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quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Kidd para técnico

Jason Kidd disputa rebote com o Amaré enquanto seus pivôs comem rosquinhas


O Jason Kidd não existe, ele é só uma ilusão de ótica. São seis triple-doubles na temporada, dois nos últimos dois jogos, e uma média surreal de 11 pontos, 10.4 assistências e 8.7 rebotes por jogo. Tá bom que ele só acerta 37% dos seus arremessos (motivo pelo qual umas almas maldosas chamam ele de Ason Kidd, já que ele não tem "J", de "jumper") mas também não é como se ele desse taaantos arremessos assim.

Mas que fique claro que essas médias históricas escondem muito mais por trás. Se tem um cara que torna seus companheiros melhores e faz as coisas funcionarem é o Jason Kidd. O Kenyon Martin, por exemplo, era um monstro troglodita que podia saltar pra estratosfera e enterrar até o aro cair. Alguns anos ao lado de Kidd tendo cadeira cativa nos Top 10 de melhores jogadas (na base de enterradas e pontes-aéreas) fizeram até ele parecer um grande jogador. Conseguiu aquele baita contrato monstro com o Nuggets mas o que o pessoal do Denver tinha esquecido é que o Kidd não vem de brinde no pacote. O mesmo aconteceu com o Mikki Moore: grande, forte, raçudo, mas consegue ter menos talento do que o Gilberto Barros cantando na TV. Bastou jogar com o Kidd e, voilá, arrumou um contrato bacana com o Kings. Se eu jogasse uma temporada ao lado dele, conseguiria um contrato milionário com o Knicks e aí poderia me aposentar rapidinho, comprar o Mavs e ficar lá torcendo e enchendo o saco do David Stern como o Mark Cuban. Tá tudo planejado na minha cabeça...

O Kidd torna todo mundo melhor e o punhado de manés que dizem que "o Kidd joga pros números" merece uma noite na ópera com o Tim Duncan. Quando o Kidd consegue 16 assistências, está tirando água de pedra. Quando consegue 19 rebotes (como nessa temporada, contra o Orlando) é porque se ele não pegar, ninguém pega. Tenho certeza que se algum pivô no Nets se desse ao trabalho de pelo menos levantar as mãos, o Kidd não pegaria 19 rebotes nem se quisesse.

Então, já que fazer triple-doubles a torto e a direito não está fazendo o Nets ganhar, o time mais perdeu do que venceu, e culpar o Kidd por isso é heresia punida com 6 meses assistindo só ao programa da Luciana Gimenez, vamos apontar os dedos com olhar de indignação em direção aos pivôs do Nets.

Olha, eu até sou fã do Nenad Krstic. Ele tem classe, joga bem, mas é tão pivô quanto o Sam Cassel é galã (a foto ao lado é auto-explicativa). O Nenad é um ala improvisado que se contundiu feio na temporada passada, voltou completamente fora de forma e agora parece contundido de novo.

Fora ele, o Nets contratou o Jamaal Magloire, antigo All-Star. Assim que vi a contratação eu gastei uns 3 segundos da minha vida me perguntando se o físico roliço do Jamaal iria se encaixar nos contra-ataques do Nets. Arrisco que a resposta seja não mas ele também não conseguiu ficar saudável tempo o bastante para botar à prova.

Já Jason Collins é um corpo grande que, dizem, é bom na defesa. Os números não dizem, as estatísticas não dizem, ver os jogos não diz, conhecer ele pessoalmente e filar uma bóia na casa dele não diz, sair com sua irmã não diz, mas o técnico do Nets diz. Então esse inútil volta e meia é o titular como se estivesse tudo bem colocar o "morto muito louco" num time da NBA. Outro titular recentemente é o Malik Allen, contratado pra dar uma mãozinha. Ele é um excelente décimo homem vindo do banco, faz uns pontinhos, não defende e não pega rebotes. Mas se ele é titular no Nets, eu também seria.

Bem, com esse nível no garrafão, a minha maior dúvida continua sendo qual diabos seria a razão pra pivetada do Nets não receber uma chance. Eu, pessoalmente, pago um pau pro Josh Boone. Ele tá cru como sushi, precisa de mais uns anos e oportunidades em quadra para se desenvolver, mas se tem uma coisa que o fedelho sabe fazer é pegar rebote. Tenho certeza que com ele em quadra, o Kidd não teria que pegar uns 19 em jogo nenhum. Das 22 partidas até agora, Boone só entrou em 15 delas, com minutos módicos. Na temporada passada, era a mesma coisa. Juro que não entendo, o cara pelo menos é grande e tem cordenação para trocar uma lâmpada ao invés do Magloire, que comeria a lâmpada.

O mistério maior para mim, no entanto, é o novato do Nets, Sean Williams. O cara é uma deformidade da natureza, um espécime de força bruta que deveria ser estudado no zoológico. Tem médias de 2 tocos por jogo até agora mas também é fadado a ter minutos escassos. Jogou 17 partidas e não há consistência nenhuma no uso dele em quadra: jogo uma partida, não joga as outras duas, e assim vamos indo. O Nets deu sorte de poder pegar o Sean porque sua fama de ser fã da famosa "ervinha" fez com que vários times tivessem medo de draftá-lo. Baita sorte mesmo, o rapaz por enquanto se mostra um moço comportado, mas quem será que ele vai ter que matar para roubar uma vaga do Malik Allen ou do Jason Collins? Quando o Collins amanhecer com a boca cheia de formiga, aí vão começar a pegar no pé do Sean Williams e dizer que ele é maloqueiro. Mas pode apostar que o Collins pediu por essa!

Debaixo da infinidade de rumores de troca do Kidd, o problema parece ser outro. Se não bastassem as contusões, parece que alguém não muito inteligente anda tomando as decisões no banco de reservas de New Jersey. Se fosse eu, colocava o Kidd de técnico de uma vez. Afinal, se o Romário pode, por que o Kidd não?