não foi ele que mandou o Garnett por nada!" ou ainda "Ninguém faria melhor que ele, olha quanto cara ruim!".

Então o Wittman deve ficar por lá mais um tempo, já que todo mundo sabe que não é culpa dele. O seu emprego só corre risco porque se o bicho pegar, o verdadeiro culpado, o manager Kevin McHale, irá demitir o técnico antes de admitir que só fez merda e dar o fora. Só para ilustrar o que o McHale fez, antes do draft de 2006 ele recusou uma oferta que seria a 4° escolha daquele draft mais Tyson Chandler e Luol Deng pelo Kevin Garnett. Se você lembrar que o Wolves tinha a 6° escolha naquele ano e a usou para pegar e logo depois mandar embora o Brandon Roy, o McHale teve a chance de montar um Wolves com:

Brandon Roy
Corey Brewer (escolhido no ano seguinte)
Luol Deng
LaMarcus Aldridge (aquela 4° escolha!)
Tyson Chandler

Que tal? Daria até pra colocar a culpa no técnico em caso de fracasso.


Nate McMillan, Portland Trail Blazers

Lembra que eu falei do Sonics do George Karl no começo do texto? Um dos pilares daquela defesa, além do Payton, era o Mr.Sonic, como era conhecido Nate McMillan.

McMillan foi draftado pelo Seattle Sonics em 1986 e ficou lá por toda sua carreira. Depois, em 1998, virou assistente técnico do time e em 2000 virou técnico. É uma história única. Ele foi jogador, assistente e depois técnico do mesmo time, sem nenhum ano de intervalo. O Avery Johnson fez quase isso no Dallas, mas ele não tinha passado a carreira toda no Mavs.

Depois de anos discretos treinando o Sonics, vendo acabar a era Payton e o início da era Ray Allen, mas sempre sem resultados expressivos, com apenas uma visita à primeira rodada dos playoffs. Mas então, finalmente, no seu quinto ano como técnico, ele comandou o time mais surpreendente que eu já vi jogar.

A equipe tinha Ray Allen e Rashard Lewis, grandes jogadores, mas completavam a equipe Luke Ridnour, Reggie Evans e Jerome James. Uau! Claro que ainda tinham as valiosas ajudas de Vlad Radmanovic, Antonio Daniels e Flip Murray, mas mesmo assim é absurdo. Eles conseguiram 52 vitórias, foram para a segunda rodada dos playoffs e deram uma canseira no Spurs, que venceu em 6 jogos. Eu nunca entendi esse time, não sei porque fez sucesso e admiro eles demais, principalmente o Nate McMillan, que ganhou muita moral comigo desde então.

Mas todo mundo resolveu sair por cima e não mostrar que eram uma farsa. Jerome James assinou um contrato milionário com o Knicks, Evans foi para o Nuggets, Daniels foi para o Wizards e para acabar com tudo, o próprio McMillan, pela primeira vez na carreira, iria sair do Sonics.

Para desespero geral do povo de Seattle, ele decidiu ir para o Blazers, o mais fervoroso rival de divisão do Sonics. Isso deu muita discussão na época, era impensável o "Mr.Sonic" virar um Blazer, mas ele foi, talvez já sentindo que as coisas em Seattle não iam pra frente.

No Blazers ele tem tido uma melhora a cada temporada. Foram 21 vitórias no primeiro ano, depois 32 e no ano passado impressionantes 41, além de uma sequência de 13 vitórias seguidas e outras tantas boas atuações. O Blazers dessa última temporada não foi um time muito estável mas fez partidas espetaculares, chegou a ganhar de times muito fortes com atuações convincentes. Agora é esperar a consagração, se com Reggie Evans e Jerome James no elenco o McMillan foi longe, com Aldridge e Oden o céu é o limite.


PJ Carlesimo, Oklahoma City Thunder

O Carlesimo tem quatro momentos em sua carreira como técnico. Um bom, um médio, um ruim e o outro surreal.

O momento médio foi quando treinou o Portland Trail Blazers. Foram três anos comandando um time mediano, que chegou nos playoffs em todas as temporadas mas sempre perdeu na primeira rodada. O típico caso do time que não é nem bom e nem ruim, não ganha título e não tem escolha boa no draft. Um tédio.

O momento bom foi entre 2002 e 2007, quando foi o principal assistente técnico do Gregg Popovich no Spurs. Ele esteve presente nos títulos de 2003, 05 e 07.

