terça-feira, 31 de agosto de 2010

Uma outra vitória

Quando Leandrinho erra a última bola, o joga acaba, mas começa o Rebolation!


Para o cidadão comum, essa seleção de basquete dos Estados Unidos é uma vergonha, porque não tem nem Michael Jordan, nem Magic Johnson. Para quem conhece NBA de "ouvir dizer", essa seleção dos Estados Unidos é uma farsa porque não tem nem Kobe Bryant, nem LeBron James. Para quem nunca ouviu falar de NBA e conhece basquete só por causa do "Space Jam", a seleção dos Estados Unidos não vale nada porque não tem o Pernalonga. E para uma garota de 12 anos que passa o dia no Orkut, a seleção dos Estados Unidos é um fracasso porque não tem o Justin Bieber.

O que me surpreende é que até mesmo na gringolândia, os americanos acham essa seleção sem graça e não dão a mínima para o Mundial. Em parte porque, oras, é só o Mundial de basquete mesmo, grandes merdas - pra quem gosta de basquete de verdade, qualquer partidinha da NBA tem mais estrelas e mais qualidade técnica do que ficar vendo a Costa do Marfim no Mundial, e a enorme maioria das grandes estrelas está se poupando ou para a NBA, ou para as Olimpíadas. Mas o desinteresse com a seleção também vem do fato de que os principais jogadores são de equipes ignoradas lá na NBA. A grande estrela, Kevin Durant, virou modinha rápido mas ainda é apenas um jogador do Thunder. Danny Granger, um dos melhores pontuadores da NBA, joga num Pacers mequetrefe e desimportante que ninguém nunca viu jogar. Kevin Love, o jogador mais talentoso no garrafão da seleção, joga no Wolves, aquele time que ninguém conhece a não ser pelas escolhas bizarras no draft. O melhor arremessador do time, Eric Gordon, joga num Clippers famoso apenas por ser o primo pobre do Lakers e ser alvo de uma maldição que lesiosa todos os seus jogadores quando as coisas parecem que vão dar certo. Outro dos grandes arremessadores da liga, Stephen Curry, é pirralho e joga no Warriors, o time que é o circo oficial da NBA. Rudy Gay, melhor jogador do banco da seleção até agora, joga num Grizzlies que é tão engraçado, mas tão engraçado, que o Zach Randolph consegue ser até o melhor jogador da equipe.

Ao contrário do que já chegou a acontecer em mundiais anteriores, essa seleção não é formada pelos jogadores medíocres que sobraram, tipo o gordinho na aula de educação física, e nem é montada com jogadores universitários ou que acabaram de ser draftados. É uma seleção com restrições, claro, que não teve seus principais jogadores à disposição e que ainda sofreu com lesões na preparação e teve que cortar muita gente, mas é muito bem montada por engravatados inteligentes e um técnico perfeitamente consciente do que é necessário para ganhar no basquete da FIBA. Como comentei num post anterior, o perímetro é muito mais importante no basquete internacional, com seus garrafões congestionados, e os Estados Unidos levaram uma caralhada de arremessadores, bons defensores para garantir os contra-ataques e pivôs capazes de passar a bola, arremessar e jogar na correria. Como sempre, a tática é revezar o time sem parar, todo mundo ser capaz de arremessar e defender, e aí matar o outro time começando pelo pulmão. Plano impecável, jogadores talentosos, favoritos na certa. Não tiveram muito tempo de preparação, mas até aí nenhuma seleção tem muito tempo pra perder com essas coisas, e a equipe técnica já aprendeu na raça em torneios anteriores exatamente como montar e executar planos de jogo para o basquete internacional.

Por um lado, é preciso dar crédito a essa seleção. É cheia de jogadores fantásticos, todo mundo chuta traseiros, e não dá pra criticar só porque não tem o Kobe ou o Pernalonga. Quem fala mal desse elenco é porque anda afastado da NBA e não conhece o talento da pirralhada. Mas, por outro lado, é preciso humanizar essa seleção: ela tem limitações, é inexperiente, e num dia ruim quase perdeu para o Brasil, foi por muito pouco. Depois do susto, grande parte do elenco vai aparecer para a próxima partida usando fraldas geriátricas. E a comissão técnica vai ter que repensar algumas coisas muito sérias.

