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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Contra uma maldição


- Eu juro tacar a bola pra cima.
- Eu juro enterrar a bola, então.

Quem acompanha a NBA há pouco tempo nem imagina que o Los Angeles Clippers seja a franquia mais amaldiçoada da liga, mas quem é velho de guerra sabe que o Clippers foi fundado em cima de um cemitério indígena e usa a expressão "que Clippers" para designar qualquer coisa que deu muito errado sem nenhum motivo aparente. Guardou a chave direitinho no bolso e ela sumiu mesmo assim? Deixou o bolo o tempo certo no forno e ele virou carvão? Puxa, que Clippers!

Basta voltarmos um pouco ao passado recente da equipe para vermos o festival de horrores. São falhas de planejamento, escolhas táticas ruins, mas tem também muito azar puro e simples: escolhas de draft que pareciam geniais e foram horríveis, contusões sérias que terminaram carreiras, times talentosos que não se entrosaram, e uma caralhada de jogadores que simplesmente fugiram da equipe assim que tiveram chance.
Michael Olowokandi, escolhido em 1998, foi sem sombra de dúvidas a pior primeira escolha de um draft na história da humanidade. Se você acha que o Kwame Brown fede, então lembre que ao menos o Kwame continua arranjando emprego na NBA enquanto o Olowokandi coça o saco em casa. Já Shaun Livingston, que foi a quarta escolha do draft de 2004, era genial mas teve o joelho desmontado como se fosse construído com peças de Lego, e tudo numa jogada completamente banal. Dá pra ver o lance no vídeo abaixo, mas primeiro tire as crianças da sala:



O próprio Blake Griffin, que é uma das sensações da NBA e tem tudo para ganhar o campeonato mundial de seres humanos, não jogou toda sua primeira temporada de NBA graças a uma lesão adquirida numa jogada fantástica antes da temporada começar. Acabou fazendo sua estreia como novato apenas um ano depois, na temporada 2010-11. Já que o Griffin era a salvação da franquia, a maldição do Clippers deu um jeito de adiá-la ao menos por um ano com a lesão que acontece no vídeo abaixo:



Ao menos o Griffin é uma salvação que deu certo, apesar do susto da lesão inicial. Outros jogadores que carregaram promessa semelhante na franquia não conseguiram se estabelecer: Darius Miles nunca conseguiu render ao ser afastado do seu amigo de infância Quentin Richardson (há até mesmo um documentário fantástico sobre a dupla, chamado "The Youngest Guns") e depois se lesionou gravemente; Chris Kaman tinha tudo para ser o pivô mais dominante da sua geração mas nunca conseguiu consistência graças às lesões constantes;  e até o Al Thornton, que não se contundiu e teve ótima temporada de novato, acabou sendo trocado por um pacote de bolachas graças a problemas de vestiário que nunca foram completamente esclarecidos.

Em 2006, o Clippers enfim foi aos playoffs e venceu sua primeira partida de pós-temporada em 13 anos, chegando até uma semi-final de conferência histórica. Acabou perdendo aquela semi-final para o Suns num jogo 7 dramático, numa série cheia de prorrogações, e desde então foi ladeira abaixo - na temporada seguinte, o joelho do Shaun Livingston viraria farofa. Um ano após isso, seria a vez da então estrela Elton Brand perder a temporada com uma lesão gravíssima (da qual, aliás, ele nunca parece ter se recuperado).
Tirando o azar, os novatos e as contusões (que ocorrem apesar de um dos melhores centros de treinamento de toda a NBA), o Clippers sempre teve problemas para contratar ou manter seus jogadores. Todos os jogadores sem contrato ignoravam as propostas do Clippers, enquanto os jogadores da franquia pareciam apenas aguardar o fim dos seus contratos para fugir para as colinas em liberdade. Elton Brand, estrela do Clippers durante anos, foi mantido à força na equipe quando virou free agent restrito, mas fugiu para o Sixers quando seu segundo contrato terminou. Os elencos no Clippers são notoriamente formados por descontentes, jovens jogadores que sentem-se ignorados pela NBA, presos na franquia mais amaldiçoada e ignorada das últimas décadas. É uma espécie de Sibéria do basquete.

O Clippers é um excelente exemplo de como funciona a distribuição de estrelas na NBA. Apesar de estar num dos chamados "grandes mercados", cercado por uma grande economia, ter bom público, ser economicamente viável e se situar em uma localidade em que qualquer jogador gostaria de viver, nenhuma estrela importante aceita jogar no Clippers - franquia perdedora, com poucas aparições na televisão gringa e, por isso mesmo, com pouquíssima exposição na mídia. Nos Estados Unidos, dá pra acompanhar pela televisão todos os jogos da sua equipe local, de onde você mora, mas para assistir aos jogos das equipes do resto do país depende-se das redes nacionais, como a TNT, a ABC e a ESPN, que passam poucos jogos por semana e sempre com as equipes mais badaladas do momento. Hoje em dia, o Elton Brand joga no Sixers - em uma equipe que supostamente montou-se para disputar o Leste - e é motivo de piada por não jogar bulhufas e estar num time meia-boca. Ou seja, Elton Brand gastou seus anos de ouro, em que foi um dos melhores alas de força da NBA (por vezes o melhor) e fazia 20 pontos com 10 rebotes com a facilidade com que se cutuca o nariz, num time que não tinha qualquer tipo de exposição. A gente até ouvia falar que tinha um cara fodão lá no Clippers, mas ele nunca teve o reconhecimento que merecia. Num exemplo mais recente, podemos citar o Chris Bosh, que chutava traseiros no Raptors mas ninguém nunca viu, afinal a televisão nunca passava jogos da equipe. Agora que está no Heat e não é sombra do que foi, todo mundo pode dizer com propriedade que o Bosh "nunca foi grandes merdas". Aí está, o jogador punido por ter jogado seu melhor basquete em Toronto, e motivo suficiente para demais jogadores pensarem três vezes antes de assinar com a equipe canadense.

É normal alegar-se que jogador nenhum quer morar no Canadá, ou em Milwaukee, ou em Minessota, assim como eu não quero ir morar em Tangamandápio, mas jogadores vão topar qualquer coisa por uma franquia vencedora, com chances de título, e com ampla exposição na televisão. Ninguém quer gastar seus melhores anos na NBA sendo ignorado pela mídia ou, como foi o caso do LeBron por exemplo, tendo seus recordes desdenhados pela falta de um título no currículo. Exposição na tevê, no entanto, não precisa ter a ver necessariamente com vitórias: pode ser simplesmente uma boa história, um time que as pessoas queiram assistir, a presença de uma ou mais estrelas juntas.

Nessa temporada, por exemplo, a ESPN gringa passará 16 jogos do Heat, 15 do Bulls, 15 do Lakers, 14 do Celtics, 14 do Knicks e 12 do Mavericks. O Knicks reconstruído com Amar'e e Carmelo, mais a chegada do Tyson Chandler, é história melhor e mais vendável do que o Mavs campeão mas com elenco desfeito. Já na TNT os times com mais aparições serão Celtics e Lakers, com 10 cada, o Heat com 9, e Knicks e Mavs com 8 jogos cada um.