O momento ruim foi no ano passado. Apesar do elenco fraco, o Carlesimo passou vergonha com o Sonics: foram apenas 20 vitórias e uma quantidade infinita de partidas humilhantes. Eles chegaram a tomar 168 pontos do Denver em uma partida sem prorrogação! Por mais jovem e incompetente que seja um time, não pode tomar 168 pontos! Aliás, nos 4 jogos contra o Denver na temporada passada o Sonics tomou uma média de 143 pontos por jogo. Meu time do ginásio não tomava tanto ponto.

O momento bizarro da carreira do Carlesimo foi no Golden State Warriors. Lá ele já tinha fama de não saber lidar com jogadores jovens (o que torna a contratação dele para comandar Durant e cia. uma atitude digna de nota!), de ser grosseiro e de não saber tirar o melhor da equipe. O mal-estar chegou ao limite no dia 1 de dezembro de 1997, quando ele criticou o Latrell Spreewell, então estrela do time, por causa de um passe no treino.

Spree não pensou duas vezes, partiu para cima de Carlesimo e começou a enforcá-lo. Foram 15 segundos de ataque, que só parou quando os jogadores conseguiram afastar o companheiro. Um tempo depois o Sprewell comentou o assunto dizendo que ele estava tão descontrolado naquele momento que se não o separassem ele teria enforcado o técnico até a morte. Sério, nem o Djalminha foi tão longe.

Depois de ver no ano passado o Carlesimo deixar o novato Jeff Green tomar 48 pontos do Kobe na cabeça sem ser substituido pelo Carlesimo, acho que ele está mais próximo de ser enforcado por um jogador do Thunder do que de ganhar títulos como na sua época de assistente técnico do Spurs. O PJ Carlesimo tinha que ter ficado no Spurs e ter sido o Murtosa do Popovich.


Jerry Sloan, Utah Jazz

Dois times marcam a carreira de Jerry Sloan. O primeiro, claro, é o Jazz. Ele é técnico do Jazz desde a temporada 88-89, ou seja, completará 20 anos como técnico do mesmo time e foram 20 anos brilhantes. Desde 89 até 2003, Sloan não deixou nem por um ano de ir para os playoffs, chegando em 5 finais de conferência e duas finais da NBA.

O time, como todos sabem, era liderado pela dupla John Stockton e Karl Malone, dois dos melhores jogadores de basquete em todos os tempos. O esquema tático do Sloan era conhecido e usava e abusava do talento dos dois craques. O principal artifício era o "pick and roll", jogada que se utilizava do entrosamento dos dois, da visão de jogo do Stockton e da combinação de bom arremesso de meia distância e de infiltração do Malone.

Então soma-se a isso bons arremessadores e jogadores sempre usando a força para cortar em direção à cesta para receber os passes de Stockton e você tem um time eternamente competitivo. Todos os anos o Jazz estava lá incomodando todo mundo, não tinha erro, podiam entrar e sair jogadores mas se tinha Malone, Stockton e Jerry Sloan, o Jazz estava na briga. O título só não veio por causa do outro time na vida de Jerry Sloan.

Por dois anos seguidos, o Jazz perdeu a final da NBA para o Chicago Bulls de Michael Jordan. O mesmo Chicago que tem a camiseta número 4 aposentada por causa de Sloan.

Sloan nasceu no estado de Illinois, onde fica Chicago, e jogou apenas uma temporada no Baltimore Bullets antes de se transferir para o Chicago Bulls no ano em que o time nasceu, até por isso o seu apelido era "O Bull original". Lá ele fez fama defendendo como um doido, indo para dois All-Star Games, levando o time para os playoffs e como líder do único título de divisão do Bulls fora da era Jordan.

Em uma história parecida com a do Nate McMillan, Sloan logo que se aposentou (por causa de contusões no joelho) virou olheiro do time e logo depois técnico, treinou por 2 temporadas e meia, depois foi mandado embora.

No Jazz, depois de perder os títulos para o Bulls, não conseguiu mais repetir o sucesso de antes e mesmo sem Jordan na liga, o Jazz já não conseguia mais passar pelas novas potências do Oeste, como Spurs e Lakers. Aí foi a hora de Stockton se aposentar e do Malone levar seu pé frio para Los Angeles.