Bizarramente, o Brasil foi a defesa mais forte que os Estados Unidos pegaram até agora no Mundial. Marcando por zona, os brasileiros forçaram os adversários a arremessar e souberam voltar muito bem para dificultar o contra-ataque. Aí está o fantástico dedo do técnico Magnano, essa defesa de contra-ataque é difícil de implementar e é crucial para dificultar as ações americanas. A equação é simples: se eles são tão bons em infiltração, se são tão atléticos que enterram na cabeça de todo mundo, se penetrar no garrafão é tão difícil na FIBA, e se eles correm muito mais do que o resto do planeta, nada mais óbvio do que usar essas armas para penetrar no garrafão apenas quando é simples, ou seja, no contra-ataque. Por isso a defesa é a principal arma dos Estados Unidos, com a seleção marcando pressão na quadra inteira desde o primeiro segundo de jogo e o Lamar Odom de pivô titular pra poder acompanhar todo mundo na corrida. Então, consequentemente, dificultar o contra-ataque é parar a principal arma americana, é tirá-los da zona de conforto. Cada vez que os Estados Unidos tinham que jogar devagar, num basquete de meia-quadra, e acabavam dando um arremesso de três pontos, dava pra ver um sorrisinho macabro na cara do Magnano. Muito, muito macabro.

Para evitar contra-ataques, também é fundamental cuidar bem da bola, não dar passes idiotas e não se desesperar com a marcação pressão dos Estados Unidos. Como todo mundo sabe, nossa seleção sempre teve "passes idiotas" e "desespero" como suas definições na Wikipedia, e não dava pra acabar com isso de um dia para o outro. Numa das primeiras posses de bola, a pressão forçou o Brasil a levar a bola pro ataque com o Tiago Splitter. Em outras ocasiões, roubou bolas fáceis do Leandrinho, que parece que unta a mão com manteiga sempre que vai jogar de armador principal, e do Marcelinho Machado, que sempre se mete a armador mas não tem nem cérebro nem talento pra isso. Por sorte, Marcelinho Huertas fez uma partida simplesmente espetacular. Soube levar a bola pro ataque sem afobação, mandar os companheiros pararem de correr, dar os passes certos sem forçar o jogo. O Huertas emana uma aura de tranquilidade tão grande que perigava até do Brasil pegar no sono. Fiquei imaginando ele e o Billups depois do jogo tomando chá juntos, falando de arte francesa, tudo beeeem devagarinho, assoprando o chá pra ninguém se queimar. Seriam ótimos amigos.

O Brasil tem aquela tendência de jogar na correria e de arremessar de três pontos sempre que dá, sem muito critério. É como se o Marcelinho Machado fosse o cérebro e o Leandrinho fosse os pés, criando um monstro bizarro que só corre e chuta. Foi o Huertas quem colocou ordem nesse experimento de cientista maluco, acionando os arremessos de três apenas quando eram viáveis. Quando esqueciam do Huertas ou quando ele teve que sair de quadra com 4 faltas, vimos os piores momentos do Brasil no jogo, uma seleção estabanada e afobada, permitindo os tão amados contra-ataques para os americanos. Aliás, o Huertas só sentou no banco de reservas no meio do terceiro período, ao cometer sua quarta falta, quando a água bateu na bunda. Se não fosse por isso, teria jogado o tempo inteiro. Sem ele, o Brasil não sabe pra que lado corre e periga fazer cesta contra.

Graças à armação do Huertas, a seleção americana ficou muito exposta. Ficou clara a dificuldade de jogar contra times que não mordam a isca de jogar em velocidade, afinal os pivôs estão lá pra correr e arremessar, não pra ficar dando pancada e lutar por rebote num jogo lento de meia-quadra. Além disso, os americanos vieram para marcar por zona, impedir os arremessos de três, e o Huertas usou e abusou dos pick-and-rolls, jogada manjadissima na NBA, entrando no garrafão e depois passando para alguém finalizar. Foi assim que o afobado Marquinhos conseguiu uma partida fantástica nos arremessos de fora, que o Leandrinho sobrou tantas vezes livre apesar de ser o foco da marcação adversária, e que o Splitter conseguiu pontuar apesar de não ter conseguido estabelecer um jogo efetivo de costas para a cesta. A seleção americana chuta traseiros, mas um bom armador, uma defesa bem montada e um jogo cadenciado mostrou que não dá pra esperar vitórias fáceis.