Mas eis que, olhando mais pra baixo nas tabelas, encontramos finalmente o Clippers: são 3 jogos na TNT, 10 jogos na ESPN e 9 jogos na NBATV, que também é uma rede nacional. Ao todo são 22 jogos na televisão, recorde absoluto da história da franquia. É porque o Clippers é uma equipe vencedora, com chances de títulos? Vale lembrar que a programação das televisões saiu antes da troca do Chris Paul. Então a resposta é não: a presença do Clippers na televisão nacional se deve ao Blake Griffin.

Depois de tantas escolhas frustradas de draft, lesões e dificuldades de sequer chegar aos playoffs, Blake Griffin passou a colocar constantemente o Clippers na TV de um modo inusitado: através das melhores jogadas do dia. Foi uma tonelada de enterradas, bagos na cara de defensores desavisados, faltas-e-cestas, e até um tipo de "melhores momentos" que nunca existira antes: as melhores enterradas que não aconteceram, aquelas em que o Griffin pula por cima de todos os defensores dando uma pirueta e acaba enterrando no aro. De repente todo mundo queria ver os jogos do Clippers graças a essas jogadas, as vitórias são o de menos.

Ainda assim, quando Billups foi liberado pelo Knicks usando a regra de anistia, deixou claro que queria ir para algum time com chances de título e ficou puto da vida de ser chamado pelo Clippers. A NBA deixou claro que pelas regras o Billups não poderia negar o chamado, mas não queria ir nem a pau. É a história eterna do Clippers, o pessoal só fica por lá se for amarrado, se for dopado, se receber uma grana absurda que não se pode negar ou se for alguma brecha legal como no caso do Billups. Mas eis que a troca por Chris Paul, que comentamos aqui, acabou rolando e o Clippers ganhou subitamente chances de título. Escassas, é verdade, o elenco não está terminado, não teve tempo de treinar junto, não teve pré-temporada de verdade, não tem identidade tática. Mas a chegada de Chris Paul consolidou algo tão importante quanto: ao receber a notícia de que o armador fora trocado para o Clippers, Blake Griffin afirmou: "vai ser a cidade do lob", ou seja, a cidade do passe para o alto, a cidade de jogar a bola para cima para que alguém venha enterrar. Além de Griffin e suas enterradas fantásticas, DeAndre Jordan é um pivô fantasticamente atlético que, na impossibilidade intelectual de criar o próprio arremesso (em palavras menos nobres: é uma anta), ao menos consegue pular até a Lua e enterrar os passes que chegam para ele.

Por enquanto, o Clippers não pode ser considerado verdadeiramente como um time de elite no Oeste. Ainda são apenas jogadores aleatórios, reunidos um tanto ao acaso. Chris Paul e Billups estão jogando ao mesmo tempo em quadra, então não há ainda uma definição sobre quem inicia as jogadas, quem finaliza, os armadores estão muito presos no perímetro, há pouca agressividade e muitos passes para o lado, tudo normal para quem ainda tenta se acostumar com um sistema tático meio feito às pressas. Ainda há indecisão nos contra-ataques e muitas jogadas de isolação, também comuns nos ataques em que as movimentações não foram aprendidas (ou que não existem, algo que só vamos descobrir se é o caso com o tempo). Mas mesmo com tantas indefinições, falta de entrosamento evidente e dúvidas sobre quem exerce a liderança da equipe (Billups pode arremessar 20 bolas num jogo como fez, Chris Paul deve segurar a bola, ou Blake Griffin deve ser o foco do ataque?), uma coisa é certa: o Clippers está consolidado como uma equipe que todos querem assistir. As ponte-aéreas têm presença garantida em todas as partidas, tanto para Griffin quanto para DeAndre Jordan, os contra-ataques quando funcionam geram jogadas espetaculares, e a presença na televisão vai ser cada vez maior. Para a próxima temporada, com certeza os jogos mostrados na íntegra serão vários, talvez no mesmo nível de equipes como Lakers, Heat, Knicks e Mavs.

Frente a esse tipo de exposição, com tanta atenção da mídia, com certeza Chauncey Billups está repensando seu desgosto em ter sido contratado - na marra - pelo Clippers. Do mesmo modo, Chris Paul vai ter muitas dificuldades em escolher deliberadamente abandonar a equipe ao fim da temporada, quando se encerra seu contrato. O Clippers, claro, não estava nos planos de nenhum dos dois. Mas depois de uma pré-temporada arrasadora com jogadas fantásticas, e de uma estreia contra o Warriors em que o Clippers conseguiu impor seu ritmo, a atenção da mídia - e os papos de que a equipe pode ter mais vitórias do que o Lakers, algo que não acontece desde a temporada 2004-05 e só havia acontecido antes em  93 - com certeza deixou os dois recém-chegados com água na boca. A derrota para o Spurs, que veio em seguida, veio apenas para mostrar em definitivo que a equipe tem muito a arrumar, mas o potencial dessa equipe é inegável.

Como convencer jogadores como Chris Paul e Billups a ficarem numa equipe fracassada? Fazendo trocas ousadas, arriscando, ganhando espaço na mídia com jogadas de efeito, e tendo um novato capaz de atrair a atenção de todo o planeta. Se o Clippers der certo nessa temporada, mais jogadores importantes vão querer entrar nessa brincadeira. Se der errado, se não chegar nem aos playoffs, ainda assim os jogadores que já estão lá serão obrigados a encarar a atenção que receberam, e as possibilidades futuras da franquia. Esse é o tipo de reconstrução que equipes desconsideradas pelos free agents precisam planejar, porque simplesmente abrir espaço salarial - que é a estratégia que toda equipe pequena usa - não serve para nada. De que adianta poder oferecer todo o dinheiro do universo se ninguém vai topar jogar no seu time porque ele não aparece na televisão e não tem chances de título? Por sorte, o Heat abriu o espaço salarial e convenceu a ficar e trazer seus amiguinhos. Mas se Wade fosse embora, o que o Heat iria fazer com aquela grana toda? Que jogador iria topar jogar numa franquia como o Heat, apesar das gostosas nas praias de Miami?

O Clippers está no caminho certo porque seus jogadores sabem fazer pontes-aéreas. É estranho de ouvir e pouco ortodoxo, mas é a mais absoluta verdade. E continuará funcionando até que a maldição retorne, puxe o pé do Blake Griffin enquanto ele dorme, e o avião da equipe caia no oceano. São 30 equipes, 66 jogos nessa temporada, uma caralhada de viagens de avião, e se um avião tiver que cair, já sabemos qual será. Na pior das hipóteses, se ninguém morrer e nenhum avião cair, o Clippers pode chegar à beira do título e aí estaremos em 2012: o mundo acaba e vamos todos pro saco. Esse Clippers fez tudo certo, mas não ignorem a maldição. Ela está à espreita.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Como comissário, um grande manager

Quem parece mais feliz, Eric Gordon ou Chris Paul?


Acabou a novela Chris Paul. Ah, sempre sonhei em acompanhar uma negociação do mundo esportivo na imprensa tradicional e chamar algo de "novela". Só não é mais legal do que chamar o período de um treinador de "era", mas tá quase lá. Vocês devem lembrar do enredo dessa que contamos nesse post aqui. Se não lembra, vai lá ler que a gente espera aqui antes de começar o último capítulo.

