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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Saída pela direita

Devin Harris apela para o "ora que melhora"


O Nets nem é tão ruim assim. No ano passado dissemos como o time era promissor, e quando eles apertaram o botão do apocalipse e trocaram Vince Carter para o Magic, apoiamos a decisão e cheguei a afirmar que a equipe não passaria muito tempo fora dos playoffs. No entanto, eles estão prestes a fazer história: perdendo para o Mavs na quarta-feira, o Nets terá o pior início de temporada de todos os tempos, tendo perdido suas 18 primeiras partidas.

Devin Harris, estrela do time, lesionou feio a virilha e só jogou 7 partidas na temporada. Yi Jianlian, que impressionou a imprensa com seus treinos públicos em New York durante suas férias, ferrou o joelho e está fora por tempo indeterminado. Jarvis Hayes jogou muito bem na pré-temporada mas lesionou o punho nos primeiros dois minutos da estreia do Nets na temporada (isso é que eu chamo de ejaculação precoce) e não jogou desde então. Keyon Dooling e Tony Battie, que vieram na troca do Carter, se machucaram na pré-temporada e ainda não jogaram oficialmente pelo Nets. Chris Douglas-Roberts, que finalmente estava se tornando a arma ofensiva que se esperava dele na noite do draft, pegou gripe suína. O Courtney Lee, que ficou tão puto de ser trocado pelo Magic que jurou vingança contra toda a humanidade, também se machucou e passou uns jogos fora. O Bobby "só jogo em ano de contrato" Simmons ficou gripado e não jogou, mas pelo menos era uma gripe comum. Até o Eduardo Najera, que é tão secundário que nem as lesões lembram dele, acabou contundindo as costas. O Trenton Hassel teve problemas pessoais e passou um tempo afastado. Ou seja, o Nets está mais amaldiçoado do que o set do "Poltergeist".

O time chegou ao cúmulo de jogar apenas com o Brook Lopez da lista de titulares, e apenas dois jogadores no banco de reservas. Todo o resto do elenco estava de terno, fazendo o Nets parecer mais uma reunião de executivos ou vendedores de seguro do que um time de basquete. Tendo isso em vista, não é surpresa que tenham perdido tanto. Já vi time pior jogando e ganhando uma vez ou outra, esse Nets só tem um azar descomunal que lembra bastante o Clippers e sua lendária maldição. Mas é claro que o técnico, o Lawrence Frank, não ajuda. A gente sempre bateu na tecla de que ele era um dos piores técnicos da NBA (o que imediatamente coloca ele na lista de prováveis ganhadores do prêmio de Melhor Técnico do Ano, vai entender!), jovem demais, nerd demais e incapaz de lidar com a equipe. Estava na hora de mandar o sujeito empilhar coquinho na descida, mas ao menos tiveram a decência de se livrar dele antes que seu nome ficasse para sempre como o dono do recorde de pior começo de temporada.

Os atuais recordistas são o Clippers de 1999 e o Heat de 1988, com 17 derrotas para começar a temporada com o pé esquerdo. Quando o Nets perdeu sua décima sexta partida, o Lawrence Frank ganhou o respiro de que precisava: foi demitido, escapou do recorde negativo, fugiu pela famosa saída pela direita. Quem assumiu o Nets contra o Lakers fora de casa, na certeza óbvia de que iria igualar o recorde, foi um técnico interino de que nunca lembraremos o nome, tipo os oitocentos novos presidentes de Honduras. Ou seja, o fardo da vergonha ficou meio diluído e ninguém vai ter sua foto na Wikipedia do lado do verbete "fracasso".

Mas agora o negócio começa a ficar sério: se perder a próxima partida, dessa vez contra o Mavs, o pobre-coitado do Nets vai ter o pior começo de temporada já visto pelo homem. Essa sim é uma vergonha que faria até o Clippers corar constrangido, e é preciso ao menos uma tentativa de evitar o vexame. Para isso, assume o Nets o Kiki Vandeweghe. Além do nome filho-da-mãe que exige uma consulta no Google toda vez que se quer escrever, um fato curioso sobre o Kiki é que ele é justamente o responsável pelo pior time que eu já vi jogar.