O Huertas sequer é tão espetacular assim. Tem ótima visão de jogo, sabe mudar o ritmo de uma partida, dá os passes certos, é veloz, mas é fraco na defesa, não tem força física nenhuma, e tem um arremesso muito fraco e sem confiança. Lembra muito o Luke Ridnour, agora futuro reserva do Wolves, que também é branquelo, não defende nem uma cadeira, é fraco pra burro, mas é inteligente, rápido e até arremessa um pouco melhor. O Huertas poderia ser um reserva na NBA se quisesse abrir mão de dinheiro, fama, minutos, títulos de campeão e de mulheres, algo que não deve acontecer, mas é incrível como um jogador que seria no máximo um reserva pode destruir todo um esquema de jogo da seleção americana. Enfrentando um Brasil que nas mãos do Huertas cuidou bem da bola, jogou sem afobação e deu arremessos de três desmarcados, os Estados Unidos tiveram que pela primeira vez testar seu ataque de meia-quadra, e o resultado foi muito negativo para eles.

Em situações normais de jogo, a seleção americana teria substituído os jogadores sem parar e todo mundo teria jogado muito. Com isso, Eric Gordon, Stephen Curry e Danny Granger teriam entrado bastante, corrido muito, arremessado com a facilidade que possuem e destruído nossa defesa por zona. Mas perdendo o jogo graças ao altissimo aproveitamento de arremessos do Brasil, e sem poder contar tanto com o jogo de contra-ataque, o técnico Mike Krzyzewski foi conservador e manteve em quadra os jogadores mais experientes e os melhores defensores. Foi o suficiente para Eric Gordon, Steph Curry e "Granny Danger", pirralhos e defensores mais débeis, ficarem de fora - para a nossa sorte. Achei uma decisão idiota da comissão técnica, mas entendo que o esquema tático do Brasil e a atuação do Huertas e dos arremessadores forçaram os Estados Unidos a serem conservadores. Billups errou 6 das 7 bolas de três pontos que tentou, mas ficou em quadra porque é mais experiente e até boceja nos momentos mais tensos do jogo (aliás, foi ele que, usando o corpo vinte vezes maior do que o Huertas, fez cestas importantes dentro do garrafão no final do jogo pra garantir a vitória). Andre Iguodala não acertou um único arremesso sequer, mas ficou em quadra para ajudar na marcação de Huertas e Leandrinho. E o resultado disso foi um ataque um tanto assustado, limitado pela defesa por zona, e que acabou passando a bola para sua maior estrela e torcendo pra dar certo. Não foi mero acaso que o Kevin Durant marcou 27 pontos, mais do que em qualquer outro jogo com a seleção até agora.

Postei aqui, um tempão atrás, que essa seleção brasileira carrega um fardo grande demais: depois de tantos anos tendo um basquete mequetrefe e ignorado, dependemos de uma boa atuação no Mundial para que a cobertura do basquete no Brasil aumente, a verba apareça, as categorias de base se fortifiquem. Torcer pro Brasil, em qualquer esporte, é questão de gosto e não de patriotismo, é normal torcer contra se a seleção vai contra aquilo de que você gosta ou em que você acredita, mas nesse caso em particular a seleção carrega nas costas uma função social, cultural. E acho que essa função foi concretrizada hoje, assim de repente, quando a gente nem esperava. Primeiro, humanizando os americanos, mostrando que o Billups também erra vários arremessos nos momentos decisivos (apesar do apelido "Mr. Big Shot"), que a seleção fica sem saber o que fazer e passa pro Durant, que o Iguodala cai de bunda no chão ao tomar um drible do Leandrinho. E, depois, valorizando o nosso basquete, mostrando que não é porque você nasceu nessa linha imaginária aqui e toma caipirinha que não dá pra chegar na NBA, derrubar o Iguodala, assustar os gringos, quase-ganhar-um-jogo. Mesmo brasileiro, branquelo, magrelo e sem arremesso, dá pra destruir o plano de jogo americano como o Huertas fez. Dá pra colocar coragem na criançada de ir jogar basquete no intervalo da escola e sonhar alto. Linha imaginária é um saco, às vezes precisa de um jogo desses pra entendermos que, não importa onde você tenha nascido, dá pra fazer qualquer coisa, ter qualquer gosto ou afinidade. O problema é quando não existe sequer a oportunidade, quando não existe onde treinar, não há incentivo. A gente quase ganhou dos Estados Unidos, tá todo mundo fazendo barulho, então as oportunidades estão surgindo. A gente do Bola Presa, que tem acesso às estatísticas de acesso ao blog, já sabe faz um tempo que os espectadores de basquete no Brasil estão crescendo. Agora deve aumentar mais ainda, e isso é bom pra quem já acompanha, pra quem ainda vai acompanhar, e principalmente pra quem quer viver disso, seja jogando, seja estudando, seja escrevendo a respeito como a gente faz.