O grande final da novela Chris Paul teve uma reviravolta interessante. Ele foi para Los Angeles como deveria ter ido semana passada, mas ao invés do Lakers ele vai jogar no Clippers: Como em uma boa novela, é o pobre bonzinho que se dá bem em cima do rico esnobe. Depois que as trocas feitas pelo General Manager Dell Demps foram vetadas pela NBA, dona do New Orleans Hornets, o próprio David Stern conduziu as negociações. E, se querem saber a verdade, ele foi muito bem. O Hornets manda Chris Paul e em troca recebe Eric Gordon, Al-Farouq Aminu, Chris Kaman e uma escolha de 1ª rodada do Draft do ano que vem, bem valiosa por ser originalmente do Minnesota Timberwolves.

O negócio é muito bom, antes de mais nada, porque eles recebem um baita jogador em troca. O Eric Gordon fez uma temporada muito boa ano passado, com 23 pontos e 4.4 assistências de média e um jogo muito mais completo do que qualquer um imaginava dele. Aquele simples (e eficiente) arremessador de longa distância passou a driblar, infiltrar e até a dar umas enterradas monstruosas. Ele tem apenas 23 anos e já flerta com uma qualidade de jogo que pode levá-lo à condição de estrela na NBA. Na pior das hipóteses será "apenas" um excelente pontuador. Ao trocar um grande jogador, nada melhor do que receber um que é mais novo e que indica que pode chegar em nível parecido com o que está deixando o time.

Junto dele vêm outro promissor jogador, Al-Farouq Aminu, que no seu primeiro ano de NBA na última temporada foi discreto, mas longe de ser um fracasso. Pecou mais pela falta de consistência do que de talento. É mais um clássico jogador que foi muito cedo jogar entre os profissionais mas ainda pode dar certo. Ironicamente o seu melhor jogo foi contra o Hornets, quando fez 20 pontos, 8 rebotes e 2 roubos em 29 minutos. Aminu tem apenas 21 anos.

O mais velho da troca é Chris Kaman, de 29, curiosamente menos do que Luis Scola, Lamar Odom e a mesma idade de Kevin Martin, os três que o Hornets receberia naquela troca vetada com o Lakers. Kaman tem sofrido com contusões ao longo de sua carreira, mas quando joga é um dos melhores pivôs ofensivos de toda a NBA. Caso eles queiram investir apenas na garotada, podem conseguir uma troca para Kaman num futuro próximo. O seu salário é alto, mas vimos nessa offseason como a maioria dos times não liga de pagar muito alto por pivôs apenas razoáveis, que dirá de um que sabe jogar basquete. E caso queiram ficar com ele, não seria absurdo. Jogadores técnicos como Kaman costumam render bem durante muitos anos, é só as contusões não voltarem.

Mas a grande vitória do Hornets na troca foi ter conseguido a escolha do Wolves. O Clippers quase pulou fora do negócio quando a NBA disse que queria a escolha e mais Eric Gordon, o time de Los Angeles insistia que era um ou outro, mas acabou cedendo para ficar com Chris Paul. A escolha é essencial para apressar o processo de reconstrução do time. O Draft do ano que vem é considerado o com melhores jogadores desde 2003 e agora eles tem grandes chances de terem duas das 5 primeiras escolhas. Por mais evolução que o Wolves possa ter nessa temporada e de bons jogos que Eric Gordon possa ter, é inegável que os dois times são fortes candidatos às últimas colocações do Oeste.

A troca é o oposto da vetada com o Lakers. Aquela focava em jogadores mais velhos, prontos para render e nenhuma garantia para o futuro. Com Scola, Odom e Martin o time não teria a escolha do Wolves e era capaz deles ainda jogarem bem o bastante para a escolha do próprio Hornets não ser tão boa assim. O fato da NBA ser dona de um time e sair por aí vetando trocas é ridículo, isso não muda. Mas David Stern já pode pensar em largar a vaga de comissário da liga e entrar no mundo dos General Managers, ele mandou bem demais e deu boas perspectivas para o futuro do Hornets.

Por outro lado o Clippers abriu mão de muita coisa com a esperança de ter dado o passo definitivo para o mundo dos grandes times. Entre perdas e ganhos diria que eles fizeram a escolha certa. Muitos críticos nos EUA dizem que em uma troca o vencedor é sempre o time que sai com o melhor jogador. O argumento é que jogadores medianos ou até bons podem ser encontrados aos montes, mas que estrelas são raras. Ou seja, o Knicks pode fuçar a NBA e aos poucos recuperar gente do nível de Danilo Gallinari e Wilson Chandler, mas não teria outra chance de ter um cara como Carmelo Anthony. Não sei se a regra se aplica sempre, não é tão simples assim, mas ela definitivamente faz sentido muitas vezes e o caso do Clippers é um deles.

O Chris Kaman é um bom pivô que daria segurança à jovem dupla de Blake Griffin e DeAndre Jordan, mas não daria para segurar uma troca por causa dele. Griffin já é um All-Star e DeAndre Jordan acaba de ser reassinado pelo Clippers pela quantia assombrosa de 43 milhões de dólares por 4 anos! Se você paga isso para o seu pivô é porque confia nele e vai ser titular. O cara ainda é bem cru no ataque, ponto forte do Kaman, mas foi o terceiro jogador que mais enterrou na NBA no último ano (o segundo foi Griffin, atrás apenas de Dwight Howard) e pode segurar a barra numa boa. É uma perda sentida, mas contornável.

O mesmo vale para o Eric Gordon, que é fora de série, mas se destaca por ser um pontuador e pontos não vão faltar para o Clippers se o Chris Paul jogar no nível que costuma atuar. O elenco do Clippers tem uma ótima base no Griffin, uma boa aposta e defesa no DeAndre Jordan e ganhou reforço do Caron Butler, que assinou um contrato de 24 milhões por 3 anos. O ala ex-Mavs defende bem, ataca com consistência, sabe criar o seu próprio arremesso e é experiente. Uma contratação dessas pede outras que sinalizem algo mais do que ser só mais uma grata surpresa.

Os pontos que eram de Gordon também podem vir dos dois armadores que ficaram da temporada passada e que podem atuar tranquilamente na posição 2: Eric Bledsoe, que atuou assim no basquete universitário, e Mo Williams, que no Cavs cansou se ser efetivo sem a bola na sua mão. Ou seja, o Clippers perdeu um grande jogador, mas tem no elenco gente que pode de alguma forma compensar o que ele oferecia.

Agora, existe alguém que possa fazer o que Chris Paul faz? O cara é um dos melhores ladrões de bola da liga (talvez o melhor em tirar a bola da mão do adversário, não em interceptar passes), um dos passadores mais precisos, é rápido, sabe criar o próprio arremesso e até rebotes consegue pegar. Sua criatividade já levou um time bem mais ou menos do Hornets até o jogo 7 da semi-final do Oeste em 2008. Em resumo: Um pontuador como Eric Gordon não é o que faz um bom elenco dar o passo do meio da tabela para o topo, mas um grande armador, pela sua função, pode conseguir o feito. O Clippers percebeu isso e decidiu arriscar.

O risco é alto, mas eles deram um jeito de diminuí-lo. O Chris Paul já havia dito que ao fim dessa temporada iria optar por sair do seu contrato e se tornar um Free Agent, indo provavelmente para o New York Knicks. Mas o Clippers fechou o negócio com a garantia de Paul de que ele não irá optar por sair do contrato, garantindo assim pelo menos duas temporadas de pontes aéreas entre Paul e Griffin para povoar o Top 10 semanal da liga. Se dois anos não for tempo o bastante para o time engrenar e Paul decidir ir para Nova York de qualquer jeito, paciência, mas ninguém pode dizer que o Clippers foi acomodado. Amaldiçoados eles são e tudo, de repente, pode dar errado, mas estão correndo atrás do que podem fazer.

