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terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Saída pela direita
O Nets nem é tão ruim assim. No ano passado dissemos como o time era promissor, e quando eles apertaram o botão do apocalipse e trocaram Vince Carter para o Magic, apoiamos a decisão e cheguei a afirmar que a equipe não passaria muito tempo fora dos playoffs. No entanto, eles estão prestes a fazer história: perdendo para o Mavs na quarta-feira, o Nets terá o pior início de temporada de todos os tempos, tendo perdido suas 18 primeiras partidas.
Devin Harris, estrela do time, lesionou feio a virilha e só jogou 7 partidas na temporada. Yi Jianlian, que impressionou a imprensa com seus treinos públicos em New York durante suas férias, ferrou o joelho e está fora por tempo indeterminado. Jarvis Hayes jogou muito bem na pré-temporada mas lesionou o punho nos primeiros dois minutos da estreia do Nets na temporada (isso é que eu chamo de ejaculação precoce) e não jogou desde então. Keyon Dooling e Tony Battie, que vieram na troca do Carter, se machucaram na pré-temporada e ainda não jogaram oficialmente pelo Nets. Chris Douglas-Roberts, que finalmente estava se tornando a arma ofensiva que se esperava dele na noite do draft, pegou gripe suína. O Courtney Lee, que ficou tão puto de ser trocado pelo Magic que jurou vingança contra toda a humanidade, também se machucou e passou uns jogos fora. O Bobby "só jogo em ano de contrato" Simmons ficou gripado e não jogou, mas pelo menos era uma gripe comum. Até o Eduardo Najera, que é tão secundário que nem as lesões lembram dele, acabou contundindo as costas. O Trenton Hassel teve problemas pessoais e passou um tempo afastado. Ou seja, o Nets está mais amaldiçoado do que o set do "Poltergeist".
O time chegou ao cúmulo de jogar apenas com o Brook Lopez da lista de titulares, e apenas dois jogadores no banco de reservas. Todo o resto do elenco estava de terno, fazendo o Nets parecer mais uma reunião de executivos ou vendedores de seguro do que um time de basquete. Tendo isso em vista, não é surpresa que tenham perdido tanto. Já vi time pior jogando e ganhando uma vez ou outra, esse Nets só tem um azar descomunal que lembra bastante o Clippers e sua lendária maldição. Mas é claro que o técnico, o Lawrence Frank, não ajuda. A gente sempre bateu na tecla de que ele era um dos piores técnicos da NBA (o que imediatamente coloca ele na lista de prováveis ganhadores do prêmio de Melhor Técnico do Ano, vai entender!), jovem demais, nerd demais e incapaz de lidar com a equipe. Estava na hora de mandar o sujeito empilhar coquinho na descida, mas ao menos tiveram a decência de se livrar dele antes que seu nome ficasse para sempre como o dono do recorde de pior começo de temporada.
Os atuais recordistas são o Clippers de 1999 e o Heat de 1988, com 17 derrotas para começar a temporada com o pé esquerdo. Quando o Nets perdeu sua décima sexta partida, o Lawrence Frank ganhou o respiro de que precisava: foi demitido, escapou do recorde negativo, fugiu pela famosa saída pela direita. Quem assumiu o Nets contra o Lakers fora de casa, na certeza óbvia de que iria igualar o recorde, foi um técnico interino de que nunca lembraremos o nome, tipo os oitocentos novos presidentes de Honduras. Ou seja, o fardo da vergonha ficou meio diluído e ninguém vai ter sua foto na Wikipedia do lado do verbete "fracasso".
Mas agora o negócio começa a ficar sério: se perder a próxima partida, dessa vez contra o Mavs, o pobre-coitado do Nets vai ter o pior começo de temporada já visto pelo homem. Essa sim é uma vergonha que faria até o Clippers corar constrangido, e é preciso ao menos uma tentativa de evitar o vexame. Para isso, assume o Nets o Kiki Vandeweghe. Além do nome filho-da-mãe que exige uma consulta no Google toda vez que se quer escrever, um fato curioso sobre o Kiki é que ele é justamente o responsável pelo pior time que eu já vi jogar.