Nem precisa vencer o jogo. Basta mostrar que é possível, e vai ter gente querendo tentar fazer, a cobertura vai aumentar, as oportunidades vão aparecer. O Leandrinho errou o arremesso final, mas tá tudo bem. Verdade seja dita, ele não queria sequer chegar perto da bola no quarto período, já escrevi aqui que ele gosta de ser secundário, jogador de apoio e não estrela, e só bateu para dentro no final quando o Huertas quase implorou pra não ter que arremessar. Errou muitas bolas de três especialmente no final do jogo, todas livres, e acertou apenas 3 das 13 bolas de três que tentou no jogo inteiro. Perdeu 3 bolas, todas tendo que armar o jogo e se sentindo mais desconfortável do que o Hermes & Renato na Record. Mas mesmo assim conseguiu fazer uma excelente partida, jogou muito bem, e sua bandeja nos segundos finais colocou o Brasil no jogo - e deixou o Iguodala de popô no chão. A qualidade do vídeo é uma droga, se fosse do LeBron estaria em alta definição, mas dá pra ter uma ideia:



Se aparecer com qualidade melhor, coloco aqui no lugar, porque esse crossover é pra ficar pra história, nem dá pra ficar triste com o arremesso final que ele errou. Assim como não dá pra se irritar com o Huertas, que errou o lance livre que poderia permitir o empate do Brasil. Sua partida foi espetacular, ele jogou quase a partida inteira, estava exausto, e depois ainda conseguiu errar o segundo lance livre de propósito, pegar o rebote e acionar o Leandrinho para um arremesso final que poderia empatar o jogo. Tem todos esses lances no resumo gringo da partida abaixo:



Mesmo na derrota, deu pra ver o jogo refinadíssimo do Tiago Splitter, como ele se movimenta com leveza, como os ganchos são suaves, como ele poderia fazer comercial de amaciante em pó, mas dá pra ver que ele vai sofrer por uns tempos na NBA até aprender a isolar no mano-a-mano de costas para a cesta e se acostumar a levar pancada e finalizar depois do contato. Lembro de como o Jermaine O'Neal, quando era raquítico, demorou para colocar seu jogo refinado em prática porque desciam o braço nele, mas quando deu certo ele ficou dominante. Com o Splitter vai ser assim também, mas pela seleção brasileira ele sempre vai ser constante, eficiente, mas não vai desequilibrar. Já o Marquinhos, que nunca fez nada na NBA (e olha que eu vi muitos jogos do Hornets só pra ver aqueles 3 minutinhos finais dos jogos, em que o Marquinhos entrava só porque já não valia mais nada), rendeu muito melhor na seleção porque não pôde pra jogar na afobação com o Huertas acalmando o jogo, arremessou muito bem de três por estar livre todas as vezes, sem forçar o jogo, e ainda defendeu o Durant da melhor maneira que dava pra defender, ou seja, permitindo que ele fizesse apenas 27 pontos. Tá no lucro!