Todo mundo pensava que era a desculpa certa para o Sloan pedir as contas e ir embora, mas não, ele permaneceu fiel ao time e comandando um elenco ridículo não foi para os playoffs pela primeira vez em 2004. Não foi de novo em 2005 e 2006, mas nesse tempo ele não abandonou aquele mesmo velho esquema tático que deu certo durante mais de uma década e aos poucos foi montando o time com as peças necessárias para o esquema dar certo de novo. Veio o armador com visão de jogo (Deron Williams), o ala de força com potência e arremesso (Boozer), os arremessadores (Okur e Korver) e os jogadores de força que estão sempre cortando em direção à cesta (Brewer, Kirilenko, Harpring).

Se fosse pra definir Sloan com uma palavra, seria "estabilidade". Sempre o mesmo esquema, a mesma calma, a mesma cobrança por defesa e jogo físico. O título pode não vir nunca, mas enquanto ele tiver jogadores nas mãos vamos ver ele e seu Jazz nos playoffs. E acho que ele só pára quando morrer.

terça-feira, 11 de março de 2008

"Both Teams Played Hard"

Rasheed Wallace taca a faixa no chão após apanhar da Dona Florinda


É a hora de mais uma coluna "Both Teams Played Hard", aquele post que todos vocês fazem greve de fome e bloqueiam o trânsito para nos pressionar a entregar em dia. Aqui é o lugar em que você encontra as perguntas dos leitores e as respostas de dois blogueiros que nunca tem tempo para acabar essa coluna, afinal Rick Adelman e Phil Jackson estão sempre nos telefonando atrás de conselhos, e isso quando não é a Alline Moraes que não sai do nosso pé. Mas como somos sujeitos muito legais, não nos esquecemos dos nossos leitores fiéias - a gente só atrasa um pouquinho. A coluna Both Teams Played Hard é como casamento do Fábio Júnior: você nunca sabe quando vai ter de novo, mas não tem dúvidas de que cedo ou tarde vai aparecer um novinho em folha, sem falta.

Toda vez que você estiver se sentindo solitário e pensando em suicídio, não ligue para o CVV (o Centro de Valorização à Vida), venha até seu blog favorito e nos deixe uma pergunta! Pode ser sobre basquete, NBA, literatura hindu ou remédios, se teu caso for ruim mesmo. Aproveita que é de graça e pergunte o quanto quiser!

E agradecemos em especial nessa semana ao Renzo, que além de perguntas mandou um monte de foto do Sheed pra gente poder usar e abusar até o fim dos tempos nos posts do "Both Teams Played Hard", valeu Renzo!

Nessa semana, perguntas a dar com pau: a situação do Pacers, o Spurs jogando futebol, o banco do Rockets e as chances de título do Dallas. Aproveitem bastante, e quem sabe não nos vemos semana que vem?

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Netinho:
Estaria a NBA virando uma balada? Depois de DJ Strawberry, vem aí DJ Augustin

Denis:
Não esqueça do DJ Mbenga e do DeeJay do Street Fighter, ele chutava uns traseiros!
















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Diogo Costa:
o Indiana ainda tem salvação? será mais um ano sem playoffs? o q fazer J.Oneal?

Danilo:
Sim, será mais um ano sem playoffs. Olha, o que está acontecendo no time de Indiana é muito bem feito. Tentaram montar um time comportado e asseado, que não brigue, não coloque os cotovelos nas mesas e limpe as sugeirinhas debaixo das unhas. Não querem mais Ron Artest e Stephen Jackson? Então toma essa, seus otários. Querem se livrar do Jamal Tinsley porque ele tá sempre metido em tiroteio? Pois bem, vão tomar de novo. O que importa é o quinteto que você coloca em quadra. Já Jermaine O'Neal é um caso complicado, porque já foi genial (pessoalmente sou fã demais de seu estilo de jogo), teve contusões demais e ganha grana em excesso. Nessa eu não vou culpar o Pacers, na hora de reassinar um cara que é All-Star é muito difícil não abrir os cofres, esse é um erro compreensível. O jeito é esperar o contrato acabar, fazer o quê.

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Salgueiro:
Por falar em troca de NBA Live, eu estava jogando uma temporada com o Spurs, e contratei O'Neal pro meu time, mandei embora Bowen e Oberto. Tinha pensado se não seria meohor mandar outro cara no lugar de Bowen, um bom defensor. Mas aí eu lembrei que no NBA Live não tem defesa mesmo. O time ficou bem apelão.