O time está se movimentando tanto nessa curta offseason que está até com excesso de jogadores. Sem saber que conseguiriam Chris Paul e prevendo a citada necessidade de um armador mais experiente e que organizasse o jogo mais do que Mo Williams e Bledsoe, eles tinham acabado de contratar ninguém menos do que Chauncey Billups. O armador foi anistiado pelo Knicks e, ao contrário da última vez que a anistia valeu, dessa vez os jogadores dispensados ficaram à disposição dos times abaixo do teto salarial para uma espécie de leilão. Só virariam Free Agents irrestritos, disponíveis para todos os times, se os abaixo do teto não dessem nenhum lance. O Clippers aproveitou a vaga preferencial e foi o que deu a oferta mais alta, 2 milhões de dólares, para levar o armador.

O porém era a vontade do Billups. Assim que foi anistiado ele se mostrou bem frustrado e disse que não estava mais em idade de ficar mudando de time por aí, que queria só ir para um lugar onde pudesse brigar por títulos e sossegar até o fim da carreira. O Clippers certamente não passava essa impressão. Tanto que a NBA fez questão de mandar um e-mail para o Billups avisando-o de que ele seria punido se não se apresentasse ao time que venceu o seu leilão. Para não ser punido, Billups teria que se apresentar ou anunciar a aposentadoria.

A questão é se essa troca pelo Chris Paul muda a opinião de Billups. Talvez colocar o Clippers já na categoria de candidato ao título seja um grandíssimo exagero, mas certamente é elenco para ir para os playoffs. E difícil imaginar um time que vá ser mais divertido do que esse! Será que o Billups não quer ser um mentor, um líder de vestiário, para a dupla Griffin e Paul? E, assim como Bledsoe e Williams, ele pode jogar na posição 2 e poderia até ter vaga no time titular. Já jogou assim no começo de carreira, tem bom arremesso e é forte fisicamente para dar conta na defesa. A altura e a velocidade atrapalham na hora de marcar caras mais altos, mas Jason Kidd está aí para mostrar que esses obstáculos podem ser superados com a experiência. É motivação o bastante?

Não duvido que o Clippers esteja planejando uma troca para conseguir um shooting guard clássico para a posição, mas não vejo porque ter um desespero para isso. Os outros armadores dão conta do recado. Paciência, como tiveram para conseguir Chris Paul, é essencial. E é necessário lembrar que o Billups, pela forma que foi adquirido, não pode ser trocado até o fim da temporada e como Bledsoe é novo e barato, não deve sair tão cedo também por vontade da diretoria. O mais forte candidato a possível troca é o Mo Williams.

E sabe quem precisa muito dele? O Lakers, que ainda não conseguiu o armador que tanto sonha. O Clippers deveria mandar o Mo Will de presente e dizer que é um favor para um primo pobre.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Fedem mas nem tanto

"Dá um abraço no titio!"


Só de brincadeira, imagine que os 15 times de cada Conferência fossem aos playoffs no mesmo formato em que ele é hoje em dia: o melhor time enfrentando o pior, o segundo melhor enfrentando o segundo pior e assim por diante. Se os playoffs começassem hoje, teríamos o melhor time do Oeste, que é o Spurs, enfrentando o pior da  Conferência, que é o Clippers. Enquanto isso, o Lakers em má fase, que caiu para a quarta colocação, enfrentaria o Houston em fase tenebrosa, amargando a quarta pior campanha do Oeste. E, ainda assim, Clippers e Rockets saíram vitoriosos ontem. As duas zebras mostram não apenas que o Lakers anda tropeçando nas próprias pernas e que o Spurs não é esse time imbatível que se comenta por aí, mas também que Rockets e Clippers são equipes muito melhores do que suas campanhas indicam.

A última posição na tabela para o Clippers, em especial, é muito cruel. Isso porque um dos responsáveis pela péssima campanha é a famosa "maldição do Clippers", que sempre dá um jeito de contundir todo mundo caso o time seja bom: dentre os titulares, Chris Kaman está com uma torção e só jogou metade das partidas até agora, e Baron Davis tem problemas nos joelhos - fora que seus reservas também estão baleados, com o Eric Bledsoe voltando de uma torção no tornozelo e o Randy Foye ainda fora com uma lesão na coxa.

Com Kaman e Baron Davis em plenas condições no quinteto titular, o Clippers certamente teria mais algumas vitórias para sair do fundo do poço. No caso do Kaman, ele é um melhores pivôs da NBA e sua presença embaixo do aro certamente diminuiria a marcação em cima de Blake Griffin - além, claro, de ajudar o time na defesa do garrafão, em que eles fedem. Mas no caso do Baron Davis, o negócio é mais complicado. Quando ele entra bem em quadra, como foi o que aconteceu na partida de ontem contra o Spurs, o Clippers é um timaço. Não faz muito tempo que o Baron Davis era considerado um dos melhores armadores da liga, levando nas costas aquele Warriors que desclassificou o Mavs, dono da então melhor campanha na temporada regular. O problema é que, mesmo quando as contusões não aparecem, é muito difícil ver o Baron Davis entrar bem em quadra, simplesmente porque ele não se importa.

Quando jogava no Warriors, jogava com intensidade, enterrava na cabeça de todo mundo e chamava para si a responsabilidade. Às vezes, até demais. Por ser fominha demais em jogos cruciais que decidiriam a vaga para os playoffs, Don Nelson começou a deixar o Baron Davis de molho no banco de reservas nos momentos importantes das partidas. Não demorou para que ele desse o fora de lá, por conta própria, e escolhesse jogar em Los Angeles para estar mais próximo de sua empresa, uma produtora de filmes. Mas o arrependimento veio logo: Baron Davis descobriu que todas as outras equipes de basquete não comandadas pelo técnico-biruta Don Nelson eram times de verdade, com horários, treinos, defesa, regras de alimentação, jogadas planejadas. Em mais de uma ocasião, Davis foi a público dizer como as coisas eram mais "suaves" no Warriors, e que ele não se dava bem com o clima rígido e pesado do Clippers. Aos poucos foi se desinteressando, focado na produção de filmes nas suas férias, e deixando o basquete de lado.

A troca de técnico talvez pudesse renovar o interesse do Baron Davis, mas o primeiro passo foi catastrófico: ele se apresentou ao time completamente gordo, sem ter jogado um único minuto de basquete nas férias, e o novo técnico Vinny Del Negro ficou puto da vida. Esse é o Baron Davis, senhoras e senhores: um jogador que poderia estar chutando traseiros mas que já torrou o saco, apenas aguarda sua aposentadoria pra poder parar com essa bobagem de basquete. Tipo quem trabalha em banco.