Sem Nenê, que voltou pra casa lesionado, e o Varejão ainda sendo poupado da torção no tornozelo, a seleção perde muito em ídolos. Assim como os americanos não dão a mínima para a seleção deles porque tem carinha do Pacers e do Grizzlies e não do Heat, os torcedores brasileiros - especialmente os que chegam agora - querem ídolos pra comprar camiseta, se espelhar e começar a praticar o esporte. O Leandrinho teve uma partida sensacional, mas não quer esse papel, tem horror à bola decisiva, e errou muito no jogo. A gente sabe que ele pode render muito em quadra, vimos ele chutando traseiros no Suns, e se jogasse como hoje teria espaço ao lado de Nash por anos ainda, mas sua inconsistência e sua personalidade apontam para outro caminho - o que não é nenhum problema, nada obriga o Leandrinho a ter que ser estrela ou ganhar jogos sozinho, na raça. Tiago Splitter não rende como poderia nesse garrafão bagunçado da FIBA, e seu estilo de jogo é tão refinado e delicado que não atrai muita gente, é tipo o Duncan, que no máximo atrai um bocejo mesmo sendo o melhor de todos os tempos em sua posição. O Marcelinho Huertas não tem pique pra bater com os grandões, não pontua, é fracote, mesmo tendo desequilibrado totalmente o jogo numa atuação memorável. E o Marcelinho Machado, ídolo no Brasil, tende a comprometer na seleção quando arremessa demais ou tenta armar o jogo. Faltam ídolos. E hoje, nesse segundo, isso não importa nem um pouco.

A notícia de que o Brasil estava ganhando dos Estados Unidos no meio da partida começou a se espalhar mais rápido do que gripe suína, e muita gente que nunca deu atenção para o basquete foi dar uma olhada. Gente trabalhando começou a caçar links na internet, e os jornais deram atenção para o fato. A torcida na Turquia, morna e desanimada, passou o quarto período gritando "Brasil, Brasil", porque é legal torcer para o mais fraco, porque é fácil odiar a seleção americana como um reflexo de um país e de seus políticas, e porque todo mundo prefiria que LeBron e Kobe estivessem lá, quem sabe se eles perderem feio não aprendam a levar os melhores? Aquela seleção brasileira de jogadores limitados mobilizou torcedores aqui, e mobilizou os torcedores lá, no ginásio. Não temos grandes ídolos, perdemos o jogo, mas a partida em grande nível abriu os olhos de muita gente: dá pra jogar basquete no Brasil. Somos humanos como os americanos. Eles vão ser campeões, nós não, mas isso não interessa. Por um dia, todos olharam para nosso esporte com carinho, até o Iguodala com a bunda no chão mandando os parabéns pro Leandrinho no Twitter. Missão cumprida, o Mundial pode acabar por aqui. O campeonato não vale nada, a maioria dos jogadores nem se interessa por ele e preferiu ficar debaixo das cobertas, mas nós tiramos algo enorme dele, algo maior do que um título, uma outra vitória. Estão olhando para nosso basquete. Pronto, vamos voltar para casa.

30 comentários:

Eric Arraché disse...

Uma coisa que eu achei que faltou na seleção hoje, além de um pouco mais de calma no último período era o jogo de meia distância. Ou eles tentavam bandeja ou arremesso de três, verdade seja dita, o Brasil só ficou na luta porque os arremessos estavam caindo e a gente estava com sorte. Quando eles pararam de cair, o pavor começou a superar a calma e foi aquele Deus nos acuda.
Bizarramente, acho que o melhor pra jogo de meia distância no Brasil seja exatamente o Marcelo Machado. Tá, tem jogos que ele mata a seleção por arremessar até a mãe, mas ele é o melhor chutador da equipe de longe, e bem que podiam acionar ele mais dessa forma com corta-luz e afins.

Guilherme disse...

Eu discordo com relaçao ao Leandrinho eu acho, que as vezes ele força arremessos por querer ser o cara q vai decidir pelo brasil

Unknown disse...

Não concordo com o que está escrito sobre a defesa do Huertas. Acho ele um ótimo marcador. Posso ter dado sorte, mas vi um jogo das finais e ele pertubou o Ricky Rubio o jogo todo. Hoje o Billups só se criou no final porque ele estava pendurado. Se o Valtinho estivesse no elenco, por exemplo, e ele descansasse nos finais e começos de períodos, seria mais efetivo na defesa...

Franco disse...

Danilo ou Dênis....nunca sei quem é quem! Excelente análise, aliás como é costume do Bola Presa...