Infelizmente não tenho muitas memórias basquetebolísticas em 1988, mas eu acompanhava NBA a fundo em 1999 quando o Clippers igualou o recorde de 17 derrotas para começar a temporada. O problema é que naquela época não era tão fácil acompanhar partidas pela internet, ainda havia até aquela coisa bizarra conhecida como "net discada", o modem fazia barulho ao se conectar, quase como se fosse uma robô prenha dando a luz, e a gente ficava nas mãos basicamente das transmissões para a tevê brasileira. Isso significava, na época, que a gente só via jogos da chatisse do Spurs, ninguém em sã consciência iria transmitir para o Brasil uma partida do Clippers. Isso quer dizer que aquele Clippers pode ter sido um dos piores times de todos os tempos e eu infelizmente não pude ver o elenco jogar. Por isso, o pior time que já presenciei foi o Nuggets de 2002: o Nenê tinha acabado de ser draftado e a televisão brasileira adorava a ideia de mostrar o novato tupiniquim. O resultado foi uma tortura em massa que deve ter afastado milhares de brasileiros do basquete e causado uma série de suicídios coletivos, porque aquele Nuggets fedia demais! A estrela do time era Juwan Howard, que seria terceira opção ofensiva em qualquer timezinho razoável, e todos os outros jogadores desapareceram em pouquíssimo tempo, incluindo um dos maiores desastres da história do draft da NBA, o lendário Nikoloz Tskitishvili, o "Skita". Draftado antes do Nenê, o pivô da Geórgia faz o Kwame Brown parecer um gênio do basquete e da física quântica.

O Kiki Vandeweghe montou aquele Nuggets terrível, mas também draftou Carmelo Anthony e levou o time para os playoffs. Mas como o elenco nunca melhorava e a torcida queria sua cabeça, acabou indo pra rua, para enfim ser acolhido pelo Nets para dar palpite na reconstrução do time. Por mais polêmico que o cara seja, por mais que ele feda, conseguiu pegar o pior time que eu já vi jogar e levar para os playoffs alguns anos depois. Era exatamente do que o Nets precisava. Mas agora, no desespero, ele assumirá o cargo de técnico do Nets - um nome ao menos conhecido o bastante para receber o peso de perder para o Mavs, e que talvez tenha um nome a zelar o suficiente para tentar impedir o desastre. Ele não tem experiência como técnico, embora tenha sido assistente no Dallas por uns tempos, mas o negócio dele é reconstruir, cuidar da meninada e lidar com jovens talentos. Foi ele quem lidou pessoalmente com o Nowitzki no começo de carreira, e o Nets precisa mesmo se focar mais na parte administrativa, indo com calma com os jovens talentos, do que se preocupando com um baita técnico de ponta para ganhar partidas agora. Olha, já foram 17 partidas pelo ralo em sequência, a temporada já foi pras cucuias, não resta nada para o time além de sentar na guia, chorar as pitangas, tomar uma pinga e esperar pela próxima escolha de draft. Então, que se lasquem as próximas partidas, o negócio é cuidar do núcleo jovem e tentar não queimar ninguém nem permitir que a depressão se instaure no ambiente fracassado do time. Convencer todo mundo de que as derrotas são normais, de que em dois anos eles vão estar nos playoffs, que as lesões foram apenas azar. E impedir, a todo custo, que a décima oitava vitória seguida venha. Esses garotos não merecem seus nomes injustamente na história da NBA, eles não fedem o bastante e isso pode complicar suas pretensões futuras.

É por isso que não importa quantos jogos bons estejam passando na quarta-feira, quantas estrelas estejam em quadra, o jogo a se assistir é o Nets e Mavs. Se o Kiki conseguir uma vitória, será um feito histórico de um time que não merecia se lascar tanto e que em um par de anos estará maduro e brigando com os grandes. E se o Nets perder, será uma chance de ver história sendo feita, algo que maculará para sempre o ânimo dessa equipe. Não perca história sendo feita, você não quer ficar como eu, lamentando não ter assistido o Clippers de 1999, não é mesmo?

domingo, 9 de março de 2008

Desconhecido do mês - parte final

Que tal usar o número 44 no time da escola e dizer "é por causa do Hassell"?


Como disse no post anterior, o pobre Trenton Hassell iria ter só dois posts a seu respeito, mas analisando como foi o mês do cara, não dava pra falar muito mais, não. Ele esquentou muito banco em fevereiro.