Denis:
Pra vencer no NBA Live, pegue caras que correm e que enterrem, só. Defesa, arremesso e parar de correr são para fracos. Ou para o 2k8.
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thales:
Queremos um post com todas as cagadas e mudanças de regra esdruxulas que o David Stern fez!!!

Danilo:
Tá bom, tá bom, quando a gente não tiver absolutamente mais nada melhor para dizer, vamos satisfazer seu desejo.

Denis:

São muitos anos e várias mudanças, um dia faremos um especial com o Juvenal Antena da NBA.

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Danilo e Dênis:
1-preciso de uma receita muito boa de feijoada.

Danilo:
Antes de mais nada, fazer uma pergunta utilizando o nosso nome não ajuda em nada essa imagem de blogueiro esquizofrênico que anda circulando por aí. Além disso, Denis não tem acento, pelo menos não esse aqui! Agora às perguntas:

1 - Ninguém PRECISA de uma receita de feijoada, mas se você quer uma mesmo, em geral elas são sempre iguais. São alguns segredos que fazem a diferença: acrescente ao cozimento do feijão duas laranjas pêras cortadas ao meio, duas doses pequenas de pinga, uma cebola inteira e uma colherinha de canela. Garanto que vai te surpreender.

2-é possível a universidade de Memphis vencer o NY Knicks?

Danilo:

Possível é. Se Memphis não tiver uma faculdade, pode juntar alguns imitadores do Elvis pela cidade e eles talvez ainda saiam com a vitória.

Denis:

Não sei não, os imitadores do Elvis no dia do All-Star de Las Vegas não acertaram uma enterrada, até foi por isso que o Arenas foi enterrar lá no intervalo. Mas os de Memphis devem ser melhores que os de Las Vegas.

3-a solução para o Grizzlies seria contratar o Michael Jordan de volta para ser a estrela do time?

Danilo:

Alguém já te disse que o Jordan envelhece como todos os outros seres humanos e que o Papai Noel não existe? E que o trabalho administrativo dele no Bobcats é comparável ao seu talento no golfe?

4- resolva a equação a seguir: (x²+x³).(y³:y²)?

Danilo:
Nosso amigo Luigi respondeu pra você:
"(x²+x³).(y³:y²)? isso da yx²"

Agradeça a ele por fazer sua lição de casa, seu preguiçoso.

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enrique: Sempre falam q se o denver tivesse uma terçeira força ofensiva ele brigaria muito mais pelo anel,isso ele ja provou no jogo contra o cleveland,heat etc. 1- vcs acham q se o karl desse + chance pra joga carmelo,iverson e jr juntos o time brigaria + forte pelo titulo? 2-a culpa do nuggets toma tanto ponto mesmo com camby é o george karl q nao consegue implanta um bom sistema defensivo?

Denis:

1- Eu fiz um post falando da chamada "loucura" do JR Smith. Ele não é um cara ideal pra se jogar em equipe e ainda mais como terceira opção ofensiva, eu gosto mais da idéia dele vir do banco enquanto Melo e/ou Iverson descansam. Mas pra ganhar título ainda falta bem mais do que isso, falta mais defesa, falta eles serem consistentes (que adianta vencer o Spurs em um dia e tomar 130 pontos do Jazz no outro?) e falta também ir para os playoffs, se acabasse hoje a temporada eles nem iriam e da última vez em que eu olhei as regras, tem que ir pros playoffs pra ganhar o título.

2- Eu fiz uma coluna no BasketBrasil que fala bastante sobre isso, pra ler é só clicar aqui. Mas em resumo o Nuggets arrisca muito em interceptações, marcação dupla e afobamento pra causar turnovers, quando não consegue o adversário tem espaço livre para arremesso. O Camby é bom mas defesa não se faz sozinho, não dá pra marcar cinco caras de uma vez só. Pra isso mudar, todos os jogadores tinham que se empenhar em defender e todos tinham que se ajudar, aí entra o papel que o George Karl não tem feito bem.

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Diego:
pq o houston vive se fudendo ???
pq quase sempre yao e t-mac q se fodem ????