Infelizmente não tenho muitas memórias basquetebolísticas em 1988, mas eu acompanhava NBA a fundo em 1999 quando o Clippers igualou o recorde de 17 derrotas para começar a temporada. O problema é que naquela época não era tão fácil acompanhar partidas pela internet, ainda havia até aquela coisa bizarra conhecida como "net discada", o modem fazia barulho ao se conectar, quase como se fosse uma robô prenha dando a luz, e a gente ficava nas mãos basicamente das transmissões para a tevê brasileira. Isso significava, na época, que a gente só via jogos da chatisse do Spurs, ninguém em sã consciência iria transmitir para o Brasil uma partida do Clippers. Isso quer dizer que aquele Clippers pode ter sido um dos piores times de todos os tempos e eu infelizmente não pude ver o elenco jogar. Por isso, o pior time que já presenciei foi o Nuggets de 2002: o Nenê tinha acabado de ser draftado e a televisão brasileira adorava a ideia de mostrar o novato tupiniquim. O resultado foi uma tortura em massa que deve ter afastado milhares de brasileiros do basquete e causado uma série de suicídios coletivos, porque aquele Nuggets fedia demais! A estrela do time era Juwan Howard, que seria terceira opção ofensiva em qualquer timezinho razoável, e todos os outros jogadores desapareceram em pouquíssimo tempo, incluindo um dos maiores desastres da história do draft da NBA, o lendário Nikoloz Tskitishvili, o "Skita". Draftado antes do Nenê, o pivô da Geórgia faz o Kwame Brown parecer um gênio do basquete e da física quântica.
O Kiki Vandeweghe montou aquele Nuggets terrível, mas também draftou Carmelo Anthony e levou o time para os playoffs. Mas como o elenco nunca melhorava e a torcida queria sua cabeça, acabou indo pra rua, para enfim ser acolhido pelo Nets para dar palpite na reconstrução do time. Por mais polêmico que o cara seja, por mais que ele feda, conseguiu pegar o pior time que eu já vi jogar e levar para os playoffs alguns anos depois. Era exatamente do que o Nets precisava. Mas agora, no desespero, ele assumirá o cargo de técnico do Nets - um nome ao menos conhecido o bastante para receber o peso de perder para o Mavs, e que talvez tenha um nome a zelar o suficiente para tentar impedir o desastre. Ele não tem experiência como técnico, embora tenha sido assistente no Dallas por uns tempos, mas o negócio dele é reconstruir, cuidar da meninada e lidar com jovens talentos. Foi ele quem lidou pessoalmente com o Nowitzki no começo de carreira, e o Nets precisa mesmo se focar mais na parte administrativa, indo com calma com os jovens talentos, do que se preocupando com um baita técnico de ponta para ganhar partidas agora. Olha, já foram 17 partidas pelo ralo em sequência, a temporada já foi pras cucuias, não resta nada para o time além de sentar na guia, chorar as pitangas, tomar uma pinga e esperar pela próxima escolha de draft. Então, que se lasquem as próximas partidas, o negócio é cuidar do núcleo jovem e tentar não queimar ninguém nem permitir que a depressão se instaure no ambiente fracassado do time. Convencer todo mundo de que as derrotas são normais, de que em dois anos eles vão estar nos playoffs, que as lesões foram apenas azar. E impedir, a todo custo, que a décima oitava vitória seguida venha. Esses garotos não merecem seus nomes injustamente na história da NBA, eles não fedem o bastante e isso pode complicar suas pretensões futuras.
É por isso que não importa quantos jogos bons estejam passando na quarta-feira, quantas estrelas estejam em quadra, o jogo a se assistir é o Nets e Mavs. Se o Kiki conseguir uma vitória, será um feito histórico de um time que não merecia se lascar tanto e que em um par de anos estará maduro e brigando com os grandes. E se o Nets perder, será uma chance de ver história sendo feita, algo que maculará para sempre o ânimo dessa equipe. Não perca história sendo feita, você não quer ficar como eu, lamentando não ter assistido o Clippers de 1999, não é mesmo?
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Danilo
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sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Preview da temporada - Divisão Atlântica
Continuando com nossa análise do que vale a pena ver na próxima temporada, analisamos dessa vez a Divisão Atlântica, muito provavelmente uma das mais divertidas para assistir. Seja para torcer a favor, seja para torcer contra, todo mundo vai querer dar uma espiadinha nesses times jogando.
Daqui a pouquinho teremos mais uma Divisão, correndo como uns loucos para repor o tempo perdido e entrar com tudo na temporada regular, que começa nessa terça-feira. Mande as crianças para a casa da vó, brigue com a namorada, repita no colégio. É hora de ler uma tonelada de posts no fim de semana e depois devorar os primeiros jogos da temporada, tudo enquanto amaldiçoa o horário de verão que aumentou em uma hora o fuso horário. Idiotas.