Foram 11 partidas disputadas por Hassell no mês, 6 pelo Dallas e 5 pelo Nets. Será que há muita diferença, pelo menos para o nosso desconhecido, em jogar para essas duas equipes? Vamos ver:

Pelo Mavs:
6 jogos
4 vitórias
2 derrotas
3-11 Arremessos de quadra
0-0 lances-livres
0-0 bolas de 3

1 ponto por jogo
1 assistência em 6 jogos
1 rebote por jogo
8 minutos por jogo

Pelo Nets:
5 jogos
3 vitórias
2 derrotas
8-18 Arremessos de quadra
2-2 lances-livres
1-2 bolas de 3

3,8 pontos por jogo
1,6 assistências por jogo
2,8 rebotes por jogo
18 minutos por jogo


Uau!!! Uma revolução! Tá, parece piada, mas se você pensar bem, a mudança foi brutal. No Dallas ele brigava por posição com muitos caras medianos, entre eles Eddie Jones, Devean George e Mo Ager. Entre os caras bons que pegavam minutos dele estavam o titular Josh Howard e o Jason Terry, que às vezes jogava de segundo armador, e tinha também o Stackhouse, que não era titular e nem mediano, esse sim um que afanava os minutos do nosso desconhecido.

Já no Nets, a história é outra! Ele nunca vai ser titular enquanto Carter e Jefferson estiverem por lá, os dois vão ser donos das posições 2 e 3, mas em compensação o Nets tem muito menos caras medianos com poucos minutos, eles precisam de caras nessas posições pra entrar em quadra e ficar no jogo de verdade, e é isso o que está acontecendo com Hassell. Na sua estréia pelo time de New Jersey ele jogou 22 minutos, uma das suas maiores marcas na temporada toda, e respondeu com 4 pontos, 4 rebotes e 4 assistências, um também desconhecido "triple four".

Mas será que com isso eu quero dizer que foi uma boa ele ter saído de um dos melhores times da NBA para ir para um time que está penando pra ir para os playoffs do Leste? E pior, ele foi não porque o Dallas queria se livrar dele, foi só depois que o Devean George, como explicado nesse post, vetou a troca do Kidd. Ou seja, se não fosse pelo George, Hassel estaria lá numa boa com o Kidd, Dirk e Josh Howard do lado, pronto para ir para os playoffs ao invés de estar lá brigando com o Hawks pra ver quem perde menos. E mesmo assim isso foi bom?

Pelo lado que eu enxergo essa coluna, sim, foi. Quando faço essa coluna tento sempre ver pelos olhos do jogador, como ele deve enxergar a sua situação na liga e como ele vive cada situação. Estamos acostumados nos últimos anos a ver "super estrelas" pedindo para ser trocadas só porque é um porre estar em time que só perde, porque eles querem ganhar, mas imagino que a cabeça de uma estrela seja diferente da cabeça de um cara menos conhecido, que ganha menos, que entra menos em jogo.

Certa vez, algumas temporadas atrás, um cara totalmente desconhecido do Suns, o Paul Shirley, fez um blog no site da equipe que acabou fazendo muito sucesso. O legal do blog era ver um lado da NBA completamente diferente pra gente, não era só um jogador falando sobre seus bastidores, era também um jogador que muita gente nem tinha ouvido falar e que parecia humano como a gente. Em um dos seus posts ele disse como cada tipo de jogador reagia a uma vitória ou derrota usando números, ele deu valores numéricos para mostrar o quanto cada jogador vibrava ou sofria com as derrotas. Vejam o que ele disse:

"Se X é a magnitude emocional resultante de um jogo (seja positiva ou negativa), aqui estão alguns dos níveis de emoção causadas com diferentes pessoas envolvidas com o jogo:

Titular: 2x

Reserva que joga muitos minutos: 1,8x

Técnico: 1,7x

Assistente técnico: 1,6x

Eu: 1,5x

Preparador físico: 1,3x

Segurança do ginásio 1,2x

Fã comum: 1,0x

Mendigo bêbado fora do ginásio: 0,5x"


Claramente o blog do Paul Shirley tinha muito de humor, mas tem seu fundo de verdade. E aqui deu pra ver uma parte que é bem verdadeira, como as vitórias querem dizer mais para quem está lá jogando sempre do que pra ele, que nunca entrava nos jogos. Ele conhece os caras do time dele, veste o uniforme, treina junto, torce, mas não sofrerá como os titulares. Na derrota do Dallas para o Warriors no ano passado, quem você acha que sofreu mais, o Dirk ou o Mbenga?