O curioso é que o Baron Davis gordo e desinteressado já seria o bastante para que o Clippers se tornasse um time respeitável. É por isso que, tirando as lesões, a culpa é quase toda do Vinny Del Negro, que de bom só tem o nome de boxeador. Quanto mais vejo o Clippers jogar, mais lembro dos problemas do Bulls na temporada passada e mais acho o Vinny Del Negro um técnico medonho. No Clippers, quando a bola gira no ataque para um dos lados da quadra, ela simplesmente morre por lá. É como se o time tivesse uma jogada para levar a bola para a zona morta, mas quando não surge com isso uma oportunidade de arremesso, a jogada congela. Fica um jogador com cara de bunda segurando a bola bem marcado, 15 segundos sobrando no relógio de arremesso, e aí vai forçando caminho contra a defesa até fazer alguma merda. Essas jogadas que simplesmente "morrem" se extendem a qualquer jogada planejada pelo Clippers. Quando eles fazem um corta-luz na cabeça do garrafão, por exemplo, e não surge uma oportunidade de cesta, o armador sobra com a bola nas mãos e o time inteiro fica parado - provavelmente pensando algo como "nós só planejamos até aqui". As jogadas não tem nem ritmo, nem continuidade, e nem um "plano B". Provavelmente por isso o Derrick Rose era obrigado a se virar tanto sozinho, naquelas jogadas de abaixar a cabeça e correr pra frente que eu tanto critiquei na temporada passada. Pronto, tá aí: depois de ver o Clippers jogar e de ver o Derrick Rose acabar com o meu Houston Rockets uma semana atrás, posso dizer que ele chuta mesmo traseiros e que a culpa era do Vinny Del Negro.

Por isso mesmo o Baron Davis é tão importante para esse Clippers: só ele pode fazer o que o Derrick Rose fazia, que é conseguir espaço à força na defesa e conseguir uma situação de cesta. Ontem contra o Spurs, parecia até brincadeira de criança: o gordinho ia com seus movimentos em câmera lenta adentrando no garrafão da equipe de San Antonio e aí passava pro Griffin só porque era legal. Foi assim que o Griffin deu mais enterradas livres do que em qualquer outro jogo da carreira, e contra uma defesa que deveria ter engolido o novato vivo (pensando melhor, o Griffin já jogou contra o Knicks, então com certeza já deu mais enterradas livres, sim). O Blake Griffin anda despirocando a cabeça da molecada, já diriam essas gírias que eu não faço ideia do que significam. Ele já virou queridinho de uma grande parte do pessoal que acompanha a NBA e tinha saudades de ver tanta enterrada de um cara que não chame Dwight Howard. E tem mais, o Blake Griffin cria os próprios arremessos, arranja na marra o espaço para enterrar, e pode finalizar com as duas mãos sem ter que enterrar em toda jogada. Ou seja, sua inteligência no ataque é o bastante para vencer alguns jogos sozinho, enquanto a inteligência ofensiva do Dwight consegue no máximo fazer cruzadinhas no nível "É sopa!".

Mas é claro que o Dwight dá um pau quando o assunto é defesa, e é nesse ponto que os novos fãs do Clippers precisam respirar fundo e entender que o time ainda fede. Recebemos perguntas e comentários no formspring o tempo inteiro dizendo que o Griffin vai ser MVP, que o time só precisa de um armador para ser campeão, que o Clippers vai para os playoffs. Vamos parar com as "dorgas", por favor. Se não bastasse o ataque do Vinny Del Negro ser um desastre e depender justamente de um jogador que não está nem um pouco interessado em jogar basquete, a defesa é ainda pior. O posicionamento para os rebotes é péssimo (inclusive por parte do Griffin), a cobertura é mal feita porque a marcação não roda, e faltam defensores no perímetro. No garrafão, DeAndre Jordan é muito cru e, mesmo tendo muito potencial, não deixa de ser simplesmente uma anta. Suas falhas defensivas são assustadoras, coisa que um gorila treinado não faria, mas aí ele dá alguns tocos espetaculares porque ele conseguiria pular até a Lua se quisesse e todo mundo esquece das cagadas. Kaman precisa voltar logo, pena que os joelhos dele são feitos de farinha.

Eric Gordon está chutando traseiros, voltou espetacular de seu tempinho com a seleção gringa, mas o aproveitamento nas bolas de três pontos tem sido um problema. Eric Gordon tem problemas para se livrar da marcação no perímetro, e as jogadas do Clippers nunca lhe deixam livre. Falta um bom passador no garrafão (coisa que o Griffin, só às vezes, consegue ser) e jogadas que girem a bola atrás de um jogador livre, não que morram nas mãos do Eric Gordon bem marcado e ele não possa fazer nada a não ser forçar uma bola de três pontos horrorosa. Contra defesas de perímetro mais vagabundas, o Clippers é um time bem mais eficiente.

Coisa similar acontece com o Houston Rockets, que também não merece amargar a quarta pior campanha do Oeste. Já falei deles num post recentemente, abordando a dificuldade do time em conseguir um padrão de jogo, mas ainda assim formam uma equipe muito perigosa quando as bolas de três pontos estão caindo. As movimentações ofensivas do técnico Rick Adelman se focam muito em cortes em direção à cesta, seja pelo meio do garrafão, seja pelo fundo da quadra. As equipes que defendem bem o garrafão acabam diminuindo a movimentação do Houston, e as bolas de três pontos precisam cair porque sobra muito espaço para arremessar nesse esquema. Bons arremessadores o time até tem, mas além da maioria não arremessar tanto quanto deveria (deve ser resultado de muita lavagem cerebral do tipo "passem primeiro para o garrafão, procurem primeiro o Yao Ming", que vai resultar em cedo ou tarde alguém passando a bola para o Yao de terno no banco de reservas), o aproveitamento também tem sido péssimo. Minha sugestão é que se trata, agora, de uma questão de confiança. Após perder os primeiros jogos por placares apertados, não ter mais Yao Ming, e ver a posição na tabela caindo cada vez mais, os arremessos de três ganham outro peso, ficam mais difíceis de converter. Especialmente porque o melhor arremessador da equipe, que é o armador titular Aaron Brooks, passou a maior parte da temporada fora lesionado. Quando ele acerta um par de bolinhas o time acalma, respira, e fica mais fácil para os jogadores secundários acertarem as deles. Depender de bolas de três de quem está tremendo e não quer arremessar fica muito complicado.

É por isso que o Houston venceu o Lakers ontem na experiência do Shane Battier, que sempre foi um bom arremessador de três da zona morta mas que pouco arremessa nesse time, executando outras funções - especialmente defensivas porque o resto do Rockets fede e muito na defesa. Quando as bolas de três caem o Houston é muito perigoso, e isso agora significa - sem Aaron Brooks - que o Battier precisa usar seu sangue frio para arremessar mais. O time coloca cada vez mais a bola nas mãos do Kevin Martin nos momentos difíceis, e ele é um bom arremessador, mas sua tendência é sempre de bater para dentro. Dá pra ver que ele força arremessos de três que não queria dar apenas porque sabe que o time precisa deles, mas sua especialidade é outra - e os próprios arremessos de três que dá seriam mais eficientes se ele pudesse chutar apenas quando está realmente livre, sem a pressão de ter que arremessar a toda hora.

Quando Brooks e Yao voltarem, a situação melhora e o fundo da tabela vai ser coisa do passado, mas a falta de padrão de jogo vai acompanhar para sempre esse time enquanto o Yao for peça central. Assim como o Clippers, que sabe muito bem como é depender de um jogador como o Baron Davis que você nunca sabe se estará lá de verdade, se você poderá ou não contar com ele. O potencial para que os times escalem rumo aos playoffs existe, mas as chances beiram ao ridículo graças à essa dependência de jogadores inconstantes e o quanto isso destrói o padrão de jogo de uma equipe.