Boston Celtics

Os atuais campeões conseguem satisfazer a todos os fetiches do planeta. Para quem gosta de estrelas, três jogadores (Garnett, Ray Allen e Paul Pierce) serão futuros membros do Hall da Fama e são alguns dos mais talentosos seres humanos a já tentar brincar desse esporte. Para quem gosta de jogadores secundários mas esforçados, o time perdeu James Posey mas manteve Leon Powe, cada vez mais essencial nos momentos decisivos das partidas de pré-temporada. Se o fetiche é jogador jovem com potencial, Rajon Rondo dá os sinais de cada vez mais ser um clone do Jason Kidd (ou seja, corre pra burro, passa bem a bola, pega rebotes e não faz a menor idéia de como dar um arremesso), sem esquecer também de Tony Allen que teve uma pré-temporada sensacional. Para os que tem fetiche por jogadores jovens com potencial mas que fedem, tem o Patrick O'Bryant, o pivô que nunca jogou no Warriors desde que foi draftado porque o Don Nelson só coloca em quadra gente com menos de um metro e meio. Se o fetiche são apenas jogadores ruins, tem o Scalabrine. E se o fetiche é por pés, bem, tem um monte de pés por lá, isso eu garanto.
O Celtics é um time para todos os gostos, uma mistura muito eclética de talentos unida por um ideal (e pelos gritos de Kevin Garnett) que dá tudo de si em todos os jogos. O ataque é meio estático, a defesa é meio confusa, mas como não gostar de ver um ataque tão cheio de talento e uma defesa tão intensa com o Garnett escorrendo sangue noite após noite? Aliás, como não gostar de ver o Garnett jogando, sempre com aquela impressão de que será o último jogo de sua vida e basquete fosse a coisa lógica a se fazer no leito de morte?
Pode confessar, eu sei que você costumava falar que o Duncan era o melhor ala da história do planeta mas mal tinha visto o Garnett jogar porque o Timberwolves não é um time de verdade. Então aí está um motivo, veja o Celtics jogar porque um dos melhores alas de todos os tempos vai eventualmente se aposentar e você perdeu a maior parte de sua carreira, só porque ele estava na porcaria do time dos timberlobos.
Motivos para não assistir:
Bem, eles são os atuais campeões, o que já é motivo para ser boicotado por muita gente. Em parte porque assistimos mais jogos do Celtics na temporada passada do que vimos matérias sobre a Eloá, então uma hora enjoa. O time é interessante, cheio de talento, mas não joga de maneira especialmente atraente para os olhos, enfrenta milhões de adversários do Leste que fedem demais para que o jogo tenha graça e em geral as partidas são tão fáceis que os titulares acabam jogando poucos minutos. No fim da temporada, as estrelas se dão ao luxo de ficar no banco de reservas cutucando o nariz - um prazer secreto compartilhado por todos os seres humanos (ou você tem dúvidas de que o polegar opositor só serve para fazer bolinhas de meleca?). Ou seja, a temporada regular não vale nada para o Celtics, que deve ser o primeiro colocado absoluto do Leste, e já tendo em mente que veremos trocentos jogos deles nos playoffs, talvez seja melhor não esgotar nossa cota de paciência com o time logo de cara.
Philadelphia 76ers

Na temporada passada, compreender como um time completamente mediano conseguia resultados surpreendentes era o motivo que fez todos os fãs de basquete prestarem atenção no Sixers, afinal a equipe tinha sido completamente ignorada por todo mundo até então. Era quase playoffs quando alguém percebeu que o Sixers estava chutando traseiros e a mensagem foi se espalhando, no boca-a-boca, tipo "telefone sem fio". A mensagem final que chegou aos meus ouvidos foi "o zíper peida", o que depois compreendi ser uma versão de "o Sixers reina" - sempre tem uma velha da Praça é Nossa para estragar o telefone sem fio. Aqui no Bola Presa, assistimos a muitos jogos tardios do Sixers para tentar resolver o mistério, escrevi um punhado de posts a respeito e nunca compreendi inteiramente. O técnico era ruim (os fãs pediam sua demissão), o elenco era fraco, e não havia nenhuma estrela; de repente o técnico era chamado de gênio, os fãs pediram para ele uma extensão de contrato (que veio), o elenco era sólido e profundo e Andre Iguodala firmou-se como algo que lembra vagamente uma estrela. Como diabos isso aconteceu? Não dá pra perder jogo algum desse time com um fenômeno desses acontecendo, principalmente se você for ufólogo.
Mas o que se dizia desse time é que faltava um pontuador de verdade dentro do garrafão, um cara que exigisse marcações duplas. Bem, Elton Brand foi vira-casaca e topou jogar pelo time mais intrigante da NBA. (Perceba que intrigante é a palavra que você usaria para definir uma garota bonita que talvez seja um homem.) Por via das dúvidas, pretendo ver muito esse time jogar e analisar como Elton Brand irá interferir na química da equipe. Eu recomendo.