Caras, eu fiquei maluco aqui em casa, gritei feito criança que ganha doce em festinha, eles parece que estavam "zicados"....vcs viram aquela sequência de 5 erros dos EUA no último quarto? O Odom fez um giro fenomenal e errou, depois o "Bigh Shot" errou...DOIDERA aquilo, era zica, macumba da brava, o Brasil merecia essa,uma pena....

Agira e a final? E se der nós e os gringos do xerife Durant, o que será que Coach K vai tramar?

Abração pra vcs e para todos os basketeiros do país!

Anônimo disse...

Denis: Achar a têz do Pietrus 'impressionane' é pra lá de babaca, de boa. "dá pra ser racista e gostar de basquete ao mesmo tempo?" Claro que sim, não é nada dificil afirmações brancas de "negro usa mais a força do que o cérebro", trash-talk de que "suor de negro é 'mais isso ou aquilo'" e coisas mais que não vale citar pra não ensinar. Adoro o blog, mas qdo decidem abordar temas raciais, os comentários são sofriveis. abraço, Rodrigo

Danilo disse...

Knaya, acho que no caso particular do Ricky Rubio, o fato de que ele não tem um jogo muito físico facilita a vida do Huertas. Em todas as atuações pela seleção, quando pega armadores mais fortes, o Huertas sofre muito. Hoje não segurou o Billups, que aliás errou a maioria dos arremessos bastante sozinho, teve bastante azar. E a gente um tanto de sorte.

Farid Tranjan disse...

Uma pena que perdeu, eu estava acreditando na vitória. Acredito que se o Varejão tivesse jogado teria mudado a cara do jogo... O Splitter tava sozinho dentro daquele garrafão, e tinha momentos em que ele era escorado por três na hora de tentar um rebote ofensivo. O Varejão pelo menos ajudaria a colocar tamanho em cima do garrafão americano, e não comprometeria TAAANTO a defesa contra um time com praticamente 5 jogadores habilidosos no perímetro.
Gostei do desempenho do Splitter em cima do Chandler, mesmo este não sendo lá grande coisa na NBA. Acho que o Splitter, depois de treinar com o Duncan, vai crescer muito.
Só espero que ele não abandone a seleção após se estabelecer na NBA...

Denis disse...

Rodrigo, por que a cor de alguém ser impressionante é babaca? Acho a pele muito negra do Pietrus tão impressionante como a pele muito branca de uma amiga minha. Impressiona por ser diferente do comum, impressiona como o Yao Ming ser muito alto e o Boykins ser tão baixo. Não tem nenhum valor agregado ao comentário. Você que tá achando pêlo em ovo.

Abraços!

Anônimo disse...

acho que o huertas pode sim ser titular da nba...nao acredito que ele seja de nivel pra ser reserva ou reserva do reserva. Joga mto o guri, e aquale passe behind the back foi espantoso!! Fenomenal...

Rodrigo Lakers disse...

Foi uma boa analise, só discordo da parte em que o Brasil marcou por zona. Pra mim a marcação foi individual o jogo todo. Isso inclusive foi a maior sacada do Magnano, ele viu que os americanos são um time de perímetro e optou por não fazer zona pra que eles chutassem tudo de fora. Aí que apareceu a boa marcação do Marquinhos no Durant, e até o Leandrinho e o Huertas na minha opinião marcaram bem. Agora, a se lamentar a ausencia do Nenê e Varejão neste jogo, se o Brasil estivesse completo arrisco dizer que venceria. E o JP Batista parece ser esforçado, mas não tem nível pra jogar um mundial, ele é muito RUIM!!!

Denis disse...

Rodrigo, o Brasil usou uma "zona matchup" que é uma mistureba entre defesa por zona e a individual.

Essa defesa gruda no cara com a bola como a marcação individual e eventualmente corre atrás dos caras sem a bola para cobrir os buracos que a zona tradicional causa. Mas ela não é tão radical como a homem a homem, ela é guiada pelo lugar que cada um tem que cobrir.

Abraços!

Diego Romero disse...

danilo e denis (vulgo xana)

aqui e' o dego...agora quero ver se vcs lembram disso...

um dos jogadores do brasil estava no clube dos meninos uma vez que vcs foram assistir a um treino do batata... lembram quem era ele??? hehe

um abraco pra vcs ai

Jônathas disse...