Sobre o Lakers e o Spurs, que perderam, a gente comenta nos próximos dias. Mas não antes de comentar a partida de hoje à noite entre Cavs e Heat, que é também um jogo entre um dos quatro melhores do Leste contra um adversário mais fraco - mas que estaria indo para os playoffs, em oitavo, com seus próprios méritos. E tudo isso sendo bem pior do que Clippers e Rockets, vale ressaltar. O mistério do rendimento do Cavs e a reação da equipe - e da cidade - à presença de LeBron James serão nosso post de amanhã. E, antes disso, não deixe de acompanhar a partida (que começa às 23h) através do nosso twitter, que vai estar bombaaaando, cheio de curtição e azaração para a nossa galerinha irada!

domingo, 15 de agosto de 2010

O mesmo circo

 O Clippers é sempre assim, cada um olhando prum lado, tipo os seios da Yasmin Brunet


Ah, o Clippers, a piada favorita de qualquer fã da NBA. O time amaldiçoado, fundado em cima de um cemitério indigena, e que tornou-se nas últimas temporadas apenas um circo que se finge de equipe de basquete. Tem palhaço, elefante, malabares, todos são bons e talentosos, mas a única coisa que os une é estarem debaixo do mesmo toldo. O quê Chris Kaman e Baron Davis têm em comum? Fora as contusões constantes graças à lendária maldição do Clippers, nada. Sempre fico surpreso quando vejo que no fim das contas o primo pobre do Lakers conseguiu montar um baita time bacana, cheio de talento, mas sempre dou risada quando vejo que a equipe simplesmente não encaixa. Mas dou risada assim, com carinho, porque não tem como odiar o Clippers. Também não tem como gostar, claro, é o time mais "nada" da NBA, o equivalente grupal da cara do Duncan, e na nossa pesquisa Bola Presa até agora só um únici coitado se disse torcedor da franquia, mas no fundo todo mundo torce para que a equipe dê ao menos um pouquinho certo. Mania de torcer pelo mais coitado, pelo mais fraco, pelo mais pobre. Sucesso é sempre um troço chato, já diria o Spurs da última década.

A temporada passada do Clippers foi para o ralo antes mesmo de começar, quando a primeira escolha do draft, Blake Griffin, quebrou o joelho ainda numa partida mequetrefe de pré-temporada. É tipo se o LeBron James acabasse de chegar na NBA e o joelho desmanchasse, já pensou como seria aquele Cavs? O Clippers até que tentou segurar as pontas, mas o resto do garrafão também começou a morrer, com uma lesão do Marcus Camby. Não demorou muito e o Camby foi trocado para o Blazers, que tem uma maldição própria que só ataca seus pivôs (coitado do Camby, que fica pulando de uma maldição para a outra). Em troca, o Clippers recebeu Travis Outlaw e Steve Blake, dois jogadores que não quiseram continuar - e nem eram muito bem-vindos mesmo. O único ala de verdade da equipe, Al Thornton, um dos jogadores mais promissores do elenco, começou a perder minutos, tomou fria do técnico, ninguém nunca falou sobre isso, e de repente ele foi trocado pelo Drew Gooden, que também não quis continuar no Clippers nessa temporada. Esse é o Los Angeles Clippers: as pessoas querem sair enquanto há tempo, e os caras bons são trocados por porcaria nenhuma e ninguém vem a pública explicar o que está acontecendo.

O resultado não foi apenas uma equipe desencaixada, mas também uma esburacada. Na armação, Baron Davis só busca o ataque, corre pra frente como um louco o mais rápido possível, e ou arremessa de três ou tenta uma enterrada. Na posição 2, Eric Gordon é um dos melhores arremessadores da NBA, mas não tem altura nem velocidade lateral para defender razoavelmente os armadores adversários. No garrafão, Chris Kaman é um dos pivôs mais habilidosos da NBA, ambidestro, refinado embora tenha cara de que nunca tenha comido com talheres na vida e prefira usar um tacape, mas quando corre parece que está dentro de um aquário. Blake Griffin pode ser uma estrela sensacional na liga mas quebrou antes mesmo de chegar, dá até pra pedir o dinheiro de volta. E o outro jogador de garrafão, DeAndre Jordan, tem potencial pra burro mas é cru, despreparado, pirralho. Então, quem usar na posição 3? Quem nesse time defende? Eles devem correr pra aproveitar o Baron Davis, arremessar pra usar Eric Gordon, ou jogar de forma cadenciada para usar Chris Kaman no garrafão? Eles são um time velho, chefiado por Baron Davis, que deve adicionar mais veteranos rumo a um título (mesmo sem nunca nem chegar nos playoffs) ou devem se focar nos pirralhos e construir em volta de Blake Griffin e DeAndre Jordan, tendo paciência e não tentando vencer ainda? Ninguém sabe. A única certeza é que o dono do circo, o engravatado Donald Sterling, é racista, odeia mexicanos, foi processado trocentas vezes, preso por assédio sexual, e coloca pessoalmente anúncios nos jornais procurando garotas para trabalhar no ginásio do Clippers para, então, tentar traçar todas no famoso "teste do sofá", imortalizado pelo João Kléber. Bacana, e você achava que só tinha zé-ruela tomando conta do futebol brasileiro.

Para tapar os buracos do time com a saída de Steve Blake, que foi ser feliz no Lakers, e do Travis Outlaw, fominha talentosíssimo que foi encher as orelhas de dinheiro no Nets, o Clippers apostou no draft, ou seja, parece que optaram pela renovação do elenco. Mas o Al-Farouq Aminu teve partidas muito fracas nas Summer Leagues, parece estar muito cru, tem um arremesso amador, e por enquanto só rende correndo, no contra-ataque. Já o Eric Bladsoe, tido como o melhor armador disponível no draft, mostrou que só sabe abaixar a cabeça e correr pra frente, é excelente pontuador, mas não espere que ele segure o jogo ou passe a bola. Ou seja, dois jogadores imaturos que, pra variar, não se encaixam com Kaman e Eric Gordon. E aí, de repente, o Clippers me surpreendeu: contrariando a aposta nos pirralhos, gastou suas verdinhas restantes contratando apenas veteranos, dois jogadores muito bons que são bastante ignorados pela liga. Primeiro foi o Randy Foye, um dos raros armadores da NBA que conseguem jogar com igual naturalidade nas duas posições de armação, e que sabem tanto correr quanto segurar o jogo. Foye não é o grande pontuador que se esperava quando foi draftado, mas é inteligente e tem um jogo bastante consistente, ideal para vir do banco e cumprir qualquer função. Depois veio a contratação do Ryan Gomes, um dos meus jogadores favoritos na NBA simplesmente porque ele faz de tudo, até cozinha e passa roupa. O Ryan Gomes pode jogar nas duas posições de ala, defende bem, tem um arremesso confiável de três pontos, sabe o que fazer de costas para a cesta e sempre procura passar a bola ao invés de tentar o próprio arremesso. Quando tinha muitos minutos no Wolves, ele era sempre um "quase triple-double" esperando pra acontecer, fazendo um pouquinho de tudo e mantendo o time sob controle, sempre naqueles 6 rebotes, 6 assistências, e uns 7 pontos (é como o LeBron James seria se fosse desnutrido ou um anão). No Wolves, um cara desses é tido como inútil, ele não pontua, não ganha jogos, é só mais um. No Lakers ou no Celtics, ele seria um deus, seriam feitos sacrifícios em sua homenagem, bebês nasceriam com seu nome, porque ele é exatamente o que faz times serem campeões. Ele tornaria qualquer banco de um time vencedor em algo poderoso, quase como um Ron Artest que defende pior mas tem um cérebro não-lesionado dentro da caixa craniana. Ou seja, o Clippers adicionou dois jogadores experientes que podem jogar múltiplas posições e que são ideiais para completar elencos vencedores e permitir que possam dar o próximo passo rumo ao título. Espera, quando foi que o Clippers achou que precisava torrar todo o seu dinheiro contratando peças para o banco de reservas apenas para completar o elenco? Que eu me lembre, eles eram um time horrível que não vai aos playoffs há anos e que tem um monte de novato cru que só ficará assadinho daqui uma década.