Motivos para não assistir:
Bem, eles não são exatemente um time empolgante com várias estrelas dominando jogos. Iguodala tem "ajudante" escrito na testa, todos os outros são peças sólidas mas que não fazem muito barulho, e o Elton Brand é provavelmente a estrela mais silenciosa da NBA. Ele tem passado a vida fazendo 20 pontos, pegando 10 rebotes e dando 2 tocos todos os jogos (tudo com apenas 2,06m de altura), mas faz isso de uma forma tão discreta que não seria sequer reconhecido na rua. O Duncan é famoso por não ser famoso, ele é descolado por não ser descolado, ele é louvado por ter um estilo que não é louvável. Ou seja, um paradoxo que atormentará a filosofia ocidental pelos próximos anos. Mas o Elton Brand não é famoso por não ser famoso, ele simplesmente não é famoso e pronto. Passar a última temporada inteira contundido não ajudou muito também. Então, no fundo o Sixers não tem ninguém que chame atenção, ninguém que será certeza de emoção e de vitórias. O jogo mais coletivo nas mãos de jogadores ditos "de apoio", que é como o Pistons costumava ser antes de todo mundo por lá ser chamado de estrela, pode não ser uma das coisas mais tesudas de assistir e talvez não dê pra competir com o Superpop. Mas para quem gosta ou, ao menos, tem a curiosidade, esse motivo é uma besteira.
Toronto Raptors

Depois da novela mexicana "O Favorito" estrelada por Jose Calderon e TJ Ford, o Raptors finalmente escolheu deixar o time nas mãos do armador espanhol e se livrar do TJ o mais depressa possível. O Calderon joga demais, tem um dos arremessos mais tecnicamente impecáveis da NBA e nunca deperdiça a bola, foi cotado para ser All-Star na temporada passada e dessa vez terá todos os minutos que quiser. Perder isso na TV seria loucura, essa temporada é a grande chance de ver o Calderon finalmente alcançar a fama que merece.
Enquanto isso, o Chris Bosh vai poder pela primeira vez em sua existência deixar de jogar como pivô, posição da qual ele nunca foi lá muito fã. Isso porque Jermaine O'Neal está saudável e assumindo imediatamente o garrafão do Raptors. Os dois formam, pelo menos no papel, uma das melhores duplas de garrafão da NBA, atlética, técnica e, portanto, imperdível. Um time com novidades interessantes na armação e no garrafão tem nossa atenção garantida por uns tempos, no mínimo, só pelo fator novidade. Copiar um pouco o estilo veloz do antigo Suns também conta.
Além disso, o ala Andrea Bargnani teve uma ótima pré-temporada e dessa vez deve até mesmo ficar alguns segundos em quadra quando o jogo estiver valendo, já pensou? Para quem acha que os italianos são bigodudos de macacão vermelho que comem uns cogumelos e começam a achar que precisam salvar princesas das garras de dinossauros verdes, o Bargnani é um ótimo motivo para acompanhar o Raptors, principalmente se ele se tornar realmente o novo Nowitzki, só que menos feio.
Motivos para não assistir:
Bosh e Jermaine é uma das duplas mais bacanudas da NBA, fato, mas também é uma das mais amaldiçoadas desde Pepê e Neném. O Bosh sempre tem problemas no pé e o Jermaine O'Neal era saudável na época em que o Atari tinha gráficos de ponta (quem não exclamou, fascinado em plenos anos 80, que o céu do jogo Enduro era "foto-realista"?). Então eventualmente um dos dois (ou os dois) vai acabar virando farofa, o que vai tirar muito a graça do time.
Por mas divertido que o Raptors seja, sem Bosh ou Jermaine o time volta a ser basicamente o que era na temporada passada, ou seja, um time instável e frágil, perdendo jogos tolos e nunca sendo realmente empolgante de assistir. A culpa deve ser provavelmente do Sam Mitchell, o pior técnico da NBA, e quem diabos quer ver o pior técnico fazendo merda sentado num pinico? Bem, talvez seja um fetiche do qual nem mesmo o Celtics pode dar conta, consigo imaginar uns malucos mais escatológicos assistindo ao Sam Mitchell trabalhar só pelo prazer da coisa. Mas com todo mundo saudável, acho que não tem como o resultado ser uma merda completa e vale ao menos uma assistida esporádica. Assista enquanto estão saudáveis. Ou seja, assim que a temporada começar, depois estamos nas mãos do Acaso.