é moçada, quando o basquete sai no jornal nacional é sinal que as coisas tão mudando... finalmente! :)

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1328086-7823-BRASIL+PERDE+POR+DOIS+PONTOS+PARA+OS+EUA+NO+MUNDIAL+DE+BASQUETE,00.html

29 segundos de JN. aí sim! haha

Paulo Torres disse...

A parte de comprar as camisetas dos ídolos fica mais difícil quando a Nike diz que só em NOVEMBRO vai distribuir esse novo uniforme da seleção por aqui. (E por 180 conto, o dobro de um réplica da NBA dessas que tem aos montes na Centauro.)

Fernando Araujo disse...

Puta texto esse, e basquete no jornal nacional, melhor audiencia do pais durante 29seg. Só falta o pessoal da espn começar a fala melhor do nosso amado esporte. pq aquele post do plihal é sacanagem, coloca o pessoal como só um bando de palpitadores. completamnete idiota. http://espnbrasil.terra.com.br/andreplihal/post/145339_QUANDO+O+BASQUETE+VIRA+NOSSO+ESPORTE+NUMERO+UM#comentarioAba

Silvano Vianna disse...

Falar bem de vocês já virou lugar comum. Mais um excelente texto.

Anônimo disse...

Vocês tem certeza que o Huertas não marcou nada?


O que o Rose fez no jogo?

Rodrigo Lakers disse...

Valeu Denis pelo esclarecimento, não conhecia essa zona matchup. ;)

Lucas disse...

Marcelinho Huertas é jogador de NBA

Se Farmar, Pargo, Chalmers, Arroyo, têm vaga, pq não o Huertas?

Pode ir pra liga americana e conseguir seus minutos tranquilamente!

Unknown disse...

Essa zona que o brasil usou eh a box-and-one?

Anônimo disse...

os 2 proximos jogos serão do mesmo nível que o de ontem... nao tem classificação garantida ainda, podemos ficar em 2 como podemos ficar em quarto, muito oba oba pode acontecer em grande decepção, vamos apoiar o time brasileiro, mas sem ufanismo. Gustavo Ganso

Anônimo disse...

Huertas não tem vaga na NBA? e o gordinho Anthony Carter faz o que lá então?

Colin disse...

Excelente post, Danilo. Valeu o tempo para ler. Mas falta ainda um bom resultado nesse Mundial e a classificação para as Olimpíadas de Londres, essa sim é fundamental, para essa linha imaginária ficar para trás, para que o basquete tenha seu devido valor.

O jogo contra os EUA valeu muito, mas ainda é o início de um trabalho, com uma geração que cresceu durante os 20 anos de tragédia no basquete nacional, com poucos valores que estarão em 2016, no Rio, mas com muitos que podem estar e terão a missão de nos levar à terra da rainha daqui a 2 anos.

Para garantirmos nossos "ídolos" Varejão e Nenê em 2011, em Mar del Plata, para buscar a vaga olímpica, é essencial uma boa colocação nesse Mundial, leia-se quartas de final, por mais louco que isso possa parecer ou que possa ter parecido até ontem.

Bruno disse...

Comecei a ler os textos do blog recentemente e são de ótimo nível, especialmente os relativos à NBA.

Percebo que o blog dá bastante ênfase à questão da força física e habilidade atlética, evidentemente muito mais comuns na NBA do que no chamado basquete FIBA.

De fato o fator atlético é, na minha opinião o diferencial dos EUA para o resto do mundo que, aos poucos, começa a melhorar nesse quesito, formando jogadores mais rápidos,com mais massa muscular, etc.

Mas ainda acho que o fundamental é saber jogar o jogo.Do que adianta ter a habilidade atlética de um Derek Mason,Rudy Gay,Shannon Brown,Dwight Howard, dentre dezenas de outros super atletas se o cara não entende o jogo, não sabe ler o jogo, não tem arremesso,passe, etc?

O caso do Huertas é típico:é um atleta average mas é um bom jogador de basquete, inteligente,habilidoso e teria todas as condições de jogar na NBA, na minha visão.

Vou além, acho que esse obsessão pelo atleticismo é uma das razões da queda de qualidade média do atleta americano, pois todo mundo passou a querer enterrar e aparecer no sportscenter e desaprendeu a jogar o jogo, virando uma liga de Harold Miners.