Eu sei lá o que o Clippers está fazendo, e a verdade é que eu nem deveria me importar, afinal a maioria dos jogadores vai se lesionar, bater o carro, ter filhos indesejados e pegar gonorreia. O toque final na completa falta de sentido, atração final do espetáculo circense, foi a contratação do Brian Cook. Lembram? O cara que um dia foi comparado com o David West, santa heresia, e que na verdade é só um corpo grande e lento que arremessa - e mal - de três pontos? O Phil Jackson gritou tanto com ele no Lakers que eu pensei que seu cérebro tinha derretido pelos ouvidos, mas pelo jeito ele ainda consegue se levantar, andar e receber cheques. Vai entender.

Ainda assim, enquanto a gente ri do absurdo, o elenco do Clippers é divertidíssimo como todo circo, reality show ou eleição democrática sabe ser. O quinteto titular deve ter Baron Davis, Eric Gordon, Ryan Gomes, Blake Griffin e Chris Kaman. O time é rápido, lento, ofensivo, defensivo, agressivo, passivo, arremessador, sem arremesso, tudo ao mesmo tempo. Vai dizer que não dá muita vontade de espiar? Todo mundo tem, ao menos, a obrigação de ver o Blake Griffin jogar para saber se ele mereceu ser a primeira escolha do draft. Por não ter jogado nenhuma partida na temporada passada, ele entra nessa como novato, pode jogar o All-Star de novatos e tudo, e primeiras escolhas sempre são divertidas de acompanhar. Fora isso, o DeAndre Jordan impressionou muita gente na Summer League com bons movimentos de pés e ganchos refinados no garrafão, deve ter aprendido com o Chris Kaman, e deve ser uma bela surpresa assim que o Kaman invariavelmente se machucar de novo. Mas o grande destaque desse time deve ser mesmo o Eric Gordon. Apesar de estar ainda correndo o risco de ser cortado, Gordon está na seleção americana que vai participar do Campeonato Mundial agora no fim de agosto e todo mundo está dizendo que, ao menos nos treinos, ele é o melhor arremessador da seleção. Levando em conta companheiros como Danny Granger e Kevin Durant, isso quer dizer muita coisa. Eric Gordon tem arremesso quase automático, deve funcionar maravilhosamente bem no basquete da FIBA em que a linha de três é mais próxima do aro, e está pronto para ter uma temporada definitiva para se sagrar pelo Clippers. Não vai fazer muito além de pontuar, mas deve fazer isso com uma rara combinação de distância nos arremessos e força física para dar umas trombadas.

Em breve vamos acompanhar de perto a seleção americana no Mundial, dando uma olhada em como as estrelas da NBA vão se sair e o que suas atuações podem significar para suas equipes. Mas, por enquanto, vale espiar o Eric Gordon. Se ele for cortado da seleção é só porque não tem ninguém lá alto o bastante para pegar geleia em cima do armário e o Eric Gordon é um anão, mas se ele ficar vai fazer muito estrago nas defesas por zona adversárias. Assim como fará estrago pelo Clippers, mesmo se esse time, pra variar, não fizer nenhum sentido jogando junto.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Está chegando a temporada das trocas

Mais ou menos nessa mesma época do ano passado, o Gasol estava indo para o Lakers, o Kidd para o Dallas, Shaq para o Suns e aquela palhaçada toda de trocas que transformaram a temporada passada em provavelmente a com mais trocas de All-Stars na história da NBA.

Esse ano deve ser diferente em quantidade, não devemos ver tanta gente boa assim mudando de time, mas devemos ver sim algumas trocas. Os times não resistem e ao chegar a data-limite de trocas em fevereiro, alguns times insatisfeitos mexem algumas peças em busca de um elenco melhor para ir aos playoffs ou de espaço salarial nas próximas temporadas.

Boatos e suposições são a base da imprensa esportiva americana, então material pra gente ficar imaginando não falta. Vamos dar uma olhada no que dizem por lá pra ver o que deve acontecer, o que não deve, e o que deve acontecer mas não deveria.


Shawn Marion por Jermaine O'Neal

Engraçado dizer isso mas o que falta para o Heat ser hoje um time de primeira linha no Leste é o O'Neal. Não o bichado do Jermaine, mas o velho do Shaq! O Heat tem uma dupla boa na armação com Chalmers e o Wade fazendo temporada de MVP. Na ala tem o sempre sólido e jamais espetacular Haslem e o Marion, que está tão inconsistente quanto o Beasley. Se o Shaq estivesse em forma e motivado como está hoje no Suns, o Heat poderia usar um time com o Beasley de titular na posição 3, o Shaq de pivô e o Heat seria candidato a título do Leste.


Como o Suns não deve aceitar o Marion de volta pelo Shaq, uma solução é o outro O'Neal. O time ficaria melhor do que é hoje, sem dúvida, o Danilo já até falou sobre isso aqui no blog, citando o dia em que o Yao arrasou o Heat só porque ele é grande. Com o Jermaine lá o Heat teria alguém pra jogar de pivô. Mas será que o Jermaine ia durar quanto tempo até se machucar? E mesmo se não se machucar, iria jogar bem o bastante pra levar o Heat até onde? Será que faria o Heat ser mais do que é hoje, sexto no Leste? Acho que não.

Com ou sem Jermaine, o Heat é time pra perder na primeira rodada dos playoffs. Melhor seria manter o Marion, deixar ele sair como Free Agent no fim da temporada e usar o espaço salarial pra pegar alguém melhor. Ou ainda arranjar algum outro pivô que esteja dando sopa por aí.


Shawn Marion por Brad Miller ou Chris Kaman

Dizem que o Kings quer se livrar do Brad Miller enquanto ele tem algum valor para conseguir bons jogadores ou salários expirantes em troca. Eles tem o promissor Spencer Hawes no banco que é um clone em desenvolvimento do Brad Miller, então podem se dar ao luxo de trocar um pivô. O único problema é que no ano que vem o Marion dá o fora de lá e ninguém vai pegar o lugar dele no Kings, nem por um salário enorme.
Nenhum jogador de renome jamais expressou algum desejo de jogar no Kings. Cidade pequena é assim mesmo, acontece. É ou não é, Botucatu?