New York Knicks

A raça humana, depois da Guerra Fria, se divide em dois pólos: os que estão torcendo a favor do novo Knicks e os que estão torcendo contra. Eu, por exemplo, estou torcendo a favor, mas não sou um militante fanático, veja bem. Já vi o novo Knicks jogar e achei uma porcaria, mas o time vem melhorando aos pouquinhos, entendendo o esquema de jogo e ficando mais capacitados fisicamente para aguentar a correria (menos o Eddy Curry, claro, que está ficando mais capacitado para aguentar a crise dos alimentos, estocando comida debaixo da pele). Eu pessoalmente não acho que o Knicks vá dar certo, ao menos não nos moldes atuais, mas aí está o maior motivo para assistir aos jogos: descobrir se eles vão feder ou se vão se recuperar.
Não tem erro, não importa para qual lado você esteja torcendo, não dá para perder os jogos dos pupilos do técnico Mike D'Antoni. O Suns já era uma das coisas mais insanamente divertidas de se ver, então se o Knicks der certo a diversão está garantida. Se der errado, bem, todo mundo vai querer dar uma olhada na piada para poder criticar e ter o que falar nas conversas de bar enquanto não começa o novo Big Brother Brasil e não rola nenhum sequestro ou criança voando pela janela.
Motivos para não assistir:
Quem não gostava do estilo do Suns não tem muitos motivos para ver o Knicks jogar. É como não gostar do Elvis e ir assistir a um show de um cover gordinho do sujeito, sofrimento puro. É que o Suns não defendia e parecia jogar no ataque sem pensar muito, coisa que ofende o pessoal que tem fetiche por basquete lento e defesa forte. É justo, nos tempos modernos a gente respeita todo mundo, pode até comer cocô.
Se o Knicks começar a perder, aí é que surgem mais motivos ainda para deixar esse estilo porra-louca para lá na hora de escolher que jogo ver. A graça da coisa é que com um basquete veloz os jogos variam muito, diferenças gigantes de pontos são abertas e perdidas em questão de poucos minutos, toda partida está aberta e é emocionante. Se o Knicks faz isso e perde sempre, os jogos vão ser um porre. E o Marbury vai pirar de um dia para o outro, dizer que quer jogar na Finlândia e sumir uns dias, só pra deixar o clima da equipe bem bacana, bem "Família Scolari".
New Jersey Nets

Em geral, times em reconstrução são a coisa mais chata da Terra, só perdendo para shows de mímica. É estranho, então, dizer que o maior motivo para assistir ao Nets é justamente eles serem um time em reconstrução. Sem Kidd e com Richard Jefferson recentemente trocado para o Bucks, quem sobrou no barco (furado) foi o Vince Carter, que parece atrair esse tipo de situação, coitado. Mas acontece que o Carter parece ter abraçado bem o papel de estrela experiente que ajuda a pirralhada, e o berçário de New Jersey é um dos mais interessantes e divertidos da NBA. O Devin Harris tem tudo para ser um All-Star e pode levar esse time nas costas, Vince Carter ainda é um excelente pontuador, Yi Jianlian costuma feder mas tem toneladas de potencial, os homens de garrafão são todos talentosos mas ainda não fazem a barba, e até o novato da equipe, Brook Lopez, é um poço de talento bruto e destruiu na pré-temporada.
Pode ser questão de gosto pessoal, mas enquanto fujo de times ruins que estão tentando reconstruir a equipe, estou ansioso para ver o Nets jogar. Eles vão feder, vão ter seus traseiros chutados, mas o elenco é irresistivelmente jovem e inegavelmente cheio de talento. É tipo ficar amarradão naquela garota gorda sabendo que, por trás de todo aquele tecido adiposo, existe uma garota maravilhosa escondida. E eu tô amarradão. No Nets, por favor, não numa gorda.
Motivos para não assistir:
Por mais simpático que seja acompanhar um monte de crianças talentosas buscando seu lugar num mundo de gente grande (parece roteiro de Seção da Tarde), uma hora enche o saco ver um time que só apanha. Os caras talentosos começam a parecer burros porque vão sempre cometendo os mesmos erros, o excesso de derrotas vai acabando com o ânimo da equipe e aí fica aquele clima de "preferia ter um caso com a Preta Gil do que estar aqui nessa budega". E de deprimente basta a vida, ninguém quer ficar vendo um time fracassado lamentando pelos cantos, a não ser depois de acabar namoro porque aí é hora de curtir uma fossa, ouvir música emo e assistir ao Nets choramingar as derrotas.
Outro motivo para fugir do Nets é seu técnico, o Lawrence Frank. Ele é um nerd de basquete, estudioso e bem preparado, que não consegue fazer nada que funcione e tem as rotações mais idiotas possíveis. Então é bem provável que vários jogadores com potencial fiquem sentados no banco, contra toda a lógica e o bom senso, e assistir ao Nets seja uma completa tortura.