Danilo:

T-Mac tem uma carreira de problemas nas costas, cedo ou tarde a lesão crônica sempre volta a atacar e ele já falou algumas vezes, inclusive, em se aposentar em breve. Yao Ming tem problemas nos ossos das pernas desde seus tempos de adolescente. Uma primeira fratura, segundo ele próprio, nunca mais permitiu que ele saltasse como antes. Não entendo coisa nenhuma de medicina mas acredito que seus ossos devem sofrer uma pressão fora do normal com aquele gigantesco corpo correndo para lá e para cá o tempo inteiro. Se o Houston quer manter os dois na equipe, simplesmente tem que se conformar que nem todo mundo é o Allen Iverson, que joga até com o pescoço quebrado se for preciso. E talvez seja uma boa idéia arrumar um departamento médico tão bom quanto o do Phoenix Suns.

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lucasS:
1)com kidd agora em dallas sera q o mavs finalmente ganha o titulo???
2)i pq no cap do dallas conta o salario do finley bradley mbenga sendo q eles nao estao mais no elenco?

Denis:
1 - Hummm... não.

2 - Isso acontece porque o contrato deles não foi encerrado naturalmente, eles simplesmente dispensaram o jogador (ou usaram aquela regra estranha pra não tomar multa, dispensando o Finley). Quando isso acontece, o salário do jogador ainda aparece na lista de salários do time e conta para o teto salarial da equipe. Por Finleys e Mbengas da vida é que o Dallas é o time com maior folha salarial da liga.
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Pedro Henrick:
Eu queria montar um time de futebol, só que eu preciso de um zagueiro destruidor. Será que o Spurs me empresta o Bruce Bowen pra dar umas porradas?

Denis:
O Spurs daria um bom time de futebol. O Duncan é aquele goleiro estilo Dida que não tem emoções visíveis e defende bem, o Bowen é o volante pegador que bate pra burro e anula o camisa 10 adversário, o Tony Parker é o segundo atacante estilo Euller "Filho do Vento" e o Ginobili (aka. Valdívia) ia ser o cara que cai toda hora e sofre faltas e pênaltis pro Michael Finley chutar pro gol. E iam ser campeões assim, só 1 a 0 com gol de bola parada.

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thales:
1 Quais foram os maiores desafetos que vcs viram jogar na nba?? 2- Quais foram os maiores desafetos que vcs viram jogar no msm time, na nba?? 3- Vcs podem dissertar sobre o Portland JailBlazzers??

Danilo:

Acho que nosso amigo Luigi, que respondeu nos comentários, tem razão nessa:
"Isiah Thomas e Larry Bird ou Dennis Rodman e Karl Malone"

2- Quais foram os maiores desafetos que vcs viram jogar no msm time, na nba??


Denis:
Kobe e Shaq. Óbvio.

3- Vcs podem dissertar sobre o Portland JailBlazzers??

Danilo:

Dissertar? Dissertar? Tá achando que você é minha professora de português? Bem, o que eu posso dizer sobre eles? Que, mesmo o trocadilho sendo o primo pobre do humor, (vindo abaixo até da mímica) JailBlazers é um apelido até que engraçadinho. Vou até rir, ó: rá-rá. Pronto, passou.

Denis:

E é um apelido mais legal que "Bad Boys" daquele Pistons do começo dos anos 90. Pena que só os Bad Boys levaram título pra casa...

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Anônimo:
Qual a maior maldição? Do Wizards? Do Rockets? ou a da Samara?

Danilo:
Acho que é a do Clippers.
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Ralph:
Vocês acham que é possível jogadores novos como Rudy Gay e Brandon Roy serem trocados por meias-estrelas junto de um pacote de bolachas tipo Brian Cardinal ou Lafrentz? Algo do tipo Ilgauskas por Rudy e Cardinal?

Denis:
De onde veio essa idéia maluca? Isso não faz um puto de um sentido...
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Renzo:
1. Não que seja a oitava maravilha do mundo mas, na atual conjuntura, PJ Brown (free agent) não seria uma boa opção de contratação imediata para os Rockets substituirem o Yao? Acho que o mumificado Mutombo, por mais que se esforce e que seja um jogador com uma baita carreira, não deixa de ser uma paródia (um pouco melhorada) do Robert Parish quarentão jogando nos Bulls de Jordan... portanto, não deve ser mais do que um ilustre reserva com escassos minutos. Ou será que Mutombo ainda é capaz de surpreender?? Mesmo tendo quebrado um galho razoavelmente em situação idêntica no ano passado, não boto tanta fé no gigante congolês a ponto de acabar com a "maldição de T-Mac"...