Mas em uma coisa você está certo:o Huertas seria um 3 reserva na NBA e não tem o que fazer lá, mas considero isso azar da liga, que escolhe habilidade atlética sobre talento, e não do jogador.

Por último discordo do Mundial não valer nada:vale e muito!Depois de 2 mundiais seguidos com os melhores estrangeiros da NBA indo ao mundial (Gasol,Manu,Gasol,Dirk,Nash já foi,etc)era natural que os caras se preservassem, afinal quem paga as contas são os americanos, né?Mas por isso a competição se torna irrelevante?Não vejo assim.

Mas ótimo texto, de qualquer forma.

Anônimo disse...

Huertas joga fácil de titular na NBA...

Anônimo disse...

Dizer que Huertas seria terceiro reserva na NBA é tipico de quem só acompanha a liga americana e não entende absolutamente nada de basquete fiba. Não digo que Huertas seria titular, mas com absoluta certeza seria um ÓTIMO reservas em QUALQUER equipe da NBA. Quem entende pelo menos um pouquinho de basquete sabe disso.

Gabriel disse...

Seus posts estão cada vez melhores, parabéns. Realmente, marcando individualmente na NBA, Huertas seria engolido. Poderia ser titular do Warriors, claro.
O Coach K mostrou mais uma vez que é excelente para montar times, valorizando os recursos que tem, mas não sabe fazer as substituições certas durante o jogo(em 2006 na derrota para a Grécia o "Baby Shaq" dominando o garrafão e ele esquecia que tinha o Dwight Howard a sua disposição, deixando este no banco), e ontem não tinha espaço para o Iguodala, deveria ter utilizado um terceiro armador em quadra, alguém com habilidade para conduzir a bola quando precisasse.
Sobre o Brasil, faltou você observar que, por incrível que pareça, Marcelinho Machado e Marquinhos deveriam ter arremessado mais. Eu também não gosto do jogo deles, e acho que não têm mentalidade de um basquete vencedor, mas é inegável que o Machado pode ganhar o jogo para a seleção num dia inspirado, e não lhe foi dada a oportunidade de arremessar. O Marquinhos estava com um excelente aproveitamento e não recebeu para arremessar no último quarto, enquanto o Leandrinho forçava arremessos.
Sobre a jogada do Leandrinho, foi realmente espetacular, em todos os aspectos, mas é importante observar que o Iguodala cai quando apoia o pe no círculo sobre a linha de lance livre, que é de um material diferente, contendo publicidade e vários jogadores têm escorregado lá.

Gabriel disse...

Seus posts estão cada vez melhores, parabéns. Realmente, marcando individualmente na NBA, Huertas seria engolido. Poderia ser titular do Warriors, claro.
O Coach K mostrou mais uma vez que é excelente para montar times, valorizando os recursos que tem, mas não sabe fazer as substituições certas durante o jogo(em 2006 na derrota para a Grécia o "Baby Shaq" dominando o garrafão e ele esquecia que tinha o Dwight Howard a sua disposição, deixando este no banco), e ontem não tinha espaço para o Iguodala, deveria ter utilizado um terceiro armador em quadra, alguém com habilidade para conduzir a bola quando precisasse.
Sobre o Brasil, faltou você observar que, por incrível que pareça, Marcelinho Machado e Marquinhos deveriam ter arremessado mais. Eu também não gosto do jogo deles, e acho que não têm mentalidade de um basquete vencedor, mas é inegável que o Machado pode ganhar o jogo para a seleção num dia inspirado, e não lhe foi dada a oportunidade de arremessar. O Marquinhos estava com um excelente aproveitamento e não recebeu para arremessar no último quarto, enquanto o Leandrinho forçava arremessos.
Sobre a jogada do Leandrinho, foi realmente espetacular, em todos os aspectos, mas é importante observar que o Iguodala cai quando apoia o pe no círculo sobre a linha de lance livre, que é de um material diferente, contendo publicidade e vários jogadores têm escorregado lá.

Anônimo disse...

Escorregou nos adesivos de publicidade? hauahauiuiah é cada um que me aparece por aqui...

Anônimo disse...

Complementando, Huertas não só não deixou o Rick Rubio jogar nas finais, como tb segurou Prigioni nas semis....
Como dizem na Espanha: Marcelinho se los comio con papatas !!!