Defenestrado por
Danilo
por volta das
20:54
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quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Análise dos técnicos - Divisão Atlântica

Estamos de volta com mais um punhado de técnicos em nossa semana especial para eles, e muito provavelmente trazemos a leva mais polêmica (para não dizer "incompetente") de toda a série. Nos técnicos da vez, todos foram taxados de gênios e então considerados completos imbecis, ou então foram chamados de imbecis e depois sagrados gênios. Se existe uma prova de que a vida é efêmera, que a torcida é volúvel e que nada dura para sempre, essa prova são os técnicos da Divisão Atlântica. Então, vamos a eles!
Atual campeão da NBA comandando o Boston Celtics, Rivers é a maior prova de que técnicos acabam sendo julgados pelo talento de seus elencos. Quando o Celtics fedia, com jogadores jovens, semi-amadores e só meia dúzia de vitórias, Doc Rivers era um dos piores técnicos a ter habitado esse planeta. Quando o Celtics ganhou a torto e a direito com Pierce, Ray Allen e Garnett, cotaram o Doc Rivers para o prêmio de melhor técnico do ano. Só pode ser brincadeira.
Quando assumiu seu primeiro time, o Magic, o esperado era que as derrotas fossem o padrão, porque o time fedia. Mas a volta de jogadores contundidos e as novas aquisições levaram o time a surpreender, ficar a apenas uma vitória de alcançar os playoffs e Doc Rivers levou para casa o prêmio de técnico do ano. Culpa clara de um elenco que era melhor do que se esperava e que acabou surpreendendo. Não que o Rivers não tenha sua parcela de culpa, ele é um motivador nato capaz de acabar com a postura derrotista de qualquer equipe, está sempre gritando e incentivando. Durante um pedido de tempo, uma ação clássica do Doc Rivers seria gritar a plenos pulmões: "Gente, o negócio é defender, vamos então impedir eles de fazer pontos, só assim vamos vencer. Ouviram? Vamos defender! É isso aí." Obrigado, senhor técnico genial, se você não tivesse dito isso eu teria continuado achando que ganha quem permite que o adversário marque mais pontos. Dã!
Ao ser perguntado sobre as diferenças entre treinar o Celtics que fedia e o Celtics com três futuros membros do Hall da Fama, Doc Rivers afirmou que era exatamente a mesma coisa. E ele tem razão, é exatamente a mesma coisa se tudo que você sabe fazer é gritar coisas abstratas como "defendam!" ou "vamos lá, vamos fazer essa cesta!". Taticamente, o Rivers é tipo a Vovó Mafalda: uma farsa, até uma criança pode ver aquelas pernas peludas e perceber que a Vovó é homem. Como é que alguém cai na farsa do Doc Rivers a ponto de acreditar que ele faz algo mais em quadra além de berrar e bater palmas?

Depois de utilizar com sucesso a tal da "Princeton offense" no Nets, Byron Scott acabou indo para o olho da rua. Quem assumiu o cargo temporariamente foi seu assistente técnico Lawrence Frank, um nanino, branquelo e nerd estudante de basquete. Provavelmente alérgico a laticínios e incapaz de vestir as meias sem ajuda da mãe mas um gênio quando o assunto é tática e prancheta.
Sua primeira ação no comando do Nets foi modificar a "Princeton offense", adicionando a ela mais recursos e, consequentemente, tornando-a mais complexa. Sem resultado, voltou atrás, retornando o ataque ao modelo original, depois resolveu mudá-lo novamente dando ênfase aos jogadores que estivessem melhor durante a partida, aí depois mudou de idéia outra vez. Com uma personalidade apagada, cara de coitado e histórico de nerd, Lawrence Frank não tem confiança no que está fazendo. Sempre volta atrás, está o tempo inteiro fazendo experimentos malucos e não encontra sua voz, seu modelo de trabalho.
Essa sua falta de padrão vai além da tática, afetando a rotação. Ninguém sabe entender o motivo do então novato Sean Williams ter jogos tão produtivos e de repente ir parar no banco, deixando de ser usado por inúmeras partidas em sequência. Josh Boone praticamente não tinha minutos e de uma hora para outra virou titular, depois voltou pro banco, depois foi titular outra vez. A vida do Nets é como sexo com a Elke Maravilha: você nunca sabe como vai ser, mas tem certeza de que será uma merda.
Não é à toa que seja tão odiado, tendo inclusive um site apenas pedindo sua demissão, algo como DemitaFrank.com. Quando era assistente técnico, achavam ele um gênio. Agora, técnico em tempo integral, trata-se apenas de um estrategista nerd e confuso que, no fim das contas, acaba só colocando a bola nas mãos de Vince Carter, isolando ele num canto e obrigando o coitado a forçar arremessos. Ainda assim, recebeu recentemente uma extensão de contrato para ficar mais alguns anos em New Jersey, deixando muitos torcedores tão felizes quanto ao ter uma apendicite. O pretexto é que Frank é um excelente professor, ideal para instruir os fundamentos do jogo ao jovem elenco do Nets. Só não entendi o que ele ensinou pro Sean Williams trancando o coitado no banco depois de atuações tão promissoras.