Danilo:
1. Se vai acabar com a maldição do T-Mac eu não sei, mas o Mutombo é titular, surpreendeu todo mundo, e o PJ Brown não faria nenhum sentido por lá. Por enquanto, o garrafão é de Scola, Mutombo, Chuck Hayes e o novato Carl Landry. Não é nenhum time dos sonhos mas, diabos, está dando certo, o que mais posso querer?

2. Mais uma da série sobre David Stern: POR QUE DIABOS DAVID STERN DESDE SEMPRE TEM SUA ASSINATURA REPRODUZIDA NAS BOLAS DA NBA?? Será pela frustração de nunca ter dado um autógrafo??? rs Acho que o Grego não assina as bolas oficiais da CBB para não correr o risco de alguém aprender a falsificar sua assinatura e apô-la maliciosamente em um pedido de renúncia. rs

Danilo:
2. Quem em sã consciência iria acreditar num pedido de renúncia do Grego? Quem diabos compraria uma bola da CBB? Quem diabos se importa com a assinatura do David Stern?

3. Como vocês analisam o desenvolvimento geral do Boston Celtics como equipe, sobretudo no que concerne à participação de jovens como Rajon Rondo, Gabe Pruitt, Glen Davis e Leon Powe????

Danilo:
3. Particularmente, não acho que eles joguem muito como equipe. O técnico do time, Doc Rivers, sempre foi mequetrefe e agora está nas conversas para técnico do ano. Ridículo. Ele agora apenas tem peças que sabem se complementar bem. Jogadas elaboradas mesmo, necas de pitibiriba. Os jovens estão bem, o Rondo sempre mostrou muito potencial e agora, com a vida facilitada pelo elenco estelar, está aproveitando. O banco é melhor do que se pensava, Leon Powe foi uma grata surpresa e o Glen Davis é o melhor gordo da NBA na atualidade. O Pruitt eu acho que só serve para secar a louça mesmo.

Denis:

O mérito deles como equipe é não complicar. Não fazem nada de muito elaborado e sabem usar a individualidade de cada um. Equipe mesmo, eles são na hora de defender.
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JC:
De quem é a escolha do Knicks, no proximo draft??

Denis:
Por mais inacreditável, surreal e mentira que pareça, é do próprio Knicks. Só vamos ver se eles draftam direito ou se draftam o Nenê e trocam pelo McDyess machucado de novo.

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felipe:
1-depois dos cosmos usarem todo os seu poderes de intergalatcos, na sorte(LAKERS), no azar(HOUSTON) na conferencia oeste, o que acontecerá com o universo se o título for para o leste???

Danilo:

Não vai acontecer nada, ué. O Universo inclusive deve estar torcendo para o Boston Celtics.

2- E o gerald green será que dah pra encaixar ele num esquema? E poder ser o novo KOBE no Houston?

Danilo:
Ele pode ser o novo Kobe na fila do seguro desemprego, já que o Houston mandou ele embora. Ele pula para a estratosfera, arremessa bem, mas dizem que não se dedica, que não tem cabeça, que não treina o bastante. Alguém vai dar uma nova chance pra ele, mas é provável que vá parar na Europa em breve. Sempre vou ter um carinho por ele, no entanto, porque depois de tantos "novo Jordan" fracassados, Gerald Green marca o início de uma nova era: ele é o primeiro "novo Kobe" fracassado.

3- É possivel uma final entre Hawks e Blazers? Do jeito que a NBA está....

Danilo:

É até possível, mas não nesse ano, e nem nos próximos. Em todo caso, como o Denis costuma dizer, o Hawks é sempre perdedor até que se prove o contrário.

Denis:

E não é verdade? Nesse ano que tá mó mamata chegar nos playoffs do leste eles estão conseguindo ficar de fora.
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Rodrigo: Por que diabos o Olajuwon encerrou a carreira no Toronto Raptors? Teve algo a ver com a primeira escolha do draft que trouxe pro time o Yao em 2002?

Danilo:

O Olajuwon, como diz o filme da moda, "pediu pra sair". Escolheu ir para o Toronto Raptors (deve gostar de árvores e ursos) e o Houston fez um sign-and-trade, assinando o pivô e o enviando para o Canadá em troca de duas escolhas de draft, uma de primeiro e outra de segundo round. No entanto, por mais estranho que possa parecer, a escolha do Raptors virou apenas a décima quinta. A primeira escolha, que gerou Yao Ming, era do Houston mesmo. Sorte pra burro.