Por isso eu acho que é mais importante para o Trenton Hassell ter espaço, minutos e importância no mediano Nets do que ser esquecido atrás do Eddie Jones no Dallas. Claro que no fim da carreira todo mundo quer ter um anel de campeão para mostrar para os netos, mas acho que não deve ter coisa mais broxante do que ser um profissional do basquete e não jogar basquete, não competir, só treinar. As estrelas pedem trocas para times fortes porque sabem que lá vão ser titulares ou, como no recente caso do Cassell, na pior das hipóteses o sexto homem da equipe.

Então, satisfeitos com o que aconteceu com o Hassell, encerramos o curto mês sobre ele. É ver o quanto ele se mantém nessa rotação do Nets e o que vai acontecer com eles, já que muitos dizem que o Nets está pronto para reconstruir, começando por trocar o Carter na temporada que vem. Mas vamos ver, ainda tem muita coisa até lá. E não sei se vocês perceberam, mas as posições dos desconhecidos tem variado e não é à toa, estamos montando o time de desconhecidos da temporada 2007-08. Veja como ela está até agora:

PG - Royal Ivey
SG- Trenton Hassell

SF- Antoine Wright
PF- ???

C- DJ Mbenga

Técnico: ???


Mas ainda falta março e abril para terminarmos a seleção de desconhecidos, e podem ficar tranquilos que os especialistas em defesa já acabaram. Agora é ataque, ataque e ataque!

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Desconhecido do mês

Não tire os olhos da bola


Esse mês foi agitado. Primeiro com a maior sequência de trocas de all-stars que essa liga já viu, depois com o All-Star Weekend e, pra terminar, eu trabalhando mais do que nunca. Tudo isso somado resulta nisso aqui: o primeiro texto do desconhecido do mês saindo no fim do mês.

Mas tudo bem, ele é só um desconhecido mesmo. E vai dar pra fazer uns dois posts, o que não é ruim para um mês tão curto quanto este.

Mas então vamos parar de enrolar e ir direto ao assunto. O Desconhecido desse mês é o recém trocado Trenton Hassell, do New Jersey Nets. Eu sou fã desse cara e já queria falar sobre ele faz um tempo, a troca foi uma boa desculpa pra conseguir isso. Então nesse primeiro post falarei sobre a vida e carreira dele, para no segundo e último texto, falar desse mês que ele começou no Dallas e acabou em New Jersey.

Sua carreira na NBA começou no famoso draft de 2001. Famoso por ser cheio de caras grandes, de talento e que nunca renderam tudo o que podiam: Kwame Brown, Eddy Curry, Zach Randolph, Eddie Griffin, Brendan Haywood, Sam Dalembert.
Mas também tinham os jogadores de talento que, cedo ou tarde, mostraram que tinham lugar na NBA: Richard Jefferson, Pau Gasol, Tyson Chandler, Tony Parker. Teve também um que fica nos dois grupos, Troy Murphy. Ele já foi muito bom e hoje parece que não sabe usar esse talento, ou os Monstars passaram na casa dele.

E no meio desse emaranhado de jogadores conhecidos, lá, na primeira escolha do segundo round, a trigésima escolha, apareceu um discreto jogador de nome estranho. Era Trenton Hassell.
Escolhido pelo Bulls, ele estava em maus lençóis. O time estava em uma reconstrução (mal-sucedida). Tinham acabado de trocar Elton Brand pelo novato Tyson Chandler que, em toda sua carreira no Bulls, não jogou metade do que joga no Hornets hoje. Além disso tinham acabado de escolher Eddy Curry na primeira posição do draft e, acreditem, ele era pior antes do que é agora.

Nesse Bulls, que sofreu muito na temporada 2001-02, Hassell foi titular em 47 jogos, o que não é nada mal para um novato, mas que também não é grande coisa para um novato em um time em completa reconstrução, que aposta puramente em novatos para se reerguer. Nessa temporada ele teve média de 8,7 pontos, 3,3 rebotes e 2,2 assistências. O engraçado é que ele é uma espécie de Channing Frye, já que no primeiro ano teve seus melhores números em rebotes e assistências na carreira, além da segunda melhor média de pontos. Ele nunca foi tão bom quanto foi quando novato.

Mas na verdade, a não ser na parte dos números, o auge de sua carreira, quando até teve alguma atenção da mídia, foi nos seus anos de Timberwolves. Antes da temporada de 2003-04, o Bulls dispensou Hassell e ele foi para Minneapolis jogar com Kevin Garnett, Latrell Spreewell e Sam Cassell. Ou seja, foi para o lugar certo na hora certa. O Wolves, como o T-Mac, não passava nunca da primeira fase dos playoffs e para superar isso chamou Spree e Cassell pra dar uma força pra Garnett, o que foi uma bela de uma força. O time ficou em primeiro no Oeste e só foi eliminado pelo Lakers de Shaq, Kobe, Payton e Malone nas finais de conferência.

Como eu disse em um post na semana passada sobre Kyle Korver, os chamados "role players" só ganham devida atenção quando suas pequenas coisas, pequenos talentos, trabalham a favor de uma equipe vencedora. E o talento defensivo de Hassell, inútil no fraco Bulls, se tornava parte essencial no Wolves. Foram 74 partidas como titular e muitas vezes sobrava pra ele, como melhor defensor e também shooting guard, marcar caras como Kobe, T-Mac, Carter, Iverson e etc. Profissão ingrata mas que ele fez com talento.

Na temporada seguinte, por exemplo, a de 2004-05, ele até chegou a receber votos de primeiro lugar na votação de melhor jogador de defesa da temporada. Acabou mais para trás, com um voto para primeiro lugar, um para segundo e quatro para terceiro, mas estava lá, entre os melhores da liga. E talvez ele tenha aprendido a defender no colegial, afinal seu companheiro de escola era um cara chamado Shawn Marion.

Para se ter uma idéia da importância do Hassell para aquele Wolves de sucesso, aqui estão algumas frases do Kevin Garnett sobre ele:

"Trenton é muito importante, ele é nosso melhor jogador defensivo. Ele joga com intensidade na defesa e muitos times nem dão importância pra ele".

"Eu não o chamaria de "role player", ele é nosso principal jogador de defesa, se precisamos parar alguém, colocamos Trenton nele. Ele é um presente de Deus pra gente"

"Estou tão feliz de ter alguém como ele no time. Precisávamos muito de um cara assim! Ele é nosso Ron Artest, nossa versão baixa do Mutombo."



É o Garnett quem disse tudo isso! Imagina que você é dispensado do time que o draftou e que por um tempo pensou que não ia ter lugar na NBA. Depois tem o Garnett falando tudo isso de você. Surreal. Mas o Hassell é corinthiano da Zona Leste e por isso é humilde. Sempre que falavam pra ele dos jogadores que tinham ido mal contra ele, ele dizia: "Eles só tiveram uma noite ruim."

Bom, as noites ruins daquela memorável temporada incluiam 10 pontos (3 de 12 arremessos) para o Carmelo, 15 pontos (6 de DEZOITO arremessos) para o Paul Pierce e um dos piores jogos da carreira do T-Mac, 2 de 10 arremessos para marcar 4 pontos. Nada mal pra um cara que nunca se viu como um defensor.
Ele diz que na faculdade era um jogador de ataque, tanto que chegou a ter média de mais de 20 pontos na faculdade de Austin Peay, mas disse que precisava achar seu nicho na NBA e achou na defesa.

Quando o Wolves começou a se desmontar, com toda aquela polêmica do Spreewell recusar um contrato de 7 milhões por ano porque tinha que alimentar a família e depois com a troca do Cassell pelo Marko Jaric, Hassell ficou envolvido em rumores de troca também. Diziam que o Nuggets estava de olho nele, queriam um defensor forte no time para completar a equipe que já tinha Andre Miller e Carmelo Anthony, mas não conseguiram. O Wolves segurou Hassell e ele ficou lá, marcando caras bons mesmo com um time ruim por trás. Assim, como todo bom defensor em times ruins, caiu no esquecimento.

Para sua sorte, teve outra chance de ir para um time vitorioso, o Mavericks, em uma troca por Greg Buckner, mas a verdade é que o Dallas nunca usou muito ele. Ele era o cara que deveria entrar para parar um grande jogador adversário, mas na hora do aperto o Avery Johnson preferia colocar na quadra alguém mais fraco na defesa mas que desse conta do recado no ataque, como Jason Terry ou Jerry Stackhouse. Para finalizar essa triste decadência, ele foi o escolhido para o lugar de Devean George para ir para o Nets em troca de Jason Kidd. Agora em um time mais ou menos e reserva de Carter e Jefferson é que ele não deve jogar nada. Ou não? Bom, veremos no próximo texto, quando analisaremos seus primeiros jogos como um membro do New Jersey Nets.

(Nota: Na troca, nosso primeiro desconhecido do mês, Antoine Wright, foi para o Mavs. Será que lá ele terá mais sorte que Hassell? Suas características são parecidas.)