O bigodinho mais famoso da NBA tornou-se praticamente uma lenda com a filosofia de "7 segundos ou menos", ou seja, a idéia de que as melhores oportunidades para pontuar acontecem nos primeiros 7 segundos de posse de bola. Na prática, isso significa correr como um maluco e arremessar o mais depressa possível. Parece estranho mas é uma tática funcional e responsável por formar um dos times mais velozes e divertidos de se assistir nos últimos anos.
A tática de D'Antoni é especialmente efetiva contra times mais fracos, sem identidade, que acabam sendo pegos na correria e tentam devolver na mesma moeda. Marcando trocentos pontos num ataque balanceado, evita-se que times com menos talento consigam manter o mesmo ritmo, mesmo que não exista esforço na defesa. Com isso, o Suns de D'Antoni chutou centenas de traseiros na NBA, aniquilando com facilidade os adversários mais frágeis mas suando contra adversários de peso. Ao enfrentar equipes equilibradas que joguem de maneira lenta e cadenciada, protegendo a posse de bola, a técnica de correr e arremessar (run 'n gun) de D'Antoni encontra graves problemas para funcionar. A encarnação na Terra da entidade cósmica do basquete lento e cadenciado é o Spurs de Gregg Popovich, que aniquilou ano após ano os "7 segundos ou menos", até que o Suns resolveu seguir em outro caminho.
Ainda assim, gosto de ressaltar a habilidade de Mike D'Antoni em ajustar seu modo de jogo quando Shaquille O'Neal chegou em Phoenix. O bigodinho soube colocar Shaq na movimentação ofensiva, criou uma série de jogadas embaixo do aro e dentro do garrafão, ajustou o ritmo da equipe. Na prática, não deu certo, mas ao menos mostra que D'Antoni é maleável, capaz de adaptar seu estilo de jogo aos jogadores disponíveis. Na verdade, diz a lenda que os "7 segundos ou menos" surgiram porque D'Antoni achava o elenco do Suns muito limitado para outras táticas, tipo aquele troço esquisito que algumas culturas chamam de "defesa". Agora, no Knicks, terá que adaptar sua forma de treinar para encaixar dois jogadores lentos, pesados e que exigem a bola (e a comida) nas mãos o tempo todo: Eddy Curry e Zach Randolph.
É muito comum alegar que o estilo do D'Antoni necessita exclusivamente de Steve Nash e que, sem o armador canadense, acabará se tornando apenas um técnico comum, sem personalidade. O desafio de lidar com o Knicks seria, justamente, lidar com um time limitado, lento, e não poder colocar o time nas costas de Nash - coisa que D'Antoni sempre fez em excesso em Phoenix, minutos demais por partida, no que ocasionava uma exaustão padrão de Nash quando chegava a época dos playoffs.
Outro fato contra D'Antoni é seu foco (ou falta de foco, na verdade) na defesa. Uma coisa é priorizar o ataque, a velocidade, a correria controlada. Na verdade, como assistente técnico da seleção americana nas Olimpíadas, deixou estrelas como Kobe, Wade e Carmelo fascinadas com a carga tática presente na idéia de "7 segundos ou menos", levando-os a afirmar que seria uma delícia jogar para ele. Mas outra coisa é o Amaré dizer, como o fez recentemente, que nunca teve um único treino defensivo em Phoenix e que por isso não dá pra culpá-lo por não saber sequer levantar os braços. Imagina se o Mike D'Antoni nunca der um treino de defesa no Knicks, Curry e Randolph vão até sentar no chão quando o time adversário estiver atacando. Se foi chamado de gênio em sua época no Suns, tem tudo para ser chamado de nomes menos lisongeiros lá em New York, até porque a situação por aquelas bandas continua uma merda: ninguém decide se o Randolph vai ser trocado ou não, se o Marbury vai ser mandado embora ou não, ou se H2OH! é refrigerante ou não.
Um dos caras mais tranquilos do planeta na era pós-Gandhi, Mo Cheeks está sempre numa boa, sentadão no banco de reservas sem gritar com seus jogadores, sem se intrometer no que acontece em quadra e sem chamar as jogadas que acha que devem ser feitas. Jogar para o Cheeks é tipo ter um patrão que deixa você passar o dia inteiro fuçando no Orkut.