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joão_mavs: o mavs acabo de assinar com o magloire e talvez assine com cassell ou brent barry nos proximos dias, será que o rockets tah sentindo a flata de um bom banco?? quais são os times com os melhores reservas?

Danilo:
Eu acho o banco do Rockets mais do que competente. Em geral, desde o começo da temporada, o problema era até que o banco era grande demais. No meu post "soluções para o Houston Rockets" eu queria era diminuir o banco, não aumentá-lo, mandando embora Francis, Mike James e Kirk Snyder. Meu camarada Adelman ouviu os conselhos e botou tudo em prática recentemente.

Sobre o Mavs, não assinaram nem Brent Barry (Spurs) e nem Cassel (Celtics) e se assinaram o Magloire, azar o deles. Até a mãe do pivô sabe que ele só corre para ir ao banheiro. Mesmo assim, o banco do Dallas é muito bom, ainda que não se compare com o do Spurs. Não adianta, pra mim eles tem o melhor banco há trocentas temporadas, não tem nem graça falar no assunto e eu vou parar para não ficar estressado.

Denis:
Não estou falando de números, mas os bancos que eu vejo que entram em quadra e conseguem ou manter um bom ritmo ou até mudar a característica do time titular no mesmo nível são o banco do Lakers, do Pistons, do Spurs e do Celtics. Gostava do banco do Mavs quando tinha ou Terry ou Devin Harris mas agora tudo mudou. O banco do Suns é bom por ter Diaw e Leandrinho, mas fica nisso, é um banco muito limitado.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Como enlouquecer seu técnico

Mão na cabeça e documento, rapá


Um dia estava assistindo a um jogo do Denver Nuggets, um daqueles em que o George Karl, técnico do time, nem pensa em colocar o JR Smith na quadra. Foi quando um pessoal que estava comentando o jogo perguntou: "Por que não trocam ele logo de uma vez?". Foi aí que começou a discussão sobre para onde ele poderia ir, quem ele poderia ajudar e o que o Denver poderia ganhar em troca. O primeiro time em que eu pensei foi o Warriors, time de correria, bolas de três, criatividade. Então mandei pra um colega torcedor do Golden State: "Ei, o que você acharia do JR Smith no seu time?"

A resposta disse tudo: "Ele é muito louco. Até para os padrões do Golden State".

Essa resposta me assustou. Ela veio de um cara fanático pelo Baron Davis e pelo Stephen Jackson, um cara que vai ao êxtase quando outros times provocam o Golden State ou quando os juízes erram alguma marcação "porque assim o Warriors começa a jogar pra valer". Se um cara desse acha que o JR Smith é doido demais até para jogar no Warriors, que praticamente não tem regras dentro de quadra (exagerei, claro, mas estão longe de ser o Spurs), é porque o garoto ou é doido demais ou a imagem dele está bem arranhada.

A história do JR Smith começou no New Orleans Hornets. Lá ele surgiu como um jovem jogador cheio de talento, com o físico perfeito para se tornar uma estrela na liga. Teve ótima atuações, até de campeonato de enterrada ele participou. Mas aí começou a ter problemas com o técnico do Hornets, que dizia que ele não o obedecia e acabou sendo mandado para o Chicago Bulls junto com PJ Brown em troca de Tyson Chandler. E, pouco depois, foi do Bulls para o Denver em uma troca para machucar o ego do garoto: foi para o Colorado em troca de Howard Eisley e duas escolhas de segundo round.

Isso deve ter mexido com o JR, seu começo de carreira no Nuggets foi destruidor. Todos diziam que ele não daria certo lá porque o Nuggets precisava de alguém que chutasse de três e ele não fazia isso. Pois de repente começou a fazer! Foi um começo de temporada arrasador, todos achavam que o Melo finalmente tinha seu parceiro. Todos menos o técnico George Karl.