Já o Clippers está numa cidade grande, o que atraiu o Baron Davis e pode atrair outros trouxas que não sabem que jogar no Clippers pode causar câncer. Então, para eles, ter o salário expirante do Marion é uma boa, eles podem se livrar dele na temporada que vem e usar o espaço salarial para contratar jogadores para o banco de reservas, já que o time titular com Baron Davis, Eric Gordon, Thornton, Randolph e Camby é bem promissor.

O Clippers ainda tem o bônus de ter achado até um reserva para o Camby, o novato DeAndre Jordan. O pivete era bem cotado no draft mas depois de alguns testes desastrados caiu para a segunda rodada, aí nunca teve tempo de quadra e só conseguiu virar titular porque ele é o único pivô que não está de muletas. A experiência tem dado certo: ontem foram 20 rebotes contra você-sabe-quem, 23 pontos, 12 rebotes e 4 tocos contra o Lakers e 8 pontos, 10 rebotes e 6 tocos contra o Wolves.

Mas uma dica para o Clippers: se acabar sobrando dinheiro pra temporada que vem, contratem alguma equipe médica que não tenha se formado só jogando Operação da Estrela.


Larry Hughes para o Wizards

Eu não gosto do Larry Hughes. Ele não sabe arremessar, se acha uma estrela e ganha um salário descomunal. Mas se tem um lugar onde ele realmente jogou bem foi no Wizards.

Com Hinrich e Gordon no time, o Bulls não precisa do Hughes, isso é óbvio. E em um time com Jamison, Butler e (um dia, um dia...) o Arenas, o Hughes pode se focar em defesa e infiltrações, não em arremessos, como ele teve que fazer no Cavs e agora no Bulls. Pra mim a troca não faz sentido só porque o Wizards não tem nada pra oferecer para o Chicago, mas se eles aceitaram uma Pringles, figurinhas repetidas do álbum do Paulistão e o coração fraco do Etan Thomas, seria uma boa para o Wizards deixar de ser o pior time da NBA e se tornar o segundo pior.


Pistons troca Allen Iverson ou Tayshaun Prince

Eu ficaria muito feliz se o Pistons trocasse o Iverson. Seria uma maneira deles admitirem que fizeram uma das piores trocas que um time poderia fazer! Falando sério, dá angústia ver esse Pistons jogar. Eles não sabem defender, atacam só na individualidade e não usam nenhuma das principais qualidades dos seus jogadores.

O Prince sempre foi um ótimo defensor porque ele era capaz de marcar qualquer um que joga na posição 2 ou 3. Ele é mais alto que praticamente todo mundo dessas posições mas não deixa a desejar em velocidade e agilidade. Agora com medinho de deixar uma estrela por muito tempo no banco, em inúmeras ocasiões o Prince joga na posição 4, marcando Nowitzkis, Duncans e Al Jeffersons da vida. Aí, ao invés dele ser um trunfo na defesa, vira um ponto fraco.

Pior é ver o Hamilton jogando 1-contra-1 como se ele fosse o rei do drible ou o Iverson driblando todos os adversários enquanto o resto do time fica parado assistindo. Esse time é um desastre que só vai ser arrumado com alguma troca. Eu não trocaria o Prince, o problema do time está no excesso de gente na armação. Ou melhor dizendo, excesso de jogadores bons mas que não combinam na armação. Stuckey, Iverson e Hamilton juntos é como um ataque com Romário, Edmundo e Sávio, bom no papel e terrível no campo.

Uma solução seria trocar o Iverson por um pivô, já que o Rasheed é ala de força e perde valor sendo improvisado na posição 5. As opções de novo seriam novamente Brad Miller, Jermaine O'Neal e Chris Kaman. Mas não há nenhum boato de que o Iverson deva sair em troca de um pivô, isso é só especulação minha mesmo. Mas ainda que não seja por um desses pivôs, o Iverson tem que sair de lá, ele não tem nada a acrescentar para o Pistons.


Stephon Marbury para o Celtics

A notícia de hoje é que o Marbury já tem um acordo verbal com o Celtics e que é só dar certo a sua saída do Knicks que ele vai para o time verde. O problema é esse "só dar certo" que já dura um tempão.

Para o Knicks, acho que o melhor seria acabar logo com isso. Mais cedo ou mais tarde, seja por salário ou por buyout, eles tem que pagar uma grana preta que tiraria muita empresa da crise para o bolso do Marbury. Então que paguem logo e que ele dê o fora de lá pra seguir sua vida.

Para o Marbury é perfeito. Ele sai de um lugar onde chegou como capitão do time de futebol que come a cheerleader e sai como um fracassado do clube de matemática (e que é ruim em matemática!) e vai para outro onde é amigo do capitão do time de futebol, o que quer dizer que ele não vai jogar mas que vai ser amigão de quem joga, vai pegar a amiga feia da gostosinha que o Garnett traçar.

Só é ruim para um dos lados: o do Celtics. Para que mexer no que está dando certo e colocar um cara conhecido por destruir elencos no time? Mesmo que ele seja um cara legal como foi com o Leandrinho em seus tempos de Suns, ele é o tipo de jogador que acaba com o time dentro da quadra. Ele não é um bom armador, ele não envolve seus companheiros e eu paro de ver NBA se ele ganhar um anel de campeão. O Celtics tem o Rondo que é muito mais útil para o time do que o Marbury jamais foi para Nets, Suns ou Knicks, e tem a máquina de três pontos do Eddie House no banco, além do Cassell que pode entrar nos playoffs se for preciso. Pra que Marbury?


Mike Miller trocado pelo Wolves

O Mike Miller foi peça fundamental na troca de OJ Mayo por Kevin Love. Foi dito abertamente por ambas as partes que se o Grizzlies não tivesse colocado o Miller na troca, hoje o Love estaria fazendo a dupla mais homossexual da liga com o Rudy Gay.

Mas o tempo passou e o Mike Miller não justificou a importância. Hoje ele concorre cabeça a cabeça com o Rip Hamilton e o Luol Deng como jogador que mais involuiu na temporada. São as piores médias da carreira em quase todos os quesitos, um desastre.

Alguns explicam essa queda devido a ele jogar no lixo do Wolves e que em uma situação melhor, em um time melhor, ele estaria mais motivado pra jogar, daí os rumores de troca. Para o Wolves não sei se é uma boa, já que o valor do Mike Miller está bem baixo, mas talvez dê pra conseguir uns bons pivetes pra reconstruir o time com trocas.



Esses são os caras mais falados, mas a verdade é que as trocas que acontecem são sempre as mais imprevistas, as que ninguém ficou mastigando antes na imprensa. Então esperem por trocas inusitadas no próximo mês. Provavelmente até envolvendo esses mesmos caras citados no post, mas com outros times, por outros jogadores.


Ok! Ok! Eu aumento mas não invento!

Dos gordinhos, quem foi para o Clippers foi o Zach Randolph, mas parece que foi o Eddy Curry. Ninguém na liga hoje é mais zicado que o pivô do Knicks.

1- Ele está machucado desde o começo da temporada. Voltou, jogou alguns minutos de um jogo, sofreu com as dores e está de volta à lista de contundidos.

2- Foi acusado por um motorista de limosine de assédio sexual.

3- Sua ex-namorada, mãe de seu filho de 9 meses, foi assassinada ontem.

Só falta ele não ser chamado para o All-Star Game agora...