O único problema é que Cheeks é famoso por não entender muito da parte teórica do jogo. Ou seja, sua abordagem parece ser "vou ficar quietinho aqui no canto para não perceberem que não sei o que estou fazendo." Mas seus méritos estão no que acontece fora da quadra. Com seu jeitão camarada, Mo Cheeks costuma ser adorado pelos torcedores, pelos dirigentes e também pelos jogadores. Sabe lidar com cada membro de seus elencos individualmente, tentando deixar todo mundo contente e chamando para tomar uma cervejinha depois do expediente. No entanto, nem todo mundo consegue ficar feliz jogando para um cara sorridente que não faz nada no plano tático, principalmente as grandes estrelas. Por isso, tanto no Blazers quanto no Sixers, os jogadores mais importantes sempre estiveram descontentes, caso do Iverson, que achava merecer coisa melhor.
Quando Iverson foi trocado, o que restou para o Cheeks foi um elenco fraco, mediano no máximo, com jogadores pouco expressivos, um monte de "carregadores de piano", jogadores dispostos a ajudar mas não liderar a equipe. Os gritos de "demitam Mo Cheeks" eram diários, porque ninguém aguenta um cara simpático que não faz o trabalho que deveria enquanto embolsa milhões de dólares. Mas eis que esses jogadores medianos, felizes com seu técnico sorridente, chegaram longe e se enfiaram nos playoffs. E agora um dos técnicos mais famosamente incompetentes da NBA acabou de receber uma extensão de contrato. Verdade seja dita, talvez seu estilo de pouca interferência e amizade seja o ideal para um time jovem e sem duelo de egos como é o Sixers. Mas às vezes, é apenas questão de sorte.
É difícil entender como Sam Mitchell foi parar no cargo de técnico do Raptors sem ter praticamente nenhuma experiência prévia. Provavelmente, foi o único mamífero bípede que aceitou se mudar para o Canadá para trabalhar ao lado dos ursos e dos guardas florestais.
Pouco depois de assumir o cargo, foi eleito o pior técnico do ano em uma votação que incluiu jogadores de todos os times da NBA, comprovando o que era óbvio: Mitchell não sabe o que está fazendo, montou um esquema defensivo ridículo e as jogadas que ele planejava no ataque, principalmente as no finalzinho do cronômetro, eram piadas de mal gosto. Como se não bastasse, Sam Mitchell chegou arrumando encrenca com vários jogadores, provavelmente mal humorado por estar preso no Canadá. Rafer Alston, que sofreu tanto para conseguir um papel na NBA depois de anos e mais anos de basquete de rua e ligas menores, confessou que pensou em desistir do esporte no seu período com Mitchell. O técnico biruta ia de colocar um jogador como titular a deixá-lo no final do banco, sem jogar, na partida seguinte. Ao ser questionado, arrumava briga imediata, fosse com os jogadores, fosse com os jornalistas. O cara parece uma crise da Bolsa esperando para acontecer.
Diz a lenda que Sam Mitchell é talentoso para criar um conjunto, ter uma visão geral daquilo que ele deseja em quadra, mas que não sabe lidar individualmente com seus jogadores. Não sabe lhes transmitir o que quer, seus planos, seus motivos, e não sabe utilizar as habilidades de cada um. Foi Mitchell o responsável por afogar no banco o armador Rafer Alston, agora uma peça importante do Houston, além de Kapono, que era uma peça importante no Heat. O italiano Bargnani parece ter o mesmo destino. Todos são jogadores com suas capacidades e suas limitações, mas Mitchell não sabe lidar com as limitações, prefere trancafiar todo mundo no banco e pronto.
Em todo caso, não tem como negar que o sujeito melhorou muito nessa última temporada (mesmo que isso não queira dizer muita coisa), chamando jogadas mais eficientes e aprendendo a se relacionar com seus jogadores. Peças importantes continuaram não utilizadas, mofando no banco, e a bagunça de TJ Ford e Calderon revezando a vaga de titular é coisa de técnico sem critério, mas agora seus jogadores dizem ao menos confiar no que ele está fazendo, na visão geral. O responsável por montar o elenco, Bryan Colangelo, ex-dirigente responsável por montar o Suns, aposta todas as suas fichas em Sam Mitchell, alegando que ele aprendeu muito com a prática, com o estudo, e que até os jogadores percebem a diferença. Agora, só falta eu perceber a diferença. Por enquanto, continua sendo pra mim o pior técnico dessa budega - mais um que, após um par de idas para os playoffs, ameaça ser chamado de gênio.
Defenestrado por
Danilo
por volta das
00:11
7
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Labels: Allen Iverson, amaré, doc rivers, lawrence frank, mike d'antoni, mo cheeks, Rafer Alston, sam mitchell, sean williams, Semana dos Técnicos
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