Aos poucos ele foi saindo da rotação do Nuggets e a gota d'água foi quando ele se envolveu na famosa briga no jogo do Denver contra o Knicks. Depois disso ele tomou uma suspensão de 10 jogos e nunca mais voltou a ser titular, até porque, quando voltou, Allen Iverson estava na equipe.
Foi então a época de questionar o motivo que levava Karl a não usar o trio Iverson, JR e Melo juntos, já que, na teoria, seria um dos melhores trios ofensivos da NBA. E Karl sempre foi bem claro nas respostas. "JR Smith não obedece", "JR se recusa a defender", "JR perde o controle na quadra".
Nos playoffs, contra o Spurs, o Nuggets perdeu por 4 a 1 na primeira rodada e JR Smith tomou boa parte da culpa. Primeiro por ser incapaz de acertar uma mísera bola de 3 pontos durante os primeiros 4 jogos da série. Depois por ignorar por completo as ordens do técnico mais uma vez.
Faltavam 50 segundos para o fim do jogo e a ordem era pra ele dar a bola para Iverson ou Carmelo. Ao invés disso, ele foi sozinho e arremessou uma bola de 3 de muito, muito longe e, claro, errou. George Karl foi à loucura e disse que pra ele acabava ali, JR Smith não jogaria mais com ele.

Não foi bem assim, o Nuggets não trocou o jogador e ele voltou para essa temporada. Não sem antes se envolver em uma polêmica, claro. Estava envolvido em uma briga numa baladinha de Denver e o time o suspendeu por alguns jogos.

Aí estavam todos contra JR. Ele era briguento dentro da quadra, briguento fora da quadra, não obedecia o técnico e não tinha se dado bem em nenhum dos times pelos quais passou. Pra responder, ele fez o que mais sabe: começou a arremessar sem parar.
Volta e meia você vê o JR Smith liderando o time em pontos com uma tonelada de bolas de três. Foram 7 de 8 bolas contra o Cavs, 4 contra o Kings e, nas últimas semanas, mais 6 bolas de novo contra o Cavs, 8 contra o Miami e mais 8 contra o Chicago. Quando o cara começa, é difícil fazer ele parar!

No jogo contra o Miami eu fiquei assustado de ver. Primeiro assustado em ver que ele não errava, a marcação grudava nele e ele metia na cara mesmo, depois fiquei assustado como ele perdeu completamente o controle dentro da quadra. Na defesa ele não marcava, quando pegavam a bola ele simplesmente saia correndo e olhava pra quem tinha a bola nas mãos e começava a bater palmas exigindo a bola, como se dissesse "Pelo amor de deus! Estou pegando fogo que nem no NBA Jam, toquem pra mim rápido!". E quando tocavam ele arremessava sem pensar duas vezes. Acertou algumas e quando começou a errar George Karl o arrancou da quadra.

Sou completamente contra quem julga os jogadores pelo que eles fazem fora da quadra. Pra mim, eles podem andar armados em boates, ter dúzias de mulheres, podem torcer para o Palmeiras, gostar de jogar vôlei, qualquer coisa. Não tô nem aí! Como fã de basquete, me interessa o que eles fazem na quadra de basquete! Por isso me irrito um bocado quando vejo que as críticas ao JR Smith envolvem seu comportamento explosivo fora da quadra. Ele tem problemas dentro da quadra que muitas vezes atrapalham o seu time, mas ele ser de qualquer jeito fora da quadra deve ser ignorado.

Sobre o comportamento dele dentro da quadra, acho que o técnico fica numa situação difícil. Por um lado ele tem um jogador talentoso e um esquema que prima pela velocidade e pela criatividade, mas por outro lado o cara monopoliza o jogo de uma maneira que toda a criatividade e velocidade dos outros 4 jogadores em quadra fica anulada. O que fazer com um talento desse nas mãos? Ser ditador, duro, punir e tentar controlá-lo? Ou ser liberal e deixar ele fazer o que der na telha e ver se dá certo?
Eu não sei a resposta, mas confiaria em uma pessoa pra cuidar do garoto: Don Nelson. É, não acho ele doido demais até para os padrões do Golden State, aliás não acho ele doido, não. Chamar de doido um cara assim é chamar o instinto, a espontaneidade, de loucura. Ele, como tantos outros jogadores (Ben Wallace, Larry Hughes, Monta Ellis, Leandrinho, Kyle Korver) só precisa achar o time em que seu jogo encaixe. E eu, ainda, apostaria no Warriors.

Fica a idéia pro ano que vem.

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- O texto foi inspirado por uma matéria da revista Dime que fala que o George Karl tem uma cara que ele faz sempre quando o JR Smith está na quadra, a "JR face". A cara é essa: